
A História repete-se
Um diálogo descontraído em torno da História, dos seus maiores personagens e acontecimentos. 'A História repete-se' não é uma aula, mas quer suscitar curiosidade pelo passado e construir pontes com o presente. Todas as semanas Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho partem de um ponto que pode levar a muitos outros... São assim as boas conversas.
Latest episodes

Jul 9, 2025 • 47min
Quando o nordeste do Brasil foi holandês (1630-1654)
Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho conversam sobre o tempo em que os “holandeses” (como os habitantes das Províncias Unidas eram conhecidos) permaneceram no nordeste do Brasil, sobretudo em Pernambuco. Em 1624, três anos depois do fim das tréguas entre as Províncias Unidas e Espanha, os holandeses tomaram a cidade de Salvador da Baía, então capital do Brasil português. Esta foi retomada no ano seguinte por uma armada vinda da Península Ibérica. No entanto, os holandeses não desistiram de concorrer com os portugueses pelo negócio do açúcar no Brasil e pelo comércio de escravos. Em 1630, os holandeses tomaram Olinda e Recife, em Pernambuco, onde fundaram a Nova Holanda. Poucos anos depois, em 1636, a Companhia Holandesa das Indias Ocidentais nomeou João Mauricio de Nassau para governar este território. O seu governo (1637-1644) resultou no período áureo da Nova Holanda. Depois da sua partida, os portugueses (alguns já de segunda e terceira geração no Brasil), com escravos libertos e índios, conseguiram derrotar os holandeses (batalhas dos Guararapes de 1648 e 1649) e, por fim, reconquistar o Recife. Foi o ponto final do Brasil holandês, sendo que, no Índico e na Ásia, os holandeses levaram a melhor sobre os portugueses na sua disputa pelo controlo das rotas comerciais.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Jul 8, 2025 • 1h 10min
O Teatro é o parente pobre da obra de Camões?
No quinto episódio do podcast 'Camões: 500 anos de História e de Lenda', gravado ao vivo na Biblioteca Nacional, a encenadora Silvina Pereira e o investigador José Camões debatem o teatro camoniano, frequentemente esquecido face à épica e à lírica. Moderado por Vanda Anastácio, o encontro destacou a atualidade das três peças atribuídas a Camões — “Filodemo”, “Os Anfitriões” e “El-Rei Seleuco” — e defende a sua relevância estética e dramatúrgica. Entre reflexões sobre amor, melancolia e crítica social, os intervenientes sublinham a urgência de recuperar este repertório para os palcos contemporâneos, desafiando preconceitos e promovendo uma dramaturgia nacional mais rica e vibrante.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Jul 2, 2025 • 40min
D. António, Prior do Crato foi, ou não, Rei de Portugal?
Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho conversam sobre a vida e a “causa” de D. António, prior do Crato. Filho do Infante D. Luís, duque de Beja, e de Violante Gomes, apelidada de “A Pelicana”, D. António foi candidato à sucessão de D. Sebastião depois da morte deste rei na Batalha de Alcácer Quibir. Então, argumentou que os seus pais tinham-se casado em segredo, o que lhe dava precedência na linha de sucessão sobre o cardeal D. Henrique, que efetivamente herdou o trono. Dois anos depois, aquando da morte do Cardeal-Rei (janeiro de 1580)voltou a reclamar os seus direitos à coroa portuguesa, sendo então derrotado pelo exército comandado pelo duque de Alba que Felipe II de Espanha mandou para Portugal. Entre 1582 e 1583, a causa de D. António manteve-se viva nos Açores, sendo então reconhecido como Rei na Ilha Terceira. No entanto, as forças de D. António foram vencidas pelas do marquês de Santa Cruz em 1583. A partir de então, e até à sua morte em 1595, D. António viveu entre França e Inglaterra, onde procurou manter viva a sua “causa”, apoiada sobretudo pela comunidade cristã-nova. Quem foi D. António, prior do Crato? Qual a validade das suas pretensões ao trono de Portugal? E será que chegou a ser Rei de Portugal, mesmo que por tempo breve?See omnystudio.com/listener for privacy information.

Jul 1, 2025 • 1h 21min
O que é que se sabe sobre a presença de Camões no Oriente?
A partir da pergunta “Que Oriente é que encontramos nos Lusíadas?”, o professor e ensaísta António Vasconcelos de Saldanha e a investigadora Cristina Costa Gomes exploram as representações do Oriente na obra de Camões, entre a experiência vivida e a construção ideológica do Império.Moderada por Rui Loureiro, a conversa percorre temas como a presença de Camões na Ásia e a imagem da China como império modelo. O debate destaca ainda a forma como Camões equilibra aquilo que leu nos livros e o que observou diretamente. O episódio foi gravado no auditório da Biblioteca Nacional de Portugal. See omnystudio.com/listener for privacy information.

Jun 25, 2025 • 47min
Granada: o último estado muçulmano da Península Ibérica (1238-1492)
Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho conversam sobre o Emirado de Granada, o último estado muçulmano da Península Ibérica. Fundado em 1238, depois da desintegração do poder dos Almóadas na Península Ibérica, o Emirado de Granada permaneceu durante mais de 250 anos como o único reduto muçulmano na Península Ibérica, herdeiro de uma presença secular que remonta ao século VIII. Durante este tempo, Granada “comprou" a paz com os reinos cristãos mediante o pagamento de párias (tributos), comerciou com estes mesmos reinos, com o Magreb e com os genoveses, e semeou um legado cultural florescente, cujo principal símbolo é o conjunto arquitectónico civil e militar da Alhambra. Nas últimas décadas do século XV, os “reis católicos”, Isabel e Fernando de Castela e Aragão, iniciaram uma campanha militar que culminaria com a conquista de Granada, no ano de 1492. Qual a História do Emirado de Granada? Como conseguiu manter a sua independência durante mais de dois séculos e meio? Como foi conquistado, qual o seu legado e o que sucedeu à população muçulmana que o habitava?See omnystudio.com/listener for privacy information.

Jun 24, 2025 • 1h 15min
Como ensinar Camões hoje?
A partir da pergunta “Como ensinar Camões hoje e com que objetivo?”, os professores José Augusto Cardoso Bernardes e Rui Mateus refletem sobre os desafios e as possibilidades do ensino do poeta nas escolas e abordam questões como a interpretação literária e a necessidade de atualizar os programas escolares. Moderada por Cristina Costa Gomes, a conversa percorre temas como a formação de professores, a presença de Camões nos manuais escolares, o papel da literatura como educação artística e a importância de adaptar os conteúdos às novas realidades culturais e sociais dos alunos. Subscreva o podcast "Camões: 500 anos de História e de Lenda", gravado na Biblioteca Nacional de Portugal, no âmbito das Comemorações do V Centenário do Nascimento de Luís de Camões.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Jun 19, 2025 • 39min
Vale a pena voltar a ouvir: De Império a Teocracia, a história do Irão no século XX
Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho conversam sobre a História recente da Pérsia (Irão desde 1934), que teve o petróleo e a relação com o Ocidente como pontos de tensão fundamentais. Porque razão apoiou o Ocidente a subida ao poder de Reza Xá? E porque motivo contribuiu depois para o seu afastamento? O que foi a “revolução branca” do seu filho Reza Pahlavi? E como passou o país de império secular a teocracia islâmica? Episódio originalmente lançado em 8 de novembro de 2023.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Jun 18, 2025 • 41min
Quem foi D. Jorge da Costa, o cardeal português que quase chegou a Papa? (1416-1508)
Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho conversam sobre a longa e intrigante vida de D. Jorge da Costa, mais conhecido por Cardeal de Alpedrinha. A sua biografia apresenta muitas interrogações. O futuro cardeal nasceu em Alpedrinha, concelho do Fundão, provavelmente em 1416. Ainda muito novo, deu mostras de grande inteligência e sagacidade, qualidades que o fizeram rumar a Lisboa, onde estudou sob a proteção do padre João Rodrigues. Mais tarde, foi nomeado confessor e capelão do rei D. Afonso V e mestre das infantas suas irmãs. Depois, ascendeu aos mais altos cargos eclesiásticos portugueses, tendo, entre outros, sido nomeado bispo de Évora, arcebispo de Lisboa e arcebispo de Braga. Em 1476, foi nomeado cardeal pelo papa Sisto IV, tendo partido para Roma por volta de 1480 e nunca mais regressado a Portugal. Terá sido para escapar à ira do príncipe D. João (futuro D. João II) ou, pelo contrário, para ser um seu agente diplomático, com intervenção em processos tão importantes quanto a negociação do tratado de Tordesilhas?See omnystudio.com/listener for privacy information.

Jun 17, 2025 • 1h 18min
Como se constrói uma biografia de Camões?
Neste episódio, falamos dos mistérios e desafios que envolvem a vida de Luís de Camões. A partir desta pergunta central - como se constrói uma biografia? - reunimos especialistas para discutir os limites entre a história e a lenda que cercam o poeta maior da língua portuguesa. Com moderação do historiador João Alves Dias, a conversa conta com a professora Vanda Anastácio e o livreiro e biógrafo Carlos Bobone, autor de uma recente obra sobre Camões. Gravado no auditório da Biblioteca Nacional de Portugal, o episódio explora a escassez de documentos, as dificuldades em estabelecer dados biográficos seguros e a forma como a imagem de Camões foi sendo moldada ao longo dos séculos. Subscreva o podcast "Camões: 500 anos de História e de Lenda", gravado na Biblioteca Nacional de Portugal, no âmbito das Comemorações do V Centenário do Nascimento de Luís de Camões.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Jun 11, 2025 • 48min
Joana d’Arc, de “herege” a Santa: a “donzela de Orleans” que impulsionou a vitoria francesa na “guerra dos 100 anos”
Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho conversam sobre Joana d”Arc e a sua época, quando Valois e Plantagenetas (estes, reis de Inglaterra e duques da Aquitania) disputavam o trono de França. Conhecida por “donzela de Orleans”, Joana d‘Arc nasceu por volta de 1412 numa família de pequenos proprietários rurais. A partir dos treze anos, começou a ter “visões” que lhe indicaram que Carlos de Valois deveria ser coroado Rei de França na Catedral de Reims. Depois de ter presenciado a libertação de Orleans do cerco montado pelos ingleses e outras operações militares, e de ter assistido à coroação de Carlos de Valois (Rei Carlos VII), Joana d’Arc foi capturada pelos aliados dos ingleses, julgada e condenada à morte por heresia (1431). A “donzela de Orleans” tinha então 19 anos. Anos depois, o seu processo foi reaberto e, em 1920, o papa Bento XV canonizou-a, sendo hoje uma das padroeiras de França. Qual o contexto da “guerra dos 100 anos? De que foi acusada Joana d”Arc? Qual o seu contributo para o desfecho da “guerra dos 100 anos”?See omnystudio.com/listener for privacy information.