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Podcast da Semana

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Jul 23, 2023 • 34min

Flávia Oliveira: "Ter um neto dá a sensação de permanência, mas também de finitude"

“Ter um neto dá a sensação de permanência, mas também de finitude.” Com essa declaração, a jornalista Flávia Oliveira comenta como tem sido a experiência dela de ser avó de Martin, de dois anos e meio. Comentarista da Globonews e colunista do jornal O Globo e da rádio CBN, ela fala sobre um mix de sentimentos, uma sensação de realização mas também de certo desconforto, ao ter assumido esse novo papel. Oliveira é a entrevistada da edição sobre avós do Podcast da Semana. “Talvez tenha sido a experiência mais bonita e profunda que eu tive em um momento de tragédia global”, diz sobre o nascimento do Neto durante a pandemia. “Eu vivi a gestação da minha filha com uma intensidade maior do que a própria gestação que eu tive”, ela conta. A mãe de Martin é a também jornalista Isabela Reis, com que Oliveira apresenta o podcast Angu de Grilo. Ao Podcast da Semana, Flávia Oliveira falou sobre o envelhecimento da população brasileira e o que isso representa para a sociedade e para o país, tanto social quanto economicamente; sobre o etarismo no mercado de trabalho; sobre a ideia de ancestralidade ser mais discutida hoje; e sobre o que isso representa para as religiões de matriz africana. Ela fala também sobre a sua experiência pessoal como avó e sobre a importância dos avós serem rede de apoio para mães, mulheres que muitas vezes estão sobrecarregadas entre o cuidado dos filhos e o trabalho. Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima Edição de som: Laura Capelhuchnik
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Jul 16, 2023 • 33min

Valdecir Nascimento: "Como um médico pode decidir que uma mulher negra pode sentir mais dor que uma branca?"

O racismo e o machismo são as principais ameaças aos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres negras e, na visão de Valdecir Nacimento, fundadora do Instituto Odara, uma organização negra feminista centrada no legado africano e sediada em Salvador, na Bahia, eles nunca estiveram bem no Brasil. E gera números assustadores, como um alto índice de mortalidade materna, assim como o de mortalidade infantil, que estão diretamente relacionados: "O estado que proibe o aborto e persegue as pessoas que fazem aborto é o mesmo que mata crianças e jovens negros. O índice de meninos e meninas negras assassinados pela polícia é alarmante. O mesmo estado que tem os defensores e os heróis, os donos de Deus. O aborto descriminalizado também vai assegurar que as mulheres negras tenham outro tipo de cuidado e não precisem abortar nem morrer de aborto. O racismo tem tudo a ver com isso", afirma a Gama. Entrevistada da edição sobre direitos sexuais e reprodutivos do Podcast da Semana, Valdecir Nascimento diz que o tipo de atendimento que uma mulher negra recebe ao ir a um posto de saúde é pior que o de uma mulher branca. "Como um médico pode decidir que uma mulher negra pode sentir mais dor que uma branca na hora de ter um filho, de receber uma anestesia?", questiona. Na entrevista, ela fala sobre o escopo mais amplo desses direitos, que hoje vão desde a discriminalização do aborto e o direito a um acompanhamento de gravidez e parto humanizado até o acesso a absorventes íntimos para todas as mulheres, e discorre sobre a diversidade da mulher negra brasileira: "O tailleur não cabe nas mulheres negras, nossa presença incomoda muito por isso". Graduada em História pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), e Mestre em Educação pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), ela se debruça há décadas sobre a situação da mulher negra e luta por direitos. Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima Edição de som: Laura Capelhuchnik No link abaixo e também no Deezer, Spotify, Apple Podcast, Google Podcast você escuta este episódio.
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Jun 25, 2023 • 33min

Marcelo Rubens Paiva: "Perdoar faz muito mal ao país"

O escritor, dramaturgo e jornalista Marcelo Rubens Paiva traz na sua produção até agora uma combinação sensível entre memória pessoal e de país. Entrevistado deste episódio, ele já levou um jabuti pelo seu livro "Feliz Ano Velho", que em 2022 completou 40 anos. É autor de peças e livros como "Blecaute" (1986), "Malu de Bicicleta" (2003) e "Ainda Estou Aqui" (2015) – esse, que é seu livro mais recente, vai virar um filme dirigido por Walter Salles. Para Marcelo, o "Ainda Estou Aqui" é, de alguma maneira, a continuação do "Feliz Ano Velho", lançado em 1982 – ainda um período de ditadura militar. Neste título mais recente, ele traz a história de sua mãe, a advogada Eunice Paiva, que ficou viúva depois que seu marido, Rubens Paiva, foi torturado e morto pela ditadura, deixando cinco filhos. É também um livro sobre o avanço do Alzheimer em Eunice. Agora, Marcelo está trabalhando em um novo livro, esse sobre paternidade, que vai sair pela Companhia das Letras. Ele é pai de dois meninos. Na conversa a seguir, ele fala de memória, de escrita, de paternidade, da importância de relembrarmos os traumas de um país e da força de sua literatura. Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic Edição de som: Laura Capelhuchnik
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Jun 18, 2023 • 32min

Cauana Mestre: “Está cada vez mais difícil identificar o que é do coletivo e o que é singular”

Como ser livre para seguir seus desejos, para fugir de padrões e para respeitar as suas escolhas?Os ideais de beleza, de comportamento, de performance invadem nosso cotidiano e, muitas vezes, fica difícil identificar o que é um desejo seu, o que faz parte da sua singularidade, e o que veio do mundo. “Está cada vez mais difícil identificar o que é do coletivo e o que é singular”, diz a psicanalista Cauana Mestre, entrevistada deste episódio. Mestre é graduada em Psicologia e tem mestrado em Literatura. Nessa área, ela estudou especialmente a obra de Elena Ferrante. Recentemente, ministrou o curso “Gozo, Corpo, Feminino, Sexuação“, com a colega Licene Garcia. Nas redes sociais, a psicanalista sempre traz personagens do cinema e da literatura para falar de psicanálise. Na conversa a seguir a gente fala do conceito de liberdade, de liberdade sexual, da dificuldade de aceitarmos nossos desejos e também da psique das personagens de filmes e séries recentes como “Tár”, “Succession” e “A Filha Perdida”.
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Jun 11, 2023 • 43min

Rita Lobo: "Quem não sabe cozinhar vira presa da indústria de ultraprocessados e cai em modismos"

Rita Lobo chega aos 23 anos de vida do Panelinha, site que virou editora, escola, loja, canal no YouTube e produtora de TV, com a publicação de um livro que considera definitivo. São 550 receitas que formam uma espécie de oráculo da cozinha brasileira doméstica contemporânea. Poucos dias depois deste lançamento, iniciou na TV a nova temporada do “Cozinha Prática”, programa que tem há 11 anos. Agora, ela se lança na temporada batizada de #ReceitaDesafio, em que justamente desafia os telespectadores a largarem todas as barreiras que os afastam da cozinha, seja preguiça, falta de tempo ou qualquer outra justificativa. Com a realização de tantos feitos, ela quer ainda mais: escalar sua voz para além dos milhões de brasileiros que já a ouvem, como é fácil verificar em sua conta de quase 2 milhões de seguidores no Instagram. Depois de lançar livros temáticos e específicos, fazer 16 temporadas na TV e deste mais recente livro-compêndio, ela quer que sua voz seja amplificada para quem ainda não a ouviu e levar todo mundo para a cozinha. “Ensino a cozinhar porque quem cozinha tem uma vida melhor”, afirma a Gama. Isso porque come-se melhor, de forma mais variada, saborosa e, acima de tudo, saudável. “Quem não sabe cozinhar vira presa dessa indústria de ultraprocessados, cai nas pegadinhas, nos modismos, e tem menos chances de ter uma alimentação variada, saborosa”, diz ela que há anos comprou briga contra os gigantes dos ultraprocessados e faz um ativismo pela comida de verdade. Entrevistada da edição sobre comida do Podcast da Semana, Rita fala sobre como a cozinha é lugar para a família inteira, os novos planos do Panelinha, sua rotina de exercícios e diz que “ao cozinhar, você aprende mais sobre você e melhora as relações”. Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima Edição de som: Laura Capelhuchnik
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Jun 4, 2023 • 24min

Julia Rezende: “Há uma indignação que uma história real provoca”

“Todo Dia a Mesma Noite”, minissérie da Netflix que fala sobre o trágico incêndio da boate Kiss, foi um sucesso estrondoso, a produção brasileira da plataforma de streaming com melhor desempenho de audiência até hoje. Para a diretora Julia Rezende, o caráter trágico da história e a indignação de quem passa a conhecer seus detalhes explica o fenômeno de audiência. “As pessoas sofreram quando a tragédia aconteceu há dez anos, mas todo mundo esqueceu ou não acompanhou as repercussões e os desdobramentos. Agora, com a série, veio à tona tudo o que aconteceu, os conflitos, as injustiças. Há uma indignação que uma história real provoca, as pessoas falam não ‘é possível que isso tudo aconteceu’”, afirma. Todo Dia a Mesma Noite foi baseado no livro homônimo de Daniela Arbex e lançado em janeiro. Em 5 dias de exibição, a minissérie de XX capítulos já tinha um bilhão de referências no Tik Tok. Foram os adolescentes que mais comentaram a produção. “Descobri pela minha analista que muitos diziam que era a primeira vez que souberam que jovens podiam morrer”, afirma. “Cada um dos 242 jovens que morreram nesse incêndio tinham uma família, seus amigos, seus sonhos e você se envolve e se apaixona por eles — e aí aquilo tudo é tirado. Esse impacto desse casamento do true crime e da ficção talvez não tenha comparação talvez não tenha comparação com outros gêneros”, afirma. Rezende tem no currículo produções como as comédias “Meu Passado me Condena” e “Depois a Louca Sou Eu”. Agora, ela se prepara para filmar a vida de Ayrton Senna. Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima Edição de som: Pedro Pastoriz
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May 28, 2023 • 30min

Tainá Müller: "O humor é nossa grande ferramenta para sobreviver neste mundo"

“O humor é a nossa grande dádiva, nosso grande presente e a ferramenta para sobreviver nesse mundo — não importa o quão trágico ele seja. Até da tragédia o humor pode surgir, e surge até mais bonito.” A declaração é da atriz Tainá Müller, protagonista da série “Bom Dia, Verônica” (2020- ), da Netflix, e entrevistada da edição do Podcast da Semana sobre como ser mais leve. Na série, Müller vive uma policial que, ao investigar um predador sexual, acaba descobrindo um casal com um segredo terrível e um esquema de corrupção. Para se preparar para a personagem, a atriz mantém uma rotina pesada de exercícios, que inclui até box. Os exercícios, segundo ela, ajudam a extravasar as tensões e vão além da saúde física. E agora, ao gravar a terceira temporada, ela diz que finalmente vê o trabalho como algo mais leve, afirma que consegue entrar e sair do personagem com mais facilidade — e, quando sai dele, faz piada — e deixar o peso da temática de "Verônica" de lado. Müller atua no cinema, na TV e no teatro e ficou mais conhecida por papeis dramáticos. O que pouca gente sabe é que na vida privada ela é uma grande piadista. Nesta edição do Podcast da Semana, ela fala sobre a importância do humor para alcançar a leveza na vida, do poder das crianças e dos bichos para transformar os dias difíceis, da importância de ter mais consciência sobre seus atos e sobre como encara o envelhecimento e vê a crise do clima. Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima Edição de som: Pedro Pastoriz
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May 21, 2023 • 41min

Micaela Góes: "Com organização você tem uma vida com mais liberdade”

Qual a sensação que uma casa arrumada traz pra você? Certamente um pouco de paz e tranquilidade. Para Micaela Góes, entrevistada deste episódio, isso faz todo sentido. Ela acredita que o espaço externo nos ajuda a organizar internamente. "A casa reflete o que estamos sentindo", diz a Gama.Góes é especialista em organização e apresentadora do programa "Santa Ajuda", na GNT, que já conta mais de dez temporada, tamanho sucesso e interesse do público no assunto. Ela é autora de um livro de mesmo nome do programa e está trabalhando em um segundo título. Ela é também sócia-fundadora da escola A Casa com Vida.Nesta conversa, o tema é a organização como uma ferramenta a ser aprendida, com dicas para começar a arrumar a bagunça. "A organização é uma habilidade a ser desenvolvida e um ferramenta facilitadora da nossa vida", diz.Roteiro e apresentação: Luara Calvi AnicEdição de som: Pedro PastorizNo link abaixo e também no Deezer, Spotify, Apple Podcast, Google Podcast você escuta este episódio.
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May 14, 2023 • 39min

Miá Mello: "Ter filhos é perder o controle"

Quando a atriz, humorista e apresentadora Miá Mello planejou seu segundo filho, ela não imaginava o que iria enfrentar, ou não lembrava dos perrengues que vêm junto com os primeiros meses de um bebê. "O segundo filho foi uma grande quebra de expectativa de que tudo ia ser muito tranquilo", diz a Gama.Foi justamente nesse período que surgiu a oportunidade de lançar "Mãe Fora da Caixa", um monólogo que trata da maternidade real, inspirado no livro de Thaís Vilarinho. A peça foi um sucesso e agora vai virar filme. Miá Mello estreou no teatro com o grupo Desnecessários, participou do programa "Legendários" (2010-2017), na Record, e nos filmes "Meu Passado Me Condena" 1 e 2 (2013 e 2015).Agora, está trabalhando no roteiro do filme "Mãe Fora da Caixa", que deve começar a ser filmado no próximo semestre e gravando uma série para o Netflix. Miá é também mãe de dois filhos – um de 6 anos e outra de 14.Roteiro e apresentação: Luara Calvi AnicEdição de som: Pedro PastorizNo link abaixo e também no Deezer, Spotify, Apple Podcast, Google Podcast você escuta este episódio.
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May 7, 2023 • 31min

Lola Aronovich: "O masculinismo é um tipo de fake news"

Qual a relação entre masculinismo e fake news? Segundo a ativista feminista Lola Aronovich, têm tudo a ver. "Esses grupos só trabalham com teoria da conspiração e ódio", afirma. "Masculinismo e fake news tem tudo a ver. [O masculinismo] já parte do princípio que a gente vive num matriarcado, que as mulheres tem todo o poder do mundo pelo sexo."A professora da Universidade Federal do Ceará Lola Aronovich é uma das primeiras blogueiras feministas que o Brasil já teve. Por isso, ela pagou um preço alto. Há cerca de 15 anos, Aronovich é alvo preferencial de grupos masculinistas que pregam a supremacia masculina e a misoginia e recebeu ameaças de morte e estupro. Nesse período, ela não se calou e virou uma porta-voz da luta contra eles, com 12 boletins de ocorrência e uma lei inspirada na sua experiência. A Lei Lola foi sancionada há cinco anos, mas, segundo ela, ainda não tem muito efeito. "Basta ser mulher para ser alvo desses grupos. Às vezes, a vítima é uma menina menor de idade que nem sabe porque está sendo atacada", afirma.Na entrevista que você ouve no Podcast da Semana, Aronovich explica um pouco sobre como esses grupos operam, quais suas motivações e como é possível se proteger contra eles. "Tem que denunciar, se proteger, a visibilidade é uma estratégia de defesa também. Tem que falar com seus pais, procurar a política, contar para colegas. Mas não tem como evitar: qualquer mulher, de qualquer e ideologia, pode ser alvo de grupos misóginos", diz. Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima Edição de som: Pedro Pastoriz No link abaixo e também no Deezer, Spotify, Apple Podcast, Google Podcastvocê escuta este episódio.

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