

sunday drops
Lucas Abreu
Sunday Drops é um podcast de histórias que moldam o empreendedorismo e a inovação na América Latina; toda semana, Lucas Abreu entrevista fundadores e investidores que ergueram empresas de alto impacto — sempre com um olhar analítico, independente e profundo. abreu.substack.com
Episodes
Mentioned books

Jun 29, 2025 • 1h 39min
Sunday Dive #01: A história da Valve.
Luiz Álvaro, Diretor de tecnologia e inovação do Hospital Pequeno Príncipe e entusiasta de negócios e games, explora a história fascinante da Valve. A conversa revela como a empresa revolucionou a indústria de games com um modelo de gestão sem chefes e uma plataforma inovadora chamada Steam. Luiz fala sobre a importância dos modders na criação de jogos icônicos e como a autonomia criativa moldou sucessos como Half-Life e Counter-Strike. Também discute os desafios de recrutamento e a influência da liberdade no desenvolvimento de jogos na era digital.

Jun 15, 2025 • 1h 12min
Investindo em software com Felipe Affonso, founder da Cloud9 Capital
Felipe Affonso, sócio-fundador da Cloud9 Capital e ex-executivo do SoftBank, compartilha sua vasta experiência em investimentos no setor de tecnologia. Ele discute a diferença entre ser investidor e sócio de founders, revelando o que torna uma empresa de software verdadeiramente de alta qualidade. Felipe traz exemplos como SmartFit e Onfly, abordando a importância de líderes de categoria. A conversa também se aprofunda nas dinâmicas do mercado e na mentalidade de escassez versus abundância entre empreendedores, destacando estratégias de sucesso.

Jun 9, 2025 • 54min
A economia da atenção com Ricardo Dias
Ricardo Dias é fundador da Adventures, venture builder que cria marcas com criadores, e é ex-VP de Marketing da Ambev/AB InBev, onde liderou marcas multinacionais e operações globais por mais de duas décadas. Também é figura central no mercado publicitário e empreendedor, tendo composto conselhos como a Petz e o Cruzeiro. Sua trajetória combina gestão de marcas multibilionárias, data-driven creativity e agora a construção de negócios na creator-economy, tornando-o referência para discutir atenção, branding e novas fronteiras do marketing. Este programa é apoiado porOnfly (https://www.onfly.com.br/) – plataforma ideal para gerenciar viagens corporativas. Salvy (https://www.salvy.com.br/startups) – startup que está revolucionando a telefonia corporativa.Resumo do episódio* A guerra pela atenção. O conteúdo venceu o formato: não é vídeo curto vs. longo, e sim qualidade capaz de prender 8 horas diárias de mídia.* Fragmentação de canais. De um “canal único” (TV) em 2001 a milhares de touchpoints; saturação exige hiper-segmentação.* Entretenimento + comércio. Social commerce e live-shopping unem inspiração e transação em um clique.* Branding que dura. Tempo, paciência e consistência ainda são as variáveis-chave para criar marcas memoráveis.* Economia da atenção. Influência vale mais que alcance; criadores que convertem se tornarão donos de marcas (e margens).* IA como nivelador. Ferramenta democrática que reduz barreiras de execução para ideias ambiciosas.* Liderança e mentoria. Quantidade gera criatividade; cultivar talentos devolve múltiplos à carreira e ao ecossistema.Principais insights práticos* Atenção é moeda finita. Meça profundidade de engajamento, não apenas reach.* Criatividade = volume × aprendizado. Publique em escala para descobrir o que ressoa.* Métrica rápida de influência. Compare views médios de vídeos com a base de seguidores—o gap revela poder real de conversão.* Conte histórias, não interrompa. Marcas que produzem conteúdo próprio (ex.: Fórmula 1 Drive to Survive) ganham share-of-culture sem mídia paga.* Creator equity. No Brasil, a próxima onda é o criador trocar fee de publipost por participação em negócios.* IA para makers. Use grandes modelos para prototipar campanhas, roteiros e testes A/B a custo marginal zero.* Marca pessoal = carreira antifrágil. Investir em reputação online amplia oportunidades, seja você executivo ou founder.Capítulos(0:00) Abertura(1:43) A transformação do marketing: da TV à era dos mil canais(3:00) O que nunca muda: criatividade e emoção como essência do conteúdo(5:25) Entretenimento, educação e informação: os 3 pilares do conteúdo eficaz(7:00) Social commerce e o futuro das compras em redes sociais(9:20) Como gerar desejo e emoção através do branding(12:00) A origem emocional das marcas desde o rádio(15:18) Branding forte exige paciência, consistência e visão de longo prazo(18:05) Quando conteúdo é mais eficaz que propaganda direta(21:15) Economia da atenção: todos disputam o mesmo recurso finito(23:40) Criadores de conteúdo como marcas e novos protagonistas do mercado(26:10) Influência × Alcance: o que realmente importa para conversão(29:01) O papel dos executivos nas redes: de outdoor a interação real(32:50) A nova geração de criadores: ainda estamos no começo no Brasil(35:20) O caso de sucesso da marca Áurea com Jade Picon(37:40) O poder de marcas nascidas de criadores (MrBeast, Logan Paul, etc.)(40:26) Operar com escassez vs. abundância: aprendizados da transição(43:15) A revolução da IA: democrática, meritocrática e transformadora(46:10) IA além do marketing: impacto na educação e na criação de ideias(49:06) Carreira em marketing: conselhos para quem está começando(51:26) A importância da liderança, mentoria e construção de reputação(53:36) O gesto mais gentil que recebeu: tempo e feedback sincero This is a public episode. If you would like to discuss this with other subscribers or get access to bonus episodes, visit abreu.substack.com

Jun 1, 2025 • 1h 33min
O poder da influência e consistência com Bruno Nardon
Bruno Nardon é cofundador da Kanui (vendida à Dafiti) e primeiro CEO da Rappi Brasil; hoje lidera o G4 Educação, que ultrapassou R$ 317 milhões de receita em 2024, tornando-se uma das empresas de educação que mais crescem no país. Figura central no ecossistema de startups, Nardon combina disciplina de atleta Ironman com influência digital para escalar negócios — tema que exploramos em profundidade neste episódio.Este programa é apoiado porOnfly – a plataforma ideal para gerenciar viagens corporativas.Salvy – a startup que está revolucionando a telefonia corporativa.Resumo do episódio* Infância em Assis, formação em Engenharia Mecânica na Unicamp e os primeiros passos na Airbus.* A Kanui: do quarto de serviço ao exit para a Dafiti e as lições de e-commerce frugal.* Liderar a chegada da Rappi ao Brasil e a cultura de blitzscaling.* G4 Educação: 0 → R$ 317 mi — conteúdo, comunidade e software como tripé de crescimento.* Influência como CAC negativo: por que criar conteúdo virou vantagem competitiva.* Disciplina de Ironman aplicada à gestão: metas audaciosas, ciclos de carga/recuperação e alimentação “sem fricção”.* Tendências que animam Nardon: IA no back-office, low-code para PMEs e educação peer-to-peer.Se você curtiu, siga no Spotify ou Apple Podcasts e deixe sua avaliação.Principais insights práticos* Conteúdo reduz CAC – publicar consistentemente atrai clientes, talentos e parceiros.* Meta difícil, mas atingível – objetivos grandes aceleram aprendizado sem quebrar a empresa.* Teste antes de escalar – cada novo curso do G4 nasceu de demanda detectada em calls pós-aula.* Capte quando não precisa – caixa é hidratação no triathlon: garante fôlego antes da crise.* Foque nos pontos fortes – dominar um nicho gera assimetrias difíceis de copiar.* Alinhamento societário – rituais semanais de transparência reduzem ruído e aceleram decisões.Capítulos00:00 Influência no venture capital — “falta de pensamento fora da caixa”00:42 Trajetória: Kanui → Rappi → G4 Educação25:05 Números de crescimento do G4 (R$ 11 mi → R$ 317 mi)42:31 Framework “ouvir o cliente, testar pequeno, escalar”54:16 Virar criador de conteúdo: da aversão à rotina intencional68:45 Metas ousadas, consistência e ciclos de treino/trabalho71:20 Alimentação, sono e desempenho cognitivo80:37 Alinhamento entre sócios, dividendos e ritmo de trabalho85:06 Competição: matriz de benchmark nacional/internacional91:16 Gentileza, família e legado This is a public episode. If you would like to discuss this with other subscribers or get access to bonus episodes, visit abreu.substack.com

May 25, 2025 • 1h 15min
Construindo abundância com Hernan Kazah, co-fundador da Kaszek e do Mercado Livre
Hernan Kazah é cofundador do Mercado Livre, a empresa mais valiosa da América Latina, e da Kaszek, principal fundo de Venture Capital da região. Ele é figura central do ecossistema de tecnologia e neste episódio percorremos a carreira e os aprendizados ao participar dos casos de maior geração de valor da LatAm. Este programa é apoiado pela:* Onfly: A plataforma ideal para gerenciar viagens corporativas.* Salvy A startup que está revolucionando a telefonia corporativa.Resumo do episódio* Infância em Buenos Aires, formação em Economia e o MBA em Stanford que o expôs ao boom da internet.* A fundação do Mercado Livre, a estratégia multi-país e a guerra com o concorrente Arremate.* Sobreviver ao estouro da bolha: a rodada de US$ 40 mi em 2000 e a disciplina que levou ao IPO com caixa sobrando.* A transição de operador a investidor e o nascimento da Kaszek, incluindo bastidores de apostas em unicórnios como Nubank e Kavak.* Tendências que animam Kazah hoje: infraestrutura fintech, climate tech e soluções AI-first na América Latina.Se você gostou do episódio, segue no Spotify ou Apple Podcast e avalie. Principais insights práticos* Paixão move montanhas – os melhores founders unem coração e razão; propósito sustenta maratonas.* Competição saudável molda cultura – rivais fortes criam organizações mais focadas e resilientes.* Jogos finitos × jogo infinito – empreender é vencer sprints diários sem perder a visão do game infinito.* Ideia sem execução é alucinação – velocidade e qualidade na entrega definem quem fica vivo.* Pensar em décadas – visão de longo prazo é fator-chave para construir vantagens difíceis de copiar.* Respeite as leis da natureza – o power law rege o venture capital; poucos grandes acertos pagam o fundo.* Founder first – empreendedores enxergam o futuro antes do mercado; o papel do VC é potencializar essa visão.* Categoria winner-takes-most – o líder captura parcela desproporcional do valor gerado.* Janelas de oportunidade – grandes momentos surgem quando “professor e aluno sabem o mesmo”, como em 1997 e agora.Capítulos(0:00) Introdução (3:21) Origens (5:00) O estalo em Stanford: “Era o momento exato. A internet estava explodindo.”(6:56) Na internet, ninguém tinha experiência. (9:42) O nascimento do Mercado Livre e o product-market fit acontecendo naturalmente (11:39) Expansão Internacional (14:01) “A gente acordava e dormia pensando no Arremate. Eles moldaram nossa cultura.” (17:08) “Você não ganha uma vez só. Você tem que ganhar todas as Copas do Mundo.” (19:16) As 3 bases do sucesso do Mercado Livre: time, produto e longo prazo (20:51) Foco no produto(22:40) A bolha das .com, o quase colapso e a rodada salva por pouco (24:12) IPO em 2007: o timing perfeito que quase virou tragédia (26:51) A secretária que ficou milionária sem saber por conta do stock option (29:00) A virada de fundador para investidor: “Não existia ninguém com essa experiência no mercado.” (31:10) “O maior erro do investidor iniciante é tentar salvar todas as startups.” (33:38) O caso Nubank (36:20) A obsessão por fundadores excepcionais (38:15) “Buscamos gente com paixão irracional. Isso é o que atravessa as crises.”(41:00) Convicção + escuta ativa: o equilíbrio raro dos grandes founders(43:05) “A gente não bajula. A gente ajuda de verdade.” (45:37) “Nosso papel é aumentar em 1% a chance de sucesso de algo quase impossível.” (48:20) Tese atual da Kaszek: fintechs, clima, infraestrutura, SaaS e healthtech(58:12) “Estamos vivendo os primeiros 5% da revolução da IA.” (1:05:30) Reflexão final: “O futuro será construído por quem não tem medo de largar o passado.” This is a public episode. If you would like to discuss this with other subscribers or get access to bonus episodes, visit abreu.substack.com

May 13, 2025 • 27min
Em busca de Camelos na América Latina com Alex Lazarow, do Fluent Ventures (English Version)
Alexandre Lazarow é autor do best-seller Out-Innovate: How Global Entrepreneurs – from Delhi to Detroit – Are Rewriting the Rules of Silicon Valley (HBR Press). Ele também é Founder & Managing Partner da Fluent Ventures, ele investe em startups em mercados globais com a tese de geographic alpha. Ex-partner da Cathay Innovation e da Omidyar Network, Alex já apostou em nomes como Banco Neon, Clara e Xepelin para LatAm. Sua visão combina finanças, impacto social e inovação além do Vale do Silício, tornando-o referência para empreendedores que operam em ambientes de capital restrito.ApoioO Sunday Drops só é possível graças a duas das melhores soluções de software do Brasil: Salvy e Onfly.* Salvy A startup que está revolucionando a telefonia corporativa.* Onfly: A plataforma ideal para gerenciar viagens corporativas.Resumo do episódio* O playbook “camelo”: por que começar enxuto, com unit economics positivos, é mais poderoso que perseguir unicórnios.* Seed-strapping e IA: como a inteligência artificial barateia o caminho de produto a receita.* A tese geographic alpha da Fluent Ventures e os setores-alvo (fintech, saúde digital e commerce enablement).* A velocidade das “cópias criativas” — de San Francisco para Jacarta, São Paulo e de volta.* O futuro do SaaS na era dos agentes de IA e a primazia de distribuição + dados.* Educação personalizada, cultura global e as lições que Alex ensina aos filhos sobre humildade e curiosidade.Principais insights para empreendedores & investidores* Camelo > Unicórnio: Resiliência financeira, gestão de burn e visão de longo prazo garantem opcionalidade de capital.* AI como equalizador: construir MVPs em horas reduz o número de rodadas necessárias e muda a economia do venture capital.* Geographic alpha: modelos vencedores serão locais — regulatório, operações e efeito-rede exigem execução “on-the-ground”.* Seed-strapping: uma única rodada pode levar a break-even; o VC precisará adaptar teses e cheques.* Distribuição é mote defensável: em IA, feature parity chega rápido; vantagem competitiva vem de canais e bases de dados proprietárias.* Educação e talento: personalização via IA pode reinventar a sala de aula, mas o papel do “professor-mentor” continua central.Call-to-actionCurtiu a conversa? Ouça agora no Spotify, siga o Sunday Drops e avalie o episódio para que mais pessoas descubram esses insights.Timestamps* (00:00) Boas-vindas & contexto do Sunday Drops* (01:41) TL;DR da trajetória global de Alex* (04:49) De unicórnios a camelos: o novo playbook* (08:42) Setores-chave e tese geographic alpha* (11:34) “Copycats” em modo turbo e inovação iterativa* (14:03) IA dentro do portfólio: 100 % das investidas já usam* (15:07) Seed-strapping: redefinindo a jornada de funding* (18:45) Distribuição, dados e a vantagem competitiva na IA* (21:50) Educação customizada & o futuro da aprendizagem* (25:07) A gentileza que moldou a carreira de Alex e encerramento This is a public episode. If you would like to discuss this with other subscribers or get access to bonus episodes, visit abreu.substack.com

May 8, 2025 • 1h 4min
Investindo em complexidade com Lucas Vaz
Fazia tempo que eu queria entrevistar o Lucas Vaz. Pouca gente o conhece, mas só o fato de ter um brasileiro com um fundo no Vale do Silício investindo em "softwares críticos" como energia e defesa já era curioso por si só. O Lucas é um mineiro que fez a vida nos Estados Unidos, país que escolheu para viver desde quando era adolescente, muito motivado pelas indignações com o Brasil.Seis dias após se formar na Universidade de Minnesota, ele se mudou para o Vale do Silício. Não tinha dinheiro nem contatos, mas sobrava ambição. E aqui entra a magia do Vale, ressaltada não só por ele, mas por vários brasileiros e imigrantes: o Vale é meritocrático. Se você gerar valor, ele voltará para você. A cultura local oferece oportunidades e acesso. Minha suspeita é que tivemos tanta gente que criou tantas coisas incríveis sem "ser" nada que lá as pessoas sempre imaginam que podem estar diante do próximo grande empreendedor ou investidor e também como forma de giveback a quem acreditou neles. Infelizmente não é assim no Brasil.Lucas foi investidor na Village Global, um dos principais fundos de VC early stage do mundo e em 2023, fundou a Ravelin Capital, que é um fundo de VC focado em investir em soluções de tecnologia críticas. Ele gosta de investir em setores como energia, defesa, satélites e tudo aquilo que tenha um impacto significativo para a sociedade. Na minha interpretação, ele carrega um sentimento de que VC investiu demais em aspectos "incrementais" e não transformacionais.Tive o prazer de gravar na casa do Lucas no novo setup móvel do Sunday Drops. A conversa foi uma aula e queria frisar alguns insights que sinto que todo mundo que é empreendedor ou investidor no Brasil deveria pensar. Antes de avançarmos, quero agradecer aos meus parceiros. O Sunday Drops só é possível graças a duas das melhores soluções de software do Brasil: A Onfly e a Salvy. * Onfly: A plataforma ideal para gerenciar viagens corporativas. * Salvy A startup que está revolucionando a telefonia corporativa. Ok, agora vamos para os insights.O primeiro é o pensamento de "first principles". É assustador que, quanto mais inteligente a pessoa é, mais ela pensa em primeiros princípios. O conceito de primeiros princípios é autoexplicativo e refere-se a pensar nos fundamentos ao invés de suposições ou derivadas. Por exemplo, no nosso papo, comecei questionando se os investimentos que ele faz em empresas de hardware de alguma forma eram diferentes de software. Ele já responde que não, afinal qualquer empresa, seja hardware, software, padaria, deveria ser avaliada da mesma forma: pelos fluxos de caixa gerados. Esta forma de pensar vem em diversos momentos da conversa como nas perguntas simples que ele faz que mais demonstram se o empreendedor tem a visão de longo prazo: O que te trouxe a esse problema? Qual o segredo?O segundo insight é sobre complexidade e como ele afasta concorrência A interpretação é minha, ok? Tem uma palestra famosa do Peter Thiel que diz que "concorrência é para perdedores". É meio ofensivo, principalmente para alguém que escreve uma newsletter e tem 100.000 competidores rs, mas a ideia é que em mercados muito concorridos o retorno tende a ser medíocre. Lucas foge de mercados concorridos. Seus investimentos são em mercados "negligenciados" e com problemas muito difíceis de resolver. A complexidade é o diferencial. O terceiro insight é que todo investimento é, no fim do dia, uma equação. Você precisa identificar quais são as 2 ou 3 variáveis críticas que explicam o sucesso ou fracasso. O Lucas menciona que mais de 80% do tempo dele na análise é gasto pensando nisso. Investir é um quebra-cabeça. Isto me recorda os aspectos mencionados pelo Julio Vasconcellos no nosso episódio sobre o documento "What we have to believe”, que eles usam para enumerar as poucas variáveis que precisam acontecer para o investimento dar certo. O quarto insight é que, na média, software gera muito mais valor do que consegue capturar. Boa parte das empresas de software não geram tanto lucro e fluxo de caixa, e parte relevante disso é devido ao modelo de negócios. Oferecer uma solução e cobrar por assento gera um limite alto em termos de crescimento e captura de valor. Empresas têm atuado ao buscar serem integralmente verticais, o que significa pegar uma parte relevante do trabalho duro para executar. Um exemplo do portfólio da Ravelin é a Shinkei, que atua no mercado de processamento de peixe e, ao invés de somente ofertar o equipamento/software para terceiros, passou a ser a processadora.Se algum desses insights chamou sua atenção, você vai apreciar a conversa. Assista este episódio no Spotify, Youtube ou Apple Podcasts. Capítulos(0:00) Introdução (2:12) Quem é Lucas Vaz e como começou no mundo dos investimentos (4:50) A escolha por setores negligenciados: infraestrutura, defesa e robótica (8:35) O que é e por que importa (12:10) A diferença entre seguir o hype e construir uma tese sólida (15:45) Como ele pesquisa, valida e executa suas teses (19:30) O papel da convicção e o risco de pensar diferente (23:20) A visão sobre robótica integrada a software e automação física (27:05) Por que o Brasil ignora setores estratégicos e o que isso revela (30:40) Lições do Vale do Silício e críticas ao excesso de capital fácil (34:15) Histórias reais de investimentos fora do radar (38:10) O desafio de captar recursos pensando “fora da curva” (42:00) Geopolítica, defesa e o novo mapa de oportunidades (45:30) A importância de não romantizar o empreendedorismo (49:00) O futuro da tecnologia física e onde ele está apostando agora (52:20) Dicas para jovens que querem investir com propósito (55:00) Encerramento e reflexões finais sobre pensamento independente This is a public episode. 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Apr 23, 2025 • 1h 19min
O momento da IA com Jonatas Grosman, Pesquisador e Professor da PUC-RJ
A Transformação da IA: Inflexões e Novos Paradigmas"Posso dizer que criei um unicórnio? Mais especificamente, um modelo de IA unicórnio. Acabei de perceber que os downloads totais de um dos meus modelos no Hugging Face ultrapassaram 1 bilhão." Esta declaração de Jonatas Grosman revela o impacto global de um projeto criado por um pesquisador brasileiro que, apesar de ter desenvolvido um modelo usado em escala global, permanece relativamente desconhecido fora dos círculos especializados.Jonatas Grosman é cientista de computação e pesquisador brasileiro especializado em processamento de linguagem natural (NLP), Venture Partner da Lanx e formado na Baixada Fluminense, com passagens pelo Laboratório Nacional de Computação Científica e pelo Observatório Nacional antes de ingressar na PUC-Rio. Neste episódio do Sunday Drops, exploramos sua trajetória e visão sobre a inteligência artificial.Escute no Spotify, Apple Podcasts ou Youtube.Este episódio só é possível graças aos nossos parceiros:* Onfly: A plataforma ideal para gerenciar viagens corporativas. (https://www.onfly.com.br/)* Salvy: A operadora que está revolucionando a telefonia para empresas. (https://www.salvy.com.br/startups)O Modelo Brasileiro com 1 Bilhão de DownloadsGrosman relata como criou um modelo de reconhecimento de fala durante seu doutorado, participando de uma competição da Hugging Face para transcrição de áudio. O que começou como uma disputa onde o prêmio era modesto – "uma caneca e uma camiseta" – resultou em um modelo que não apenas venceu na categoria do português, mas em vários outros idiomas."Considerando o tamanho desse modelo, este volume de downloads resultou em aproximadamente 1,4 exabytes de tráfego de dados (sim, você leu corretamente, exabytes, não terabytes ou petabytes)", comentou Grosman ao refletir sobre o alcance de sua criação. Este modelo hoje acumula mais de um bilhão de downloads e dezenas de milhões mensalmente, tornando-se um caso raro de tecnologia brasileira com impacto global em IA.O sucesso deste projeto demonstra como talentos de países em desenvolvimento podem criar tecnologias de ponta mesmo com recursos limitados, sugerindo a necessidade de políticas públicas que identifiquem e financiem projetos-sementes com potencial de escala internacional.O Fosso entre Academia e Indústria no BrasilUm tema recorrente na conversa é a desconexão entre a produção científica brasileira e sua aplicação comercial. Grosman observa que enquanto nos EUA existe um fluxo natural de talentos e ideias entre universidades e empresas de tecnologia, no Brasil há barreiras tanto culturais quanto estruturais. Ele menciona como professores de universidades públicas brasileiras frequentemente enfrentam restrições legais para empreender, diferentemente do modelo americano onde o trânsito entre academia e mercado é fluido.Esta rigidez regulatória que impede professores universitários de dedicação exclusiva de participarem em empreendimentos comerciais representa um gargalo significativo para a inovação brasileira, sugerindo a necessidade de reformas nos marcos regulatórios das instituições públicas de ensino.A Desmistificação do GPT e o Ciclo de HypeGrosman oferece uma análise histórica sobre a evolução dos modelos de linguagem, desconstruindo narrativas alarmistas. Ele relembra como a OpenAI causou apreensão ao não disponibilizar o GPT-2 publicamente por "riscos à humanidade", quando na realidade o modelo não era revolucionário. Já o GPT-3 representou um salto qualitativo real, capaz de enganar humanos em testes cegos. Este ciclo entre hype infundado e avanços genuínos continua a moldar a percepção pública sobre IA.Para investidores e formuladores de políticas, a capacidade de distinguir entre hype de marketing e avanços tecnológicos substantivos é crucial para alocação eficiente de recursos e regulamentação apropriada.Limites Atuais da IA: O Exemplo de CopérnicoUm dos momentos mais instigantes da entrevista surge quando Grosman responde a uma questão similar à famosa pergunta de Dwarkesh Patel: se treinássemos um LLM apenas com conhecimentos disponíveis até 1500, ele seria capaz de deduzir o modelo heliocêntrico de Copérnico? A resposta é provavelmente não, porque os modelos atuais são projetados para reproduzir padrões existentes, não para fazer saltos cognitivos revolucionários."A descoberta científica não é responder perguntas, é fazer perguntas que ninguém fez", observa Grosman. Esta limitação fundamental sugere que o futuro próximo da IA será como ferramenta potencializadora para cientistas humanos, não como substituta – uma perspectiva relevante para laboratórios de P&D que buscam equilibrar investimentos entre IA e pesquisa tradicional.Do Treinamento à Inferência: A Mudança de Paradigma EconômicoUm insight particularmente valioso é a análise de Grosman sobre como o paradigma econômico da IA está mudando. Conforme destacado no artigo "Inflexões e Paradigmas", estamos assistindo a uma estabilização na lei da escala. À medida que todos os dados do mundo foram processados dentro de supercomputadores, os resultados dos modelos não avançaram na velocidade anterior, chegando a um plateau.Ilya Sutskever, cofundador da OpenAI, comentou que a era de simplesmente escalar modelos está chegando ao fim. Sam Altman já antecipava em abril de 2023 que o progresso não viria em tornar os modelos ainda maiores, mas sim em fazê-los de forma inteligente. Estamos vendo uma mudança de foco do pré-treinamento para a inferência, onde o "test-time computing" permite que modelos gastem mais tempo "pensando" antes de responder, gerando resultados de qualidade superior com menos recursos computacionais.Esta mudança sugere oportunidades de investimento em tecnologias de otimização de inferência e infraestrutura especializada, mais do que em desenvolvimento de modelos fundacionais de escala ainda maior.A Transição do Mercado de TrabalhoGrosman adota uma visão historicamente informada sobre o impacto da IA no mercado de trabalho. Assim como a mecanização da agricultura ou a revolução industrial, a automação via IA provavelmente causará disrupção significativa seguida por reequilíbrio. Ele prevê crescimento na demanda por profissionais de tecnologia, especialmente em ciências da computação – observação também feita por Victor Lazarte – enquanto outras áreas encolherão sem desaparecer completamente.Grosman enfatiza a necessidade de políticas públicas para gerenciar esta transição, especialmente para trabalhadores mais experientes que enfrentam desafios maiores de requalificação. Organizações e governos precisam desenvolver programas de transição de carreira que considerem não apenas o desenvolvimento de habilidades técnicas, mas também as barreiras psicológicas e financeiras enfrentadas por profissionais deslocados pela automação.ConclusãoA conversa com Jonatas Grosman oferece não é nem utópica nem apocalíptica, mas pragmaticamente otimista. Como cientista que navegou com sucesso entre a academia brasileira e aplicações globais, sua perspectiva ressoa com especial autenticidade.Enquanto testemunhamos uma inflexão no desenvolvimento da IA, com a mudança de foco do pré-treinamento para a inferência e a democratização do acesso através de modelos open source, surgem novas oportunidades para inovação distribuída e soluções verticais especializadas. O tabuleiro está sendo redefinido, permitindo que times menores e mais focados criem soluções de nicho extremamente poderosas.Este episódio do Sunday Drops representa uma oportunidade rara de ouvir de uma voz brasileira autorizada sobre tecnologias que moldarão nosso futuro coletivo. Disponível no Spotify, Apple Podcasts e YouTube, a conversa completa oferece nuances adicionais para pesquisadores, investidores e formuladores de políticas interessados em construir pontes entre ciência de ponta e aplicações transformadoras. This is a public episode. 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Apr 15, 2025 • 1h 14min
Atrás do Retorno com Julio Vasconcellos e Victor Ramos
Julio Vasconcellos e Victor Ramos são investidores no Atlantico, um dos principais fundos de Venture Capital da LatAm. A dupla criou o meu podcast preferido dos últimos 6 meses: o "Atrás do Retorno", no qual entrevistaram 12 dos maiores investidores brasileiros, desde lendas do Private Equity como Martin Escobari até figuras emblemáticas como o cofundador do Instagram, Mike Krieger.Fui para o Rio de Janeiro explorar as lições fundamentais extraídas das 12 entrevistas, e como esses aprendizados influenciam suas próprias decisões de investimento no Atlântico.Escute no Spotify, Apple Podcasts ou Youtube.Este episódio só é possível graças aos nossos parceiros:* Onfly: A plataforma ideal para gerenciar viagens corporativas. (https://www.onfly.com.br/)* Salvy: A operadora que está revolucionando a telefonia para empresas. (https://www.salvy.com.br/startups)Insights1. A Visão 360° é mais importante que a análise isoladaPara Júlio, o maior aprendizado foi sobre a importância da visão holística: "Os melhores investidores têm uma capacidade muito boa de dar dez passos para trás e ver aquela situação, aquele empresário, aquela empresa, dentro de um contexto setorial e histórico". Isso contradiz a percepção comum de que investir é principalmente um exercício de modelagem e análise de setor específico. É mais arte, do que ciência. A visão ampla permite identificar padrões além dos dados imediatos, com vários entrevistados do podcast demonstrando interessante correlação entre excelência em investimentos e apreço por arte, música e literatura2. Lidando com a complexidade: síntese supera análiseA pergunta que eu estava mais interessado era entender como grandes investidores lidam com a complexidade do mundo.A resposta veio na prática interna do Atlântico. Há dois rituais:* Resumir a tese de investimento em uma página.* Construção do memo no qual a narrativa está em torno do “What we have to believe”, no qual poucas hipóteses são as mais importantes para o sucesso ou fracasso do investimento.3. Macro versus Micro: Decisões no Longo PrazoPraticamente todos os investidores entrevistados compartilharam a visão unânime de que o cenário macroeconômico tem impacto limitado no sucesso de seus investimentos de longo prazo. Florian Bartunek, Fersen Lambranho e outros grandes investidores convergiram neste ponto: embora o macro influencie prazos mais curtos, é o micro que determina o sucesso duradouro."O micro sempre ganha do macro", resume Júlio, observando que mesmo em tempos de instabilidade econômica, empresas excepcionais continuam prosperando.Isso contrapõe a preocupação obsessiva com fatores macroeconômicos que permeia muitas discussões sobre investimentos no Brasil. "A gente no dia a dia, na discussão do dia a dia, na leitura do dia a dia, a gente coloca muito peso no macro, na política. Mas quando você tem um horizonte de longo prazo, essas mudanças de seis meses, ou até de poucos anos, acabam desaparecendo."Até por isso que grandes empresas (e startups) são formadas em períodos turbulentos. O macro pode até afetar seu valuation e a liquidez do mercado, mas o seu produto, time e mercado é o que dita o seu destino. Macro é um bug, mas pode ser uma feature, afinal, volatilidade traz oportunidades e melhores preços para investir em empresas ou mercados de altíssima qualidade. 4. Intuição informada: um ativo subestimadoMartín Escobari, da General Atlantic, trouxe uma perspectiva que me fez pensar muito sobre a tomada de decisões baseada em "intuição informada", no qual a sua experiência passada com a pessoa, empresa, mercado, modelo de negócio te oferece informações “irracionais” de altíssimo valor para tomada de decisão. Por exemplo, é muito mais fácil ter intuição sobre pessoas que você conhece há anos versus aquelas que acabou de conhecer.No mesmo assunto de intuição, Andy Rachleff, citado por Júlio, afirmava que "nunca fiz um investimento que deu muito certo que eu não sabia nos primeiros 30 segundos."Essa intuição, contudo, não é mística, mas resultado de experiência acumulada. Júlio distingue: "A intuição sobre um tema ou situação que você não tem muita experiência, você deveria pesar menos. Se é sobre algo que você já viu muitas vezes, eu acho que deveria pesar mais, porque a intuição nada menos é do que um resumo do seu cérebro de um volume de informação infinito."5. Documentando erros: a cultura do aprendizadoNo episódio com Paulo Passoni, ele menciona uma prática particularmente impressionante: sempre que cometia um erro, documentava e enviava por e-mail para toda sua firma de investimento. Essa cultura de transparência sobre falhas emergiu como tema recorrente entre os grandes investidores."Todo mundo falou da naturalidade do erro, de que é comum você errar", observa Júlio. "Quase todos os entrevistados tinham aquela perspectiva de crescimento pessoal, aquele growth mindset... você sempre vê em toda oportunidade, inclusive nos grandes erros e fracassos, uma oportunidade de aprender e crescer." 6. O perigo do viés: o caso da NaturaEm um dos episódios mais impactantes, Luiz Orenstein da Dynamo compartilhou como o investimento de décadas na Natura criou um "apego" que dificultou enxergar sinais de alerta quando a empresa começou a enfrentar problemas. Esse viés congnitivo é particularmente crítico em venture capital, onde se tende a "torcer" muito pelo fundador ou pela tese.No Atlântico, eles combatem esse risco com processos estruturados: "A gente tem uma reunião periódica para revisitar as nossas decisões de investimento... e ali a gente tem uma estrutura comum para discussão e um dos temas que a gente tem é exatamente uma lista de viéses pessoais do time, positivos e negativos", explica Victor. Tornar explícitos os viéses diminui sua influência inconsciente.7. Falseabilidade: testando a robustez das tesesUma das técnicas mais poderosas importadas pelo Atlântico é o processo de "falseabilidade" da Dynamo Investimentos: "A ideia é que o analista que está defendendo e liberando aquela análise é responsável por construir o case. E o papel de todos os outros é tentar falsificar as premissas daquilo", explica Victor.Em vez de buscar confirmação, o time deliberadamente testa por que uma tese não funcionaria, garantindo que todos sejam incentivados a questionar e contestar as premissas. "Nesse processo, naturalmente, ou você identifica falhas ou você torna o teu racional muito mais robusto."8. O risco do "poder imperial"Luiz César Fernandes compartilhou uma lição valiosa sobre o chamado "poder imperial" - a tendência de líderes com grande concentração de poder pararem de escutar seus sócios ou equipe. Ele citou tanto sua própria experiência no Pactual quanto o caso recente da Americanas com Jorge Paulo Lemann, onde a concentração excessiva de decisões levou a falhas graves."Quando você tem um líder que talvez acredita demais na sua própria decisão, você tem um elemento ali quase que de arrogância e através disso você pára de escutar os seus sócios", observa Victor. Este risco é particularmente relevante para fundos e startups em crescimento, onde a dinâmica de poder precisa evoluir com a organização.9. Multidisciplinaridade: a chave para sociedades de sucessoA diversidade de perfis e habilidades emergiu como ingrediente crítico para sociedades bem-sucedidas. Victor cita o trio fundador do Pactual (Luiz César Fernandes, Paulo Guedes e André Jakurski): "Cada um deles tem uma personalidade muito diferente e agregando uma coisa essencial àquela sociedade inicial... O César como empreendedor e otimista, o Jakurski como gestor de risco, e o Paulo Guedes com a visão de longo prazo."Esse modelo de complementaridade, onde cada sócio traz um "superpoder" diferente, cria uma equipe cuja soma é maior que as partes individuais.10. Educando filhos: o poder do exemploEmbora o foco do podcast seja investimentos, Júlio frequentemente perguntava aos entrevistados sobre educação de filhos - um tema que revela muito sobre valores e princípios. A lição mais consistente que emergiu foi sobre a força do exemplo."A importância do exemplo é muito mais do que você faz, como você faz, os seus filhos verem você fazer aquilo. Isso sendo 1000 vezes mais importante do que o que você fala", reflete Júlio. "Se você quer criar filhos com ética, seus filhos vendo você tomar decisões difíceis que talvez não são as óbvias, que demonstram essa ética, é importante."O Equilíbrio entre Arte e CiênciaA expressão "a arte e a ciência de investir" serve como slogan do podcast, e essa dualidade permeia toda a conversa. É curioso a ênfase que os grandes investidores dão à arte ao invés da ciência.Essa observação reflete um padrão entre os entrevistados: os grandes investidores valorizam elementos aparentemente subjetivos - intuição, criatividade, pensamento multidisciplinar - tanto quanto, ou até mais que, análises quantitativas rigorosas.No mundo do venture capital, onde a assimetria de informação é inevitável e os métodos tradicionais de avaliação frequentemente falham, essa abordagem faz sentido. Como Júlio coloca: "Se você consegue encontrar de fato um produto ou serviço que encaixa com uma necessidade grande do mercado de uma forma muito única, o resto meio que se resolve."Obrigado Júlio e Victor pelo espaço. Recomendo ouvir o Atrás do Retorno. Capítulos: (0:00) Introdução e propósito do podcast (4:04) O maior aprendizado após 12 episódios (6:27) Dualidade entre complexidade e síntese (7:31) Como viés pode afetar decisões de investimento (11:14) Erros de omissão e a importância de revisitar decisões (15:05) Resumir uma tese de investimento em 1 página (17:07) Como identificar o fator-chave de sucesso (18:19) Macro versus micro na hora de investir (22:33) Filtrar o ruído no excesso de informação (26:01) Intuição como ferramenta decisiva (32:10) O que define um analista ou sócio excepcional (36:34) Os riscos da arrogância e do “poder imperial” (49:01) O que o podcast mudou no processo do Atlântico (51:08) Produzir conteúdo com profundidade e intenção (54:25) Como escolher o que não fazer (56:07) A decisão de criar o podcast e o impacto disso (59:11) O futuro do “Atrás do Retorno” This is a public episode. If you would like to discuss this with other subscribers or get access to bonus episodes, visit abreu.substack.com

Apr 13, 2025 • 39min
Niilismo Financeiro — o que está por trás do silencioso Zeitgeist da Geração Z?
E aí! Lucas Abreu aqui.Para este domingo, uma participação especial. O Thomaz é um jovem de 23 anos que desde a primeira interação me impressionou demais: inteligente, perspicaz e íntegro.Aos 23 anos, Thomaz articula com uma clareza o que ele chama de "Niilismo Financeiro" — um conceito que explica por que tantos jovens da Geração Z parecem ter abandonado os caminhos e valores tradicionais de construção de riqueza, carreira e vida. Alguns dados que vão te surpreender: imóveis custam 7,3x a renda anual (o maior índice da história), metade dos jovens ganham menos que seus pais na mesma idade, educação superior está 710% mais cara que há quatro décadas.Se você é líder, gestor, pai, mãe ou simplesmente alguém tentando entender por que essa geração parece operar sob regras completamente diferentes, este artigo é essencial. Não é um manifesto de vitimismo, mas uma análise lúcida que te fará mais empático e sábio. Espero que você goste o tanto quanto eu gostei.Fiz uma discussão em vídeo com o Thomaz sobre este artigo. Se preferir escutar ao invés de ler, acesse por aqui. Para mais, siga o Thomaz no LinkedIn e na sua newsletter. Assine o Sunday Drops abaixo e se junte aos mais de 10.000 empreendedores e investidoresEsta edição é apoiada pela Onfly. A Onfly é uma solução que está revolucionando a experiência de viagens corporativas e despesas, para as empresas e funcionários. Ela nasceu para atender pequenas e médias empresas, e agora também oferece o Onfly Corporate, uma solução personalizada para grandes contas, com atendimento dedicado e total personalização.O resultado? Mais controle, segurança, dados em tempo real e até 35% de economia nas viagens das empresas. Mais de 2.000 empresas confiam na Onfly. Saiba mais sobre como a Onfly pode ajudar sua empresa:Niilismo Financeiro — o que está por trás do silencioso Zeitgeist da Geração Z?"Uma verdade convencional pode ser importante – é essencial aprender matemática básica, mas isso não lhe dará uma vantagem. Não é um segredo.Então, quando você pensa sobre que tipo de empresa construir, há duas perguntas a fazer: Quais segredos a natureza não está lhe contando? Quais segredos as pessoas não estão lhe contando?"Peter ThielEste texto nasce de uma insatisfação.Como um Gen Z, percebo um silencioso espírito do tempo (o que alguns chamariam de zeitgeist) tomando conta da minha geração. É intangível e discreto, mas influencia como tomamos decisões, planejamos o futuro, nossas opiniões, apetite a risco, ambições.São poucas as pessoas que parecem enxergar esse movimento. Menos pessoas ainda já se preparam para antecipar as oportunidades que estão por vir.Justiça seja feita, esse não é um conhecimento trivial e de fácil acesso. Você dificilmente achará conteúdo sobre isso online, em aulas de faculdade, livros, ou em conversas cotidianas — afinal, este é um segredo.Aquele tipo que é imperceptível durante anos — mas, depois que te contam, se torna gritante e impossível de ignorar. Gera aquela pergunta “Era tão óbvio, como eu nunca percebi isso antes?”Esse segredo importa, porque é impossível construir o mundo em que você quer viver quando você sequer entende o mundo em que já está. E, para mim, já estamos vivendo esse segredo, apenas precisamos que alguém nos conte como chegamos até aqui.Você, com certeza, já viu matérias, podcasts, e até coaches tentando responder “como lidar com a Geração Z”. Normalmente, aliada a essa pergunta vem descrições como: impacientes, ansiosos, avessos ao trabalho duro, sempre em busca de um atalho.Isso não me irrita. De fato, lidamos com trabalho, dinheiro, relacionamentos, e ambições de maneira diferente de outras gerações. Não posso fazer nada sobre como as pessoas interpretam essa nova forma de lidar com o mundo.O que me incomoda, é a aceitação, sem qualquer inquietação, de definições rasas baseadas em uma enorme assimetria de pensamento — quando, na realidade, existe uma razão muito mais profunda para operarmos de forma tão diferente: a Geração Z está estrangulada.Se você faz parte dela, talvez se reconheça aqui:* Moradia consome mais da sua renda do que consumia dos seus pais ou avós;* Há 50% de chance que você ganha menos que seus pais quando tinham sua idade;* Educação superior de elite parece fora de alcance;* Você é mais pessimista e cético sobre o mundo do que seus pais ou avós;* Provavelmente você se casará mais tarde e terá menos amigos do que as gerações passadas.Isso não é vitimismo. É o status quo. Cada geração tem o seu. Este é o nosso.E então, o que você faz quando herda um mundo com desafios sem precedentes e com pouco sinal de melhora?Você procura alternativas — qualquer caminho que aumente suas chances de escapar dessa realidade sufocante.E aqui está a conclusão: as alternativas tradicionais para a mobilidade social estão quebradas.A Geração Z entendeu que empregos tradicionais — de colarinho branco, das nove às cinco — que permitiram aos nossos pais comprar uma casa, pagar educação e criar uma família, hoje mal nos permitem viver “from paycheck to paycheck”.Você com certeza já viu matérias sobre o boom das apostas esportivas, memecoins, prediction markets, mulheres jovens ganhando com OnlyFans mais dinheiro que diretores de empresas listadas, o fenômeno do WallStreetBets/GameStop, sonho dos jovens de ser influencer, founder em venture-track, micro SaaS, marketing digital, etc..Todos esses são apenas sintomas. O segredo não está aí.O segredo está na origem desses fenômenos — o desespero da Geração Z por alternativas que ofereçam retornos de 5:1, 10:1, 100:1. O que no mundo do Venture Capital chamariam de venture returns, mas aplicado à vida como um todo.Sim, eu concordo. Alguns caminhos acima são controversos. As pessoas fazem loucuras e toleram riscos questionáveis em busca de uma chance de mudar suas vidas. Tempos drásticos exigem medidas drásticas."De acordo com um novo estudo conduzido pela Qualtrics, 45% da Geração Z se consideram empreendedores digitais paralelos, definidos como pessoas que ganham renda adicional online, fora de seu trabalho principal. Isso inclui coisas como desenvolver conteúdo nas redes sociais, vender produtos no Etsy e Ebay, e crescer audiências pagas em plataformas como Substack e OnlyFans.Essa mudança em direção a ganhar renda online ocorre em um momento em que muitos jovens estão lutando para encontrar trabalho. De fato, mais de um terço (36%) da Geração Z diz que está lutando para encontrar um emprego corporativo, levando muitos candidatos endividados e altamente educados a compartilhar sua experiência nas redes sociais."Geração Z ganha seis dígitos como empreendedores digitais paralelos, novo estudo revela - Intuit Credit KarmaEntão, quando você ouvir “a Geração Z é impaciente” ou os “jovens não querem mais trabalhar duro" porque um garoto de 20 anos quer virar influenciador, founder, ou viver de escrever online, não é que ele está atrás de um atalho. Ele apenas está fazendo conta.Matemática 1: moradia mais distante do que nuncaO gráfico a seguir mostra o preço de imóveis versus a mediana de renda das famílias nos EUA ao longo do tempo.Pense nisso como "Se uma família média alocasse 100% da renda anual para comprar um imóvel, quanto tempo ela demorariam para comprar o imóvel?”* Baby Boomers aos 25 anos: imóveis custavam 4x - 4,6x sua renda anual;* Antigos Gen X (nascidos entre 1965 - 1975): mesmo cenário.* Já os mais jovens da Geração X (nascidos entre 1975 - 1980) e os primeiros Millennials pegaram a bolha imobiliária de 2008. Isso fez com que os preços atingissem 6.8x da renda anual média, a pior condição da história até aquele momento.* Apesar dos mid e late Millennials terem completado 25 anos em condições melhores que a parcela mais antiga de sua geração, toda a geração de Millennials, do mais antigo ao mais novo, viveram com imóveis custando +5x da renda anual média.A última vez que isso tinha acontecido foi durante a Segunda Guerra Mundial.Então, o COVID acontece, o Fed imprime trilhões de dólares, o Gen Z mais velho completa 25 anos em 2022 e os imóveis disparam para 6,5x — 7x renda anual. O dado mais recente é de Dezembro/2024: 7,3x — o mais alto que se há registro na história.Você consegue adivinhar o que acontece com a de % de jovens que moram com os pais e a mediana de idade de first-time homebuyers ao longo do tempo?Não acho que seja preciso induzir alguma reflexão. Você já pegou o ponto.Matemática 2: tire do emergente e dê ao incumbenteDe 1989 a 2023, a riqueza das famílias americanas aumentou 7x — $20 trilhões para $143 trilhões.Os beneficiados foram os ricos e as gerações mais antigas.Enquanto pessoas com mais de 70 anos aumentaram seu share da riqueza em ~60%, gerações mais jovens perderam 40%.Sob uma perspectiva de classe social, os quartis mais privilegiados da sociedade — top 0.1% e 1% — aumentaram seu share da riqueza total em 8 p.p. Enquanto isso, o quartil “popular” (50-90% e bottom 50%) viram seu share cair de 40% para 34%.Na prática, essa mudança significa +$8 trilhões de dólares mudando de mãos em três décadas.Pela primeira vez na história dos EUA, metade dos jovens de 30 anos ganha menos dinheiro do que seus pais aos 30.Sob uma perspectiva de qualidade de vida, globalmente, apenas 50% das pessoas entre 15 e 29 anos acreditam ter um padrão de vida melhor que seus pais. A América Latina é a segunda pior região, com apenas 45%.Mas, digamos que você é um jovem que quer escapar essas estatísticas.Você é inteligente e entende que os melhores retornos financeiros exigem tolerar riscos. Então, você se vê o mercado de ações como sua saída.Em 2005, o S&P500 valia 1.2k pontos. No mesmo ano, a renda média anual americana era de $35k.Em 2015, o S&P estava na casa dos 2k pontos, e a renda média anual em $48k.Em 2024, o S&P fecha nos 6k pontos e a renda média anual em $73k.Ou seja, enquanto o índice das maiores empresas do mundo valorizou-se 5x em duas décadas, a riqueza do cidadão médio americano aumentou apenas 2x.Outra forma de enxergar isso é a quantidade de pontos que você poderia comprar com seu salário anual — ou, qual seria sua “ownership na economia americana” se 100% da sua renda fosse para comprar S&P?Em 2005, você compraria 29 unidades (considerando o valor do índice como unidade) com um ano de trabalho. Em 2024, um ano de trabalho compraria 12 unidades.Você precisaria de dois anos e meio de trabalho para comprar a mesma fração da economia americana que há duas décadas atrás custava um ano.Mesmo uma das ferramentas mais "agressivas" de construção de riqueza tem convergido para resultados estrangulados. Agora, fica mais claro de onde nascem fenômenos como o abaixo?Matemática 3: educação de elite parece fora de alcance“The business of higher education is to take unremarkable kids and give them a shot at being remarkable. And every year, it's gotten more expensive.”Scott GallowayA educação superior já foi o caminho mais confiável para a mobilidade social. Hoje, é um high-stakes gamble.Enquanto a inflação americana cresceu 194% desde a década de 80, o custo de educação superior cresceu 710%. Por outro lado, as taxas de admissão nas instituições tornaram-se ainda mais restritivas ao longo do tempo.A lógica por trás da educação de primeira linha é que ela fornece o acesso a pessoas e conhecimento para conseguir bons empregos.Você se lembra que do que as pessoas fazem quando herdam um mundo com condições sem precedentes e sem expectativa clara de melhora? Elas fazem loucuras e toleram riscos questionáveis em busca de uma chance de mudar suas vidas.“Coincidentemente”, os empréstimos estudantis cresceram mais rápido que todos os outros tipos de empréstimo nos EUA — chegando a $1,5 trilhão em 2022.Infelizmente, não temos dados nesse nível de granularidade no Brasil.Mas, o que eu posso contribuir é que pertenço a essa estatística. Tenho 23 anos e R$500 mil em dívida estudantil.Como um jovem de uma cidade do interior do Brasil, acessar educação de ponta, por mais que fosse um risco financeiro enorme, me pareceu uma oportunidade única de “subir na vida”, ter mais oportunidades, etc.Garanto que não estou sozinho nessa. Tenho dezenas, para não dizer centenas, de amigos e conhecidos que fizeram a mesma aposta — largar suas casas e assumir uma dívida estudantil com a esperança de sair do outro lado com mais oportunidades, dinheiro, liberdade, etc.Enquanto a educação superior de ponta parece cada vez mais fora de alcance, as universidades americanas aumentam mais e mais seus fundos de Endowment. Harvard é um ótimo exemplo disso.“They've increased their endowments in the last 40 years and have decided to expand their enrollment, their freshman class, by 4%. Any university that doesn’t grow their freshman class faster than population that has over a billion dollars in endowments should lose their tax-free status because they’re no longer in higher education. They’re a hedge fund offering class.”Scott GallowayJá parou para pensar que o movimento “anti faculdade”, pode ser simplesmente um disfarce para raiva ou desconfiança das instituições educacionais?Matemática 4: Já que mencionamos desconfiança...A Geração Z enfrenta uma crise de confiança estrutural. Mídia, instituições governamentais, agências internacionais, líderes políticos, mercado de capitais. Todas essas instituições enfrentam o maior nível de desconfiança da década entre os jovens.Parte dessa crise nasce porque aqueles que teriam o poder de despertar mudanças e realinhar incentivos não parecem ter o alinhamento para fazer algo a respeito.Infelizmente, não achei dados como os acima para a realidade brasileira. Mas, por experiência pessoal (e aqui abre-se precedente para discordar, dado que é uma opinião), esse fenômeno parece ser similar no Brasil.É dessa combinação de desconfiança e sensação de impotência que, infelizmente, o pessimismo está em um all-time-high entre a Geração Z.Matemática 5: solidãoEste não é surpresa para ninguém.Nos sentimos mais sozinhos do que nunca antes. Criaremos família mais tarde do que qualquer outra geração na história. Teremos menos relacionamentos amorosos.Será que temos dimensão da profundidade da solidão que estamos caminhando para?Fugazzi. You know what a Fugazzi is?"Então, estamos ferrados?", "Como será a próxima década?", "Quais habilidades serão necessárias para ter sucesso nesse mundo caótico?”Eu tentei por muito tempo chegar a insights acionáveis para esse texto. E, depois de pensar muito cheguei a duas conclusões. A primeira é que não sei como o mundo vai mudar, e ninguém sabe. A segunda é que não acho que os insights virão do impulso de tentar prever o futuro.Todo mês as principais nações do mundo flertam com uma Terceira Guerra Mundial, o país mais rico da Terra tem a maior proporção de dívida em relação ao PIB desde a Segunda Guerra Mundial, IA vai mudar o trabalho, relacionamentos, cultura de maneiras que mal conseguimos imaginar, estamos testando ao vivo com bilhões de pessoas os efeitos de dopamina barata e hiper-exposição através das redes sociais, a expectativa de inflação nos EUA está no nível mais alto desde 1993, vivemos em um intervalo de cinco anos uma pandemia, um “banho de sangue geracional” no mercado de equities que gerou +$6.5 trilhões em perdas em apenas dois dias, 15 das 20 maiores variações diárias de ações da história aconteceram em 2024, e ao que tudo indica estamos à beira de uma Guerra Comercial global.A realidade é que ninguém sabe para onde o mundo vai. A margem de erro é tão absurda que eu considero qualquer previsão intelectualmente desonesta."Desenvolvi a impressão de que nossa mente é uma maravilhosa máquina de explicação, capaz de atribuir sentido a quase tudo, capaz de engenhar razões para todos os tipos de fenômenos, e geralmente incapaz de aceitar a ideia de imprevisibilidade."Nassim Taleb — A Lógica do Cisne NegroEntão, ao invés de pensar pelo frame de “O que vai mudar?”, tenho pensado pelo frame de “O que vai continuar?”Quais são os “operating principles” que, geração após geração — com o mundo em chamas ou em prosperidade — têm sido drivers de criação de valor e são a base que construíram o mundo que vivemos hoje? Durante essa exploração, muitos princípios vieram à mente. Mas, irei me concentrar nos quatro que mais importam para mim.* Assumir riscosAssumir riscos é um princípio intergeracional.Foram os tomadores de risco que nos fizeram sair de uma espécie insignificante no interior da África para dominar a Terra e explorar planetas além do nosso.Nós vivemos sob o apetite de risco de alguém. Colombo navegou em direção ao desconhecido, Galileu Galilei e Martinho Lutero desafiaram a Igreja Católica, Walt Disney e Elon Musk colocaram todas as suas economias em prol de suas visões, Abraham Lincoln e Nelson Mandela desafiaram a sabedoria convencional de seu tempo, etc...Ao longo das gerações, pessoas não mais inteligentes que eu ou você construíram os produtos que usamos, as cidades em que vivemos, o senso comum que aceitamos — tudo porque toleraram riscos.Portanto, o push para mim e para qualquer pessoa lendo isso é "Estamos assumindo riscos suficientes?"Colocando pensamentos autênticos para o mundo — arriscando mal interpretação alheia.Dando all-in no projeto que não sai das nossas mentes — arriscando reputação, dinheiro, tempo.Enviando a DM para seu potencial co-founder, investidor — arriscando ser ignorado.Contratando o talento não trivial — arriscando ouvir “eu avisei".Mudando-se para uma nova cidade ou país — arriscando se sentir perdido e sozinho.Fazendo uma mudança de carreira não óbvia — arriscando sua reputação.Em resumo, tudo converge para a frase do Zuck.“The biggest risk is not taking any risk” * SingularidadeO que parece fácil para você, mas extremamente difícil para outros? O que outros acham sem sentido, mas você acha fascinante?"Quando você olha para a vida de pessoas que fizeram um grande trabalho, vê um padrão consistente. Elas muitas vezes começam com um interesse obsessivo em algo que teria parecido inútil para a maioria de seus contemporâneos. Uma das características mais marcantes do livro de Darwin sobre sua viagem no Beagle é a profundidade de seu interesse pela história natural. Sua curiosidade parece infinita.Se eu tivesse que colocar a receita para a genialidade em uma frase, poderia ser esta: ter uma obsessão desinteressada por algo que importa."Paul Graham — The Bus Ticket Theory of GeniusAo longo dos séculos, pessoas movidas por curiosidade genuína e obsessão não ligaram para as condições extremas que o mundo se encontrava e conseguiram criar algo incrível.Alan Turing criou a base da ciência da computação durante a Segunda Guerra Mundial, George Orwell escreveu seu livro mais famoso, 1984, durante a Guerra Fria, Airbnb e Uber foram fundados durante a crise financeira de 2008.Eu interpreto isso como um chamado para dobrar a aposta nos seus interesses e diminuir o ruído do mundo externo.Invista no esporte que você ama, comece seu podcast, pinte, publique as fotos que você tira, lance a marca de roupas que você gostaria que existisse, publique vídeos sobre seu time de futebol, construa sua comunidade, publique seus pensamentos, fale sobre seus hobbies online.É loucura pensar que cada pessoa é única e mesmo assim parecemos competir pelo mesmo conjunto limitado de carreiras, restaurantes, roupas, ambições, empresas, etc.Ou somos mais parecidos um com os outros do que imaginamos, e por consequência, menos raros e mais substituíveis, ou apenas ignoramos nossa originalidade para replicar os desejos de outras pessoas por falta de coragem ou convicção para perseguir o que realmente queremos.“Man is the creature who does not know what to desire, and he turns to others in order to make up his mind. We desire what others desire because we imitate their desires.”René GirardEu entendo que a maioria de nós não pode levar seus interesses como um full-time job. Mas, isso não deveria ser um impeditivo. Temos domingos, noites durante a semana, férias para aumentar a aposta na nossa singularidade.* Relacionamentos profundosO mundo é uma galeria de criações. E, relacionamentos profundos são os motores de qualquer criação. Eles inspiram, energizam, desafiam e extraem o melhor e o pior de nós.Apesar disso, o operating principle que parece termos adotado é da hiper-visibilidade e profunda desconexão. +500 conexões no LinkedIn, 1k seguidores no IG, dezenas de grupos de WhatsApp — e ainda assim, não temos ideia de quem entre nossos amigos e familiares está querendo achar um emprego, um co-founder, um investidor, passando por um burnout, se sentindo perdido, lidando com uma crise financeira ou de saúde.Frequentemente esquecemos como relacionamentos profundos têm sido a base da felicidade, de uma mente calma, carreiras bem-sucedidas, empresas duradouras por séculos, e não deixarão de ser a partir de agora.Portanto, seja mais presente. Ligue para seu amigo para perguntar como ele está. Go the extra mile para ajudar um amigo a conseguir um emprego. Aja como um co-founder equity-free para seus amigos empreendedores. Ouça as mesmas histórias antigas dos seus pais. Seja proativo em dizer o que você admira em alguém.Seja o motivo pelo qual um amigo ou familiar agradece aos céus por ter pessoas tão especiais em sua vida.Decrease the visibility. Double down on depth.* AgencyA escola nos ensinou a pedir permissão, apenas agir com supervisão, esperar pelos outros, ser conformista (as coisas são assim porque devem ser assim).Porém, o mundo há séculos recompensa, e mais do que nunca recompensará, quem toma a ação sem ser solicitado, aprende fazendo, move rápido, ouve NÃOs e continua.Digo mais do que nunca, porque o valor de agency e o custo de transformar uma ideia em algo existente no mundo real são inversamente correlacionados. Isso significa que, quanto mais fácil se torna tirar uma ideia da sua cabeça e levar ao mundo, realizar as coisas se torna mais uma questão de agency do que de ter permissão ou recursos.Em 2025, você pode construir um produto em minutos com Lovable, construir uma audiência sem nenhum custo com Substack/Twitter, encontrar um cofundador, investidor anjo ou namorado (a) com uma DM, aprender qualquer coisa de graça com ChatGPT/Youtube, lançar sua startup a partir do seu telefone, etc.Então, o pensamento que não sai da minha mente é: "If I had 10x of my agency, what would I do?”. Então, levantar e ir fazer isso. O texto que você está lendo é uma manifestação dessa forma de pensar.Pensamentos FinaisNão quero que este texto soe como vitimismo, porque não é. Como disse no início, toda geração tem um status quo. Este é o nosso.Quero que este texto seja o meio para reduzir a assimetria de pensamento com outras gerações e um encorajamento a qualquer ação que leve as pessoas, especialmente da minha geração, mais perto de controlar seus destinos.Como você viu, tenho uma forte convicção de que herdamos um mundo caótico e em condições pouco favoráveis.Mas odeio ver amigos, família, colegas de trabalho, conhecidos e até eu mesmo congelados em estado de pânico.O que eu adoraria ver, é uma geração de pessoas que usam esse segredo sobre o mundo como combustível para agir, e não como motivo para murmurar enquanto esperam que outros resolvam os problemas delas.Este ensaio, é a minha tentativa de manifestar essa forma de enxergar a vida.E você? What did you get done this week?AgradecimentosObrigado Lucas pela parceria. Obrigado Nicolas, Matheus e Pedro pelos inputs e feedback. Sem vocês esse artigo não teria existido. Referências* The Bus Ticket Theory of Genius* Long Term Trends — Home Price to Income Ratio* Visualizing Wealth Distribution in America (1990-2023)* WTF Happened in 1971?* Financial Nihilism — Epsilon Theory* The vanishing young homebuyer — ResiClub* How the US is destroying young people's future — Scott Galloway* The knotty economics of student loan debt — Knowable Magazine* Nearly 4x more US Gen Z investors have crypto than a retirement account: YouGov report* Declining Youth Trust in American Institutions* Economic Policy Uncertainty Index* Ranking the Biggest Single-Day Stock Swings of All Time* Pessimism among U.S. 12th graders* Inflator Chart This is a public episode. If you would like to discuss this with other subscribers or get access to bonus episodes, visit abreu.substack.com