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Mar 20, 2019 • 1h 51min

#53 João Júlio Cerqueira - Ciência baseada na evidência

João Júlio Cerqueira é médico e fundador do Scimed, um site que tem como missão divulgar informação sobre vários temas da área da ciência - sobretudo, mas não só, na área da saúde. Recomendo fazerem uma visita ao site, porque vale mesmo a pena e o João tem sido um verdadeiro paladino da ciência baseada na evidência. O que não quer dizer, como ele próprio chama a atenção, que os artigos que escreve não sejam contestáveis. Podem sê-lo claro, mas o mérito deste projecto é forçar a que o debate decorra como deve ser, isto é, usando a evidência e não as opiniões. O João aborda no site uma série de temas, que vão das terapias alternativas à nutrição, passando pela protecção do ambiente e mesmo por outras áreas da ciência como, por exemplo, a energia nuclear. Neste trabalho de esclarecimento, o convidado tem, muitas vezes, posto em causa, por exemplo, algumas terapias alternativas de que já todos ouvimos falar ou algumas das modas (e não são poucas) na área da nutrição e ainda algumas medidas ambientalistas, muitas vezes bem-intencionadas mas que nem sempre têm validação científica à altura do peso que têm nos media ou nas redes sociais. Esta conversa foi particularmente extensa, por isso vale a pena guiar-vos pelos tópicos que abordámos: Começamos, claro, por falar do projecto do convidado e, como não podia deixar de ser, da primeira área em que o João centrou agulhas (pun intended): as chamadas pseudociências / medicinas alternativas, como por exemplo a homeopatia ou a acupunctura. Ainda na lógica da ciência baseada na evidência, mas neste caso aplicada ao ambiente, falámos também do caso do glifosato, um herbicida que tem dado muita polémica ultimamente. Um tema subjacente a esta parte e sobretudo ao que se seguiu na conversa é o enorme desafio que é para a ciência, enquanto instituição da sociedade, conviver com os enviesamentos cognitivos deste nosso cérebro de primata. Esta é uma questão com uma série de ramificações, que vão desde a má relação entre a natureza lenta e parcelar da investigação científica e a lógica imediatista das notícias até à base emocional que está subjacente a muitos movimentos ambientalistas, cujos defensores que caem, por exemplo, muito facilmente na chamada falácia naturalista. Finalmente, conversámos ainda sobre a energia nuclear, e o modo como pode ser parte da solução para o problema mais importante deste século: as alterações climáticas, e terminámos regressando ao tema inicial, isto é, às terapias alternativas. A este propósito, falámos do fascinante efeito placebo e também do facto, que deve servir de reflecção para a comunidade médica, de que, em muitos casos, estes tratamentos alternativos, não sendo válidos cientificamente, têm em quem os pratica uma componente humana, de cuidado e atenção ao doente, que muitas vezes não falta aos médicos. Torne-se mecenas do podcast, a partir de 2€, através do Patreon! Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Ferreira; Duarte Dória; Gonçalo Martins; Tiago Leite Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Pinto; Daniel Correia; João Saro; Rita Mateus; Tomás Costa Vasco Sá Pinto; David; Pedro Vaz; Luís Ferreira; André Gamito, Rui Baldaia; Henrique Pedro; Manuel Lagarto; Rui Carrilho; Luis Quelhas Valente; Tiago Pires; Mafalda Pratas; Filipe Ribeiro; Renato Vasconcelos; João Salvado; Joana Martins; Luís Marques; João Bastos; João Raimundo; Francisco Arantes; Francisco dos Santos; Mariana Barosa; Hugo Correia; Marta Baptista Coelho Ligações: Artigos do convidado abordados no episódio Manuel Pinto Coelho e a água do mar Glifosato Pós-modernismo Energia nuclear Efeito placebo Ordem dos Médicos acusa Manuel Pinto Coelho de fazer “afirmações potencialmente graves para os doentes” Documentário da HBO sobre a Cientologia Glifosato e o câncro Homeopatia: um, dois, três Elsa Pegado: “O Recurso às Medicinas Complementares e Alternativas: padrões sociais e trajetórias terapêuticas” (tese de doutoramento) The Dissenter - entrevista a Gad Saad Peça da SIC Notícias sobre o Glifosato, com a participação do convidado Uma opinião em sentido contrário Efeito Dunning-Kruger Virtue signalling Notícia “Insetos podem desaparecer em 100 anos e isso é catastrófico” Livros de Steven Pinker “O Iluminismo Agora - Em Defesa da Razão, Ciência, Humanismo e Progresso” “Os Anjos Bons da Nossa Natureza” Artigo de Steven Pinker no Quillette Polémica da expulsão de Peter Gøtzsche da Cochrane Jonathan Haidt (Psicólogo Moral) - The Righteous Mind: Why Good People Are Divided by Politics and Religion Daniel Kahneman - “Pensar, Depressa e Devagar” (sistema 1 vs sistema 2) Livro recomendado: Richard Dawkins - O Gene Egoísta Bio: Nascido em 1985, natural do Porto. Licenciatura em Medicina pela Faculdade de Medicina do Porto (6 anos). Mestrado Integrado em Cronoterapêutica. Médico Especialista em Medicina Geral e Familiar (4 anos). Médico Especialista em Medicina do Trabalho (4 anos). Fundador da marca PT Medical – Serviços de Saúde ao Domicílio em 2013 – Neste momento sem qualquer ligação à empresa. Vencedor do Prémio João Cordeiro – Inovação em Farmácias em 2015. Orador TEDxPorto, na edição de 2018. Defensor do método científico e na medicina baseada na evidência. Dedicado ao estudo e refutação científica das medicinas alternativas desde 2013. Criador do projeto Scimed, com o objetivo de promover a literacia em saúde da sociedade portuguesaSee omnystudio.com/listener for privacy information.
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Mar 13, 2019 • 1h 31min

#52 Ricardo Paes Mamede - “Pensar políticas económicas não é apenas uma questão técnica - depende dos nossos valores”

Ricardo Paes Mamede é professor de Economia Política na Escola de Ciências Sociais e Humanas do ISCTE. Para além disso, é membro do Conselho Económico e Social, um dos autores do blog Ladrões de Bicicletas, autor de livros sobre economia - o mais recente dos quais ‘A Economia Como Desporto de Combate’ - e é, desde há alguns anos, comentador regular na televisão. O convidado é dos economistas portugueses mais reputados e um caso particular, porque não só não evita como assume abertamente transmitir a visão de um “economista de esquerda”. Aliás, confesso que o meu objectivo até era ter uma conversa mais sobre a economia enquanto ciência, mas rapidamente a economia política tomou conta da conversa. Como é hábito no 45º, tocámos numa série de assuntos. Começámos por discutir a visão do convidado em relação às limitações da ciência económica. Desde logo, do currículo que é dado nos cursos da faculdade, mas também da própria investigação que é feita. E o Ricardo faz observações muito relevantes a este respeito. Por um lado, nota que as verdades em economia, quando as conseguimos encontrar, são sempre específicas a um tempo e espaço (e não gerais, portanto). Por outro, argumenta que as conclusões da investigação são sempre influenciadas pelos valores de quem investiga, até na escolha dos indicadores que se privilegia quando se avalia uma realidade económica que é, sempre, ultra-complexa, com efeitos de ordem diferente e desfasados no tempo. Dito isto, embora partilhe de alguma dessa embirração, não concordo, como já vou explicar, que em economia tudo seja relativizável. Seguidamente, a conversa levou-nos a muitos dos debates centrais da Economia Política, como: Keynes e contexto histórico do keynesianismo; a história do capitalismo, o neoliberalismo (na definição particular do convidado), o papel explicativo da qualidade das instituições, para lá de políticas de esquerda ou direita, sobre a prosperidade económica dos países e ainda o caso específico do modelo económico das chamadas sociais-democracias escandinavas (que combinam uma economia capitalista competitiva com um Estado Social forte). Finalmente, tentei desafiar o convidado para algo que considero faltar em Portugal. É que, apesar das ditas limitações da ciência económica e de muitos economistas com acesso próximo aos ouvidos dos políticos terem inflacionado as capacidades reais da disciplina, julgo que existem bons exemplos de conclusões da investigação que são relativamente transversais à orientação política dos investigadores, e que fazia falta que tivessem mais protagonismo no debate político, que é tantas vezes, de um lado e de outro, ignorante e simplista. Acho mesmo que esse é um contributo que os economistas, enquanto cientistas, ainda que sociais, podiam dar conjuntamente. Um bom exemplo disto de que falo, noutra realidade, foi o exercício feito pelo podcast Planet Money da NPR (rádio pública dos Estados Unidos), que conseguiu identificar cinco grandes medidas de reforma fiscal apoiadas por economistas da esquerda à direita. Encontram, como habitual, o link na descrição do episódio. No final do episódio, falámos ainda das limitações do PIB e de políticas potenciais de crescimento económico em Portugal. Torne-se mecenas do podcast, a partir de 2€, através do Patreon! Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Ferreira; Duarte Dória; Gonçalo Martins; Tiago Leite Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Pinto; Daniel Correia; João Saro; Rita Mateus; Tomás Costa Vasco Sá Pinto; David; Pedro Vaz; Luís Ferreira; André Gamito, Rui Baldaia; Henrique Pedro; Manuel Lagarto; Rui Carrilho; Luis Quelhas Valente; Tiago Pires; Mafalda Pratas; Filipe Ribeiro; Renato Vasconcelos; João Salvado; Joana Martins; Luís Marques; João Bastos; João Raimundo; Francisco Arantes; Francisco dos Santos; Mariana Barosa Ligações: Debate: porque é que os economistas discordam tanto (Walter Heller vs Milton Friedman) Escola Austríaca Teoria da Escolha Pública WEF: Economias mais competitivas Debate com Ha-Joon Chang: ‘"Too much Maths, too little History: The problem of Economics" Acemoglu e o papel das instituições Taxas de sindicalização dos países nórdicos. Agradecimento a Guilherme Rodrigues pelo envio (de notar que a queda da sindicalização não é universal na região). Planet Money: The No-Brainer Economic Platform (políticas que reúnem consenso entre economistas) WEF: GDP is no longer an accurate measure of economic progress. Here's why Bio: Doutorado em Economia pela Universidade Bocconi (Itália), Mestre em Economia e Gestão de Ciência e Tecnologia pelo Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa (ISEG/UL), e Licenciado em Economia pela mesma instituição. Professor Auxiliar e Subdirector do Departamento de Economia Política do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, onde lecciona desde 1999 nas áreas da Economia e Integração Europeia, da Economia Sectorial e da Inovação, e das Políticas Económicas. É actualmente Director do Mestrado em Economia e Políticas Públicas do ISCTE-IUL e Presidente da Direcção do Instituto para as Políticas Públicas e Sociais (IPPS-IUL). Entre 2008 e o início de 2014 foi Coordenador do Núcleo de Estudos e Avaliação do Observatório do QREN. Foi Director de Serviços de Análise Económica e Previsão do Gabinete de Estratégia e Estudos do Ministério da Economia e da Inovação em 2007 e 2008. Membro do Conselho Económico e Social desde 2017, eleito na qualidade de Personalidade de Reconhecido Mérito. Membro do Dinâmia'CET (Centro de Estudos sobre a Mudança Socioeconómica e o Território). Interesses de investigação: mudança estrutural e desenvolvimento económico, dinâmicas sectoriais e inovação, e políticas públicas.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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Mar 6, 2019 • 1h 42min

#51 [EN] Gautam Agarwal - "Como pode a investigação da Neurociência inspirar a construção de Inteligência Artificial mais avançada?"

Gautam Agarwal é neurocientista, doutorado pela Universidade da Califórnia (Berkeley) e está, actualmente, a fazer um pós-doutoramento no Laboratório de Neurociência dos Sistemas do Centro Champalimaud. A investigação do Gautam no Centro Champalimaud tem passado sobretudo por usar jogos para estudar as diferenças entre a maneira como seres humanos e algorítmos de Inteligência Artificial procuram soluções para os mesmos problemas. Este método tem o potencial de permitir, por um lado, compreender melhor o funcionamento do cérebro humano e, por outro, ao estudar os mecanismos do nosso cérebro que se mostram mais eficazes, obter inspiração para o desenvolvimento de IA mais capaz. Conversámos, então, sobre estes temas; isto é: as forças e fraquezas do cérebro humano e das versões actuais de Inteligência Artificial e a comparação entre esses dois modelos de inteligência. É, na verdade, um regresso ao tema da IA, que já tinha abordado em episódios anteriores do podcast, em especial na conversa com Arlindo Oliveira, logo no 5º episódio. Falámos sobre os desafios que subsistem na tentativa de criar IA de nível humano (a chamada ‘general AI’), mas também, no sentido contrário, sobre as limitações da nossa própria cognição. A propósito do cérebro humano, que acabou por ser o que nos tomou mais tempo, conversámos sobre vários tópicos, desde o modo como aprendemos, ao papel do inconsciente, passando pelo mistério da consciência, a meditação, o recente interesse da ciência pelas substâncias psicadélicas, os dois hemisférios do cérebro e, mesmo no final, sobre os motivos por que sonhamos!   Torne-se mecenas do podcast, a partir de 2€, através do Patreon! Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Ferreira; Duarte Dória; Gonçalo Martins Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Pinto; Daniel Correia; João Saro; Rita Mateus Vasco Sá Pinto; David; Pedro Vaz; Luís Ferreira; André Gamito, Rui Baldaia; Henrique Pedro; Manuel Lagarto; Rui Carrilho; Luis Quelhas Valente; Tomás Costa; Tiago Pires; Mafalda Pratas; Filipe Ribeiro; Renato Vasconcelos; João Salvado; Joana Martins; Luís Marques; João Bastos; João Raimundo; Francisco Arantes; Francisco dos Santos; Mariana Barosa Ligações: O convidado (e a família) Paper enviado pelo convidado: “Building machines that learn and think like people” Curse of Dimensionality Regra das 10,000 horas The illusion of consciousness | Dan Dennett The Science of Mindfulness - Mark Williams Sam Harris: Can Psychedelics Help You Expand Your Mind? A nova vida das drogas psicadélicas (Público) Hard Problem of Consciousness — David Chalmers David Chalmers on consciousness Giulio Tononi Is Consciousness Entirely Physical Family Resemblance in Wittgenstein Livro recomendado: Psychotherapy East and West by Alan W. Watts     Bio: Gautam Agarwal cresceu em diversos sítios, incluindo Detroit, Austin, Shreveport e Berkeley, nos EUA; e Bophal, na Índia. Licenciou-se em Neurobiologia e Computação na Universidade Técnica do Texas (Austin) e doutorou-se em Neurociências na Universidade da Califórnia (Berkeley). Antes de vir para Lisboa, Gautam fez um pós-doutoramento no Centro de Neurociências Teóricas da UC-Berkeley. Está actualmente a fazer um pós-doutoramento em neurociências no Laboratório de Neurociência dos Sistemas | Mainen Lab do Centro Champalimaud. Gautam Agarwal grew up in a variety of places including Detroit, Austin, Shreveport, Berkeley in the US and Bhopal in India. He got his bachelor of Science degree in Neurobiology and Computer Sciences at UT Austin, and his PhD in Neuroscience at UC Berkeley. Gautam was a postdoc at the Redwood Theoretical Neuroscience Center, also at UC Berkeley, before coming to Lisbon. He is currently a neuroscience postdoc in the Systems Neuroscience Lab | Mainen Lab at the Champalimaud Centre for the Unknown.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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Feb 27, 2019 • 2h 10min

#50 [série Orientações Políticas] Isabel Moreira - Direitos sociais, feminismo, racismo, regulação económica

Isabel Moreira é jurista e deputada à Assembleia da República pelo PS. Gastámos grande parte do tempo, inevitavelmente, a discutir temas da esfera dos direitos sociais / individuais, o que acaba por complementar conversas anteriores, mais focadas noutras questões. Conversámos, então, sobre liberdades individuais, em particular sobre projectos-lei a que a convidada esteve ligada (como o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a co-adopção), mas também de temas quentes e ainda com muito por fazer, como a liberdade de expressão, o racismo, o feminismo e a desigualdade de género. A propósito do racismo, note-se que gravámos antes da polémica dos acontecimentos no bairro da Jamaica. O feminismo acabou por dominar a conversa, um tema que acho demasiado complexo para ter uma opinião peremptória. A propósito, deixo na descrição do podcast um link para uma conversa com um casal de biólogos evolucionistas que é das coisas mais simultaneamente esclarecidas e de bom-senso que tenho visto sobre o tema. No final, falámos ainda sobre políticas económicas. Torne-se mecenas do podcast, a partir de 2€, através do Patreon! Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Ferreira; Duarte Dória; Gonçalo Martins Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Pinto; Daniel Correia; João Saro; Rita Mateus Vasco Sá Pinto; David; Pedro Vaz; Luís Ferreira; André Gamito, Rui Baldaia; Henrique Pedro; Manuel Lagarto; Rui Carrilho; Luis Quelhas Valente; Tomás Costa; Tiago Pires; Mafalda Pratas; Filipe Ribeiro; Renato Vasconcelos; João Salvado; Joana Martins; Luís Marques; João Bastos; João Raimundo; Francisco Arantes; ; Francisco dos Santos Ligações: Ronald Dworkin Contubérnio John Stuart Mill sobre a liberdade de expressão: “First, if any opinion is compelled to silence, that opinion may, for aught we can certainly know, be true. To deny this is to assume our own infallibility. Secondly, though the silenced opinion be an error, it may, and very commonly does, contain a portion of truth; and since the general or prevailing opinion on any subject is rarely or never the whole truth, it is only by the collision of adverse opinions that the remainder of the truth has any chance of being supplied. Thirdly, even if the received opinion be not only true, but the whole truth; unless it is suffered to be, and actually is, vigorously and earnestly contested, it will, by most of those who receive it, be held in the manner of a prejudice, with little comprehension or feeling of its rational grounds. And not only this, but, fourthly, the meaning of the doctrine itself will be in danger of being lost, or enfeebled, and deprived of its vital effect on the character and conduct: the dogma becoming a mere formal profession, inefficacious for good, but cumbering the ground, and preventing the growth of any real and heartfelt conviction, from reason or personal experience]” Karl Popper - Paradoxo da Tolerância Adriano Moreira e o estatuto do indigenato Yuval Noah Harari sobre género Joe Rogan - Gender & Biology Artigo de Safaa Dib, membro do LIVRE, em que é explicada a dificuldade em preencher listas e respeitar quotas “Blind recruitment trial to boost gender equality making things worse, study reveals” Steven Pinker “Why are there no libertarian countries?” Livro de Isabel Moreira - “Cela” Livro recomendado: A Dignidade da Pessoa Humana, de Jorge Reis Novais Ética Kantiana X Utilitarismo Bio: Isabel Moreira é licenciada em Direito e mestre em Direito Constitucional – Direitos Fundamentais. Foi docente universitária, advogada, consultora jurídica, sendo, desde 2011, deputada à Assembleia da República pelo PS. Tem também obra publicada que se situa na indefinição de género. Entre outubro de 2014 e junho de 2015, foi comentadora do programa Barca do Inferno, na RTP Informação.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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Feb 20, 2019 • 1h 37min

#49 Mª Carmo Fonseca - Genética e Biologia Molecular

Maria do Carmo Fonseca é presidente do Instituto de Medicina Molecular e professora catedrática na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, onde lidera um laboratório com o seu nome, que desenvolve trabalho de investigação na área da genética. Em 2010, viu o seu trabalho reconhecido com a atribuição do Prémio Pessoa. Torne-se mecenas do podcast, a partir de 2€, através do Patreon! Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Ferreira; Duarte Dória; Falcão Milenar Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Pinto; Daniel Correia; João Saro; Rita Mateus Vasco Sá Pinto; David; Pedro Vaz; Luís Ferreira; André Gamito, Rui Baldaia; Henrique Pedro; Manuel Lagarto; Rui Carrilho; Luis Quelhas Valente; Tomás Costa; Tiago Pires; Mafalda Pratas; Filipe Ribeiro; Renato Vasconcelos; João Salvado; Joana Martins; Luís Marques; João Bastos; João Raimundo; Francisco Arantes; ; Francisco dos Santos Ligações: Dragão de Komodo consegue alternar entre reprodução sexuada e assexuada Mitochondrial DNA can be inherited from fathers, not just mothers Primeiro medicamento de interferência no RNA Less than 10% of human DNA has functional role, claim scientists Médico chinês CRISPR Use Creates Malaria-Resistant Mosquitoes Livro recomendado: ‘Homo Deus - História Breve do Amanhã, de Yuval Noah Harari’ Bio: Maria do Carmo Fonseca é presidente do Instituto de Medicina Molecular e professora na Faculdade de Medicina de Lisboa, onde lidera um laboratório com o seu nome – o Maria do Carmo Fonseca Lab – que desenvolve trabalho de investigação precisamente na área da edição genética. Licenciada em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e doutorada em Biologia Celular na mesma instituição em 1988. Vencedora da 24.ª edição do Prémio Pessoa, em 2010.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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Feb 13, 2019 • 1h 30min

#48 [série Orientações Políticas] Mariana Mortágua - Esquerda, economia e sociedade

Mariana Mortágua é, como todos sabem, economista e deputada do Bloco de Esquerda. Foi uma conversa desafiante a vários níveis. Por um lado, claro, porque a convidada tem um pensamento político inegavelmente sólido (e por isso a convidei para o podcast). Por outro lado, porque a Mariana é provavelmente o convidado desta série de quem estou mais distante politicamente no que diz respeito a um das questões mais importantes em política: a liberdade económica - bem menos noutros aspectos, e por isso, aliás, é que ocupámos grande parte do tempo a discutir economia política. Apoie o podcast a partir de 2€ no Patreon! Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Ferreira; Duarte Dória; “Falcão Milenar” Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Pinto; Daniel Correia; João Saro; Rita Mateus Vasco Sá Pinto; David; Pedro Vaz; Luís Ferreira; André Gamito, Rui Baldaia; Henrique Pedro; Manuel Lagarto; Rui Carrilho; Luis Quelhas Valente; Tomás Costa; Tiago Pires; Mafalda Pratas; Filipe Ribeiro; Renato Vasconcelos; João Salvado; Joana Martins; Luís Marques; João Bastos; João Raimundo Ligações: Estagnação Secular ‘Pro market, not pro business’ Vídeo: ‘Qual é o valor da tua ferramenta?’ Lei das Consequências Não Intencionais A raridade dos intelectuais de Direita Votação da legalização da Canábis para fins medicinais A Direita procura convertidos, a Esquerda hereges Livro recomendado: As Benevolentes, de Jonathan Littell Bio: Mariana Mortágua é licenciada e mestre em Economia, pelo ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, frequentando o doutoramento em Economia na School of Oriental and African Studies (SOAS) da Universidade de Londres. Estreou-se como deputada na Assembleia da República aos 27 anos, em 2013, por necessidade de substituição de Ana Drago no círculo eleitoral de Lisboa, onde foi eleita. Ganhou posteriormente particular visibilidade na política portuguesa, após o seu desempenho no inquérito parlamentar a Zeinal Bava] e a Ricardo Salgado, no âmbito da ruína do banco BES. Foi reeleita deputada nas Eleições Legislativas de 2015, que deram ao Bloco de Esquerda a sua maior votação de sempre. Integra a Comissão de Economia e Obras Públicas, a Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública e a Comissão Eventual para Acompanhamento das Medidas do Programa de Assistência Financeira a Portugal.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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Jan 30, 2019 • 1h 35min

#47 Ricardo Marvão - Empreendedorismo, inovação, futuro do ensino

Ricardo Marvão é co-fundador & responsável pela área de Educação na Beta-i, uma associação sem fins lucrativos que tem como missão intervir junto de startups e empresas para promover a inovação e o empreendedorismo. É, ainda, fundador e director-geral do polo português da Singularity University, que resulta de uma parceria entre a Beta-i, a Câmara de Cascais e a Nova SBE. A Singularity University é uma comunidade global criada em Silicon Valley em 2008, que é descrita como tendo o objectivo de educar, inspirar e capacitar líderes que apliquem tecnologia com potencial futuro. Apoie o podcast a partir de 2€ no Patreon! Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Ferreira; Duarte Dória Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Pinto; ‘Falcão Milenar’; Daniel Correia; João Saro Vasco Sá Pinto; David; Pedro Vaz; Luís Ferreira; André Gamito, Rui Baldaia; Henrique Pedro; Manuel Lagarto; Rui Carrilho; Luis Quelhas Valente; Tomás Costa; Tiago Pires; Mafalda Pratas; Filipe Ribeiro; Renato Vasconcelos; João Salvado; Joana Martins; Luis Marques Ligações: Beta-i Singularity University Portugal Innovation Academy École 42 Estratégia de Michael Porter ‘A falácia do Empreendedorismo’ - José Soeiro e Adriano Campos Documentário recomendado: ‘Waiting for Superman’ Bio: Ricardo Marvão é cofundador da Beta-i, uma associação sem fins lucrativos que nasceu em 2010 e tem como missão inovar o empreendedorismo em Portugal. Começou a trabalhar em 2001 na Dell em Londres e depois em Portugal na PT Inovação. A partir de 2003, trabalhou para a Agência Espacial Europeia, na Alemanha, nos programas de Missões Científicas e Observação da Terra e, mais tarde, para a Inmarsat em Londres, uma companhia de telecomunicações por satélite. Em 2004, cofundou a EvolveSpace Solutions, uma das primeiras start-ups portuguesas a fornecer software e serviços para a Agência Espacial Europeia e para empresas dessa área de atividade, de que foi CEO até 2011. Após ser adquirida pela Novabase (a maior empresa portuguesa de TI), foi gestor do departamento Aerospace & Transportation da Novabase até ao início de 2013. Ricardo Marvão tem um MBA em Aerospacial pela Toulouse Business School.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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Jan 23, 2019 • 1h 45min

#46 Manuel Monteiro - “Andamos a tratar mal a Língua Portuguesa?”

Manuel Monteiro é um escritor e revisor linguístico que se tem tornado conhecido, de há uns anos para cá, como um dos maiores paladinos da Língua Portuguesa na actualidade. Tem obra publicada na área da literatura e da não-ficção e o seu livro mais recente, “Por Amor à Língua — Contra a Linguagem Que por aí Circula”, foi o mote para a conversa. O Manuel é, como vão ver, de uma erudição no que toca à língua que nos faz logo sentir ignorantes. Faz questão, por exemplo, de continuar a usar palavras que foram caindo em desuso ou de usar a pronúncia original para palavras cuja pronúncia o uso corrente deturpou (o que leva a que pareça, a um ouvinte incauto, ser ele quem está a falar mal). Durante a discussão, que foi bem animada, discorremos sobre vários temas, desde a origem, etimologia e evolução da Língua Portuguesa, até à nossa predilecção nacional pela importação de palavras estrangeiras, passando pelo inevitável acordo ortográfico. Apoie o podcast a partir de 2€ no Patreon! Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Ferreira; Duarte Dória Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Pinto; “Falcão Milenar”; Daniel Correia; Joao Saro Vasco Sá Pinto; David; Pedro Vaz; Luís Ferreira; André Gamito, Rui Baldaia; Henrique Pedro; Manel Lagarto; Rui Carrilho; Luis Quelhas Valente; Tomás Costa; Tiago Pires; Mafalda Pratas; Filipe Ribeiro; Renato Vasconcelos; Joao Salvado; Joana Martins Ligações: Livro do convidado: “Por Amor à Língua” José Pedro Machado Fixe Origem da Língua Portuguesa Teixeira de Pascoaes e o Acordo Ortográfico de 1911 Resiliência Manuel Monteiro sobre o “Economês” O provincianismo temporal George Orwell - "Politics and the English Language" (1946) Balance of trade Entrevista de António Ferro a Hitler, de 1930 Livro “I Never Knew There Was a Word for It” “Por cem ou duzentas moedas num dia de apuro (disse-me dele a mim o próprio Alexandre Herculano) o Garrett seria capaz de todas as porcarias que quiserem, menos de pôr num papel, a troco de todo o ouro deste mundo, uma linha mal escrita.” Livro recomendado: José Alberto Braga - “Memórias dessa Gente”     Bio: Manuel Monteiro é autor, revisor linguístico e formador profissional da Revisão de Textos. Tem obra publicada na área da literatura e da não-ficção. Os seus livros mais recentes são Dicionário de Erros Frequentes da Língua e Por Amor à Língua — Contra a Linguagem Que por aí Circula.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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Jan 16, 2019 • 1h 40min

#45 [série Orientações Políticas] Miguel Morgado - “Para federar as várias direitas é preciso um projecto assente em dois pilares: reformismo e um europeísmo alternativo”

Miguel Morgado é professor no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica e é, actualmente, deputado pelo PSD à Assembleia da República. Entre 2011 e 2015, o convidado foi assessor político do Primeiro-Ministro. Esta conversa encerra, pelo menos para já, o leque de convidados desta série situados à direita do espectro político. Em particular, o Miguel Morgado foi-me recomendado por alguns ouvintes sem relação entre si enquanto um pensador da área do PSD com quem não devia deixar de conversar. Foi quanto bastou para me aguçar a curiosidade e creio que valeu a pena. Este episódio tem, desde logo, uma peculiaridade. Como sabem, um dos princípios do QCG é evitar a todo o custo a actualidade noticiosa, mas desta vez fui ultrapassado pelos acontecimentos, que trouxeram, na última semana, o nome do convidado para a ribalta. Um breve resumo dos temas que discutimos. Foi uma discussão um pouco ziguezagueante e também difícil de qualificar numa só palavra, na medida em que concordámos em alguns aspectos, mas ‘andámos às turras’ noutros, como, por exemplo, a relação entre as diferenças de personalidade e as diferenças de orientações políticas das pessoas e a questão de até que ponto é que é universal, ou uma especificidade portuguesa, ser normalmente a esquerda a estabelecer a agenda política e a direita - ou as direitas - a reagirem. Estivemos, pelo contrário, muito mais de acordo em relação a alguns pontos que considero muito importantes levantados pelo convidado: como a visão de que a tensão política é sinal de vitalidade de uma sociedade, e não algo a evitar, a crítica ao conformismo com que foi feito o processo de integração europeia, sobretudo nas últimas décadas, e a noção da absoluta necessidade, para qualquer força política que se afirme como reformista, de ter uma visão orientada para o futuro e de Melhoria das condições de vida. -> Apoie o podcast a partir de 2€ através do Patreon Muito obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Ricardo Santos; Nelson Teodoro; Paulo Ferreira; Duarte Dória Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Pinto; “Falcão Milenar” Vasco Sá Pinto; David; Pedro Vaz; Luís Ferreira; Helena Teixeira; André Gamito, Rui Baldaia; Henrique Pedro; Manel Lagarto; Rui Carrilho; Luis Quelhas Valente; Tomás Costa; Joao Saro; Tiago Pires; Mafalda Pratas; Filipe Ribeiro; Renato Vasconcelos Ligações: Livro recomendado: Utopia, de thomas More Livro do convidado: O Conservadorismo do Futuro e Outros Ensaios O liberalismo triste Bio: Miguel Morgado nasceu em Setúbal, em 1974. Licenciado em Economia pela Faculdade de Ciências Económicas e Empresariais da UCP e mestre e doutor em Ciência Política e Relações Internacionais pelo IEP-UCP. É Professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, onde ensina História do Pensamento Político e Ciência Política. Foi professor convidado da Universidade de Toronto. Autor de vários artigos e livros em Portugal e nos Estados Unidos, publicou, em 2008, A Aristocracia e os seus Críticos. Entre 2011 e 2015, foi assessor político do Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho e é, actualmente, deputado do PSD.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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Jan 8, 2019 • 1h 43min

#44 [série Orientações Políticas] Francisco Mendes da Silva - “O que defende um Conservador (na tradição britânica)?"

Francisco Mendes da Silva é advogado, dirigente do CDS-PP e participa no programa Sem Moderação. O convidado define-se politicamente como Conservador e um ‘centrista’, como explica no início. O primeiro termo - conservador - pode induzir em erro, se interpretado à luz da nossa História. É que o conservadorismo que o Francisco perfilha é essencialmente de inspiração britânica, na linha Edmund Burke, político e filósofo da segunda metade do século XVIII cuja escola de filosofia política defende que as constituições dos países não devem ser o produto da razão abstracta (o que o levou a opor-se à Revolução Francesa) mas sim de uma lenta evolução histórica (como é o caso da constituição inglesa). Foi uma conversa longa e ultra-interessante, em que tentei não só compreender melhor esta ideologia, como também confrontar o convidado com as limitações inerentes a uma filosofia que se propõe “conservar”. Falámos, ainda, da relação entre o conservadorismo e outras filosofias políticas à Direita, que por vezes chegam a parecer defender valores e objectivos antagónicos. Apoie o podcast a partir de 2€! https://www.patreon.com/quarentaecincograus Agradecimentos a patronos do podcast: Gustavo Pimenta João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Ferreira; Duarte Dória Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Pinto; “Falcão Milenar” Vasco Sá Pinto; David; Pedro Vaz; Luís Ferreira; André Gamito, Rui Baldaia; Henrique Pedro; Manel Lagarto; Rui Carrilho; Luis Quelhas Valente; Tomás Costa; Joao Saro Créditos da fotografia: Isabel Zuzarte Links: Miguel Esteves Cardoso - Os Meus Problemas Personalidades citadas Edmund Burke Ensaio ‘On being Conservative’, de Michael Oakeshott (comentário de Pedro Mexia) Roger Scruton Fraga Iribarne Chesterton General Milan: "Viva la muerte!” Efeito ‘ratchet’ Série recomendada: The Newsroom Bio: Advogado e dirigente nacional do CDS-PP. Licenciou-se em Direito em 2003, pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, tendo desde então exercido advocacia na área do Direito Fiscal. Colabora com a Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados - Sociedade de Advogados, RL. Foi membro da Assembleia Municipal de Viseu entre 2005 e 2009 e é desde 2007 membro da Comissão Política Nacional do CDS-PP.See omnystudio.com/listener for privacy information.

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