Podcast da Semana

Quando começaram a circular as imagens recentes do povo Yanomami em estado grave de desnutrição, com doenças como malária, um outro assunto também circulava na imprensa: a inauguração de uma exposição que celebrava justamente a existência do povo yanomami. Com curadoria de Thyago Nogueira, entrevistado deste episódio do Podcast da Semana, no dia 3 de fevereiro foi inaugurada a mostra "A luta Yanomami" no The Shed, em Nova York. A mostra traz 200 imagens da fotógrafa suiça Claudia Andujar, que vive no Brasil desde os anos 1950, e pinturas e desenhos dos artistas Yanomami André Taniki, Ehuana Yaira, Joseca Mokahesi, Orlando Nakiuxima, Poraco Hiko, Sheroanawe Hakihiiwe e Vital Warasi.O xamã, escritor e líder político, Davi Kopenawa, do povo Yanomami, esteve presente na inauguração e nas diferentes conferências que a exposição resultou, como a que aconteceu na Universidade de Princeton."A luta Yanomami" foi apresentada pela primeira vez no Instituto Moreira Salles, em 2018. Depois, passou por França, Itália, Espanha, Inglaterra e Suíça e ainda vai chegar ao México, Chile e Colômbia.Desde então, com as recentes mudanças políticas, os ataques ao povos indígenas durante o governo de Jair Bolsonaro esse conjunto de obras foi se transformando, ganhando um novo papel de denúncia e agregando artistas indígenas à mostra.Isso tudo como um projeto do curador Thyago Nogueira. Além da curadora, Nogueira dirige o departamento de Fotografia Contemporânea do Instituto Moreira Salles e é editor-chefe da revista ZUM.Ao Podcast da Semana, ele fala sobre as escolhas e transformações da exposição e sobre fotografia contemporânea, sua especialidade. Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic Edição de som: Pedro Pastoriz

Qual é o limite entre o abuso e o crime? Quando é o caso de denunciar? Segundo a coordenadora das delegacias da mulher do Estado de São Paulo, Jamila Jorge Ferrari, ao menor sinal de violência já é o momento de fazer uma denúncia. É ela a entrevistada da edição do Podcast da Semana sobre relacionamento abusivo e a violência contra a mulher. Jamila Jorge Ferrari coordena há cinco anos o atendimento a mulheres que sofrem violência no estado de São Paulo. Foi sob a gestão dela que nasceram as delegacias da mulher eletrônicas durante a pandemia, que facilitam bastante as denúncias de violência doméstica. Na entrevista que você ouve a seguir, ela fala como um xingamento já pode ser uma forma de violência, que ter uma rede de apoio é fundamental, que as mais vulneráveis economicamente são também as mais vulneráveis à violência e que o ditado que diz que em briga de marido e mulher ninguém mete a colher está errado. A delegada conta ainda que lê todos os boletins de ocorrência de feminicídio que ocorrem dentro do estado. E que em comum todos têm uma característica: são muito, mas muito violentos.Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima Edição de som: Pedro Pastoriz

É tempo de volta às aulas. E a saúde das crianças faz parte dessa retomada. É sobre isso o episódio do Podcast da Semana com a pediatra Ana Escobar, colunista da revista Crescer e coordenadora dos cursos de graduação e pós-graduação da faculdade de medicina da Universidade de São Paulo."Antes a saúde era a ausência de doença. Hoje, a gente sabe que saúde é o bem-estar biopsicossocial. É a criança ir à escola, ir às consultas de rotina, ter as vacinas em dia, atendimento médico quando necessário. Além de um ambiente em casa o mais equilibrado possível, sem brigas", ela explica. Na conversa que você escuta a seguir, ela fala dos cuidados que pais e professores devem ter com a saúde dos pequenos nesse retorno às aulas, o que observar para evitar o agravamento de doenças respiratórias, fala também sobre como conquistar essa saúde que vai além da ausência de sintomas.Roteiro e apresentação: Luara Calvi AnicEdição de som: Pedro PastorizAcesse a Gama Revista: https://gamarevista.uol.com.br/

Os grupos chamados de identitários ganharam mais destaque nos últimos tempos por estarem cada vez mais ativos no debate público, reivindicando seus direitos de igualdade, direitos que estão na constituição.Por isso, como diz a socióloga Flavia Rios, entrevistada de hoje no Podcast da Semana, pessoas negras, LGBTQIA+, mulheres e indígenas também se tornaram alvo de diferentes frentes da política, tendo de lidar com críticas e ideologias infundadas, ela explica em entrevista ao Podcast da Semana.“Uma parte dessas políticas focalizadas em determinados grupos passaram a ser chamadas de políticas identitárias. E esses segmentos se tornaram alvo foram ideologizados e politizados, se apoderaram como sujeitos políticos”, diz a Gama.Flavia Rios é socióloga, professora da Universidade Federal Fluminense, pesquisadora do Negra/UFF e do Afro/Cebrap. Coordena os projetos GIRA_Igualdade Racial em Niterói (2021-2022)” e “Origens e Destinos (CNPq 2021-2024)”. É coautora do livro “Lélia Gonzalez” (Summus, 2010) e co-organizadora dos livros “Negros Nas Cidades Brasileiras”(Intermeios, 2018), “Por um Feminismo Afro-latino-americano (Zahar, 2020), Raça & Estado (Eduerj, 2022).Roteiro e apresentação: Luara Calvi AnicEdição de som: Pedro PastorizAcesse a Gama Revista: https://gamarevista.uol.com.br/

O que o Ano Novo significa para você? Para muita gente, é a hora de iniciar projetos e fazer mudanças na vida pessoal, no trabalho, no amor. Mas tem gente que espera que essa mudança caia do céu. "Há o risco desse momento de Ano Novo ser minimizado pela simples celebração de recomeçar a vida. Mas é muito mais drástico e difícil do que bater duas taças de Champagne e soltar fogos. Muita gente acha que o 'Feliz Ano Novo' é quase uma bênção que cai na cabeça das pessoas e a vida vai melhorar. Mas o Ano Novo acontece com ações que eu operamos sobre a vida", diz o psicólogo Alexandre Coimbra Amaral, convidado desta edição do Podcast da Semana.Autor de livros como "A Exaustão no Topo da Montanha" (2021) e de "Cartas de um Terapeuta para seus Momentos de Crise” (2020), ambos publicados pela Paidós, Coimbra fala sobre como o início de um ano propicia mudancas justamente porque estamos refletindo sobre a nossa vida e colocando nossas escolhas em perspectiva. Segundo ele, é importante falar com amigos e familiares sobre esses pensamentos, com pessoas que "vibrem" na mesma sintonia. "Essa experiência, em que todas as pessoas se fazem a mesma pergunta – 'o que quero pra mim de novo?'–, e uma experiência que fortalece as pessoas para tomar coragem de transicionar na vida, de fazer mudanças na sua identidade. Isso vem de uma concepção de ser humano que precisamos lembrar: somos seres sociais, não somos apenas indivíduos", afirma.Apresentador do podcast "Cartas de um Terapeuta" e integrante da equipe de Fátima Bernardes no programa "Encontro", da TV Globo, ele fala ainda sobre como vivemos muitas vidas dentro de uma única vida e como os relacionamentos podem morrer e renascer.Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima Edição de som: Pedro Pastoriz

Francesca Sanci, autora de “O Livro da Cerveja”, ensina como ser mais feliz com a bebida no calor e fala do estilo brasileiro perfeito para a estação.Acesse a Gama Revista: https://gamarevista.uol.com.br/

Conseguir alimentar uma criança com aleitamento exclusivo é uma coisa maravilhosa e exaustiva ao mesmo tempo. Mas há como fazer ajustes para que haja uma prática saudável para mãe e bebê. É o que defende a bióloga, doutora em ciências e consultora de amamentação, Cristina Bertoni Machado, convidada do Podcast da Semana.Autora do livro “Exaustão não É Amor” (Ed. Matrescência, 2022), ela não defende o desmame invariavelmente, mas a necessidade de se olhar para o problema e fazer os ajustes necessários para que se chegue a um ponto ótimo para mãe e bebê.“Quando estamos exaustas, temos que agir por um aleitamento saudável para mãe e bebê; é uma relação”, afirma Machado.“A total livre demanda, quando fica totalmente consumida e exausta, pode gerar desmame abrupto”, ela afirma. Segundo Machado, quando chega a hora do desmame, o ideal é que ele seja feito de forma gradual.Segundo ela, o desmame virou um tabu no Brasil. “O ativismo tem benefício enquanto crescimento da causa, mas ele despersonifica e não leva em consideração a individualidade daquela família”, afirma. “As redes sociais pesam para a exaustão e instauraram um ‘mãezímetro’, uma disputa pessoal. Deixou de ser orientação geral para competição individualizada: há um julgamento muito grande para as mães que dão chupeta e mamadeira, mas a gente não sabe o que passa na casa dos outros.”

A convidada do Podcast da Semana é escritora, atriz, diretora e cheia de amigos. Maria Ribeiro gosta de tocar diferentes projetos com essas pessoas que escolheu pra vida. Foi assim com o monólogo “Pós-F”, uma adaptação do livro homônimo da escritora Fernanda Young (1970-2019), que virou sua amiga. E também com o podcast Isso Não é Noronha, que ela toca atualmente ao lado da também amiga e artista Isabel Guéron. “Meus amigos são para o que der e vier”, diz.Na conversa com Gama, a carioca de 47 anos fala sobre como amizades podem chegar ao fim , enquanto outras começam em diferentes fases da vida: “Não posso passar pela vida sem conviver com as pessoas que admiro.” E sobre amizades desfeitas durante o governo de Jair Bolsonaro: “O fato de conseguir votar numa pessoa que tem aqueles valores mostra que a gente não compartilha do mesmo universo. Amizades podem acabar”, diz.Enquanto escreve um livro para ser lançado em 2023 pela Companhia das Letras, e se prepara para passar o Natal e Ano Novo com os dois filhos, o ex-marido Paulo Betti e sua companheira, a humorista Dadá Coelho, em Nova York, Maria vai dando conta da curiosidade que a faz cultivar muitos interesses e amizades. “Uma das coisas que mais me interessa na vida é não perder a curiosidade, sobretudo por gente”, diz na entrevista que você escuta neste episódio do Podcast da Semana.

A discussão sobre as redes sociais terem um período limitado de vida, de que depois de um período de ascenção invariavelmente vem uma queda, é uma bobagem. “Só morre a rede social que para de inovar”, diz Bia Granja, especialista em influência digital e cofundadora da consultoria YouPix. Segundo ela, o que vamos viver agora é uma “real fragmentaçnao das redes sociais”, ou seja, nenhuma delas vai ser “líder”, mas todas terão seus públicos e comunidades. Granja é a convidada desta edição do Podcast da Semana.Para ela, o que podemos dizer sobre o futuro e especialmente o presente das redes é que estamos em um momento de transformação: influencers deixam de ser produtores de conteúdo para sua audiência e passam a produzir mais em comunidade. Como são cada vez mais numerosos, têm que depender mais dos dinheiros das marcas e eles mesmos empreenderem. Além disso, ela acredita que influenciadores ser um bom negócio inclusive para investidores, criando assim um esquema semelhante ao de uma bolsa de valores.Ao Podcast da Semana, Granja, que foi eleita pelo LinkedIn uma das pessoas mais influentes da plataforma em 2019 e em 2020, fala ainda sobre saúde mental, sobre oportunidades de marketing dentro das redes e quais marcas estão sabendo usar bem o mundo digital.

Como resumir São Paulo em um guia? A metrópole que verdadeiramente nunca dorme, que se espalha por bairros tão singulares que parecem cidades, que reúne 12 milhões de habitantes em sua extensão é difícil de caber em um único livro. Esse foi o desafio abraçado pela apresentadora de TV Didi Wagner, que escolheu um recorte pessoal e o embalou nas 400 páginas de “Minha São Paulo”, que acaba de ser lançada pela editora Record.Por comandar o programa “Lugar Incomum” desde 2006 no Multishow, Wagner virou uma viajante profissional. É com essa expertise – e a de alguém nascida e criada em São Paulo – que ela dá dicas que servem para quem pisa na cidade pela primeira vez, bem como para novos moradores. Um exemplo: sugere que tenha amigos com piscina, que não se subestime o pão na chapa com média das padarias tradicionais, que é bom estar preparado para o clima maluco da capital paulista. Fala sobre o calendário dos grandes festivais, as opções de transporte, as regiões e os bairros, além de dar dicas mais específicas de bares, restaurantes e até spas.Ao Podcast da Semana, Wagner fala sobre o que descobriu ao fazer esse livro – o brigadeiro seria uma receita nascida no bairro do Pacaembu –, o que mais gosta de fazer por aqui e o que um viajante têm que fazer para ser mais feliz.