Podcast da Semana

Gama Revista
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Oct 29, 2023 • 32min

Vanessa Rozan: "Autocuidado pra mim é tempo e terapia"

Autocuidado virou uma palavra da moda que, e de tão usada, teve seu sentido ampliado Cuidar de si tem a ver com tempo, dinheiro, alimentação, prática de esportes, com saúde mental e até com a capacidade de dizer não. E, nos últimos tempos, autocuidado esteve cada vez mais relacionado ao universo da beleza, especialmente após os desafios que esse mercado teve de enfrentar durante a pandemia. Este episódio traz a maquiadora, apresentadora de TV, pesquisadora e colunista da Gama, Vanessa Rozan. Ela é também proprietária do Liceu de Maquiagem, uma escola e academia de maquiagem e beleza profissional. Na conversa, Vanessa fala da sua relação pessoal com o autocuidado, fala sobre como ficou o tempo para cuidar de si depois que ela virou mãe, analisa os artifícios do mercado de beleza para associar beleza ao bem-estar – e transformar essa relação em produto. Fala também da maneira complexa como o corpo da mulher, a aparência física feminina, aparece nas redes sociais. Tema da sua pesquisa de mestrado e que ela agora desenvolve mais no doutorado. Um assunto central também nas suas colunas aqui na Gama. Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic
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Oct 29, 2023 • 24min

Esper Kallás: “A queda histórica da vacinação é reversível”

Um dos principais fabricantes de imunizantes do país, o Instituto Butantan, teve papel essencial durante a pandemia do Covid-19. Mas não é de hoje que a instituição, que é também um grande centro de pesquisa e ensino, faz a diferença na saúde do país. O atual diretor, Esper George Kallás, que é também professor titular de moléstias infecciosas e parasitárias da Faculdade de Medicina da USP, é o entrevistado deste episódio. Kallás relembra como um país que tem uma longa trajetória na vacinação, com uma aceitação das vacinas por grande parte dos brasileiros, teve de lidar com resistência durante um momento tão sensível: a pandemia do novo coronavírus. “O embate político colocou em dúvida a eficiência das vacinas contra uma nova pandemia”, disse na conversa com Gama. Além disso, o Brasil tem enfrentado desde 2016 uma queda histórica em suas coberturas vacinais, de acordo com o DataSUS. O diretor acredita que é possível reverter essa queda, e que o Programa Nacional de Imunização, um dos maiores do mundo e que conta com a participação direta do Butantan, seguirá forte. Do contrário, se não recuperarmos essa queda, doenças que já estavam erradicadas no país, como o sarampo e a poliomielite, que causam sequelas no desenvolvimento especialmente das crianças e também a morte, podem voltar a assombrar o país e o mundo.
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Oct 15, 2023 • 29min

Jéssika de Oliveira: "O Clube de Leitura Preta potencializou a autoestima dos alunos"

Faz um ano que a professora e escritora Jéssika de Oliveira resolveu criar um clube de leitura na escola onde trabalha, o Colégio Estadual Doutor Milton Santos, uma instituição de ensino quilombola localizada no município de Jequié, a 365 quilômetros de Salvador, na Bahia. A cidade está no topo do ranking das mais violentas do país e o clube de leitura seria uma forma de fazer com que crianças e adolescentes mergulhassem na literatura, se interessassem mais pela escola e assim não aumentassem o índice de evasão escolar. A ideia da professora era a de que o clube seria também um lugar de combate ao racismo e de celebração da literatura negra, uma vez que os livros escolhidos para leitura e discussão são todos escritos por autores negros. Com um ano de funcionamento, o Clube de Leitura Preta é uma atividade extracurricular (que não garante ponto no boletim), mas que é frequentado assiduamente por 26 meninas e meninos com idade de 13 a 16 anos, três vezes por semana. Entre os autores, eles lêem Conceição Evaristo e Bianca Santana e discutem sobre o racismo e a violência vivida por pessoas negras no país. Entre as coisas mais bonitas que a professora contou em entrevista a Gama está o fato de os jovens passarem a se ver diferentes, mais empoderados e com a autoestima fortalecida depois das leituras e conversas. Segundo ela, antes do clube, muitos deles nem se consideravam pessoas negras, mas "morenas" ou "jambo". “Esses meninos têm várias questões de saúde mental. Quando a gente ia tirar uma foto, os meninos botavam a mão no rosto, escondendo o nariz, a boca. Um ano depois, essas fotos estão normais, eles estão sorrindo, mostrando os dentes, o nariz, o olho. Isso tem a ver com a reconstrução da autoestima. Hoje sabem que não precisam esconder os traços. E é uma das coisas que o clube tem potencializado é a autoestima desses meninos e dessas meninas”, conta.
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Oct 8, 2023 • 30min

Alexandre Rossi: "O luto vai além do animal. Você questiona a vida como um todo"

Como uma pessoa pode sofrer tanto por um animal? Essa pergunta passa pela cabeça de muita gente que não tem um pet e vê um amigo perder seu bichinho de estimação. Mas esse é um luto real e difícil, como atesta Alexandre Rossi, veterinário e especialista em comportamento animal, que é o convidado da edição sobre Pets do Podcast da Semana. “O luto vai além do animal. Você questiona a vida como um todo, as relações como um todo, o que você perdeu e o que vai perder”, afirma na entrevista. Desde 2009, Rossi era tutor de Estopinha, a primeira influenciadora pet do país. A cadela morreu em setembro, aos 14 anos, depois de complicações que começaram com uma infecção na unha. Durante o período que passaram juntos, os dois foram também uma dupla de trabalho. Depois de ser devolvida por duas famílias que a consideravam muito bagunceira, o especialista pensou que a cachorrinha seria um bom exemplo para mostrar ao público como lidar com cães agitados. Juntos, os dois estrelaram programas de TV e mais recentemente Rossi apresenta um quadro sobre pets no programa "Encontro com Patrícia Poeta". Quando Estopinha ficou doente, Alexandre Rossi anunciou sua condição publicamente e disse que se preparava para o luto. Quando ela morreu, ele anunciou que estava “devastado”. Ao Podcast da Semana, ele conta sobre o luto que está vivendo, como vem se cuidando e como ter perdido a Estopinha tem ensinado a ele sobre outros tipos de luto e até sobre a própria existência. Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima
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Oct 1, 2023 • 31min

Claudia Assef: “O mercado da música é muito desigual para cantoras e outras profissionais”

É verdade que quando a gente pensa em música brasileira hoje nos vem muitas mulheres à cabeça. Mas esse número ainda é pequeno. Não apenas na frente do palco, como nos bastidores também. No ano de 2021, mulheres receberam 9% do total distribuído em direitos autorais. Esse dado vem do relatório Por Elas Que Fazem a Música, lançado em 2022, com base em dados da UBC (União Brasileira dos Compositores). A prova da baixa participação delas nesse mercado. Foi sabendo disso e com a proposta de ter mais mulheres no mercado musical, que a jornalista Claudia Assef e a curadora Monique Dardenne, lançaram, em 2017, o Women's Music Event, o WME, uma plataforma de música e negócios dedicada ao protagonismo feminino. Assef é jornalista, escritora, DJ, autora do livro "Todo Dj já sambou" (Conrad, 2008), e criadora desse evento que reúne debates, shows, premiações e muita música, claro. Em dezembro deste ano, o WME Awards vai premiar artistas e profissionais mulheres da áreas, e também homenagear duas gigantes da nossa história musical: Rita Lee e Dona Onette. Vai também relembrar gravadoras, festivais, plataformas de streaming, marcas e a mídia do espaço que elas ocupam, e ainda falta ocupar, nesse mercado.  Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic No link abaixo e também noDeezer,Spotify,Apple Podcast,Google Podcastvocê escuta este episódio.
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Sep 24, 2023 • 31min

Mirian Goldenberg: "As pessoas acham que a velhice é uma morte"

Pesquisadora da velhice há 30 anos, a antropóloga Mirian Goldenberg tornou-se uma ativista contra a violência e a discriminação do velho e pelo que chama de "bela velhice", que é uma forma de viver essa fase da vida com autonomia. "As pessoas acham que a velhice é uma morte", ela diz, mas rebate afirmando que são seus amigos nonagenários os que mais aproveitam e olham a vida com os olhos certos. "São os velhos que saboreiam a vida a cada dia", afirma na entrevista do Podcast da Semana. Com mais de 30 livros publicados — entre eles "A Invenção de uma Bela Velhice" (Record, 2020) e "A Arte de Gozar" (2023) —, a professora aposentada da Universidade Federal do Rio de Janeiro virou referência nos estudos dessa área, com uma atuação forte nas redes sociais. "Publico um textão por dia no Instagram sobre esse tema", diz. Ela diz que o Brasil é um país muito fértil para o etarismo, mas que uma luz se acendeu com a reforma da Previdência. "As pessoas entenderam que elas também ficarão velhas", afirma. Nesse tempo de pesquisa, entendeu que envelhecer leva a vulnerabilidades e a diferentes sofrimentos. "Inclusive, homens e mulheres têm sofrimentos diferentes ao envelhecer. O homem sofre com a aposentadoria; a mulher, com as mudanças no corpo", afirma. Mas diz que é preciso ter coragem para gozar a vida e explica que o gozo da maturidade está em diversas atividades, não como em um projeto de vida, mas em pequenos propósitos diários. "Não existe velhice no singular", afirma. Ao Podcast da Semana, Goldenberg falou sobre o sexo nessa fase, como fazer para ter mais autonomia e as perdas que as pessoas de mais idade tiveram na pandemia, muitas delas, irreparáveis. Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima
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Sep 17, 2023 • 33min

Felipe Vassão: "A música pop vai ser engolida pela IA, mas o artista pop é mais que a música"

O que a inteligência artificial pode fazer com a música? O produtor musical Felipe Vassão afirma que muita coisa. Já está fazendo, como deixando o processo de mixagem mais fácil. “Ainda vamos ver coisas incríveis, sonoramente absurdas. As pessoas vão começar a expandir essas tecnologias para servir às ideias dela”, afirma Vassão, que é o convidado da edição sobre inteligência artificial do Podcast da Semana. Há 30 anos na produção musical, Vassão é hoje sócio da Santé, uma agência de música que conecta artistas musicais ao mundo da publicidade, e tem no portfólio trabalhos como a produção do álbum “Amarelo”, de Emicida, pelo qual ganhou um Grammy. Ficou muito conhecido também pelos vídeos que faz no Instagram e no Tik Tok e em que explica elementos da produção musical, aponta referências em samples, conta histórias suculentas da indústria fonográfica, entre outros. Ele acredita que há sim um tipo de música que vai ser mais atingido pelas máquinas, as trilhas sonoras e a música pop. Mas o artista não será, ele diz: "O artista pop é muito mais que a música, ele é uma persona, uma figura, tem desdobramentos. A música pop, em si, vai ser engolida por isso, mas a cultura pop, o culto à personalidade, não tem como." Vassão não ignora questões espinhosas como a dos direitos autorais, por exemplo. Sobre isso, acha que uma saída pode ser a cobrança pelo que é usado para a fase de “machine learning”, ou seja, as músicas que são usadas como referência para que a máquina passe a criar. Ao Podcast da Semana, Vassão falou sobre tudo isso e sobre como o uso de computador para fazer música não é nada novo e sobre a possibilidade de uma greve de músicos, como já acontece no audiovisual dos Estados Unidos. Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima
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Sep 10, 2023 • 28min

Tássia Magalhães: "Encaro premiações sem pirar"

A chef de cozinha Tássia Magalhães virou uma colecionadora de prêmios. Comemorou o primeiro aniversário do restaurante Nelita com a notícia de que integrava a lista dos 50 melhores restaurantes da América Latina, ranking feito pela revista britânica Restaurant. Agora, um ano depois, ela viu seu restaurante ser eleito o melhor da cidade mais gastronômica do país, a capital paulista, pela Folha de S.Paulo. Se o céu parece ser o limite para esta jovem chef de 34 anos, só falta uma estrela. Com o retorno do guia Michelin ao Brasil, que volta a ser reeditado por aqui depois de um hiato pandêmico, há uma expectativa de que o Nelita ganhe ao menos uma unidade da condecoração máxima da cozinha no mundo. Quem está acompanhando ao seriado-febre “The Bear”, sobre o mundo da gastronomia em Chicago, sabe o que isso significa. “Acredito que estou no auge da minha carreira, mas encaro as premiações de maneira que não pire. É muito difícil trabalhar em restaurante. Há muitas oscilações; tem dia que funciona muito bem, tem dia que não é igual”, afirma ao Podcast da Semana. Nascida em Guaratinguetá, São Paulo, Tássia Magalhães se formou no Hotel Escola Senac Campos do Jordão e entrou em uma cozinha profissional pela primeira vez aos 18 anos no Pomodori, sob a batuta de Jefferson Rueda, chef que figura em outra lista do 50 Best, essa a dos melhores do mundo. Viajou pela Europa e estagiou em restaurantes nórdicos como o Geranium (três estrelas Michelin), o Kadeau, o Amass e na confeitaria Summerbir. Aos 23, assumiu o cargo de chef pela primeira vez, ainda no Pomodori, onde ficou por dez anos no total. Depois de um período de pausa, ela abriu o Nelita em 2021 e, neste ano, a confeitaria Mag Market. Ao Podcast da Semana, ela fala sobre o machismo na cozinha, o fato de ter virado uma referência, o que faria diferente se tivesse a chance de uma nova primeira vez e o que aconselha em quem quer estrear no mundo da gastronomia. Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima
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Sep 3, 2023 • 50min

João Moreira Salles: “A nossa ocupação da Amazônia sempre foi desinteressada”

Foi inicialmente por uma pendência pessoal que o documentarista e escritor João Moreira Salles, entrevistado deste episódio, escolheu passar seis meses no Pará. João sentia que faltava a ele, a sua trajetória, uma relação mais próxima com a Amazônia. "Há uma falha de imaginação em transformar a Amazônia em matéria simbólica. Nós somos um país em que 60% do seu território em que 60% do seu território é a maior floresta tropical do mundo, e no entanto a floresta nao nos define como brasileiros", diz neste episódio do Podcast da Semana. Dessa experiência, nasceram algumas reportagens para a revista Piauí, e também, de maneira expandida, o livro "Arrabalde: Em Busca da Amazônia" (2022), lançado pela Companhia das Letras. Com essa viagem e por meio de uma pesquisa multidisciplinar, ele busca entender por que a floresta é vista como um lugar tão distante para a maioria dos brasileiros – ainda que represente a sobrevivência dos povos originários e do planeta. No livro, e na conversa com Gama, João investiga essa nossa relação com a maior floresta tropical do mundo. Vai desde a chegada dos colonizadores até os anos 1960 – quando o foco declarado de governantes era transformar tudo em pasto -- discurso que se repetiu nos período em que Jair Bolsonaro ocupou a presidência. Ele traz pesquisas, entrevistas, e seu olhar pessoal de viajante, de observador, de alguém claramente envolvido com esse tema e com esse bioma que pode transformar o Brasil em protagonista, numa "potência ambiental dos trópicos", nas palavras de João Moreira Salles. Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic
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Aug 27, 2023 • 33min

Gabriela Amaral Almeida: "O terror é um gênero que se alimenta da ansiedade"

O terror é um gênero que floresce quando há crises, que "se alimenta da ansiedade". E, neste momento, com tantas turbulências políticas, sociais e ambientais especialmente, o mundo oferece um prato cheio para este tipo de produção. Este é um dos motores que nos fazem testemunhar uma nova era de ouro para os filmes de medo, segundo a avaliação da Gabriela Amaral Almeida, diretora de filmes de terror brasileira que é a entrevistada desta edição do Podcast da Semana. Expoente de uma vertente que ficou conhecida como “horror social”, Almeida encontra o terror nas tensões cotidianas, como mostrou em filmes com "Animal Cordial" (2017) e "A Sombra do Pai" (2018). Agora, ela se prepara para filmar "Cão de Guarda", que tem Murilo Benício no papel principal de um pai que perde a capacidade de sentir emoções em um acidente de trabalho brutal e parte em uma viagem de moto de São Paulo ao Rio Grande do Sul para entregar sua filha à ex-mulher. "Essa fragilidade da família brasileira pode ser explorada com uma alegoria do horror muito bem", afirma a Gama. A roteirista e diretora estudou cinema na Universidade Federal da Bahia e Roteiro na Escola Internacional de Cinema e TV de Cuba, além de ter pesquisado a fundo a obra de Stephen King no mestrado, um autor que, segundo ela, "tira o gótico dos castelos para inserir na classe média norte-americana". "O horror de Stephen King vem como uma metáfora da corrupção da família americana. Eu li e estudei por tanto tempo que vejo a família brasileira também como uma unidade frágil às mudanças políticas, econômicas", afirma. Nesta edição do podcast ela fala sobre os subgêneros do terror, sobre o que realmente dá medo nesses filmes, e sobre como tem ainda preconceito contra o gênero, apesar do sucesso de crítica, e principalmente contra as mulheres que querem fazer terror. Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima

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