

O Assunto
G1
Um grande assunto do momento discutido com profundidade. Natuza Nery vai conversar com especialistas, com personagens diretamente envolvidos na notícia, além de jornalistas e analistas da TV Globo, do g1, da Globonews e demais veículos do Grupo Globo para contextualizar, explicar e oferecer diferentes pontos de vista sobre os assuntos mais relevantes do Brasil e do mundo.
O podcast O Assunto, em comemoração aos 5 anos de existência, selecionou os 10 episódios essenciais para todo ouvinte na playlist 'This Is O Assunto'. Ouça agora no Spotify:
https://open.spotify.com/playlist/37i9dQZF1DXdFHK4Zrimdk
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Episodes
Mentioned books

Oct 5, 2021 • 21min
O apagão do WhatsApp
Foram mais de 6 horas sem três das maiores redes sociais do planeta, todas pertencentes ao império de Mark Zuckerberg. As consequências atingiram bilhões de usuários -interrompendo comunicações, comprometendo a execução de tarefas cotidianas e causando muitos prejuízos. No caso do próprio Facebook, o tombo no valor de mercado foi de US$ 6 bilhões em um único dia. Para dimensionar, discutir hipóteses de causa e extrair lições do que aconteceu, Renata Lo Prete recebe Ronaldo Lemos, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro. “Um apagão de larga escala", ele explica, no qual o “mapa da internet" parou de funcionar para o Facebook e todos os serviços do grupo, incluindo Instagram e WhatsApp (este último, de longe o aplicativo de troca de mensagens mais usado no Brasil). Ele também descreve o funcionamento das “fazendas de servidor", galpões gigantes onde ficam computadores armazenadores de dados. E analisa o impacto desse tipo de evento sobre uma sociedade que, cada vez mais, "constrói formas de trabalhar e viver que dão como certo o fato de você sempre ter acesso à internet", que ele chama de "a nova eletricidade".

Oct 4, 2021 • 28min
CLIMA: onde estamos 6 anos depois de Paris
O histórico acordo de 2015, firmado entre mais de 190 países, pretendia reduzir as emissões de gases do efeito estufa a um patamar capaz de conter o aumento da temperatura do planeta. Não aconteceu. Nem mesmo a recessão pandêmica derrubou as emissões na proporção necessária. Agora, em meio a eventos extremos como a seca que aflige vários Estados brasileiros, e sob pressão global de ativistas, uma nova cúpula do clima patrocinada pelas Nações Unidas pretende atualizar compromissos e lançar “um alerta vermelho para a humanidade”, nas palavras do secretário-geral Antonio Guterres. No episódio introdutório de uma série especial a ser publicada todas as segundas-feiras até a COP-26 -- que tem início marcado para 31 de outubro em Glasgow, na Escócia -- Renata Lo Prete recebe Carlos Nobre, presidente do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas e pesquisador sênior do Instituto de Estudos Avançados da USP. A conversa é para entender a ciência que pauta o debate público sobre o tema, e Nobre não poderia ser mais claro. Ele mostra a velocidade sem precedentes da escalada da temperatura na Terra. Explica a diferença entre conseguir limitar a alta a 1,5 grau Celsius até 2100 (como queriam os signatários do Acordo de Paris) ou deixá-la subir 3 graus. Dá exemplos de adaptações, como agricultura regenerativa, que precisarão ser feitas mesmo no cenário menos catastrófico -- porque parte das mudanças climáticas já está contratada. E é assertivo ao enunciar a consequência maior de subestimar a emergência: “As novas gerações vão viver num mundo muito mais perigoso”, diz. “Num outro planeta, muito pior, em todos os sentidos, para a vida humana e para as outras espécies.”

Oct 1, 2021 • 24min
Botijão de gás a R$ 100
Os preços dos combustíveis são uma questão global - agravada, no Brasil, por um dado básico da equação macroeconômica: câmbio. O real está entre as moedas que mais se desvalorizaram na pandemia. Também a inflação aqui bate forte - puxada, no momento, justamente pelos combustíveis. Assim, o item usado por 90% das famílias para cozinhar está custando, em média, R$ 93, e consumindo 10% do salário-mínimo em 16 Estados. Entre os mais pobres, passou a ser substituído por lenha e outros produtos tóxicos. Nesta semana, quase ao mesmo tempo, a Câmara e a Petrobras ensaiaram resposta a esse quadro de risco social. Os deputados aprovaram uma espécie de “vale-gás” - ainda a ser examinado pelo Senado. E a estatal anunciou que vai subsidiar o botijão para consumidores de baixa renda. Neste episódio, o repórter Raphael di Cunto, do jornal Valor Econômico, explica a ciranda de pressões políticas por trás dessas duas medidas. Pressionada pelo presidente Bolsonaro, principalmente por causa dos preços da gasolina e do diesel, a Petrobras correu para sinalizar algum alívio no gás de cozinha tão logo saiu a decisão da Câmara. Renata Lo Prete conversa também com o economista Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura, que defende uma “tarifa social” mais duradoura, como existe no setor elétrico”, para enfrentar o problema. “Muitas pessoas não têm noção do que famílias passam para cozinhar" o mínimo.

Sep 30, 2021 • 30min
Escândalo Prevent: a hora da ANS
A sequência estarrecedora de revelações deixa no ar a pergunta: como foi possível a operadora ir tão longe no desrespeito à vida de seus clientes e na prestação de serviços ao Palácio do Planalto? Parte da resposta está nas revelações da CPI da Covid, atualizadas neste episódio por Octavio Guedes, colunista do G1 e comentarista da GloboNews. Ele destaca a convicção da Prevent Senior -relatada no depoimento da advogada de médicos da empresa - de que jamais seria incomodada por órgãos de fiscalização, dado seu relacionamento estreito com o “gabinete paralelo” de assessoramento do presidente na pandemia. Com as costas quentes, a Prevent se sentiu à vontade para conduzir um “campo de experimentos anticientíficos”, diz Guedes. Outro depoimento, o do empresário Luciano Hang, desnudou o empenho dos governistas em boicotar qualquer tipo de lockdown em nome de “salvar a economia”. “Mas nunca foi a economia”, lembra Guedes. “Sempre foi a reeleição de Bolsonaro”. A segunda parte da resposta Renata Lo Prete foi buscar em entrevista com o advogado Matheus Falcão, pesquisador do Núcleo de Direito Sanitário da USP e assessor jurídico do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). Ele mostra como funciona a Agência Nacional de Saúde Suplementar, órgão regulador que apenas nesta semana, quando a pilha de denúncias graves já transbordava, emitiu a primeira autuação contra a Prevent. A ANS, explica Falcão, tem corpo técnico qualificado, formado por servidores públicos concursados, mas suas decisões finais ficam a cargo de uma diretoria composta por cinco indicados pela Presidência da República. Ele fala também do Conselho Federal de Medicina, que até aqui fez cara de paisagem diante das pressões para que profissionais da Prevent empurrassem aos pacientes remédios ineficazes contra a doença. Matheus conclui como esta situação "chegou ao limite" e demanda ação do Estado.

Sep 29, 2021 • 23min
Explosão dos despejos, agora suspensos
De um lado, perda de emprego e renda. Do outro, alta do aluguel -mais de 30% em 12 meses. Resultado: crescimento exponencial do contingente de famílias removidas de suas casas ou vivendo sob essa ameaça. Pessoas que precisam escolher entre "pagar o aluguel ou colocar comida na mesa", conta o repórter da TV Globo Giba Bergamin, que acompanha de perto movimentos por moradia há quase duas décadas. Ele narra como, na esteira desse drama agravado pela pandemia, uma ocupação na Zona Leste de São Paulo saltou de 200 famílias em julho para 800 agora. Participa também deste episódio Bianca Tavolari, pesquisadora do Cebrap e professora do Insper. É ela quem analisa a decisão do Congresso de derrubar o veto do presidente da República à lei que estabelece uma espécie de moratória dos despejos até 31 de dezembro. "Pela primeira vez, temos uma proteção importante" a pessoas em situação de vulnerabilidade habitacional. Mas a medida é paliativa e de curta duração, alerta. Bianca aponta ainda a escassez de dados oficiais sobre o problema, o que dificulta a elaboração de políticas públicas acertadas, e resume: "Para além da pandemia, ter uma moradia é porta de acessos a direitos".

Sep 28, 2021 • 24min
Térmicas: emergência ou longo prazo?
Diante da situação crítica dos reservatórios, o governo vem recorrendo progressivamente a uma energia mais cara e mais poluente do que a extraída da água. O movimento agora ganha contornos de estratégia, a ser implementada por meio de leilões que vão implicar na manutenção, por vários anos ainda, de fatia generosa para as termelétricas na nossa matriz (hoje, elas respondem por cerca de 32% do total gerado, enquanto as hidrelétricas amargam sua menor participação histórica, em torno de 50%). Letícia Fucuchima, repórter do jornal Valor Econômico, traz detalhes sobre esses leilões e mostra como a atual política não favorece a expansão de energias limpas como a solar e a eólica. "O racionamento de 2001 inaugurou uma safra de termelétricas", relembra Diogo Lisbona, pesquisador do Centro de Estudos e Regulação em Infraestrutura da FGV, também entrevistado por Renata Lo Prete. Ele explica por que o consumidor não deve esperar refresco tão cedo. "Tem termelétrica que gera energia ao custo de R$ 2 mil o megawatt hora", compara, enquanto no mercado o custo médio é de R$ 250.

Sep 27, 2021 • 25min
O público de volta aos teatros
Foram necessários 2 anos, 70 pessoas trabalhando diretamente e outras 400 na prestação indireta de serviços para colocar de pé um espetáculo que, depois de apenas 9 apresentações, saiu de cartaz em março de 2020. “Fomos os primeiros a parar e os últimos a retornar”, resume, em depoimento ao Assunto, a atriz Karin Hills, que faz o papel-título no musical sobre a trajetória da cantora disco Donna Summer. Em conversa com Renata Lo Prete, a produtora-geral e coreógrafa Barbara Guerra narra uma saga de ano e meio vivida por boa parte da classe artística: morte de colegas por Covid, contas a pagar sem receita para cobrir, luta para garantir algum suporte financeiro à equipe. Mesmo compartilhando com todos a emoção da reestreia, ela faz questão de frisar: “A pandemia ainda está aí. Voltamos, mas com protocolos e muita disciplina”. Para o sociólogo Danilo Santos de Miranda, há mais de três décadas diretor do Sesc-SP, a cena cultural brasileira passa por uma “euforia do retorno”, mas é preciso lembrar que ele ocorre num contexto de crise econômica, sanitária e sobretudo política -diante do “desmonte perpetrado” pelo governo federal numa área que, até a pandemia, respondia por cerca de 2% do PIB e abrigava 6% do total de pessoas ocupadas no país. “O presencial é indispensável à cultura”, afirma. “E nós vamos restabelecer isso, porque conhecemos o caminho”.

Sep 24, 2021 • 28min
Os números maquiados da Prevent Senior
Subnotificação de óbitos de pacientes que participaram, sem conhecimento, de experiência com cloroquina. Mortes registradas com outras causas, ocultando a verdadeira. Reclassificação sistemática de prontuários, apagando a referência a Covid. As evidências que se acumulam contra uma das maiores operadoras de saúdes do país são detalhadas neste episódio por Guilherme Balza, repórter da GloboNews que investiga as práticas da empresa desde o início da pandemia e já revelou capítulos importantes dessa história. Neste episódio, Renata Lo Prete conversa também com Daniel Dourado, médico, advogado e pesquisador do Centro de Pesquisa em Direito Sanitário da USP. "Não se pode fazer pesquisa dessa maneira", pontua Daniel sobre as evidências de que pacientes participaram de estudos sem consentimento. Ele esclarece as possíveis consequências contra a empresa e o governo. Para Daniel, a punição às autoridades federais pode ser pensada de duas maneiras: "indicações penais e dos crimes de responsabilidade". Ele sinaliza ainda quais cuidados clientes de operadoras de saúde podem adotar para se proteger.

Sep 23, 2021 • 23min
Precatórios: pedalada ou calote?
São R$ 89 bilhões em dívidas judiciais da União a pagar em 2022, montante que o Executivo quer reduzir drasticamente para encaixar no Orçamento do ano eleitoral um Bolsa Família turbinado e que Jair Bolsonaro possa chamar de seu. Depois de algumas movimentações mal-sucedidas, surge um esboço de acordo entre os presidentes da Câmara e do Senado e o ministro da Economia. A proposta - detalhada neste episódio pela repórter Julia Lindner, do jornal O Globo - prevê limitar o desembolso com precatórios no ano que vem ao patamar de 2016, quando foi instituído o teto de gastos. Em valores corrigidos, R$ 40 bilhões. O restante - mais da metade, portanto - seria objeto de algum “encontro de contas” ainda por definir ou simplesmente empurrado para 2023. Também entrevistado por Renata Lo Prete, Felipe Salto, diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente, dá nome às coisas: ele explica por que algumas das manobras em discussão constituem pedalada fiscal, quando não configuram calote puro e simples. Uma “bola de neve” arriscada e, no entender de Salto, desnecessária: “É possível pagar” os precatórios em sua totalidade e elevar o valor do Bolsa Família, avalia o economista, autor de uma proposta alternativa baseada no remanejamento de recursos discricionários.

Sep 22, 2021 • 23min
Crise da Evergrande e impacto no Brasil
A ameaça de calote da segunda maior incorporadora chinesa, cujo passivo chega a US$ 300 bilhões, levou pânico aos mercados na largada da semana. "O risco financeiro é dentro da China, não fora", sintetiza Rodrigo Zeidan, professor da Universidade de Nova York em Shangai, de onde fala com Renata Lo Prete. Zeidan descreve a importância do setor imobiliário num um país em que mais de 1 bilhão de pessoas migraram do campo para as cidades nos últimos 30 anos. "Imóveis são vistos como algo que traz riqueza para a família", explica, lembrando o peso do setor no PIB. Zeidan diz ainda que, ao contrário da crise com o banco norte-americano Lehman Brothers, em 2008, agora a expectativa é que a China socorra e “estanque a crise financeira", mais do que a empresa, mas pondera que é difícil saber o "tamanho certo" da intervenção. Participa também do episódio Lívio Ribeiro, pesquisador do Ibre-FGV. É ele quem detalha os possíveis efeitos para o Brasil, principalmente para empresas do setor de mineração. Lívio pontua como 85% das exportações brasileiras para a China são de minério de ferro, soja e petróleo. Por isso os impactos podem ser sentidos aqui, principalmente pela desvalorização da moeda brasileira e da queda do preço das commodities.


