Reconversa

Reinaldo Azevedo e Walfrido Warde
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May 15, 2025 • 1h 51min

Reginaldo Prandi, um sociólogo das religiões, com Reinaldo Azevedo e Walfrido Warde | Reconversa 92

“Reconversa” bateu um papo fascinante com Reginaldo Prandi, professor emérito do Departamento de Sociologia da USP, que se especializou no estudo das religiões. Falamos, claro!, também sobre o catolicismo três dias antes de o conclave eleger o novo papa. Ninguém adivinhou o nome do Sumo Pontífice, nem era o propósito, mas as trilhas que levam à ciência foram percorridas. Prandi é autor de mais de 30 livros, incluindo sociologia propriamente, mitologia e ficção. Um de seus trabalhos, muitos deles premiados, completa 25 anos agora e se tornou um clássico: “Mitologia dos Orixás”. O podcast perguntou a Prandi o que leva determinadas correntes religiosas a um materialismo exacerbado, numa mistura de Deus com uma espécie de empreendedorismo. Ele responde: “A religião nada mais faz do que oferecer uma base considerada legítima para um processo de mudança que já está em curso, e os segmentos que decidem brigar com a realidade são sempre perdedores”. Mais uma (re)conversa imperdível.
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May 9, 2025 • 1h 15min

Leonardo Trevisan com Reinaldo e Walfrido: China, EUA e crônica da derrota anunciada | Reconversa 91

Leonardo Trevisan é historiador, mestre em economia e doutor em Ciência Política pela USP, com pós-doutorado pela University of London e pela Warwick University. Professor da PUC-SP e da Escola Superior de Propaganda e Marketing, é autor de uma vasta obra e um dos analistas mais lúcidos deste mundo em transe e em trânsito. O poderio dos EUA é incontrastável no presente, mas as escolhas das elites políticas e econômicas contam, para lembrar Padre Vieira, a “história do futuro”. Afinal, se todos temos “certa herança marxista”, para citar uma expressão, que virou livro, de José Arthur Giannotti, cumpre indagar: a quais interesses serve Donald Trump? Esse é um dos enigmas que tentamos desvendar com Trevisan. Papo obrigatório!
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May 2, 2025 • 1h 36min

Maria Silvia, executiva da agenda das Meninas Superpoderosas. Com Reinaldo e Walfrido | Reconversa 90

Maria Silvia Bastos Marques é secretária de Projetos Estratégicos da Prefeitura do Rio. Não é o primeiro cargo que exerce na administração pública: já foi secretária da Fazenda da cidade e presidente do BNDES. Tem uma carreira de ineditismos também no setor privado: foi a primeira mulher a presidir a Companhia Siderúrgica Nacional, a Icatu Seguros e o banco de investimentos Goldman Sachs Brasil. É autora do livro “Vontade Inabalável – Os erros e acertos de uma executiva pioneira”. O nosso bate-papo começou com o poema “Com Licença Poética”, de Adélia Prado, que termina assim: “Vai ser coxo na vida é maldição pra homem./Mulher é desdobrável. Eu sou.” E ser mulher num ambiente ainda dominado por homens, com fama de não tergiversar sobre seus objetivos, remete-nos ao título desta prosa: certo dia, em meio a homens vetustos, ela abriu a sua agenda decorada com as “Meninas Superpoderosas”. Vamos ver o que aconteceu.
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Apr 24, 2025 • 1h 38min

Desembargadora Simone Schreiber com Reinaldo e Walfrido: juiz tem de gostar de gente. Reconversa 89

“Reconversa” recebeu Simone Schreiber, desembargadora do Tribunal Regional Federal da Segunda Região, para um bate-papo sobre justiça, essa instituição “demasiadamente humana“, para apelar a um filósofo, no que ela pode ter de horror, mas também de maravilha. Professora de direito da Unirio (Universidade Federal do Estado do Rio), Simone reflete sobre a neutralidade do juiz — que, afinal, existe neste mundo, não no éter — e sobre a “solução justa”. Apelando ao bom humor, diz de si mesma pertencer à “galera dos direitos humanos”, expressão depreciativa que reacionários tentam pespegar nos defensores das garantias fundamentais. Sua dissertação de mestrado tem 34 anos e, vejam vocês!, conserva impressionante atualidade: “A Força do Argumento e o Argumento da Força - O Lobby dos Militares na Constituinte da Nova República”. Obteve o doutorado em 2007, sob a orientação de Roberto Barroso, que ora preside o STF, com uma tese que virou livro: “A Publicidade Opressiva nos Julgamentos Criminais”. Também esse tema está aí, candente: com alguma frequência, espera-se que o togado produza mais justiçamento do que justiça. Ninguém melhor do que Simone para esconjurar tanto a omissão como a espetacularização do Judiciário. Imperdível.
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Apr 17, 2025 • 1h 53min

André Roncaglia, “nosso homem no FMI”, com Reinaldo e Walfrido: contra catastrofismos. Reconversa 88

O economista e professor André Roncaglia é o diretor-executivo do Brasil no Fundo Monetário Internacional. À sua maneira, com rigor e sem alarde, nunca teve receio de andar na contramão. Estudava a “Escola Austríaca”, a preferida hoje de 10 entre 10 reacionários, especialmente porque nunca a entenderam, quando poucos por aqui davam bola à teoria. E, hoje, desafia a “doxa” conservadora, que sai por aí tonitruando: “O Brasil está na UTI“. A metáfora médica costuma ser a antessala dos chamados “remédios amargos”, que, claro!, têm sempre de ser ministrados contra os pobres. Numa entrevista iluminada, afirma Roncaglia: “É preciso, sim, que haja algum sacrifício para o país avançar, mas não o de quem está no andar de baixo”. E acrescenta: “Eu adoraria que os nossos ricos tivessem disciplina de mercado — a disciplina que eles gostam de empurrar aos outros. E eu acho que uma das maneiras de disciplinar a nossa elite é por meio de um programa de desenvolvimento, obrigando-a a se encaixar nesse programa. E ela vai ganhar! Olhem que punição!”. Uma das conversas mais fascinantes em 88 edições de “Reconversa”.
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Apr 11, 2025 • 1h 47min

Marcello Faulhaber diz a Reinaldo e Walfrido: “Lula é favorito em 26 e vai ganhar” | Reconversa 87

A palavra “marqueteiro” assumiu um sentido algo pejorativo em certos nichos, o que não é compatível com a capacidade analítica de Marcello Faulhaber, mas ainda define o profissional que pensa a estratégia de uma campanha política. Queria ser piloto, estudou no Colégio Naval, formou-se em engenharia, especializou-se em economia e trabalhou no mercado financeiro. Foi parar na vida pública, tornou-se subscretário do então prefeito Eduardo Paes, romperam, e ele decidiu ser, voltemos à palavra, o “marqueteiro” da vitoriosa campanha de Marcello Crivella à Prefeitura do Rio, em 2016. Reconciliado com o amigo, foi peça-chave nas campanhas de 2020 e 2024 do atual prefeito. Do Leme ao Pontal, passando pelos outros 91 municípios do Rio de Janeiro, todos avaliam que é inescapável que dispute o governo do Estado no ano que vem. Se acontecer, Faulhaber deve estar com ele. Neste papo em Reconversa, fica claro por que é considerado uma das figuras de ponta do marketing político no país. Fala com desenvoltura sobre os mais diversos assuntos, transitando em universos culturais bastante distintos, e consegue, para abusar de um clichê, “pensar fora da caixa”, mas nunca para aviltar os fundamentos da civilização. Conversa imperdível.O “marqueteiro” Marcello Faulhaber diz a Reinaldo e Walfrido: “Lula é favorito em 26 e vai ganhar”
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Apr 3, 2025 • 1h 42min

Mauro Campbell, corregedor do Conselho Nacional de Justiça, com Reinaldo e Walfrido | Reconversa 86

Ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Mauro Campbell Marques exerce a função de corregedor do CNJ, instituição que funciona há 20 anos no país, integrada por 15 conselheiros, e que, conforme o Artigo 103-B da Constituição, “zela pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura”. Também é o órgão encarregado de garantir que os nada menos de 91 tribunais apliquem o Artigo 37 da Constituição, vale dizer: obedeçam aos princípios da “legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”. Como corregedor, Campbell pode investigar de ofício, bastando que tome conhecimento de alguma eventual irregularidade, qualquer um dos 18 mil juízes que há no Brasil, exceção feita aos integrantes do Supremo. Dado o tamanho da máquina, ele afirma que são poucos os magistrados investigados. Sim, conversamos com o ministro sobre os famosos “penduricalhos” que acabam furando o teto salarial da administração pública. O disciplinamento está em curso, ele diz, mas convém lembrar: boa parte nasce de leis, que não são feitas por juízes. Bater no Judiciário, como sabemos, é uma espécie de esporte nacional. E recorrer à Justiça também. Como fazer para coibir o excesso de demandas frívolas e de judicialização de conflitos que não precisariam chegar à cortes? Um papo imperdível.
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Mar 27, 2025 • 1h 41min

Elias Jabbour com Reinaldo e Walfrido: “China, motor do capitalismo, segue socialista” | Reconversa 85

Ele é mestre e doutor em geografia humana pela USP e enveredou para o campo da economia. Hoje, além de presidente do Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos, da Prefeitura do Rio, é professor associado da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FCE-UERJ) e dos programas de pós-graduação da instituição em Ciências Econômicas e Relações Institucionais. Foi também consultor sênior do Banco dos Brics nos anos de 2023 e 2024. Marxista sem medo de ser feliz nem solitário, tornou-se um estudioso da China e desafia alguns consensos sobre aquele país: ele nega, por exemplo, que os chineses tenham uma vocação imperialista. Para Jabbour, o Brasil cometeu um “erro chocante” ao se negar a integrar a “Nova Rota da Seda”. Fica fácil saber por que as direitas não gostam dele. Nesta entrevista, ele explica por que nem sempre se entende também com as esquerdas. Não perca o pensamento de Jabbour em estado puro.
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Mar 20, 2025 • 1h 55min

Lindbergh Farias com Reinaldo Azevedo e Walfrido Warde. Entre civilização e barbárie | Reconversa 84

O atual líder do PT na Câmara despontou na vida pública como presidente da UNE, entidade que liderou as manifestações em favor do impeachment de Collor. Ganhou projeção nacional e deu início a uma sólida carreira política. Neste papo com Reconversa, fala sobre os desafios do governo em tempos de redes sociais; as dificuldades enfrentadas por Lula em seu terceiro mandato; o papel do Supremo na defesa da democracia brasileira e a ascensão da extrema direita no Brasil e mundo afora e como enfrentá-la. Casado com a ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), uma “mulher bonita”, o jovem estudante de medicina ganhou, quando alçado do movimento estudantil a uma figura de projeção nacional, os apelidos de “Lindobergh” e “Lindinho”. Não consta que tenha atrapalhado a sua trajetória política. A Polícia dos Adjetivos e certo tipo de cafajestagem apareceram bem depois. Uma baita conversa!
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Mar 13, 2025 • 1h 42min

Eugênio Bucci com Reinaldo Azevedo e Walfrido Warde. Chamemos o fascismo de fascismo | Reconversa 83

“Reconversa” recebeu Eugênio Bucci, professor da Escola de Comunicação e Artes da USP. Num bate-papo imperdível, afirma sobre a ascensão da extrema direita populista mundo afora: “Essa coalizão de forças violentamente articulada para demolir a democracia e tornar mais fácil a opressão, isso é fascismo. O problema de não usarmos essa palavra é não identificarmos, de forma compreensível, o risco que a gente corre. Muitos pesquisadores dizem: ‘Nós não podemos chamar de fascismo’. Tá bom! Vamos chamar do quê? Você pode comparar o que o Trump está fazendo com o que Stálin fazia? Pode. Mas o Trump é um stalinista? Agora, que existam elementos de fascismo escarrados no que ele está fazendo, existem.”Sobre o poder das redes, considera: “Esses grandes conglomerados, que chamo ‘Conglomerados Monopolistas Globais’, estão no centro do imaginário; estão no centro das representações que nós temos no mundo e estão roubando funções das cortes ou da lei para si (...). Isso traz elementos bastante perturbadores”. Você tem de ver.

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