45 Graus

José Maria Pimentel
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May 30, 2019 • 1h 43min

#60 Gustavo Cardoso - O futuro do jornalismo

Gustavo Cardoso é professor catedrático e investigador de Media e Sociedade no ISCTE. O tema é um dos mais desafiantes dos nossos tempos: os desafios actuais e o futuro do jornalismo. Foi uma excelente conversa e, para mim, também uma óptima maneira para explorar melhor este tema, porque participei recentemente num colóquio no CCB precisamente sobre o futuro do jornalismo. E porque é que o tema é tão importante? Porque o jornalismo é essencial à Democracia. E porque os jornais (e outros media) sofreram nos últimos anos quase uma de tempestade perfeita: a internet tornou uma série de informação disponível de forma gratuita, ao mesmo tempo que tirou aos jornais grande parte das receitas de publicidade, que agora estão nas mãos de gigantes como a Google e o Facebook. Ao mesmo tempo, do lado dos utilizadores, diminuiu a nossa predisposição para pagar e mudou a maneira como olhamos para a própria informação jornalística. Temos hoje mais e, talvez, melhor jornalismo, mas é cada vez mais difícil separar o trigo do joio. Ao mesmo tempo, estas mudanças afectaram os modelos de negócio dos jornais, o que, por seu lado, penaliza o próprio produto e afecta o papel dos media enquanto Quarto Poder. Conversámos, então, sobre vários aspectos deste tema: fake news e propaganda, modelo de negócio dos jornais, o papel dos privados e o papel do Estado, a importância do jornalismo para a democracia, a necessidade de reinventar o jornalismo. Falámos também das especificidades do mercado dos jornais em Portugal, como a particularidade (que a mim me parece um mau sinal) de quase todos os nossos jornais terem um posicionamento político supostamente ao centro. Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; João Castanheira João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Peralta; Duarte Dória; Gonçalo Martins; Tiago Leite Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Saro; Rita Mateus; Tomás Costa; Daniel Correia, António Padilha, André Lima, João Braz Pinto Vasco Sá Pinto, Luis Ferreira, Pedro Vaz, André Gamito, Henrique Pedro, Manuel Lagarto, Rui Baldaia, Luis Quelhas Valente, Rui Carrilho, Filipe Ribeiro, Joana Margarida Alves Martins, Joao Salvado, Luis Marques, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, Tiago Pires, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, João Bastos, João Raimundo, Hugo Correia, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, Paulo Ferreira, Miguel Coimbra, Pedro Silva, António Amaral, Nuno Nogueira, Rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Duarte Martins, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte, José Carlos Abrantes, Tomás Félix, Vasco Lima -> Torne-se também mecenas do podcast, a partir de 2€, através do Patreon!   Ligações: Livros do convidado CCB - O Futuro do Jornalismo Edward Bernays, o ‘inventor’ da propaganda Estratégia da Netflix Move Fast and Break Things: How Facebook, Google, and Amazon Cornered Culture and Undermined Democracy  - Jonathan Taplin Bio: Doutorado em Sociologia e investigador, professor catedrático de Media e Sociedade e Diretor do Curso de Doutoramento em Ciências da Comunicação no ISCTE-IUL em Lisboa. É editor associado do Journal IJOC da USC Annenberg e Chair do painel de avaliação das Starting Grants do European Research Council. É investigador do do CIES-IUL, do CADIS na EHESS em Paris e Director do OberCom. Autor de várias publicações, destaca-se "O Poder de Mudar" e "Sociedade dos Ecrãs" (Tinta da China), "Aftermath" (Oxford University Press) e "Os Media na Sociedade em Rede" (Fundação Calouste Gulbenkian).See omnystudio.com/listener for privacy information.
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May 22, 2019 • 1h 32min

#59 Bernardo Pires de Lima - Dos desafios da União Europeia ao futuro da política norte-americana

Bernardo Pires de Lima é Investigador Associado do Instituto Português de Relações Internacionais da Universidade Nova de Lisboa e comentador regular em vários órgãos de comunicação social. Tem publicado vários livros sobre uma série de temas na área das Relações Internacionais: da política externa portuguesa, aos EUA, Médio-Oriente e, claro, da Europa. E foi precisamente sobre a Europa que falámos, a pretexto do seu livro mais recente, ‘O Lado B da Europa’. O livro já foi lançado no ano passado, mas acaba por vir bem a propósito, tendo em conta que as eleições europeias são já este domingo. É difícil fazer o sumário desta conversa, porque falámos sobre uma série de coisas. Começámos por discutir os desafios da União Europeia, tanto os internos, como a emergência de partidos populistas e, sobretudo, autoritários, como os externos, como a emergência da China. Falámos de um dos maiores desafios internos, que é a chegada ao poder de partidos autoritários em países como a Polónia e a Hungria - o que, entre outras coisas, põe a nu a incapacidade da UE em por cobro à deterioração das instituições na sua própria casa. Falámos também da importância de construir uma democracia a nível europeu e ,mais importante, uma cultura europeia. Terminámos a discutir um ensaio recente da Yoni Appelbaum na revista americana The Atlantic, em que este historiador e jornalista recomenda o impeachment a Donald Trump, com base num argumentário muito sustentado historicamente. E, claro, como em geopolítica tudo está ligado, por definição, regressámos à UE e falámos sobre o papel da NATO. Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; João Castanheira João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Peralta; Duarte Dória; Gonçalo Martins; Tiago Leite Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Saro; Rita Mateus; Tomás Costa; Daniel Correia, António Padilha, André Lima Vasco Sá Pinto, Luis Ferreira, Pedro Vaz, André Gamito, Henrique Pedro, Manuel Lagarto, Rui Baldaia, Luis Quelhas Valente, Rui Carrilho, Filipe Ribeiro, Joana Margarida Alves Martins, Joao Salvado, Luis Marques, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, Tiago Pires, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, João Bastos, João Raimundo, Hugo Correia, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, Paulo Ferreira, Miguel Coimbra, Pedro Silva, António Amaral, Nuno Nogueira, Rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Duarte Martins, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte, José Carlos Abrantes, Tomás Félix -> Torne-se também mecenas do podcast, a partir de 2€, através do Patreon!   Ligações: Livro do convidado: O Lado B da Europa Artigo de Anne Applebaum na The Atlantic Dani Rodrik - How democratic is the Euro Spitzenkandidat Carnegie Europe - What Are Europe’s Top Three Challenges? Not Brexit, Not Migration, Not Populism. Podcast LSE Episódio do podcast ‘Hidden Brain’ sobre a criatividade Impeach Trump Now - Yoni Appelbaum (The Atlantic) The Case Against Impeachment - Slate Bio: Bernardo Pires de Lima (n. 1979) é Investigador Associado do Instituto Português de Relações Internacionais da Universidade Nova de Lisboa (desde 2004), colunista de política internacional do Diário de Notícias (desde 2010), comentador de assuntos internacionais da RTP e da Antena 1 (desde 2015) e membro do conselho consultivo do Instituto para a Promoção da América Latina (IPDAL). Entre 2012 e 2018, foi Visiting e Nonresident Fellow no Center for Transatlantic Relations, Paul H. Nitze School of Advanced International Studies, Universidade Johns Hopkins, em Washington D.C. Tem trabalhado ainda nos últimos anos em consultoria em assuntos internacionais para entidades diplomáticas, políticas e empresariais, tendo sido consultor de risco estratégico da Maintrust Investment Consulting. É, desde Setembro de 2017, Partner na FIRMA – Agência Portuguesa de Negócios, onde lidera a área de Risco Geopolítico. Licenciou-se em Ciência Política pela Universidade Lusíada de Lisboa (2003), frequentou o último ano do curso na Università degli Studi di Roma Tre, Itália, ao abrigo do programa Erasmus, onde desenvolveu um projecto de investigação sobre a influência do império de comunicação social de Sílvio Berlusconi na sua eleição em 2001. Concluiu o mestrado em Relações Internacionais pela Universidade Lusíada de Lisboa (2006), com uma tese sobre a política externa britânica entre 1997 e 2003, em particular sobre a estratégia de Tony Blair para o Kosovo e o Iraque. Optou por congelar o doutoramento na Universidade Nova de Lisboa, numa fase intermédia da escrita de uma tese sobre os EUA e a transformação da NATO depois da Guerra Fria, em virtude dos vários compromissos profissionais simultâneos. Foi comentador residente da Rádio Renascença (2008-2012), TVI 24 (2009-2012) e colunista do jornal i (2009-2010). Tem publicado em revistas académicas como Relações Internacionais, Nação e Defesa ou European Foreign Affairs Review e colaborado com a imprensa nacional e estrangeira, como a SIC, SIC Notícias, TVI, RTP1, RTP2, RTP3, RTP Informação, RTP África, TSF, Antena 1, Rádio Clube Português, Rádio Europa, Diário Económico, Atlântico, Notícias Magazine, Semanário Económico, Majalla Magazine, World Politics Review, The Huffington Post World, Atlantic Treaty Association Commentary, The Diplomat, The National Interest, Hurriyet Daily News, Berlin Policy Journal, BBC, RFI, Deutsche Welle, Deutschlandfunk e Rádio Morabeza. É autor dos livros O Lado B da Europa: Viagem às 28 Capitais (Tinta-da-China, 2018), Administração Hillary (com Raquel Vaz-Pinto, Tinta-da-China, 2016), Putinlândia (Tinta-da-China, 2016; Prémio José Medeiros Ferreira 2016), Portugal e o Atlântico (Fundação Francisco Manuel dos Santos, 2016), A Síria em Pedaços (Tinta-da-China, 2015), A Cimeira das Lajes: Portugal, Espanha e a Guerra do Iraque (Tinta-da-China, 2013) e Blair, a Moral e o Poder (Guerra & Paz, 2008) e conferencista regular em cursos, licenciaturas e mestrados de Relações Internacionais na Universidade Nova de Lisboa, Universidade Lusíada, ISCTE, Universidade Católica, Universidade do Minho, Instituto Diplomático de Portugal, Academia Diplomática da Turquia e no Instituto da Defesa Nacional, onde foi investigador na área da segurança transatlântica (2005-2009). Representou Portugal no Leaders Program in Advanced Security Studies, no George C. Marshall European Center for Security Studies, Alemanha (2006) e participou em programas de liderança, estudos de segurança e política internacional em Itália, Bélgica, Áustria, EUA e Israel. Foi bolseiro da FLAD (2012) e contemplado com a Marshall Memorial Fellowship pelo German Marshall Fund of the United States (2013), um dos principais programas de promoção transatlântica e de networking para futuros líderes europeus com menos de 40 anos. Tem viajado nos últimos anos pelos Estados Unidos da América, África, Médio Oriente e Europa, continente que, tal como Tony Judt, mede “em tempo de comboio”, percorrido que foi em três interrails. É membro do Clube de Lisboa, da Associação Portuguesa de Ciência Política, da Transatlantic Studies Association e do EU Integration Forum.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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May 8, 2019 • 1h 48min

#58 João Nuno Coelho - Da “futebolização da sociedade portuguesa" à magia do Desporto-rei

João Nuno Coelho é sociólogo, autor de vários livros sobre sociologia e História do Futebol. É membro do Grupo de História e Desporto do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa. Nos últimos anos integrou a Football Ideas, colaborando com diversos media nos campos da análise e estatística do futebol, como atestam as participações na Liga dos Últimos, no Números Redondos e na Grandiosa Enciclopédia do Ludopédio. O tema deste episódio é um que já há muito tinha pensado trazer ao podcast. Tinha pensado, mas tinha também hesitado, porque adivinho que só uma parte dos ouvintes tem algum interesse pelo tema. Dito isto, posso dizer com alguma confiança que este é um episódio que pode interessar a quase todos os que tenham pelo menos algum interesse por futebol, sobretudo se esse interesse for mais pelo desporto em si e pelo fenómeno social do que pela actualidade que preenche os jornais diários e os programas de comentário televisivo.   Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; João Castanheira João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Peralta; Duarte Dória; Gonçalo Martins; Tiago Leite Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Saro; Rita Mateus; Tomás Costa; Daniel Correia, António Padilha, André Lima Vasco Sá Pinto, Luis Ferreira, Pedro Vaz, André Gamito, Henrique Pedro, Manuel Lagarto, Rui Baldaia, Luis Quelhas Valente, Rui Carrilho, Filipe Ribeiro, Joana Margarida Alves Martins, Joao Salvado, Luis Marques, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, Tiago Pires, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, João Bastos, João Raimundo, Hugo Correia, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, Paulo Ferreira, Miguel Coimbra, Pedro Silva, António Amaral, Nuno Nogueira, Rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Duarte Martins, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte   -> Torne-se também mecenas do podcast, a partir de 2€, através do Patreon!   Ligações: Livro: The Numbers Game: Why Everything You Know About Soccer Is Wrong Paperback – Chris Anderson e David Sally Quest for Excitement: Sport and Leisure in the Civilizing Process - de Norbert Elias Norbert Elias e o “Processo CIvilizacional” Episódio de que falei sobre o futebol nos EUA (Freakonomics) Livro: Banal Nationalism - Michael Billig “Vestir a camisola” – jornalismo desportivo e a selecção nacional de futebol (artigo académico do convidado) Drafting na NBA A disparidade dos direitos televisivos em Portugal Quem decide as regras do futebol? Sócrates VAR Golo Hugo Almeida vs Inter de Milão Livro que refere a origem da vantagem das equipas que jogam em casa: Scorecasting: The Hidden Influences Behind How Sports Are Played and Games Are Won Paperback – Tobias Moskowitz e L. Jon Wertheim Episódio do podcast da BBC ‘More or Less’ sobre como o futebol mudou nas últimas décadas Livro: Inverting The Pyramid, The History Of Football Tactics - de Jonathan Wilson Artigo de Jonathan Wilson sobre reutilização das tácticas passadas Moneyball (filme) Brentford's Moneyball Way To Beat Football Teams With Huge Budgets Livro recomendado: Fever Pitch - Nick Hornby Bio: João Nuno Coelho é sociólogo. Mestre e Licenciado em Sociologia pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. Vencedor em 1999 da 1.ª Edição do Prémio Jovem Cientista Social de Língua Portuguesa, do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Autor da obra Portugal, a equipa de todos nós. Nacionalismo, futebol e os media (Afrontamento, 2001), A Nossa Selecção em 50 Jogos, 1921-2004 (Afrontamento, 2004) e da coletânea Futebol Globalizado (Análise Social e Routledge, 2006). Lecionou Sociologia da Arte na Escola Superior Artística do Porto (2003-2007). É membro do Grupo de História e Desporto do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa. Nos últimos anos integrou a Football Ideas, colaborando com diversos media nos campos da análise e estatística do futebol, como atestam as participações na Liga dos Últimos, no Números Redondos e na Grandiosa Enciclopédia do Ludopédio.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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May 1, 2019 • 1h 20min

#57 Constantino Xavier - “Para a Índia, a democracia é a única forma de conseguir gerir toda aquela diversidade de culturas, línguas e religiões”

Constantino Xavier é investigador na Brookings India, em Nova Deli, integrado na Brookings Institution, um dos maiores think tanks do mundo. A investigação do Constantino debruça-se sobretudo sobre a política externa da Índia, segurança e política regional, democracia e relações Europa-Ásia Aproveitei uma visita do Constantino a Portugal, no mês passado, para o convidar para o podcast. É um privilégio poder trazer ao podcast um especialista de renome mundial em assuntos indianos. Durante a conversa, falámos sobre uma série de aspectos relacionados com a Índia. Desde logo, as especificidades deste país gigantesco e ultra-diverso, composto por 29 Estados, com diferentes culturas, dezenas de religiões e quase 400 línguas diferentes. Não podíamos passar ao lado da política interna do país, que tem sido agitada nos últimos anos, com o com a ascensão do partido do actual Primeiro Ministro, o carismático Narendra Modi, e a vaga de nacionalismo hindu que lhe tem estado associada e que é um dos grandes desafios à unidade do país. Aliás, estão agora na Índia a decorrer as eleições gerais, um processo verdadeiramente hercúleo, não só em dimensão (é a maior democracia do mundo) como em duração, visto que dura, vejam só, desde 11 de abril e estende-se até dia 23 de maio! Falámos também da China, um tema praticamente incontornável hoje em dia quando se analisa a Índia no contexto internacional. Por um lado, a China representa um modelo para a Índia do ponto de vista do desenvolvimento económico. Mas é, também, cada vez mais, uma ameaça ao domínio a que a Índia estava habituada na sua vizinhança. Para além disso, e falámos disso também, é um país com uma cultura muito distinta da da Índia, algo que é visível também nas diferentes abordagens entre os dois países à política e à cooperação internacionais. Finalmente, como não poderia deixar de ser, falámos também do Paquistão, a eterna dor-de-cabeça dos governos indianos. As relações entre os dois países têm sido ultra-tensas (para usar um eufemismo) desde a partição da Índia Britânica em 1947 e a independência dos dois países; juntamente com o Paquistão Oriental (agora Bangladesh). Nota: A qualidade do som durante os primeiros 18 minutos é de pior qualidade do que o normal.  Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; João Castanheira João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Peralta; Duarte Dória; Gonçalo Martins; Tiago Leite Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Saro; Rita Mateus; Tomás Costa; Daniel Correia, António Padilha, André Lima Vasco Sá Pinto, Luis Ferreira, Pedro Vaz, André Gamito, Henrique Pedro, Manuel Lagarto, Rui Baldaia, Luis Quelhas Valente, Rui Carrilho, Filipe Ribeiro, Joana Margarida Alves Martins, Joao Salvado, Luis Marques, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, Tiago Pires, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, João Bastos, João Raimundo, Hugo Correia, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, Paulo Ferreira, Miguel Coimbra, Pedro Silva, António Amaral, Nuno Nogueira, Rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Duarte Martins, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte -> Torne-se também mecenas do podcast, a partir de 2€, através do Patreon! Ligações: Prémio recebido pelo convidado Ranking de países por PIB per capita LKY School of Public Policy Modi e o Nacionalismo Hindu Influência de Vivekananda sobre Modi Livro recomendado: The Idea of India Paperback, de Sunil Khilnani Territórios disputados entre Índia e China Belt and Road Initiative Escaramuças entre a Índia e o Paquistão em 2019   Artigo citado sobre o conflito com o Paquistão: “Whatever others may believe, my opinion is simply that it is better for India to brave a costly nuclear attack by Pakistan, and get it over with even at the cost of tens of millions of deaths, than suffer ignominy and pain day in and day out through a thousand cuts and wasted energy in unrealized potential.”     Estudo do Banco Mundial sobre os custos da não integração regional Bio: Constantino Xavier é investigador na  Brookings India, em Nova Deli, onde se dedica à política externa indiana, segurança regional, democracia e relações Europa-Ásia. É doutorado em Estudos do Sudeste Asiático pela Universidade Johns HopkinsSee omnystudio.com/listener for privacy information.
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Apr 17, 2019 • 1h 31min

#56 Daniel T. Santos - “O que podemos aprender com o modo como pensa um Designer?”

Daniel Santos é um designer de serviços com uma carreira que já passou por várias geografias, da Índia ao Reino Unido, e a desempenhar papéis diferentes, de professor a praticante. Actualmente, é designer de serviços no LabX - Laboratório de Experimentação da Administração Pública, onde aplica metodologias do Design para tornar os serviços públicos melhores tanto para os cidadãos como para os funcionários. A conversa, como é habitual, estendeu-se por vários terrenos. Comecei por tentar perceber o que é design. Acho que todos os leigos, como eu, tendem a associá-lo intuitivamente à estética, mas, como vamos ver, é muito mais do que isso. Falámos também de alguns exemplos de design com que nos cruzamos no dia-a-dia, como os tipos de letra que usamos para escrever um texto no computador. A letra Arial, descobri há pouco tempo, tem muito má fama entre os designers. De seguida, discutimos alguns dos princípios do Design, como o conceito de ‘modelos mentais’, que significam essencialmente o modo como o utilizador do produto ou serviço que se está a desenhar interpreta e representa na sua mente a realidade em que vive. Ora, para um designer, é essencial conhecer o modelo mental do utilizador, porque só assim pode assegurar que vai entender e beneficiar das características que estão a ser desenhadas naquele produto. O problema - ou o desafio - associado aos modelos mentais é que estes variam muito entre pessoas, pelas experiências e backgrounds de cada um e, sobretudo, pelas culturas diferentes, quando falamos de diferentes países. Conversámos, ainda, sobre a área de trabalho do convidado, Design de serviços, uma área muito centrada na funcionalidade e, portanto, onde este conceito de modelos mentais é essencial. Finalmente, falámos também de outro conceito-chave do Design, este um que se tem tornado quase uma moda no mundo da gestão (e adulterado QB pelo caminho): o Design Thinking, ou “pensar como no design”. A utilidade da abordagem do design para a gestão de empresas e organizações é fácil de entender. O design, na essência, o que fAz é tentar encontrar soluções para problemas práticos. As intersecções entre isto e o objetivo de uma empresa de melhorar a proposta de valor para os clientes são fáceis de encontrar. O que é especial na abordagem do design é que, por ter que lidar com objectos e tipos de utilizadores muito variados, tem de fazer uso de trabalho colaborativo, de equipas multidisciplinares, e de ter uma grande atenção às necessidades dos utilizadores. Trazer estes métodos para dentro de uma empresa, se for bem feito, pode ser uma grande ajuda para encontrar soluções mais inovadoras. Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; João Castanheira João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Peralta; Duarte Dória; Gonçalo Martins; Tiago Leite Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Saro; Rita Mateus; Tomás Costa; Daniel Correia, António Padilha Vasco Sá Pinto, Luis Ferreira, Pedro Vaz, André Gamito, Henrique Pedro, Manuel Lagarto, Rui Baldaia, Luis Quelhas Valente, Rui Carrilho, Filipe Ribeiro, Joana Margarida Alves Martins, Joao Salvado, Luis Marques, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, Tiago Pires, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, João Bastos, João Raimundo, Hugo Correia, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, Paulo Ferreira, Miguel Coimbra, Pedro Silva, António Amaral, Nuno Nogueira, Rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves -> Torne-se também mecenas do podcast, a partir de 2€, através do Patreon! Ligações: Steve Jobs: “Most people make the mistake of thinking design is what it looks like. People think it’s this veneer – that the designers are handed this box and told, “Make it look good!” That’s not what we think design is. It’s not just what it looks like and feels like. Design is how it works.” O espremedor de limões de Philippe Starck Teste referido pelo convidado Episódio podcast ‘Sobretudo’ (parte 1; parte 2) Reconsidering The Effect Of Aesthetics On Usability Canal Reddit ‘Oddly Satisfying’ Unsatisfying Comic Sans e a dislexia Cheryn Flanagan Hotéis Citizen M PepsiCo CEO Indra Nooyi on Design Thinking Design Council - Measuring the value and role of design Design Management Institute - The Value of Design Design Thinking by Herbert Simon Just Enough Research, Erika Hall Nudge theory Wicked problem   Livro recomendado: Dark Matter and Trojan Horses: A Strategic Design Vocabulary, de Dan Hill   Frédéric Bastiat Necessidades funcionais, hedonistas e simbólicas Bio: Daniel Santos, é service designer e um entusiasta da inovação centrada nas pessoas. Foi Design Lead na FutureEverything, em Manchester, no Reino Unido, onde trabalhou em projectos smart-cities e ciência colaborativa. Antes disso, viveu na Índia, cerca de 4 anos, onde leccionou design no ensino superior. Mudou-se para Lisboa para ser service designer no LabX, onde aplica metodologias de Design de Serviços para tornar os serviços públicos mais eficientes e melhorar o quotidiano dos funcionários públicos e cidadãos portugueses. Daniel é mestre em Design de Experiência Digital, pós-graduado em Gestão de Design e licenciado em Artes Digitais.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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Apr 10, 2019 • 1h 49min

#55 Joana Amaral Dias - Psicologia Política: personalidade, emoção, moral e cognição

Joana Amaral Dias é psicóloga, comentadora e política. Conversámos sobre Psicologia Política, a propósito do seu livro “O Cérebro da Política - Como a personalidade, emoção e cognição influenciam as escolhas políticas”. Este é um dos temas que me têm dado mais que pensar nos últimos tempos, sobretudo desde que gravei a série de episódios sobre Orientações Políticas. A Psicologia Política é, então, o estudo de como as diferenças psicológicas entre as pessoas - como a personalidade, as emoções, os valores ou mesmo a cognição - ajudam a explicar, por exemplo, o eterno mistério de duas pessoas igualmente bem intencionadas e capazes, chegarem a visões políticas antagónicas. Dito isto, vale a pena, se calhar, esclarecer que o objectivo da PP não é reduzir a política à psicologia. Claro que o nosso egoísmo nos leva a alinhar com visões políticas que defendam a nossa posição na sociedade, e é claro que o próprio meio em que nascemos influencia a nossa posição. Mas o que é incrível, e que a Psicologia Política ajuda a explicar, é que isso não é suficiente para explicar porque é que pessoas, por exemplo, dois irmãos que nasceram no mesmo meio e receberam a mesma educação chegam a visões políticas diferentes. Durante a conversa, falámos sobre uma série de aspectos da influência da psicologia na política. Começámos por uma das descobertas fundacionais desta área: o facto de o nosso julgamento moral e político começar sempre por uma intuição, isto é, de forma inconsciente. É dessa forma inconsciente - e muitas vezes de forma emocional - que formamos a nossa visão - positiva ou negativa - sobre, por exemplo, o que defende determinado partido ou político. Só depois é que a nossa ‘mente racional’ entra ao serviço e vai sobretudo ter o trabalho de justificar aquela conclusão apriorística, e, só muito raramente, rever criticamente essa conclusão. É muito curiosa esta descoberta e, para mim, de certa forma - lá está - intuitiva. Ocorreu-me logo, por exemplo, a descrição que o Francisco Mendes da Silva fez, no episódio que gravámos, sobre como se tinha tornado conservador muito cedo na vida, com a sistematização dessa perspectiva a ocorrer só mais tarde. A comprovação de que o nosso julgamento moral é, primeiramente, intuitivo, deve muito ao trabalho do psicólogo moral Jonathan Haidt, cujo livro ‘The Righteous Mind’ (algo como ‘A Mente Íntegra’) me foi recomendado, em boa hora, por dois ouvintes - João Cotrim de Figueiredo e Pedro Macedo Alves - a quem aproveito para agradecer. Compreendendo, então, que as nossas opiniões são formadas sobretudo de forma inconsciente, rapidamente percebemos que a nossa forma de pensar, o nosso software mental, tem um papel importante. Por isso, as diferenças de personalidade são essenciais para explicar porque é que pessoas diferentes têm visões distintas do mundo e da política. E foi disto que falámos a seguir na conversa, usando como referencial o chamado ‘modelo dos cinco factores’, o modelo com maior validação empírica na Psicologia da Personalidade. A propósito desse modelo, recomendo ouvirem, se ainda não o fizeram, o episódio #11, com Margarida Pedroso de Lima. Estas características de personalidade são facilmente observáveis sobretudo nos próprios políticos. Falámos, aliás, de alguns casos portugueses que é interessante analisar por esta lente. Das diferenças de personalidade entre as pessoas partimos para as diferenças ao nível dos valores com que cada um de nós se identifica. A principal diferença é que a personalidade tem sobretudo que ver com a nossa forma de pensar, enquanto os valores representam juízos concretos, isto é, aquilo que acreditamos, que sentimos, estar certo ou errado, ser importante ou irrelevante. A propósito dos valores, socorremo-nos do dito livro de Jonathan Haidt, de que falei há pouco, que organiza os valores universais da Humanidade (encontrados em todo o tipo de culturas) em cinco dimensões: O cuidado e a empatia pelo outro A justiça, que pode implicar princípios de igualdade ou, pelo contrário, de meritocracia A lealdade ao grupo A autoridade e tradição A liberdade, isto é, a rejeição de restrições externas à liberdade individual Como é fácil de perceber, diferentes valores estão associados, de uma forma até mais clara do que as diferenças de personalidade, a preferências políticas diferentes entre as pessoas, e por vezes contraditórias. Durante o resto da conversa, tivemos ainda tempo para falar sobre o grande mistério de qual é a origem de todas estas diferenças entre nós (quanto é culpa genes, quanto é causado pelo meio em que crescemos ou a educação que tivemos). Falámos, ainda, sobre liderança na política, e a distinção entre líderes que procuram “poder sobre” e aqueles que buscam “poder para”, que tem sido muito estudada na Psicologia Política. Mesmo a terminar, perguntei à convidada, que sempre se assumiu de esquerda, que valores tradicionalmente da Direita é que tinha ficado a ver de uma forma mais positiva depois deste trabalho de investigação. Resumindo, antes só de passarmos à conversa, esta é uma área fascinante e que me tem ajudado não só a ser muito mais compreensivo com quem pensa de forma diferente de mim, como também a tentar aprimorar a minha própria filosofia política de forma a corrigir os enviesamentos que a minha intuição inevitavelmente traz. Embora, como digo durante a conversa, seja difícil fugirmos ao nosso ‘software moral’, pensar sobre estes temas tem-me tornado, julgo, um pensador mais robusto. Por exemplo: ao compreender a relevância de alguns valores da direita, dou hoje mais valor, por exemplo, a preservar instituições que vêm de trás (e que por algum motivo subsistem) e à necessidade de manter uma sociedade estruturada. Da mesma forma, compreendendo a  relevância de alguns valores da esquerda, reconheço hoje que a minha preocupação inata com as chamadas liberdades negativas é, em certa medida, um enviesamento de privilegiado, e que tem de ser temperada pela necessidade de intervir para corrigir desigualdades e, noutra dimensão, pelos limites práticos à chamada meritocracia. Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; João Castanheira João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Peralta; Duarte Dória; Gonçalo Martins; Tiago Leite Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Saro; Rita Mateus; Tomás Costa; Daniel Correia, António Padilha Vasco Sá Pinto, Luis Ferreira, Pedro Vaz, André Gamito, Henrique Pedro, Manuel Lagarto, Rui Baldaia, Luis Quelhas Valente, Rui Carrilho, Filipe Ribeiro, Joana Margarida Alves Martins, Joao Salvado, Luis Marques, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, Tiago Pires, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, João Bastos, João Raimundo, Hugo Correia, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, Paulo Ferreira, Miguel Coimbra Torne-se também mecenas do podcast, a partir de 2€, através do Patreon! Ligações: Livro da convidada: O Cérebro da Política Novo canal de Yotube da convidada: Voto Nulo António Damásio - O Erro de Descartes Modelo dos Cinco Factores Personalidade e comportamento político The Righteous Mind - Jonathan Haidt Paul Bloom - Against Empathy: The Case for Rational Compassion José Mujica Filme recomendado: First Reformed Bio: Psicóloga e exerce psicologia clínica desde 1997. Licenciou-se em Psicologia, ramo de Psicologia Clínica, pela Universidade de Coimbra, tendo igualmente concluído a componente teórica do Ramo de Psicossociologia das Organizações. Fez o Mestrado em Psicologia do Desenvolvimento, também na Universidade de Coimbra. Pós-graduou-se em Terapia Familiar Sistémica e em Psicodrama (é sócia didata da Sociedade Portuguesa de Psicodrama), foi bolseira da Fundação para a Ciência e Tecnologia e doutoranda pelo Chicago Center for Family Health/ University of Chicago e pela Universidade de Coimbra. Leccionou em diferentes universidades, colaborando com o Instituto Superior de Psicologia Aplicada desde 2004, designadamente nas disciplinas de Modelos de Desenvolvimento e Processos de Inclusão/Exclusão Social e de Minorias étnicas e culturais. Foi dirigente associativa, deputada à Assembleia da República, dirigente partidária e mandatária para a juventude da candidatura presidencial de Mário Soares. Convidada para inúmeros colóquios, seminários e conferências, publicou dois livros sobre temáticas políticas, nomeadamente Maníacos de Qualidade (2010) e Portugal a Arder (2011). Colabora assiduamente em jornais, revistas e televisão enquanto comentadora/analista política, sendo que a Psicologia Política, a confluência da sua formação em Psicologia e da sua atividade política, é um dos temas mais significativos da sua pesquisaSee omnystudio.com/listener for privacy information.
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Apr 3, 2019 • 1h 60min

#54 Pedro Boucherie Mendes - “Porque gostamos tanto de não gostar de televisão?”

Pedro Boucherie Mendes é actualmente director de Planeamento Estratégico da SIC. Para além disso, assina uma coluna de opinião no site Vida Extra, no Expresso, sobre séries de televisão e conduz o programa Irritações na SIC Radical, para não falar de outras etapas de um longo currículo ligado à televisão e à imprensa. Conversámos a propósito do seu último livro, AINDA BEM QUE FICOU DESSE LADO, onde o convidado aborda uma série de aspectos do mundo da televisão, desde a evolução do meio, aos bastidores da produção, passando pelo novo mundo dos conteúdos disponíveis on demand. Mas dizer que conversámos sobre televisão é um retrato muito curto da conversa. À boleia da televisão, falámos sobre uma série de e temas. Até porque o Pedro é mais do que apenas um profissional de televisão. É, como eu, um curioso inveterado, e com uma veia forte de crítico cultural. Há muitos anos que se dedica, por exemplo, a analisar e criticar as idiossincrasias da cultura nacional. Começámos por abordar a má fama que a televisão tem enquanto meio (todos sabemos que dá um ar sofisticado a pessoa dizer com um ar indiferente: “naa...eu já não vejo televisão”. Ora, a nossa relação com este meio, quer queiramos quer não, não é de indiferença. Falámos, também do importante papel da televisão, por exemplo, na promoção da tolerância ou na educação cívica. Uma das coisas curiosas que a televisão faz como nenhum outro meio, e que não é devidamente valorizada, é gerar empatia por pessoas diferentes de nós, ao trazê-las para a nossa sala e mostrar o que temos em comum. A televisão aproxima o que está longe, e a proximidade é o condutor da empatia. Isto levou-nos aos desafios da produção: como é a vida de um profissional de televisão, ou quais são os desafios para um argumentista adaptar a narrativa de uma série depois do surgimento dos telemóveis, por exemplo. E é claro que não resistimos a falar das séries da chamada era de ouro das séries americanas, do Breaking Bad ao Sopranos, passando por títulos mais recentes, como o Black Mirror. À boleia disto, falámos sobre o mistério que é a nossa predilecção por ficção, por histórias, o facto de sermos capazes de, no jargão científico, ‘suspender a nossa descrença’, isto é, pôr de lado o nosso sentido crítico para podermos desfrutar de uma boa história. A propósito disto, se, como eu, este mistério vos fascinar, não deixem de ler o artigo do site Psychology Today cujo link deixo na descrição deste episódio. Mesmo a terminar, tivemos ainda tempo para falar sobre a visão do convidado em relação ao que vai ser a televisão daqui a 20 anos, nomeadamente o futuro da chamada ‘televisão de fluxo’ que é, basicamente, a velha televisão, ou seja, o que está a dar ee eu for ali à sala ligar o televisor. Torne-se mecenas do podcast, a partir de 2€, através do Patreon! Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; João Castanheira João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Peralta; Duarte Dória; Gonçalo Martins; Tiago Leite Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Saro; Rita Mateus; Tomás Costa; Daniel Correia, António Padilha Vasco Sá Pinto, Luis Ferreira, Pedro Vaz, André Gamito, Henrique Pedro, Manuel Lagarto, Rui Baldaia, Luis Quelhas Valente, Rui Carrilho, Filipe Ribeiro, Joana Margarida Alves Martins, Joao Salvado, Luis Marques, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, Tiago Pires, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, João Bastos, João Raimundo, Hugo Correia, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, Paulo Ferreira Ligações: Livro do convidado: ‘Ainda Bem Que Ficou Desse Lado - Como ser um melhor espectador de televisão na era das séries, da netflix e da escolha infinita’ Hofstede - Portugal Seth MacFarlane  O mito da má dentição dos britânicos   Actriz da série Mad Men (a propósito dos dentes) ‘Soap’ (comédia) Suspensão da descrença What Brain Activity Can Explain Suspension of Disbelief? Diegese Séries ‘The Shield’ Deadwood Black Mirror You Jump the Shark The Reith Lectures - Bertrand Russel Pensar, Depressa e Devagar de Daniel Kahneman Projeto Refazer de Michael Lewis Marshall McLuhan - Hot and cool media Bio: Pedro Boucherie Mendes é actualmente director de Planeamento Estratégico da SIC. Anteriormente, foi director dos canais temáticos do mesmo canal. Licenciado em Comunicação Social, tem uma pós-graduação em Ciência Política. Entre outras coisas, foi crítico de música, fez rádio e na imprensa trabalhou no semanário O Independente, na Maxmen e fundou a FHM. Escreveu nas revistas Grande Reportagem e «NS’» (Diário de Notícias) e Index, do jornal I e colabora com o Expresso. O seu último livro é AINDA BEM QUE FICOU DESSE LADO, Como ser um melhor espectador de televisão na era das séries, da Netflix e da escolha infinita. Actualmente assina uma coluna no site Vida Extra, no Expresso sobre séries de televisão; conduz o programa Irritações na SIC Radical.  Na SIC participou ainda no programa «Prazer dos Diabos» e foi jurado em três edições do «Ídolos».See omnystudio.com/listener for privacy information.
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Mar 20, 2019 • 1h 51min

#53 João Júlio Cerqueira - Ciência baseada na evidência

João Júlio Cerqueira é médico e fundador do Scimed, um site que tem como missão divulgar informação sobre vários temas da área da ciência - sobretudo, mas não só, na área da saúde. Recomendo fazerem uma visita ao site, porque vale mesmo a pena e o João tem sido um verdadeiro paladino da ciência baseada na evidência. O que não quer dizer, como ele próprio chama a atenção, que os artigos que escreve não sejam contestáveis. Podem sê-lo claro, mas o mérito deste projecto é forçar a que o debate decorra como deve ser, isto é, usando a evidência e não as opiniões. O João aborda no site uma série de temas, que vão das terapias alternativas à nutrição, passando pela protecção do ambiente e mesmo por outras áreas da ciência como, por exemplo, a energia nuclear. Neste trabalho de esclarecimento, o convidado tem, muitas vezes, posto em causa, por exemplo, algumas terapias alternativas de que já todos ouvimos falar ou algumas das modas (e não são poucas) na área da nutrição e ainda algumas medidas ambientalistas, muitas vezes bem-intencionadas mas que nem sempre têm validação científica à altura do peso que têm nos media ou nas redes sociais. Esta conversa foi particularmente extensa, por isso vale a pena guiar-vos pelos tópicos que abordámos: Começamos, claro, por falar do projecto do convidado e, como não podia deixar de ser, da primeira área em que o João centrou agulhas (pun intended): as chamadas pseudociências / medicinas alternativas, como por exemplo a homeopatia ou a acupunctura. Ainda na lógica da ciência baseada na evidência, mas neste caso aplicada ao ambiente, falámos também do caso do glifosato, um herbicida que tem dado muita polémica ultimamente. Um tema subjacente a esta parte e sobretudo ao que se seguiu na conversa é o enorme desafio que é para a ciência, enquanto instituição da sociedade, conviver com os enviesamentos cognitivos deste nosso cérebro de primata. Esta é uma questão com uma série de ramificações, que vão desde a má relação entre a natureza lenta e parcelar da investigação científica e a lógica imediatista das notícias até à base emocional que está subjacente a muitos movimentos ambientalistas, cujos defensores que caem, por exemplo, muito facilmente na chamada falácia naturalista. Finalmente, conversámos ainda sobre a energia nuclear, e o modo como pode ser parte da solução para o problema mais importante deste século: as alterações climáticas, e terminámos regressando ao tema inicial, isto é, às terapias alternativas. A este propósito, falámos do fascinante efeito placebo e também do facto, que deve servir de reflecção para a comunidade médica, de que, em muitos casos, estes tratamentos alternativos, não sendo válidos cientificamente, têm em quem os pratica uma componente humana, de cuidado e atenção ao doente, que muitas vezes não falta aos médicos. Torne-se mecenas do podcast, a partir de 2€, através do Patreon! Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Ferreira; Duarte Dória; Gonçalo Martins; Tiago Leite Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Pinto; Daniel Correia; João Saro; Rita Mateus; Tomás Costa Vasco Sá Pinto; David; Pedro Vaz; Luís Ferreira; André Gamito, Rui Baldaia; Henrique Pedro; Manuel Lagarto; Rui Carrilho; Luis Quelhas Valente; Tiago Pires; Mafalda Pratas; Filipe Ribeiro; Renato Vasconcelos; João Salvado; Joana Martins; Luís Marques; João Bastos; João Raimundo; Francisco Arantes; Francisco dos Santos; Mariana Barosa; Hugo Correia; Marta Baptista Coelho Ligações: Artigos do convidado abordados no episódio Manuel Pinto Coelho e a água do mar Glifosato Pós-modernismo Energia nuclear Efeito placebo Ordem dos Médicos acusa Manuel Pinto Coelho de fazer “afirmações potencialmente graves para os doentes” Documentário da HBO sobre a Cientologia Glifosato e o câncro Homeopatia: um, dois, três Elsa Pegado: “O Recurso às Medicinas Complementares e Alternativas: padrões sociais e trajetórias terapêuticas” (tese de doutoramento) The Dissenter - entrevista a Gad Saad Peça da SIC Notícias sobre o Glifosato, com a participação do convidado Uma opinião em sentido contrário Efeito Dunning-Kruger Virtue signalling Notícia “Insetos podem desaparecer em 100 anos e isso é catastrófico” Livros de Steven Pinker “O Iluminismo Agora - Em Defesa da Razão, Ciência, Humanismo e Progresso” “Os Anjos Bons da Nossa Natureza” Artigo de Steven Pinker no Quillette Polémica da expulsão de Peter Gøtzsche da Cochrane Jonathan Haidt (Psicólogo Moral) - The Righteous Mind: Why Good People Are Divided by Politics and Religion Daniel Kahneman - “Pensar, Depressa e Devagar” (sistema 1 vs sistema 2) Livro recomendado: Richard Dawkins - O Gene Egoísta Bio: Nascido em 1985, natural do Porto. Licenciatura em Medicina pela Faculdade de Medicina do Porto (6 anos). Mestrado Integrado em Cronoterapêutica. Médico Especialista em Medicina Geral e Familiar (4 anos). Médico Especialista em Medicina do Trabalho (4 anos). Fundador da marca PT Medical – Serviços de Saúde ao Domicílio em 2013 – Neste momento sem qualquer ligação à empresa. Vencedor do Prémio João Cordeiro – Inovação em Farmácias em 2015. Orador TEDxPorto, na edição de 2018. Defensor do método científico e na medicina baseada na evidência. Dedicado ao estudo e refutação científica das medicinas alternativas desde 2013. Criador do projeto Scimed, com o objetivo de promover a literacia em saúde da sociedade portuguesaSee omnystudio.com/listener for privacy information.
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Mar 13, 2019 • 1h 31min

#52 Ricardo Paes Mamede - “Pensar políticas económicas não é apenas uma questão técnica - depende dos nossos valores”

Ricardo Paes Mamede é professor de Economia Política na Escola de Ciências Sociais e Humanas do ISCTE. Para além disso, é membro do Conselho Económico e Social, um dos autores do blog Ladrões de Bicicletas, autor de livros sobre economia - o mais recente dos quais ‘A Economia Como Desporto de Combate’ - e é, desde há alguns anos, comentador regular na televisão. O convidado é dos economistas portugueses mais reputados e um caso particular, porque não só não evita como assume abertamente transmitir a visão de um “economista de esquerda”. Aliás, confesso que o meu objectivo até era ter uma conversa mais sobre a economia enquanto ciência, mas rapidamente a economia política tomou conta da conversa. Como é hábito no 45º, tocámos numa série de assuntos. Começámos por discutir a visão do convidado em relação às limitações da ciência económica. Desde logo, do currículo que é dado nos cursos da faculdade, mas também da própria investigação que é feita. E o Ricardo faz observações muito relevantes a este respeito. Por um lado, nota que as verdades em economia, quando as conseguimos encontrar, são sempre específicas a um tempo e espaço (e não gerais, portanto). Por outro, argumenta que as conclusões da investigação são sempre influenciadas pelos valores de quem investiga, até na escolha dos indicadores que se privilegia quando se avalia uma realidade económica que é, sempre, ultra-complexa, com efeitos de ordem diferente e desfasados no tempo. Dito isto, embora partilhe de alguma dessa embirração, não concordo, como já vou explicar, que em economia tudo seja relativizável. Seguidamente, a conversa levou-nos a muitos dos debates centrais da Economia Política, como: Keynes e contexto histórico do keynesianismo; a história do capitalismo, o neoliberalismo (na definição particular do convidado), o papel explicativo da qualidade das instituições, para lá de políticas de esquerda ou direita, sobre a prosperidade económica dos países e ainda o caso específico do modelo económico das chamadas sociais-democracias escandinavas (que combinam uma economia capitalista competitiva com um Estado Social forte). Finalmente, tentei desafiar o convidado para algo que considero faltar em Portugal. É que, apesar das ditas limitações da ciência económica e de muitos economistas com acesso próximo aos ouvidos dos políticos terem inflacionado as capacidades reais da disciplina, julgo que existem bons exemplos de conclusões da investigação que são relativamente transversais à orientação política dos investigadores, e que fazia falta que tivessem mais protagonismo no debate político, que é tantas vezes, de um lado e de outro, ignorante e simplista. Acho mesmo que esse é um contributo que os economistas, enquanto cientistas, ainda que sociais, podiam dar conjuntamente. Um bom exemplo disto de que falo, noutra realidade, foi o exercício feito pelo podcast Planet Money da NPR (rádio pública dos Estados Unidos), que conseguiu identificar cinco grandes medidas de reforma fiscal apoiadas por economistas da esquerda à direita. Encontram, como habitual, o link na descrição do episódio. No final do episódio, falámos ainda das limitações do PIB e de políticas potenciais de crescimento económico em Portugal. Torne-se mecenas do podcast, a partir de 2€, através do Patreon! Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Ferreira; Duarte Dória; Gonçalo Martins; Tiago Leite Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Pinto; Daniel Correia; João Saro; Rita Mateus; Tomás Costa Vasco Sá Pinto; David; Pedro Vaz; Luís Ferreira; André Gamito, Rui Baldaia; Henrique Pedro; Manuel Lagarto; Rui Carrilho; Luis Quelhas Valente; Tiago Pires; Mafalda Pratas; Filipe Ribeiro; Renato Vasconcelos; João Salvado; Joana Martins; Luís Marques; João Bastos; João Raimundo; Francisco Arantes; Francisco dos Santos; Mariana Barosa Ligações: Debate: porque é que os economistas discordam tanto (Walter Heller vs Milton Friedman) Escola Austríaca Teoria da Escolha Pública WEF: Economias mais competitivas Debate com Ha-Joon Chang: ‘"Too much Maths, too little History: The problem of Economics" Acemoglu e o papel das instituições Taxas de sindicalização dos países nórdicos. Agradecimento a Guilherme Rodrigues pelo envio (de notar que a queda da sindicalização não é universal na região). Planet Money: The No-Brainer Economic Platform (políticas que reúnem consenso entre economistas) WEF: GDP is no longer an accurate measure of economic progress. Here's why Bio: Doutorado em Economia pela Universidade Bocconi (Itália), Mestre em Economia e Gestão de Ciência e Tecnologia pelo Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa (ISEG/UL), e Licenciado em Economia pela mesma instituição. Professor Auxiliar e Subdirector do Departamento de Economia Política do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, onde lecciona desde 1999 nas áreas da Economia e Integração Europeia, da Economia Sectorial e da Inovação, e das Políticas Económicas. É actualmente Director do Mestrado em Economia e Políticas Públicas do ISCTE-IUL e Presidente da Direcção do Instituto para as Políticas Públicas e Sociais (IPPS-IUL). Entre 2008 e o início de 2014 foi Coordenador do Núcleo de Estudos e Avaliação do Observatório do QREN. Foi Director de Serviços de Análise Económica e Previsão do Gabinete de Estratégia e Estudos do Ministério da Economia e da Inovação em 2007 e 2008. Membro do Conselho Económico e Social desde 2017, eleito na qualidade de Personalidade de Reconhecido Mérito. Membro do Dinâmia'CET (Centro de Estudos sobre a Mudança Socioeconómica e o Território). Interesses de investigação: mudança estrutural e desenvolvimento económico, dinâmicas sectoriais e inovação, e políticas públicas.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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Mar 6, 2019 • 1h 42min

#51 [EN] Gautam Agarwal - "Como pode a investigação da Neurociência inspirar a construção de Inteligência Artificial mais avançada?"

Gautam Agarwal é neurocientista, doutorado pela Universidade da Califórnia (Berkeley) e está, actualmente, a fazer um pós-doutoramento no Laboratório de Neurociência dos Sistemas do Centro Champalimaud. A investigação do Gautam no Centro Champalimaud tem passado sobretudo por usar jogos para estudar as diferenças entre a maneira como seres humanos e algorítmos de Inteligência Artificial procuram soluções para os mesmos problemas. Este método tem o potencial de permitir, por um lado, compreender melhor o funcionamento do cérebro humano e, por outro, ao estudar os mecanismos do nosso cérebro que se mostram mais eficazes, obter inspiração para o desenvolvimento de IA mais capaz. Conversámos, então, sobre estes temas; isto é: as forças e fraquezas do cérebro humano e das versões actuais de Inteligência Artificial e a comparação entre esses dois modelos de inteligência. É, na verdade, um regresso ao tema da IA, que já tinha abordado em episódios anteriores do podcast, em especial na conversa com Arlindo Oliveira, logo no 5º episódio. Falámos sobre os desafios que subsistem na tentativa de criar IA de nível humano (a chamada ‘general AI’), mas também, no sentido contrário, sobre as limitações da nossa própria cognição. A propósito do cérebro humano, que acabou por ser o que nos tomou mais tempo, conversámos sobre vários tópicos, desde o modo como aprendemos, ao papel do inconsciente, passando pelo mistério da consciência, a meditação, o recente interesse da ciência pelas substâncias psicadélicas, os dois hemisférios do cérebro e, mesmo no final, sobre os motivos por que sonhamos!   Torne-se mecenas do podcast, a partir de 2€, através do Patreon! Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Ferreira; Duarte Dória; Gonçalo Martins Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Pinto; Daniel Correia; João Saro; Rita Mateus Vasco Sá Pinto; David; Pedro Vaz; Luís Ferreira; André Gamito, Rui Baldaia; Henrique Pedro; Manuel Lagarto; Rui Carrilho; Luis Quelhas Valente; Tomás Costa; Tiago Pires; Mafalda Pratas; Filipe Ribeiro; Renato Vasconcelos; João Salvado; Joana Martins; Luís Marques; João Bastos; João Raimundo; Francisco Arantes; Francisco dos Santos; Mariana Barosa Ligações: O convidado (e a família) Paper enviado pelo convidado: “Building machines that learn and think like people” Curse of Dimensionality Regra das 10,000 horas The illusion of consciousness | Dan Dennett The Science of Mindfulness - Mark Williams Sam Harris: Can Psychedelics Help You Expand Your Mind? A nova vida das drogas psicadélicas (Público) Hard Problem of Consciousness — David Chalmers David Chalmers on consciousness Giulio Tononi Is Consciousness Entirely Physical Family Resemblance in Wittgenstein Livro recomendado: Psychotherapy East and West by Alan W. Watts     Bio: Gautam Agarwal cresceu em diversos sítios, incluindo Detroit, Austin, Shreveport e Berkeley, nos EUA; e Bophal, na Índia. Licenciou-se em Neurobiologia e Computação na Universidade Técnica do Texas (Austin) e doutorou-se em Neurociências na Universidade da Califórnia (Berkeley). Antes de vir para Lisboa, Gautam fez um pós-doutoramento no Centro de Neurociências Teóricas da UC-Berkeley. Está actualmente a fazer um pós-doutoramento em neurociências no Laboratório de Neurociência dos Sistemas | Mainen Lab do Centro Champalimaud. Gautam Agarwal grew up in a variety of places including Detroit, Austin, Shreveport, Berkeley in the US and Bhopal in India. He got his bachelor of Science degree in Neurobiology and Computer Sciences at UT Austin, and his PhD in Neuroscience at UC Berkeley. Gautam was a postdoc at the Redwood Theoretical Neuroscience Center, also at UC Berkeley, before coming to Lisbon. He is currently a neuroscience postdoc in the Systems Neuroscience Lab | Mainen Lab at the Champalimaud Centre for the Unknown.See omnystudio.com/listener for privacy information.

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