

O Assunto
G1
Um grande assunto do momento discutido com profundidade. Natuza Nery vai conversar com especialistas, com personagens diretamente envolvidos na notícia, além de jornalistas e analistas da TV Globo, do g1, da Globonews e demais veículos do Grupo Globo para contextualizar, explicar e oferecer diferentes pontos de vista sobre os assuntos mais relevantes do Brasil e do mundo.
O podcast O Assunto, em comemoração aos 5 anos de existência, selecionou os 10 episódios essenciais para todo ouvinte na playlist 'This Is O Assunto'. Ouça agora no Spotify:
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Aug 15, 2023 • 29min
Arábia Saudita: fortuna no futebol pode limpar imagem da ditadura?
A liga saudita já havia levado para seus campos algumas das maiores estrelas do esporte, como o 5 vezes Bola de Ouro Cristiano Ronaldo e o atual melhor do mundo, Karim Benzema. Agora, foi a vez de Neymar fechar com um dos principais clubes do país, num contrato estimado em R$ 1,7 bilhão por dois anos. A ditadura saudita despeja dinheiro no futebol e em esportes como boxe, golfe e Fórmula-1 para ocupar o noticiário com pautas positivas em detrimento das denúncias de crimes contra os direitos humanos. Para analisar o potencial de sucesso da estratégia, Natuza Nery recebe Rodrigo Capelo, jornalista especializado em negócios do esporte, colunista do jornal O Globo e repórter na Sportv, e Guga Chacra, comentarista da TV Globo, Globonews e rádio CBN, e também colunista do jornal O Globo. Neste episódio: - Capelo avalia o impacto esportivo da ofensiva saudita sobre as estrelas do futebol mundial, em especial agora que foi confirmada a contratação do craque brasileiro: “Engrandece a liga local, e apequena a carreira de Neymar”. O jornalista também descreve os "riscos esportivos e financeiros” que os clubes brasileiros irão sofrer com este movimento; - Ele destaca que o projeto saudita de investimento em esportes é “maior e sem precedentes” em relação a outros episódios em que ditaduras se apropriaram da pauta: o país é candidato a sediar Copa do Mundo e comprou o tradicional clube inglês Newcastle. “É um fundo soberano da Arábia Saudita que faz esses investimentos, com um grande retorno de imagem”, informa; - Guga descreve o príncipe Mohammad bin Salman, ditador saudita e mentor do projeto esportivo do país: “Ele tenta melhorar a imagem dele falando que é um modernizador”. Trata-se de um expediente já utilizado por ditadores como Adolf Hitler e Benito Mussolini. “E, infelizmente, pode funcionar”, afirma Guga; - Ele explica de que modo o investimento pesado saudita no esporte é um braço de um modelo de diversificação da economia do país, com ativos de entretenimento e infraestrutura - que tenta replicar o sucesso da história recente de Dubai. “É, também, uma política de pão e circo para agradar a população mais jovem”, conclui.

Aug 14, 2023 • 27min
O retorno dos bens culturais ao Brasil
No fim de 2022, a Nigéria assinou a devolução de muitas peças do acervo histórico dos Bronzes de Benin que estavam na Alemanha. Em julho, Indonésia e Sri Lanka receberam de volta artefatos mantidos há décadas na Holanda. Está em curso um movimento em todo o mundo para que itens culturais, históricos e científicos sejam retornados de museus de países ricos a seus lugares de origem. O Brasil entra nessa história com duas peças simbólicas: o manto Tupinambá confeccionado no século 16 e há mais 300 anos na Dinamarca, e o valioso fóssil do dinossauro Ubirajara jubatus, que viveu há 110 milhões de anos. Sobre tudo isso, Natuza Nery conversa com Letícia Machado Haertel, especialista em direito internacional do patrimônio cultural pela Universidade de Genebra, e Isabel Seta, repórter do g1 e autora de reportagens sobre o tema. Neste episódio: - Letícia explica por que o principal acordo global sobre a posse de artefatos, estabelecido em 1970, “não resolve a grande maioria dos casos”. E como a nova agenda de diálogo entre França e Burkina Faso deu início a atual onda de restituições pelo mundo; - Ela diz que os “museus universais precisarão se adaptar” aos novos tempos de “combate ativo ao legado colonial que ainda existe nas instituições e países europeus” - ainda assim, afirma, eles estão longe de serem esvaziados, a exemplo do Museu Britânico, cujo acervo tem 8 milhões de objetos; - Isabel relata que nem governo, nem instituições “sabem o que de origem brasileira tem espalhado pelo mundo”, mas que a partir da mobilização da comunidade científica brasileira objetos vêm sendo identificados. É o caso do fóssil do Ubirajara jubatus, que retornou à região cearense do Cariri depois de décadas na Alemanha; - A jornalista conta também a história da devolução do manto Tupinambá - um dos 11 que existem no mundo, e o primeiro a retornar da Europa para seu local de origem. Neste caso, representantes da etnia Tupinambá se envolveram e foram fundamentais para que o objeto fosse devolvido ao Brasil: “São as comunidades que originalmente detinham essas peças que conhecem seu significado e história”.

Aug 11, 2023 • 27min
Equador: o que acontece quando o narcotráfico toma o país
Na noite de quarta-feira (9), o candidato à presidência do Equador Fernando Villavicencio foi assassinado a tiros ao fim de um comício em Quito, 11 dias antes da data da eleição. A execução, que foi reivindicada pela facção Los Lobos, pode mexer na corrida eleitoral, liderada por Luisa González (candidata do ex-presidente Rafael Correa). E, principalmente, evidencia como o narcotráfico ganhou poder, se infiltrou no Estado e provocou uma crise na segurança pública equatoriana. Para descrever esse processo, Natuza Nery entrevistou Thiago Rodrigues, professor no instituto de estudos estratégicos da UFF e autor do livro “Política e drogas nas Américas: uma genealogia do narcotráfico”. Neste episódio: - Thiago comenta o assassinato de Fernando Villavicencio a cerca de dez dias antes da eleição presidencial e à luz do “impacto do crime organizado sobre a esfera pública equatoriana”. Villavicencio se apresentava como o candidato anticorrupção e vinha denunciando a atuação de grupos criminosos: “Com sua morte, o efeito de desencorajamento contra o crime é enorme”; - Ele explica a “posição geoestratégica” do país no sistema internacional do tráfico: está entre os dois maiores produtores mundiais de cocaína (Colômbia e Peru) e é grande portal de saída das drogas para os EUA e Europa. “Os grupos locais ganharam relevância e, com a chegada de cartéis mexicanos, o país se tornou mais violento”; - Thiago conta como a “perda de controle do Estado” reflete no aumento dos crimes políticos, como se observa em países como Colômbia e México. “O caso mexicano é o mais dramático de todos e é o que mais pode ter semelhanças com o caso brasileiro”, avalia; - O professor analisa as diferenças e as semelhanças entre a atuação do tráfico de drogas no Equador e no Brasil. “Eles têm uma característica importante que é ter no sistema penitenciário o manancial onde se abriga e cresce o crime organizado”, informa. “E, ao contrário do Brasil, Equador e demais países dos Andes são gravitacionados pelo mercado americano”, contrapõe.

Aug 10, 2023 • 29min
A prisão do homem forte de Bolsonaro na PRF
O ex-diretor geral da Polícia Rodoviária Federal durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), Silvinei Vasques, foi preso na operação da Polícia Federal desta quarta-feira (9) - que também expediu quase 50 mandados para ouvir servidores envolvidos na operação que teve mais de 600 focos de atuação, a maior parte delas em estradas do Nordeste, durante o 2º turno das eleições de 2022. A principal evidência da PF são os documentos que mostram o planejamento da operação, baseado no mapa de cidades nas quais Lula (PT) teve desempenho superior a 75% dos votos no 1º turno. Para explicar em que pé está o trabalho da PF e as próximas etapas, Natuza Nery recebe Malu Gaspar, colunista do jornal O Globo. Neste episódio: - Malu relata os bastidores de sua reportagem que revelou a existência de uma “reunião secreta” entre Silvinei Vasques e mais 50 servidores da PRF para organizar a operação que seria direcionada “para prejudicar a movimentação de eleitores de Lula no dia do 2º turno da eleição”. “Houve um trabalho muito grande para esconder o objeto da reunião e compromisso de que ninguém falasse sobre o que aconteceu”, revela; - Ela analisa o que significa a descoberta do mapa usado por agentes da PRF para estruturar a operação. “Agora fica claro que a PF faz uma investigação em etapas, começando pelo Silvinei”, afirma a jornalista. “E tenho a informação de que a próxima etapa é colocar o Torres na cena e, a partir disso, colocar Bolsonaro na cena”; - Malu comenta o que disseram Anderson Torres e Silvinei Vasques em reuniões internas e nas declarações à investigação da PF: “Silvinei falou que a operação não era da PRF, mas do Ministério da Justiça. Tudo encaminha nosso entendimento para perceber que havia uma missão”, conta; - A jornalista também fala sobre o “jogo estratégico” entre a PF e os parlamentares bolsonaristas para investigar e para defender Jair Bolsonaro: “O ex-presidente tem certeza de que será preso”.

Aug 9, 2023 • 30min
O novo PAC e o alerta da volta ao passado
O desafio é antigo, e o remédio também - ao menos para os governos petistas. Em seu segundo mandato presidencial, Lula iniciou o Programa de Aceleração do Crescimento com o objetivo de investir no débil sistema de infraestrutura brasileiro. Agora, sob a gestão Lula 3, o governo federal promete um novo PAC, agora diante de contas públicas muito mais deterioradas e sob a crítica de tentar passar R$ 5 bilhões por fora da nova regra fiscal. Para fazer a análise da reedição do PAC, alertar os erros das primeiras versões e apontar possíveis caminhos mais eficazes, Natuza Nery ouve o economista Samuel Pessôa, professor pesquisador da Julius Baer Family Office e do Instituto Brasileiro de Economia, da FGV-RJ. Neste episódio: - Samuel reconhece que o “Estado brasileiro precisa investir”, mas defende que investimento público é gasto primário e precisa estar dentro da meta fiscal. “Tendo a regra fiscal, para aumentar o gasto de um item, precisa reduzir de outro item. E se o governo decidir gastar mais, precisa de mais receita para que as contas fechem”, avalia. “Enganar a regra não é uma boa”, resume; - Ele diz que o anúncio do programa faz recordar as “coisas ruins de 10 anos atrás” que pautaram a política econômica do governo federal que levou “à maior crise de nossa história”: “A gente volta pra um mundo que não era legal. Será que a gente não consegue aprender?”; - Samuel explica as diferenças de visão sobre o impacto dos gastos públicos entre economistas ortodoxos (como ele) e heterodoxos (caso da maioria dos integrantes da equipe econômica do governo): “Nós achamos que a economia brasileira está sempre, mais ou menos, a pleno emprego. Os heterodoxos têm a hipótese que a economia brasileira está ociosa”, resume; - O economista aponta as diferenças entre a gestão do Ministério da Fazenda de Guido Mantega (2006 a 2015) e Fernando Haddad (desde janeiro de 2023). “Será que agora eles conseguem fazer melhor”, questiona.

Aug 8, 2023 • 34min
Um racha no Brasil: conflitos regionais e discurso de ódio
Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), sugeriu uma aliança entre estados do Sul e do Sudeste para buscar “protagonismo econômico e político” em relação ao resto do país, em especial Norte e Nordeste. A fala foi mal-recebida, e gerou respostas de atores dos mais diversos espectros políticos - mas ganhou apoio de setores radicais da sociedade nas redes sociais. Para analisar as causas do discurso divisionista e as consequências políticas da fala do mineiro, Natuza Nery conversa com Victoria Abel, repórter do jornal O Globo, em Brasília, e Fernando Luiz Abrucio, cientista político professor da FGV-SP. Neste episódio: - Victoria recorda a formação dos consórcios de estados de Sul-Sudeste e do Nordeste durante o governo Bolsonaro, e como eles voltaram a ganhar protagonismo durante as discussões sobre a destinação do dinheiro dos impostos na reforma tributária. “Eles nasceram para fazer reinvindicações ao governo federal. Agora, o Romeu Zema quer trazer isso para as eleições”, afirma; - Ela comenta as potenciais reações no Congresso à fala de Zema e como a “inversão de forças” entre as duas casas pode interferir no texto final da reforma tributária. “Já existia um ambiente ruim às vontades dos governadores de Sul e Sudeste. Agora, a fala causa ambiente ainda pior”; - Abrucio crava que o governador mineiro “sepultou a candidatura presidencial dele”, além de aumentar “artificialmente” a polarização brasileira. “A fala do governador Zema, se lida do ponto de vista jurídico, é um crime contra a nação”, afirma; - O cientista político aponta, na lógica apresentada por Zema, visões “preconceituosas, extemporâneas e desinformadas” em relação à divisão de poder político e econômico de estados e regiões. E avalia que a intenção do governador foi tentar ocupar a raia eleitoral do bolsonarismo. “Foi proposital falar algo forte para atrair holofotes, mas o Zema não vai se tornar a figura política do Bolsonaro. É como um contrabando de mercadoria falsa”, resume.

Aug 7, 2023 • 28min
Educação digital: até onde a tecnologia ajuda?
A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo anunciou que adotaria, a partir do ano letivo de 2024, materiais 100% digitais para os alunos dos anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano) e do ensino médio. O governo paulista, depois, recuou e prometeu oferecer livros em formato digital e também em papel. Outros países já tentaram experiências parecidas, mas com resultados ruins ou inconclusivos. Para pensar sobre os desafios e as possibilidades de uma educação que integre mais suportes tecnológicos, Natuza Nery conversa com Anna Helena Altenfelder, doutora em psicologia da educação e presidente do conselho do Cenpec, e Fabio Campos, pesquisador em educação e tecnologia da Universidade de Nova York. Neste episódio: - Anna comenta que o mais recente relatório da Unesco apresenta “poucas evidências científicas” sobre os benefícios da tecnologia no ensino: “O meio digital favorece a dispersão. E os comportamentos gerados na interação com textos em suportes digitais podem prejudicar habilidades de atenção, compreensão e reflexão”; - Ela relata que outros países que testaram novas tecnologias na educação agora estão investindo no uso híbrido de materiais digitais com analógicos. E destaca o caso da Suécia: depois de fazer transição integral ao digital, teve resultados piores em exames internacionais de leitura, escrita e matemática. “Estudos apontam que alunos perderam as habilidades pelo uso exclusivo de suportes digitais”, afirma; - Fabio critica o fato de o Brasil “não ter uma estratégia de tecnologia na educação” mesmo depois de passar por uma pandemia. "É preciso se perguntar que tipo de tecnologia educacional estamos falando. E depois disso, temos que democratizar”, afirma; - Ele defende que a simples substituição do analógico pelo digital “costuma sempre dar errado” - ao contrário de experiências nas quais o “digital complemente o analógico, e vá além”. E que o caso de São Paulo pode ser um exemplo de “falta de escuta” do governo sobre o que pensam os professores.

Aug 4, 2023 • 25min
Cerrado - como salvar o bioma do desmatamento
Nos últimos 12 meses, mais de 6,3 mil quilômetros quadrados de Cerrado foram derrubados, de acordo com dados do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter). Trata-se do pior resultado da série histórica. E, apenas nos primeiros 7 meses deste ano, foram mais 5 mil km² desmatados do segundo maior bioma brasileiro – onde nascem 8 das 12 principais bacias hidrográficas do país. Para alertar sobre os perigos que rondam o bioma, Natuza Nery entrevista Isabel Figueiredo, mestre em ecologia e coordenadora do programa Cerrado e Caatinga no Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN). Neste episódio: - Isabel comenta o processo de acelerado desmatamento que aflige o Cerrado, e aponta a lei de preservação nativa como um “entrave” para sua proteção: “Ele é colocado como um bioma de sacrifício para poder salvar a Amazônia”; - Ela descreve o bioma como uma "biblioteca que está sendo queimada sem que os livros tenham sido lidos ainda” devido a sua ampla biodiversidade: é a savana mais biodiversa do mundo e habitat de 5% de todas as espécies do planeta. “E tem o papel importante de ser o berço das águas para o Brasil”, reforça; - A ecóloga compara a redução do desmatamento na Amazônia com o aumento de registros no Cerrado, onde o “governo tem menos espaço de atuação”. Isso porque no Cerrado a maior parte da destruição da mata nativa se dá em áreas privadas, onde os donos de terra falsificam autorizações para desmatar; - Ela descreve como grileiros usam métodos violentos, com atuação até de milícias, para “acuar, cercear e expulsar” famílias tradicionais de suas terras. Essas comunidades sofrem também, relata, com contaminação de águas e solo por agrotóxicos usados nas grandes propriedades.

Aug 3, 2023 • 29min
Donald Trump e a ameaça à democracia americana
Pela terceira vez, o ex-presidente é acusado formalmente pela Justiça dos Estados Unidos. Agora, o republicano virou réu pela sua participação na invasão do Capitólio do dia 6 de janeiro de 2021 e pela tentativa de impedir a formalização da vitória eleitoral de Joe Biden. Na via eleitoral, Trump dispara como favorito a representar o partido Republicano na eleição presidencial do ano que vem. Para explicar como Trump está enquadrado pela Justiça ao mesmo tempo que tem chances reais de voltar à Casa Branca, Natuza Nery conversa com Carolina Cimenti, correspondente da TV Globo em Nova York, e com Fernanda Magnotta, coordenadora de relações internacionais da FAAP, comentarista da rádio CBN e autora do livro “As ideias importam: o excepcionalismo norte-americano no alvorecer da superpotência”. Neste episódio: - Carolina informa quais são as 4 acusações às quais Trump está submetido neste processo: três delas de conspiração e uma de obstrução de procedimento oficial – caso seja condenado em todas elas, sua pena pode chegar a 50 anos de prisão. “Ele pode ser eleito e ser presidente até em prisão domiciliar na Casa Branca. E, caso eleito, ele pode perdoar seus próprios crimes”, explica; - A jornalista também avalia a “confusão institucional” que irá se instalar nos EUA em 2024, quando serão realizados os julgamentos de Trump, em paralelo aos eventos do calendário eleitoral americano: “O que só intensifica o imbróglio judicial do ex-presidente"; - Fernanda fala sobre o recente debate que vem sendo travado nos EUA a respeito de modificações na Constituição do país - à luz das crises institucionais provocadas pelo ex-presidente. “Ao ser eleito, ele passou a atacar toda a estrutura do sistema e isso enfraqueceu a democracia dos Estados Unidos”, afirma; - Ela aponta como os “fenômenos do trumpismo” emergiram e se mantêm vivos dentro da sociedade americana: deterioração das condições de vida, aumento da desigualdade e discurso populista. “Ele volta pra essa narrativa original e tenta fazer parecer que é vítima de perseguição política”, conclui.

Aug 2, 2023 • 27min
Combate ao crime organizado após mortes no Guarujá
Desde sexta-feira, a Polícia Militar de São Paulo está em operação na Baixada Santista, motivada pelo assassinato do oficial Patrick Bastos Reis, da Rota. Desde que os agentes começaram a avançar pelas comunidades, moradores relatam o cometimento de ilegalidades. O governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e a cúpula da segurança pública paulista justificam que é necessário o enfrentamento ostensivo ao crime organizado. Até agora, são pelo menos 14 mortos. Para explicar todos os aspectos do conflito no Guarujá e analisar as políticas públicas de segurança em todo o país, Natuza Nery conversa com Rafael Alcadipani, professor da FGV-SP e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Neste episódio: - Rafael destaca a importância estratégica da Baixada Santista para as facções criminosas e para o tráfico internacional de drogas: tem o maior porto da América Latina e áreas de ocupação em morros (onde criminosos escondem armas e drogas). “O Estado não tem conseguido realizar o enfrentamento adequado ao crime nessas regiões”, afirma; - Ele descreve a reação da corporação após o assassinato de um oficial, sobretudo quando a vítima é da Rota: “É uma unidade de muito prestígio e um ataque faz parecer que as coisas estão fora de controle”; - Rafael avalia a violência das ações policiais em São Paulo e na Bahia e destaca a importância de políticas de segurança pública “que levem em conta os direitos humanos e o enfrentamento ao crime organizado”. “O crime organizado está fora de controle e sua prevalência é a maior ameaça à democracia brasileira”, afirma; - O professor comenta o aumento da letalidade da polícia paulista e explica como o excesso de força “corrói a confiança na instituição policial”. Ele também prevê que, com o afrouxamento do controle policial, algum agente cometerá “um absurdo e a opinião pública ficará toda contra a instituição”.


