
A História repete-se
Um diálogo descontraído em torno da História, dos seus maiores personagens e acontecimentos. 'A História repete-se' não é uma aula, mas quer suscitar curiosidade pelo passado e construir pontes com o presente. Todas as semanas Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho partem de um ponto que pode levar a muitos outros... São assim as boas conversas.
Latest episodes

Jun 10, 2025 • 1h 38min
Comemorar Camões: Porquê? Para quê?
Neste episódio inaugural, João Pedro George e Diogo Ramada Curto lançam o debate sobre os sentidos e os usos da celebração de Camões. Entre o culto cívico e a apropriação política, discutem como o poeta se tornou símbolo nacional, mártir literário e figura disputada entre instituições e o povo. Um olhar crítico e atual sobre a memória camoniana. Subscreva o podcast "Camões: 500 anos de História e de Lenda", gravado na Biblioteca Nacional de Portugal, no âmbito das Comemorações do V Centenário do Nascimento de Luís de Camões.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Jun 4, 2025 • 39min
Bianca de Carvalho Gonçalves, a melhor aluna de História do ensino secundário
Neste episódio especial, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho convidaram a aluna Bianca de Carvalho Gonçalves, que no ano letivo passado frequentava o Agrupamento de Escolas Fernão do Pó, no Bombarral, e foi vencedora do prémio Alexandre Herculano, para o melhor aluno de História do ensino secundário, distinção atribuída pela Academia das Ciências de Lisboa, com o apoio da Fundação Amélia de Mello. Qual a opinião desta jovem sobre o ensino de História no secundário? Como foi que começou a interessar-se por História? Quais os seus temas e épocas preferidos? E será que estudou muito para obter a melhor classificação nos exames nacionais de História em 2023/24?See omnystudio.com/listener for privacy information.

Jun 3, 2025 • 2min
500 Anos de Camões: oiça aqui a apresentação do novo podcast do Expresso
Cinco séculos depois do nascimento de Luís de Camões, o Expresso convida-o a redescobrir o maior poeta da língua portuguesa. Quem foi, afinal, Camões? Um génio literário, um aventureiro incansável ou uma figura mitificada ao longo dos séculos? Neste podcast especial, gravado na Biblioteca Nacional de Portugal, damos a ouvir um ciclo de debates que explora a vida, a obra e os mistérios que ainda envolvem o autor de Os Lusíadas. Uma viagem sonora pela história e lenda de uma das figuras mais fascinantes da lusofonia. Disponível a partir de 10 de junho no Expresso e nas principais plataformas de podcasts.See omnystudio.com/listener for privacy information.

May 28, 2025 • 45min
O “outro” congresso de Berlim: a independência da Sérvia, Montenegro e Roménia, do império Otomano (1878)
Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho conversam sobre a complexa diplomacia europeia da segunda metade do século XIX, sobretudo sobre a evolução política da região balcânica. Esta teve a crise do império Otomano como pano de fundo, e refletiu a rivalidade entre Rússia e Áustria-Hungria pela influência sobre os territórios balcânicos, e entre a Rússia e o Reino Unido pelo controlo do Mediterrâneo oriental. No início de 1878, os russos derrotaram os otomanos, impondo-lhes a formação da “grande Bulgária”, que se estendia do mar Egeu ao Mar Negro. A perspectiva da formação de um grande estado pro russo na região alarmou o Reino Unido e motivou a realização de um congresso em Berlim, com a participação, entre outros, de Reino Unido, Rússia e Austria-Hungria, e moderado pelo chanceler alemão Otto von Bismarck. O congresso de Berlim de 1878 realizou-se entre 13 de junho e 13 de julho de 1878 e determinou a nova configuração política dos balcãs, que ficaram divididos em estados de média dimensão e rivais entre si, situação que se mantinha nas vésperas da I guerra mundial. Quais as consequências do congresso de Berlim de 1878? Será que foi uma das causas remotas do início da I guerra Mundial?See omnystudio.com/listener for privacy information.

May 21, 2025 • 48min
A conquista de Constantinopla, um marco simbólico na História universal (1453)
Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho conversam sobre a conquista otomana da cidade de Constantinopla e a consequente queda do milenar império Bizantino, ocorrida a 29 de maio de 1453, passam por estes dias 572 anos. Fundada em 330 dc pelo imperador romano Constantino com o nome de “Nova Roma”, Constantinopla, a atual Istambul, foi alvo de 22 cercos ao longo da sua História milenar. Em 1204, a cidade foi ocupada pelos cristãos ocidentais no enquadramento da quarta cruzada para, em 1262, ser novamente recuperada pelos bizantinos (os “romanos do oriente”). Contudo, a reconquista de Constantinopla não devolveu o império bizantino aos seus tempos áureos. Até 1453, os bizantinos viveram sob quase permanente ameaça dos seus inimigos, sobretudo dos turcos otomanos. A 6 de abril de 1453, o sultão otomano Maomé II montou cerco terrestre e naval a Constantinopla com um exército de cerca de 100 mil homens e uma nova arma de guerra: um canhão com quase 9 metros de comprimento, que disparava balas com cerca de 500 quilos. Como decorreu a conquista de Constantinopla? O que aconteceu a Constantino XI, o último imperador, e aos bizantinos? E qual o papel dos ocidentais neste conflito entre otomanos e bizantinos? Por fim, qual a importância do legado bizantino?See omnystudio.com/listener for privacy information.

May 14, 2025 • 42min
Leão XIII, o Papa da doutrina social da Igreja que inspira o novo Papa Leão XIV
Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho conversam sobre a época e o pontificado de Leão XIII, o Papa que inspirou a escolha do nome do cardeal Robert Francis Prevost, Papa Leão XIV, eleito a 8 de maio de 2025. Leão XIII, de seu nome Gioacchino Vincenzo Pecci, foi eleito Papa em 1878, também na sequência de um conclave breve. A Santa Sé enfrentava então desafios complexos, como o fim do seu poder temporal (1870), e muitos esperavam uma resposta à então chamada “questão social”. Leão XIII foi um Papa bem preparado e com experiência diplomática, capaz de construir pontes e empenhado na conciliação entre fé e razão. A 15 de maio de 1891, passam por estes dias 134 anos, foi publicada a sua encíclica “Rerum Novarum” (Das coisas novas), que constitui a base da doutrina social da Igreja. Leão XIII foi também o primeiro Papa a ser filmado, isto em 1896, e a ter a sua voz gravada. Morreu em 1903, aos 93 anos, depois de um longo e decisivo pontificado de 25 anos.See omnystudio.com/listener for privacy information.

May 7, 2025 • 59min
A Corte renascentista das mulheres em Portugal
Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho convidaram o historiador André Canhoto Costa para uma conversa em torno do seu mais recente livro, “A Corte das Mulheres”. Tal como referido na sua contracapa, esta obra narra a “História da ascensão e queda de uma corte iluminada pela presença das mulheres, cuja existência o tempo quis eliminar”. Esta “corte” de humanistas tinha por principal figura a Infanta D. Maria, filha do rei D. Manuel I e de sua terceira mulher, Leonor de Áustria. Quem foi esta princesa erudita e quem frequentava a sua Corte? Qual o contributo das humanistas para o renascimento português? Por fim, quem se opunha a esta Corte e porque se deu o seu ocaso?See omnystudio.com/listener for privacy information.

Apr 30, 2025 • 46min
A ditadura de Miguel Primo de Rivera em Espanha (1923-1930)
Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho conversam sobre a ditadura do general Miguel Primo de Rivera em Espanha (1923-1930), que influenciou a ditadura portuguesa de 1926-1933. No inicio da década de 1920, Espanha vivia em permanente instabilidade política e social. Os governos sucediam-se, assim como os confrontos sociais e a violência política. A este contexto, acresceu o desastre do exército espanhol no Norte de África, em 1921, que pôs em causa as chefias militares e até o próprio rei, Afonso XIII. Ganhou então força a corrente que apoiava uma ditadura militar como forma de estabilizar o país. A 13 de setembro de 1921, o general Miguel Primo de Rivera, capitão general da Catalunha, liderou um pronunciamento militar que resultou na suspensão da Constituição liberal de 1876 e na formação de um diretório militar. De inicio, a solução contou com o apoio do rei e de parte da sociedade espanhola, inclusive com a benevolência do PSOE e da organização sindical da UGT. Até 1927, Primo de Rivera beneficiou de conjuntura internacional favorável para estruturar um regime ditatorial inspirado pelo corporativismo que anulou a autonomia catalã e que, economicamente, pretendia tornar a Espanha auto suficiente. O governo de Primo de Rivera foi depois abalado pela crise económica de 1929, pelo afastamento do PSOE e UGT, e pelo abandono dos seus antigos aliados: desde os industriais catalães às chefias militares. Por fim, quando Primo de Rivera percebeu que também deixara de ter o apoio de Afonso XIII, decidiu demitir-se e partir para o exílio em Paris (janeiro de 1930). O reinado de Afonso XIII, profundamente comprometido com o ditador, ficara porém com os dias contados. Em abril de 1931, cerca de uma ano e meio depois da demissão de Primo de Rivera,foi proclamada a II República espanhola.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Apr 29, 2025 • 2h 16min
As Origens Intelectuais do 25 de Abril (V): quais foram os livros ligados ao Jornalismo e ao Ensaísmo português que marcaram a Revolução?
No quinto e último episódio, abrimos a porta à discussão de obras marcantes no campo do jornalismo e do ensaísmo. Exploramos livros que foram amplamente lidos e reeditados rapidamente, como "Sociedades e Grupos em Portugal" (1973) de Maria Belmira Martins e "Investimentos estrangeiros em Portugal" (1973) de Luís Salgado de Matos. Discutimos também obras apreendidas e reeditadas após abril de 1974, como "Emigração e crise no nordeste transmontano" (1973) de António Modesto Navarro, e os livros de Raul Rêgo, "Os políticos e o poder económico" e "Diário Político", ambos de 1969, reeditados em 1974. Destacamos livros cuja apreensão revelou o desconforto que provocaram, como "Raízes da nossa força" (1973) de Helena Neves e Alfredo Cunha, e "Portugal sem Salazar" (1973) de Mário Mesquita, que divulga as visões políticas de exilados como Manuel de Lucena, José Medeiros Ferreira e António Barreto. Abordamos ainda obras preteridas pela editora original por medo de apreensão, como "A Censura e as leis de Imprensa" (1973) de Alberto Arons de Carvalho, e livros que começaram como peças publicadas em jornais, como "França: a emigração dolorosa" (1965) de Nuno Rocha e "Revolução, meu amor" (1970) de Maria Antónia Palla. Para iniciar o debate, propomos "Angola, os dias do Desespero" (1961) de Horácio Caio, que chegou a 12 edições em menos de dois meses, oferecendo uma visão do regime sobre a guerra, a censura e o projeto colonial português. Mais do que discutir os méritos de cada título, desejamos uma discussão integrada sobre censura, guerra colonial, emigração, estrutura económica do regime e mudanças sociais. Quais foram as origens intelectuais da revolução no jornalismo? A moderação desta sessão final na Biblioteca Nacional é de Rita Luís, com a participação dos convidados Isabel Ventura, Afonso Dias Ramos, Helena Neves e Ricardo Noronha. See omnystudio.com/listener for privacy information.

Apr 23, 2025 • 47min
25 de abril de 1975: as primeiras eleições democráticas em Portugal foram há 50 anos
Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho conversam sobre o contexto em que se realizaram as primeiras eleições democráticas em Portugal, que ocorreram a 25 de abril de 1975, passam por estes dias 50 anos. As eleições para a Assembleia Constituinte estavam inicialmente marcadas para 12 de abril de 1975. No entanto, os acontecimentos do 11 de março justificaram o seu adiamento por 12 dias, sendo que alguns setores extremistas reclamavam, inclusive, o seu adiamento “sine die”. Valeu na altura a intervenção decisiva do Presidente da República, general Costa Gomes, que era favorável à realização de eleições, aliás, como constava do programa do MFA, e foi depois confirmado pela Junta de Salvação Nacional. A campanha eleitoral começou a 2 de abril de 1975 num ambiente complexo e de radicalização política. Dias depois, a 11 de abril, foi assinado o primeiro pacto MFA-Partidos, que garantia um papel político central na futura ordem constitucional aos orgãos do MFA então recentemente instituídos: o Conselho da Revolução e a Assembleia do MFA. As eleições para a Constituinte realizaram-se assim num contexto de tensão entre duas legitimidades: a democrática e a revolucionária. Apesar destas condicionantes, decorreram de forma exemplar e constituíram um passo decisivo no processo de construção da democracia em Portugal.See omnystudio.com/listener for privacy information.