

Podcast da Semana
Gama Revista
"Podcast da Semana" traz todo domingo um bate-papo de 30 minutos com um convidado sobre o assunto da semana da Gama Revista.
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Sep 15, 2025 • 1h 7min
Gama na Flip_Vera Iaconelli e Sergio Rodrigues_A palavra e suas funções: uma conversa sobre literatura, psicanálise e as narrativas possíveis
A mais recente edição do Ciclo Gama de Debates aconteceu na Flip, a Festa Literária Internacional de Paraty. Agora, essas conversas foram editadas em formato de podcast."A palavra e suas funções: uma conversa sobre literatura, psicanálise e as narrativas possíveis" Com Vera Iaconelli, psicanalista e Sergio Rodrigues, jornalistaMediação: Luara Calvi Anic

Sep 14, 2025 • 35min
Renato Noguera: Letramento afetivo
O filósofo e escritor Renato Noguera reuniu mais de cem palavras para explicar as formas como amamos hoje no livro “ABC do amor: O que a poesia e a filosofia têm a dizer sobre os afetos” (Oficina Raquel, 2025), que será lançado na próxima semana. Nesta edição do Podcast da Semana, Noguera fala sobre alguns dos verbetes do livro e traz um diagnóstico sobre como nos relacionamos no mundo contemporâneo: temos hoje mais repertório para amar, mas o domínio do patriarcado ainda é muito forte sobre as relações.“As pessoas sabem que têm muitas maneiras para se relacionar. Há 30, 40 anos, elas se sentiam mais engessadas, não tinham muita alternativa. Há clássicos na literatura que apontam para isso”, afirma na entrevista a Gama. “Hoje, cada vez mais podem ser validadas não pelo seu estado civil, mas pelo que são”, diz ao apontar o casamento como forma importante de ser e estar na sociedade.“O patriarcado atravessa todas as populações, homens, mulheres, pessoas não binárias. E tem um modo de funcionamento em que há uma submissão do feminino. Aquele que assume a masculinidade num relacionamento, assume também um papel de dominância”, diz.Professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Noguera é herdeiro da tradição africana griot, de transmissão de memória e cultura pela oralidade, e se debruça sobre os diferentes formatos de relações afetivas, nos sentimentos, e nas suas consequências — boas e ruins. No livro e no podcast, debate conceitos e sentimentos bastante conhecidos como casamento, ciúme, amor platônico e amor próprio, e outros mais novos como anarquia relacional, biomas afetivos e artesania dos afetos.Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima

Sep 7, 2025 • 28min
Lilia Schwarcz: soberania e nacionalismo
Como a ideia de soberania se conecta com uma identidade nacional, com uma essência compartilhada por uma maioria e que poderia ajudar a definir um país? "O imaginário é o fermento do nacionalismo. Trata-se de conceber uma história, de conceber um passado, uma essência nacional expressa pela cultura, pelos valores", diz Lilia Schwarcz, entrevistada deste episódio do Podcast da Semana, da Gama. "E o outro lado do espelho do nacionalismo é a soberania. Você exalta a construção e uma cultura particular, de uma cultura própria que unificaria todos os estados e passa por cima das especificidades."Na conversa com Gama, a historiadora e antropóloga volta na história do Brasil para explicar como e quando começamos a forjar essa identidade nacional. Ela mostra também como a ideia de soberania foi se modificando. Se antes era relacionada principalmente ao território, hoje podemos falar até de uma soberania virtual.Lilia Moritz Schwarcz é professora titular no Departamento de Antropologia da USP e Global Scholar na Universidade de Princeton e laureada por diversas vezes com o Prêmio Jabuti. É autora de, entre outros livros, de "Brasil: uma biografia" (com Heloisa Murgel Starling; Companhia das Letras, 2015), "Lima Barreto: triste visionário" (Companhia das Letras, 2017) e "Sobre o Autoritarismo Brasileiro" (Companhia das Letras, 2019).Neste episódio, Schwarcz explica ainda por que a soberania permanece uma ideia utópica, aponta as principais frentes em que o Brasil tem dificuldade de se firmar como um país soberano e destaca o caráter inédito do julgamento de militares e de Jair Bolsonaro pela tentativa de golpe de Estado que culminou nos atos de 8 de janeiro de 2023. "Com isso, você derruba essa imagem de que o exército é sempre esse órgão racional, esse órgão que nos defende, que nos protege, quando a história demonstra o oposto", diz a Gama.Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic

Sep 4, 2025 • 1h 32min
Gama na Flip_Cecília Olliveira, Luiz Augusto Campos, Pedro Abramovay_Como a periferia lê o centro e como o centro lê a periferia?
A mais recente edição do Ciclo Gama de Debates aconteceu na Flip, a Festa Literária Internacional de Paraty. Agora, essas conversas foram editadas em formato de podcast.A mesa “Como a periferia lê o centro e como o centro lê a periferia?” teve a participação da jornalista e escritora Cecília Olliveira (@olliveira_cecilia), autora de “Como Nasce um Miliciano” (@bazardotempo, 2025); o sociólogo e pesquisador Luiz Augusto Campos (@luizaugustocam), coautor de “O Impacto das Cotas” (@autenticaeditora, 2025); e o advogado Pedro Abramovay (@abramovay), autor de “A Democracia Equilibrista: Políticos e burocratas no Brasil” (@companhiadasletras, 2022).Pelo terceiro ano consecutivo, Gama se juntou ao Coletivo Sete Selos (@seteselos.editoras) para organizar uma programação que rendeu conversas imperdíveis. O coletivo é formado pelas editoras Bazar do Tempo, Carambaia, Círculo de Poemas, Cobogó, Fósforo, Ubu e Seiva — ao lado da livraria Megafauna, da editora de audiolivros Supersônica e da Gama revista.O Ciclo Gama de Debates teve apoio da Fundação Itaú e contou com outras duas mesas que serão lançadas em formato podcast nas próximas semanas. São elas:“Padrões de gênero, infâncias e juventudes LGBTQIAPN+” (já disponível em podcast)Com Angélica Freitas, poeta e tradutora; Felipe Haiut, ator, diretor criativo e dramaturgo; e Shi Menegat, artistaMediação: Luara Calvi Anic"A palavra e suas funções: uma conversa sobre literatura, psicanálise e as narrativas possíveis" (em breve, disponível em podcast)Com Vera Iaconelli, psicanalista e Sergio Rodrigues, jornalistaMediação: Luara Calvi Anic

Aug 31, 2025 • 37min
Bel Coelho e Joanna Martins: a riqueza da cozinha do Pará
A diversidade da mesa paraense é enorme. Tem muitos frutos, raízes, ervas, castanhas, sementes, especiarias, peixes únicos. Neste ano, em que a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a COP30, vai ser realizada em Belém (PA), o Podcast da Semana aproveita a oportunidade para falar dessa riqueza toda com duas entrevistadas: Joanna Martins, pesquisadora em cultura alimentar e alimento amazônico e sócia da marca de alimentos Manioca, além de diretora no instituto Paulo Martins, de difusão dessa cultura alimentar; e a chef Bel Coelho, pesquisadora de longa data dos sabores da Amazônia e chef dos restaurantes Cuia e Clandestina, em São Paulo."As palavras que pra mim vêm à cabeça primeiramente são sofisticação e complexidade de sabores. Claro, tem a diversidade, é uma biodiversidade imensa, e aí também a possibilidade de, consumindo esses produtos, contribuir para a conservação da biodiversidade, do bioma amazônico, mas do ponto de vista do gosto mesmo, é muito complexo, muito mágico, muito sofisticado”, diz Coelho na entrevista.A conversa gira em torno da cozinha, dos preparativos para a conferência, para a retomada do Festival Ver-o-Peso, que volta a ser realizado em setembro deste ano depois de ser suspenso em 2020, e para os lançamentos de livro e filme da cozinheira. O documentário “Floresta na Boca” tem direção de Carol Quintanilha e será lançado na COP.Na entrevista, Joanna Martins comenta como, apesar dessa cultura local tão forte, Belém viu o açaí ser proibido na alimentação oficial da COP, medida revogada poucos dias depois de seu anúncio. Para Martins, a causa da proibição era o preconceito.“Achar que a gente não tá preparado para servir esses alimentos tradicionais em um ambiente seguro é muito desconhecimento e chega a ser preconceito”, afirma a pesquisadora que retoma, em setembro, o Festival Ver-o-Peso, evento emblemático que apresentou ao Brasil e ao mundo ingredientes locais nos anos 2000 e que foi fundado por seu pai, Paulo Martins.Nesta edição do Podcast da Semana, Bel Coelho e Joanna Martins falam ainda da "açaízação" da Amazônia, de como a fruta vem se tornando uma monocultural na região e os perigos disso, discutem que outros ingredientes têm potencial de deixar os brasileiros apaixonados e de como é importante manter a diversidade do bioma amazônico com um desenvolvimento sustentável.Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima

Aug 28, 2025 • 1h 14min
Gama na Flip_ Felipe Haiut, Angelica Freitas, Shi Menegat_Padrões de gênero, infâncias e juventudes LGBTQIAPN+
A mais recente edição do Ciclo Gama de Debates aconteceu na Flip, a Festa Literária Internacional de Paraty. Agora, essas conversas imperdíveis foram editadas em formato de podcast. A mesa “Padrões de gênero, infâncias e juventudes LGBTQIAPN+” teve a participação da poeta e tradutora Angélica Freitas, autora de “Monstra Monstra” (Círculo de Poemas, 2025); do ator, diretor criativo e dramaturgo Felipe Haiut, autor da peça “Selvagem”, com dramaturgia publicada pela Cobogó (2024). E da artista e atuante Shi Menegat que é e voz do audiolivro “A Queda para o Alto”, de Anderson Herzer, lançado pela Supersônica (2025).Pelo terceiro ano consecutivo, Gama se juntou ao Coletivo Sete Selos para organizar uma programação que rendeu conversas imperdíveis. O coletivo é formado pelas editoras Bazar do Tempo, Carambaia, Círculo de Poemas, Cobogó, Fósforo, Ubu e Seiva — ao lado da livraria Megafauna, da editora de audiolivros Supersônica e da Gama revista.O Ciclo Gama de Debates teve apoio da Fundação Itaú e contou com outras mesas que serão lançadas em formato podcast nas próximas semanas. São elas:"A palavra e suas funções: uma conversa sobre literatura, psicanálise e as narrativas possíveis"Com Vera Iaconelli, psicanalista e Sergio Rodrigues, jornalistaMediação: Luara Calvi Anic“Como a periferia lê o centro e como o centro lê a periferia?”Com Cecília Olliveira, jornalista, Luiz Augusto Campos, sociólogo e Pedro Abramovay, advogadoMediação: Paula Miraglia

Aug 24, 2025 • 34min
Michel Alcoforado: Como vivem os ricos
Como vivem, como se vestem, por onde circulam os ricos brasileiros. E quem são essas pessoas, já que boa parte dos endinheirados brasileiros não se consideram ricos, segundo pesquisa do antropólogo Michel Alcoforado, entrevistado deste episódio. “Rico é sempre o outro”, diz a Gama. É que sempre haverá o argumento de que é o outro que tem mais dinheiro, mais pompa, mais patrimônio. Até porque, em um país desigual como o Brasil, os 10% mais ricos formam um grupo em torno de 21 milhões de pessoas. Não é pouca gente. Para o seu livro que já é best-seller, “Coisa de Rico: a vida dos endinheirados brasileiros” (Todavia, 2025), Alcoforado escolheu falar com aqueles que ganham mais de 50 mil reais por mês.“E quando eu converso com essas pessoas elas dizem ‘a gente não é rico, rico é fulano que ganha 100 mil por mês'”, diz em entrevista ao Podcast da Semana, da Gama. “Até o momento que eu chego nas listas dos bilionários brasileiros, que também não conseguiam se considerar como ricos.”O convidado deste episódio é doutor em Antropologia Social e há anos se dedica a pesquisar o impacto do consumo na vida dos brasileiros. Isso por meio do grupo Consumoteca, um hub de empresas de pesquisa de mercado e consultoria de tendências. Alcoforado é comentarista de cultura da radio CBN e host do podcast É Tudo Cupa da Cultura.Na conversa com Gama, o convidado deste episódio fala do perfil dos ricos brasileiros, revela o que descobriu na sua tentativa de adentrar esse mundo para sua pesquisa, fala de desigualdade e concentração de renda e ainda traça que tipo de rica é Odete Roitiman e a Tia Celina, da novela “Vale Tudo”, da Globo.Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic

Aug 17, 2025 • 37min
Nadine Marques: a proteína no seu prato
Você está preocupado em comer mais proteína? Acha que não está batendo a meta? As pesquisas dizem que não é preciso se preocupar:“O que os dados populacionais dizem é que a nossa alimentação [a brasileira], em média, já supre as quantidades necessárias de proteína, inclusive para fins de incremento de massa muscular”, diz a nutricionista Nadine Marques, pesquisadora especialista em psicobiologia e exercício e doutora em Saúde Pública. Marques é a convidada do Podcast da Semana sobre proteínas.Pesquisadora assistente na Cátedra Josué de Castro de Sistemas Alimentares Saudáveis e Sustentáveis, e mentora no Núcleo de Pesquisa e Extensão Sustentarea, ambos da Faculdade de Saúde Pública da USP, Marques faz parte do grupo de pesquisadores que analisou os dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2017-2018) e apontou que mesmo entre os 20% de menor renda da população brasileira, é ínfima a proporção dos que têm insuficiência de proteína, de acordo com os parâmetros da Organização Mundial da Saúde.Na entrevista a Gama, ela explica que desde os anos 1970 a proteína foi alçada ao posto de nutriente nobre também para suprir necessidades da indústria, que tinha um excedente de soro de leite, depois da produção de queijos.O boom da proteína de hoje tem a ver ainda com a febre de exercícios e a busca por um corpo musculoso. “É como um kit, você precisa da roupa da academia, do tênis e do whey”, diz a pesquisadora, que também apresenta dois podcasts, o "Boletim Alimentação e Sustentabilidade", uma parceria da Cátedra Josué de Castro com a Rádio USP; e o "Comida que Sustenta", produzido pelo Sustentarea, Núcleo de Pesquisa e Extensão da USP. “É necessário a gente entender qual é a realidade de cada pessoa, dependendo da fase de vida e do nível mesmo de exercício físico que ela faz. É diferente falar de um atleta e de um praticante de exercício físico. Partir do princípio de que, se faz exercício, precisa de mais proteína, é um raciocínio errôneo. É preciso avaliar como é que já está a alimentação dessa pessoa”, diz.Na entrevista, Marques fala ainda sobre como nem mesmo os vegetarianos têm déficit proteico e o que é que está realmente faltando na dieta do brasileiro.

Aug 10, 2025 • 28min
Tiago Henriques: criatividade
Como melhorar sua criatividade, ter ideias brilhantes, tirar do papel aqueles projetos que tão parados há tanto tempo. E, se você já tem mil ideias, como acreditar nelas, ter coragem de botá-las pra fora. O entrevistado deste episódio, Tiago Henriques, é especialista no tema e traz caminhos para um processo criativo mais eficiente e prazeroso. "As pessoas que mais me inspiram são aquelas que tem um combustível chamado curiosidade abastecendo a criatividade delas", diz a Gama.Formado em design pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (FRJ), ele é criador do perfil Tira do Papel, hoje com mais de 250 mil seguidores no Instagram. para suas redes, cria ilustrações e conteúdos com o objetivo de ajudar as pessoas a tirarem suas ideias do papel. Além de cursos em que apresenta técnicas para desbloquear o processo criativo.Na conversa com Gama, Henriques fala dos principais entraves na hora de criar, da importância do rascunho e de ter com quem trocar ideias sobre um projeto. "É importante ter pessoas que são espaços seguros para expor ideias, de uma forma mais desinibida", diz. Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic

Aug 3, 2025 • 38min
Igor Patrick: O sonho chinês
O que você sabe sobre a China? E o que está perdendo ao não saber mais sobre ela? É sobre essas questões que o jornalista Igor Patrick, mestre em Estudos da China pela Academia Yenching (Universidade de Pequim) e em Assuntos Globais pela Universidade Tsinghua, fala ao Podcast da Semana."A China é o país que mais inova no mundo, que mais investe em ciência e tecnologia, em produção de conhecimento, que vai liderar áreas que são cruciais para o desenvolvimento econômico e até da civilização humana, como a de transição energética", afirma Patrick, que é correspondente do jornal South China Morning Post e colunista da Folha de S.Paulo, onde analisa o noticiário sobre o país.Nesta entrevista, Patrick fala um pouco da ideia do sonho chinês e de como o Estado é central no conceito. "Na China, a prosperidade está muito ligada também à prosperidade do povo, da China enquanto nação, enquanto civilização. É uma coisa bastante concentrada, inclusive, na figura do Partido Comunista, enquanto no sonho americano a gente tem o Estado ali quase como uma peça acessória."O jornalista fala sobre como vê a ideia de uma nova ordem mundial em que a China é a principal potência do planeta, fala sobre desafios e contradições do país, e dá até dicas de leituras para quem quer aprender um pouco mais sobre a cultura chinesa."A China priorizou e prioriza bastante a educação. Durante muito tempo, despejou caminhões de dinheiro na produção de ciência e na abertura de universidades. E é óbvio que nenhuma economia consegue absorver uma quantidade tão grande de pessoas num espaço tão curto de tempo", diz sobre mais jovens qualificados que vagas de trabalho."Entre sinólogos tem uma brincadeira que fala que quando você chega na China, na sua primeira semana, você quer escrever um livro; no seu primeiro mês você quer escrever um artigo; no seu primeiro ano você percebe que você não consegue escrever nenhuma frase. Existem várias Chinas dentro da China, muitas delas são contraditórias."