

O Assunto
G1
Um grande assunto do momento discutido com profundidade. Natuza Nery vai conversar com especialistas, com personagens diretamente envolvidos na notícia, além de jornalistas e analistas da TV Globo, do g1, da Globonews e demais veículos do Grupo Globo para contextualizar, explicar e oferecer diferentes pontos de vista sobre os assuntos mais relevantes do Brasil e do mundo.
O podcast O Assunto, em comemoração aos 5 anos de existência, selecionou os 10 episódios essenciais para todo ouvinte na playlist 'This Is O Assunto'. Ouça agora no Spotify:
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Dec 15, 2023 • 25min
Plano motosserra de Milei: o futuro da Argentina
Eleito com ampla maioria dos votos, Javier Milei prometeu um choque de gestão radical para resolver os profundos problemas da economia argentina – cuja inflação deve encerrar 2023 acima de 200%. Mas depois de assumir a Casa Rosada, o discurso se moderou. Pautas como a dolarização total da economia e o fim do Banco Central desapareceram, mas medidas duras já afetam a população. Para explicar o clima das ruas da Argentina e o que se espera para os índices econômicos do país, Natuza Nery conversa com Ariel Palacios, correspondente da Globonews em Buenos Aires e comentarista da TV Globo e da rádio CBN, e com Carla Beni, economista e professora da FGV-SP. Neste episódio: - Ariel relata como a população argentina reagiu às primeiras medidas de austeridade promovidas pelo novo governo, que já impactaram preços de produtos e tarifas de serviços básicos, como transporte e eletricidade. “Há filas em supermercados e postos de gasolina. E o clima é de muitas pessoas assustadas”, conta; - Carla explica como Milei conseguiu a adesão de parcela grande do eleitorado com “a capa de candidato” e que agora, depois de ser eleito, ele “precisa pensar em que roupa vai ter que vestir”. “A gente começa a ver a nova roupagem”, diz sobre a indicação da irmã a um cargo importante na Casa Rosada; - A dupla questiona a demora da gestão Milei em definir e anunciar qual é, de fato, a política econômica argentina a partir de agora. “Ainda não há um plano econômico fechado, a estratégia não foi definida”, afirma Carla. “A sensação que dá é que ele está colocando band-aids para tapar hemorragias”, completa Ariel; - O jornalista conta a curiosa história do bastão presidencial de Milei, que tem gravado as imagens de seus cachorros: Conan, o falecido mastim inglês com quem o presidente argentino diz conversar, e os quatro clones feitos a partir do DNA dele. "A segunda economia da América do Sul será comandada por cartas de tarô e conselhos de um cachorro defunto”, resume; - Por fim, a economista comenta a “personalidade egocentrada” do presidente argentino e como isso irá refletir na relação com o Brasil: “Haverá momento de agressividade e discursos inflamados”.

Dec 14, 2023 • 25min
COP 28: o início do fim dos combustíveis fósseis
A Conferência do Clima deste ano durou um dia a mais do que o previsto, mas por um bom motivo: para combater as mudanças climáticas, todos os países participantes conseguiram chegar a um acordo para o texto final, que selou a necessidade de o planeta acelerar a transição energética para matrizes renováveis. Mas o acordo foi brando em relação ao que fazer em relação ao petróleo. Para analisar os avanços e as omissões desta edição da COP, Natuza Nery recebe Daniela Chiaretti, repórter especial de meio ambiente do jornal Valor Econômico, que fala diretamente de Dubai, e Carlo Pereira, CEO do Pacto Global da ONU no Brasil. Neste episódio: - Daniela apresenta o que considera “as três pontas” que o planeta precisa trabalhar para que o aumento da temperatura global não passe de 1,5°C em relação à média do período pré-Revolução Industrial. São elas: a “discussão do dinheiro”, a ser realizada na COP 29, no Azerbaijão; os “novos compromissos climáticos”, que serão apresentadas na COP 30, em Belém, no Brasil; e a “transição energética”, principal pauta da Conferência deste ano; - Ela comenta o texto que deu forma final aos debates realizados em Dubai, que nasceu de recomendações “desesperadas” de cientistas e teve aprovação de 198 países. “O grande artigo, o elefante na mesa, apresenta um cardápio de oito soluções para a transição energética e pede ações profundas, rápidas e sustentadas”, resume; - Carlo justifica a escolha dos Emirados Árabes Unidos – 7º maior produtor de petróleo do mundo – como sede da COP deste ano, justamente na edição que debateria o futuro dos combustíveis fósseis. “Trata-se de uma boa provocação”, afirma; - O CEO do Pacto Global da ONU destaca o protagonismo brasileiro nesta pauta, afinal “não existe um mundo neutro em carbono se o Brasil falhar”. Ele justifica que temos uma das matrizes energéticas mais limpas do planeta e, somados ao Congo e à Indonésia, 80% das florestas tropicais do mundo. “Isso traz várias vantagens comparativas para o Brasil”, conclui.

Dec 13, 2023 • 25min
Licença-paternidade: regulamentação urgente
A Constituição de 1988 ampliou de 1 para 5 dias o tempo de afastamento de homens depois do nascimento de filhos. O texto estabeleceu também que o Congresso precisaria regulamentar a licença, algo que segue em aberto 35 anos depois. Nesta quarta-feira (13), o STF retoma um julgamento para decidir se há ou não omissão do parlamento sobre o tema. Para entender a importância da licença-paternidade ampliada e quais os modelos adotados por outros países - e que podem servir de exemplo para o Brasil -, Natuza Nery conversa com Marcos Piangers, jornalista e autor de “O papai é pop”, e com Odilon Schwerz Burtet, mestre em Direito e Políticas Públicas e autor de “Dá licença: sou pai!”. Neste episódio: - Piangers revela como a paternidade funciona como uma ferramenta de autoconhecimento e pode ser libertadora. "Quando eu descubro na paternidade essa realização, descubro que também tenho uma espécie de chave de prisão. Uma espécie de abertura para não viver mais preso” no que ele chama de “comportamento autodestrutivo”; - Ele pontua como homens que cuidam da família têm vidas mais saudáveis e maior longevidade. Além de contribuir para que mulheres tenham um puerpério mais confortável, sem tanta sobrecarga. “Temos pesquisas que mostram que pais que tiram licença-paternidade estendida se mantêm conectados com os filhos até a adolescência”, diz; - Odilon cita modelos adotados em outros países, como a licença de gênero neutro, num período depois da licença-maternidade. Mas pondera que “independente do modelo que o Brasil vier adotar, tem que desenhar uma política pública para induzir o homem a participar dos cuidados dos filhos”; - E conclui como, além de impactar a vida de famílias inteiras, a licença-paternidade ajuda a diminuir a desigualdade de gênero no mercado de trabalho. “[A licença estendida] é capaz de diminuir a penalidade da mulher tanto no ambiente de trabalho quanto no ambiente doméstico, nas horas de trabalho não-remunerado”.

Dec 12, 2023 • 23min
A corrida de bilhões do ministro Haddad
A menos de dez dias do encerramento do ano legislativo, o titular da Fazenda corre contra o tempo para salvar seu projeto de déficit fiscal zero em 2024. Fernando Haddad (PT) precisa aprovar três medidas para aumentar as receitas da União em busca do equilíbrio fiscal - somadas, podem acrescentar até R$ 47 bilhões na arrecadação anual. O ministro ainda vive a expectativa de ver carimbadas pelo Congresso sua reforma tributária e sua proposta orçamentária para o próximo ano. Para explicar o que está em jogo até o recesso parlamentar, que começa em 22 de dezembro, Natuza Nery conversa com Manoel Ventura, jornalista de O Globo, em Brasília. Neste episódio: - Manoel descreve as três medidas fundamentais para Haddad. A mais importante é a MP da subvenção do ICMS, cuja aprovação pode aumentar a arrecadação em R$ 35 bilhões, diz o governo. “Esses números podem mudar porque o Congresso, como sempre, deve desidratar o texto”, afirma. “E no cenário de hoje, mesmo com a aprovação desses projetos, é pouco factível o déficit zero”; - O jornalista comenta as falas de lideranças do PT em um evento do partido durante o fim de semana e as possíveis reverberações delas nas negociações com o Congresso: o tom foi de críticas a um suposto “austericídio fiscal” proposto por Haddad. “Parlamentares dizem que se o PT não apoia, eles não têm por que apoiar. Cria constrangimento ao ministro”, revela; - Ele fala também sobre como o governo está sendo cobrado pela liberação de verbas destinadas a emendas – algumas delas prometidas desde 2019 – por setores do Congresso para obter vitórias nas casas. “É difícil, os parlamentares hoje têm o valor muito alto”, conclui.

Dec 11, 2023 • 20min
Venezuela: a entrada da Rússia na América Latina
O alinhamento de interesses russos e venezuelanos se dá desde a era Hugo Chávez, mas chegou a seu estágio mais avançado nos últimos dias. As ameaças de Nicolás Maduro para anexar a região de Essequibo, território da Guiana, seguem o mesmo roteiro da anexação russa da Crimeia. Ameaças que podem colaborar como forma de diversionismo em relação ao apoio dos Estados Unidos aos ucranianos diante da invasão russa. Ainda este ano, o autocrata venezuelano vai a Moscou visitar Vladimir Putin. Para explicar os interesses russos na região, tradicional zona de influência americana, Natuza Nery entrevista Vicente Ferraro, cientista político e pesquisador do Laboratório de Estudos da Ásia da USP, com foco em Rússia e Eurásia. Neste episódio: - Vicente faz a retrospectiva da relação entre os dois países e explica por que a partir dos anos 2010 houve uma aproximação ainda maior: “A Rússia começa aquilo que é chamado de projeção para um exterior distante”. Desde então, Putin faz da Venezuela seu “principal instrumento geopolítico na América Latina”; - Ele aponta que o objetivo maior da Rússia é criar “uma divisão mais forte na política externa dos EUA” com o surgimento de um novo foco de tensão - o que beneficiaria os russos na guerra da Ucrânia; - O cientista político analisa como Putin e Maduro usam o “nacionalismo” e a presença de “inimigos externos” para conquistar apoio popular – o venezuelano deve enfrentar eleições presidenciais em 2024, e o russo anunciou recentemente que deve tentar mais um mandato à frente do Kremlin; - Vicente avalia o pedido de ajuda da Guiana aos americanos – que já realizaram exercícios militares dentro do território guianense – e afirma que o Brasil deve apresentar uma “posição mais enfática, pelas vias diplomáticas, mas nenhuma pressão militar”.

Dec 10, 2023 • 20min
Mussum
No aniversário de 20 anos de "Os Trapalhões", em 1994, Mussum, Renato Aragão e Dedé Santana foram chamados para apresentar o Criança Esperança, campanha beneficente da TV Globo, mas o que era para ser uma data festiva, acabou sendo triste. No dia anterior, o Brasil acordou com a notícia da morte de Mussum. Após sofrer complicações causadas por um transplante de coração, o humorista morreu, aos 53 anos, deixando uma legião de fãs e um legado para a TV, o cinema e a música do país. Desde então, Antônio Carlos é consagrado no imaginário popular como Mussum, o trapalhão, e se tornou um símbolo do reco-reco de metal, do banjo brasileiro e de bordões como "tranquilis", "cacildis" e "como de fatis". Mesmo quase 30 anos após sua morte, o artista continua a inspirar desde obras como a cinebiografia "Mussum, o Filmis" até lugares como o Bar do Mussum, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

Dec 8, 2023 • 35min
O acelera e breca da economia brasileira
O crescimento de 0,1% do PIB no 3º trimestre de 2023 foi recebido como um copo pela metade. O lado meio vazio indica uma desaceleração brusca em relação ao trimestre anterior, que cresceu 0,9%. O lado meio cheio é o desempenho acima do esperado pelo mercado, que projetava resultado negativo. Entre os destaques está o setor de serviço, puxado pelo consumo das famílias, que subiu 0,6%. E o principal sinal de alerta é a taxa de investimento, em queda desde o ano passado, que ficou abaixo de 17%. Para olhar esses dados afundo e avaliar o desempenho da economia brasileira em 2023, Natuza Nery conversa com a economista Juliana Inhasz, professora do Insper, e com o jornalista Vinicius Torres Freire, colunista do jornal Folha de S.Paulo e mestre em administração pública pela Universidade Harvard. - Juliana e Vinicius analisam os resultados do 3º trimestre da economia brasileira - e classificam como “bom” o crescimento de 3% previsto para o PIB deste ano. “O difícil é manter este ritmo, e eu acho que não vai manter”, avisa Vinicius. “O problema é a qualidade do crescimento”, diz Juliana. “Ainda não conseguimos melhorar capacidade produtiva e o lado fiscal”; - A economista elenca os motivos pelos quais acredita que o mercado mudou as expectativas em relação ao governo: a atuação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o controle inflacionário feito pelo Banco Central. Já Vinicius chama atenção para a surpresa dos analistas em relação ao consumo das famílias - que veio mais alto que o previsto. “Ainda falta um impulso, a taxa de investimento é uma das menores do século”, alerta; - Vinicius prevê que, para 2024, a taxa de empregabilidade e a renda média do trabalhador devem se manter estáveis ou até subir timidamente, mas reforça que o investimento só crescerá com juros menores: “E não adianta só dar pontapé no BC”. Juliana acrescenta a necessidade do governo de “captar poupanças privadas e externas” para isso; - A dupla também avalia os primeiros 12 meses do trabalho de Haddad à frente da pasta mais importante da economia. Juliana destaca entre os acertos a reforma tributária; entre os erros, a falta de uma política clara para controle de gastos. O jornalista pondera as limitações enfrentadas pelo ministro – “de um lado, Lula e o PT, e de outro, o Congresso” – e dá nota 8 para ele.

Dec 7, 2023 • 26min
A nota vermelha do Brasil em matemática
No primeiro ranking do Pisa (sigla em inglês para Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) depois da pandemia, a educação brasileira ocupa os últimos lugares. Em matemática, o desempenho foi especialmente ruim: 73% dos alunos de 15 anos não conseguem resolver problemas simples, como converter moedas ou comparar distâncias; o que rendeu ao país a fraca pontuação de 379 (de até 600) e a 52ª posição entre 81 países - atrás, por exemplo, de Costa Rica e Peru. Para explicar as causas e apresentar possíveis soluções para o problema, Natuza Nery fala com Luiza Tenente, repórter de Educação do g1, e com Katia Smole, ex-secretária de educação básica do MEC, diretora-executivo do Instituto Reúna e especialista em formação de professores de matemática. Neste episódio: - Luiza descreve o desempenho brasileiro no Pisa, que se mantém estável nos últimos 10 anos, mas é “bem pior do que a média”. E explica por que o resultado em matemática é tão ruim: “Os alunos dependem mais da escola. E há defasagem cumulativa, pela baixa qualidade das escolas e da formação dos professores”; - Ela comenta o posicionamento do Ministério da Educação em relação aos dados do Pisa. Na lista de ações anunciadas está o foco na formação de professores e a redução dos cursos de licenciatura em formato EAD. “Tem professores que pisam pela primeira vez numa sala de aula depois de formados”, afirma; - Katia avalia que parte do mau desempenho dos alunos brasileiros em matemática se justifica pela “falta de proposta clara para a educação básica no país”. E fala sobre como novos elementos da pedagogia poderiam ser utilizados para tornar o estudo da disciplina mais atraente: “As faculdades deveriam trazer isso para dentro da formação de novos professores”.

Dec 6, 2023 • 34min
O inacreditável caso da Braskem em Maceió
Na década de 1970, teve início o processo de mineração para extrair, do subsolo da capital alagoana, o sal-gema, minério utilizado na fabricação de soda cáustica e PVC. Na época, a empresa do ramo de indústrias químicas Salgema – que pouco mais de 20 anos depois seria uma das operações da gigante Braskem – teve autorização do poder público para tal. A operação motivou alertas de risco durante quatro décadas – todos ignorados pelas autoridades públicas. Até que em 2018 evidenciou-se o risco de uma tragédia: tremores de terra abriram crateras no solo e rachaduras em prédios, causando danos irreversíveis a pelo menos 14 mil imóveis. Hoje, cerca de 60 mil pessoas vivem fora de suas casas e o solo de uma área enorme, que engloba pelo menos cinco bairros maceioenses, está afundando, com risco de um colapso total. Para explicar essa história, Natuza Nery entrevista Lenilda Luna, jornalista da UFAL que cobre a atuação da Braskem em Maceió há 27 anos, e Cau Rodrigues, coordenador de conteúdo do g1 Alagoas. Neste episódio: - Lenilda recorda a atuação da Salgema (e da Braskem) desde o começo da mineração, quando alertava-se para um possível risco de vazamento de cloro no ar: “A gente não tinha ideia de que Maceió estava sendo transformada em um queijo suíço”. Ela também critica a “acomodação” da sociedade alagoana e da imprensa diante de um “monstro adormecido”; - A jornalista descreve o processo de subsidência, no qual o subsolo é inundado a cerca de 800 metros de profundidade para se obter o sal-gema, e conta o choque de ver pessoas tendo que abandonar suas casas às pressas, devido ao risco de desabamento, em 2019. “Não parecia lógico que um dia ia desmoronar, não? Tinha uma cidade em cima”, lamenta; - Cau relata a situação das mais de 60 mil pessoas que perderam suas casas e, ainda que tenham recebido indenizações, não conseguem manter o padrão de vida pré-colapso, e o clima de tensão que toma a capital alagoana. “Essa área abandonada hoje é uma espécie de cidade fantasma”, afirma.

Dec 5, 2023 • 27min
Venezuela x Guiana: a liderança do Brasil em xeque
No domingo (3), o presidente venezuelano Nicolás Maduro confirmou em referendo uma das poucas pautas que une o país: a anexação de Essequibo. Com a aprovação de 95% dos votantes, Maduro subiu o tom na reivindicação do território que atualmente pertence à Guiana e guarda mais de 11 bilhões de barris em reservas de petróleo. Com o aumento das tensões na área de influência do Brasil, o Ministério da Defesa já enviou mais homens e veículos para a fronteira norte - enquanto o presidente Lula tenta contornar o conflito pelas vias diplomáticas. Para explicar o contexto interno e externo da política venezuelana, e apontar qual missão cabe ao Brasil nesse quadro, Natuza Nery conversa com Oliver Stuenkel, professor da FGV-SP. Neste episódio: - Oliver detalha os principais momentos dos quase dois séculos de disputa por Essequibo, um território que já foi colônia holandesa, inglesa e espanhola e que ainda aguarda uma decisão final da Corte Internacional de Justiça da ONU (Organização das Nações Unidas). “É um assunto que realmente une a população”, afirma; - Ele conta como Maduro tenta se apropriar de uma reivindicação muito popular entre os venezuelanos para garantir votos na eleição presidencial prevista para 2024 – e cuja principal opositora, María Colina Machado, está com a candidatura travada na Justiça; - O professor de relações internacionais diz que “o risco de guerra é bastante baixo”. E revela que a Guiana já tem conversas com os Estados Unidos para a instalação de uma base americana no país. “O impacto sobre a reputação da América do Sul é significativo”, explica. “Em função dessas ameaças, pode ser prejudicada a percepção de que a região não tem tensões geopolíticas”; - Oliver comenta o que classifica de “incapacidade brasileira de parar a Venezuela”, um país que não depende política ou economicamente do Brasil. “A crise já produziu algo negativo para o Brasil, e sua liderança regional já é questionada por um país vizinho”, conclui.


