

Podcast da Semana
Gama Revista
"Podcast da Semana" traz todo domingo um bate-papo de 30 minutos com um convidado sobre o assunto da semana da Gama Revista.
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Jan 19, 2025 • 29min
Nath Finanças: Empreender com planejamento
Você já pensou em abrir seu próprio negócio? Para muita gente, ser empreendedor não é uma escolha, mas a única opção disponível. Há quem veja no empreendedorismo a chance de ter flexibilidade de horário ou a possibilidade de novos ganhos. Mas o que a entrevistada deste episódio, Natália Rodrigues, mais conhecida como Nath Finanças, sugere, é não romantizar. "Empreender é trabalhar 24 horas por dia. Como CLT, você tem horário de entrada e de saída", diz.
Ela acaba de lançar “Precisa dar Certo: um guia para empreendedores reais” (Instrínseca, 2024), em que traz os fundamentos básicos para a administração de uma empresa, como se organizar financeiramente, preficificar o que você tem a oferecer.
Seu perfil no Instagram, o Nath Finanças, surgiu com a proposta de auxiliar especialmente a população de baixa renda a organizar as finanças, investir, ter uma reserva de emergência. Hoje ela conta com mais de 850 mil seguidores. Aos 26 anos, é especialista em gestão financeira pela Fundação Getúlio Vargas e criadora da edtech Nath Play, uma plataforma de streaming sobre o tema.
Na conversa com Gama, fala da importância de identificar seu público-alvo, das principais dificuldades de abrir uma empresa, traz caminhos possíveis e discute as diferenças entre o emprego informal e o empreendedorismo
Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic

Jan 12, 2025 • 33min
Bruno Gualano: "O mundo fitness é individualizante e egoísta"
O que o neoliberalismo tem a ver com o jeito com que malhamos? Para o Bruno Gualano, professor do Centro de Medicina do Estilo de Vida da Faculdade de Medicina da USP, tudo a ver.
"Os discursos do mundo fitness são individualizantes, egoístas, focados exclusivamente no eu, na pessoa, que se tem vontade, alcança o objetivo. Se tem disciplina, se tem foco, força e fé, que é um dos lemas mais comuns que a gente ouve por aí, ela consegue prosperar. Eu brinco que o foco, força e fé é a teologia da prosperidade aplicada ao corpo humano", afirma o pesquisador, que é o convidado da edição sobre vaidade no Podcast da Semana.
Membro da Academia Brasileira de Ciências, ele diz que essas noções criadas sobre saúde e bem-estar são enganosas e, na verdade, prejudiciais ao corpo e à mente.
"As cirurgias cosméticas, o uso de esteroides anabolizantes, chip da beleza, lift de bumbum, é tanta bobagem que a gente vê por aí em busca da estética e não tem nada de saúde nisso, não tem nada de saúde física e nem saúde mental", afirma.
Segundo ele, é importante que o corpo ideal seja inalcançável para que continuemos consumindo sempre os produtos desse mercado. "O mundo fitness muda o sabor dos corpos ideais. Já tivemos a magreza extrema como modelo a ser perseguido. Agora temos corpos definidos, anabolizados, hipertrofiados, tanto para homens quanto para mulheres, uma coisa muito curiosa, um símbolo do sucesso. E aí os produtos também giram em torno desses corpos ideais", afirma.
Na entrevista, Gualano, que é coordenador do Laboratório de Avaliação e Condicionamento em Reumatologia (HCFMUSP), fala ainda a respeito dos remédios usados para combater a obesidade e sobre como influenciadores fitness são inimigos da saúde pública. Ele defende que uma rotina de exercício físicos seja estimulada por políticas públicas e diz que práticas de atividades mais moderadas são muito válidas.
Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima

Jan 5, 2025 • 42min
Marcos Valle: O som do verão
O verão é sinônimo de mais diversão, aventura, amor e festa para muita gente. É também para o músico e compositor Marcos Valle, que aos 81 anos comemora 60 anos de carreira com a autoria de algumas composições que são a cara da estação.
"O melhor do verão é a possibilidade das pessoas poderem se divertir mais", ele conta ao Podcast da Semana da edição especial sobre o calor do verão. "Eu fico torcendo para que o mar esteja bom, que todo mundo possa entrar. Sem elitismo, sem nada. Ali não adianta ficar fingindo que alguém é melhor que o outro. Está todo mundo curtindo a mesma água. É um momento maravilhoso da vida", afirma.
Um apaixonado pela natureza ("o lugar mais próximo de Deus", segundo ele), pelo surf e por outros esportes praticados ao ar livre, ele sempre fez da estação um tema das suas composições. Uma das primeiras músicas que criou foi batizada justamente de "Samba de Verão" (1964), sucesso mundial que marcou a bossa nova. É dele também a música "Estrelar" (1983), uma mistura de funk com baião, que fala que o verão tá chegando e tem que malhar, tem que suar.
Nesse episódio, Valle fala sobre a sua relação com a estação, sobre a história de seus hits e como faz para, do alto de oito décadas de vida, levar a juventude a dançar loucamente em seus shows no Brasil e fora dele. O músico diz ainda o que espera do verão de 2025: "As pessoas têm que celebrar a vida, têm que entender que não podem deixar de valorizar, comemorar os momentos juntos, todo mundo igual".

Dec 15, 2024 • 33min
Fernanda Queiroz: "O melhor momento para começar a fazer exercício físico é sempre agora"
No topo da lista de resoluções de ano novo é comum que esteja a frase "começar a fazer exercício". Ter um corpo mais em forma, ser mais saudável. Mudar o estilo de vida é algo que muita gente planeja mas tem dificuldade de colocar em prática. Como escolher então por onde começar? "O exercício bom é aquele exercício que você faz. É muito mais fácil fazer alguma coisa que você gosta do que o que não gosta", afirma Fernanda Queiroz, personal trainer há quase 20 anos e entrevistada do Podcast da Semana.
Para ela, o começo de um ano pode ser um marco eficiente para começar a fazer exercícios. Já para manter a rotina, um dos segredos é ter um amigo que nos incentive a seguir nos treinos, mesmo que essa pessoa interaja apenas à distância. O que não pode é se iludir pelo o que está nas redes sociais. "As pessoas estão ficando meio doidas de ficar se comparando, de querer um corpo que não é atingível, que não dá para ser construído naturalmente", afirma Queiroz.
Conhecida por seu trabalho nas redes sociais e com formação em educação física pelas Faculdades Integradas de Santo André (Fefisa), Queiroz, que também é empreendedora do meio fitness (já criou vários aplicativos e treinos online), hoje tem atendido mais mulheres e especialmente gestantes e as que estão no puerpério. Ela faz um alerta sobre a volta da busca feroz pela magreza: "As pessoas que já eram magras estão muito mais magras", alerta.

Dec 8, 2024 • 37min
Léo Galvão: "Eu gosto de fazer gente feliz"
Uma boa festa tem que ter música, tem que ter diversidade, tem que ser em um lugar interessante e acessível e tem que ter algum motivo a ser celebrado.
Essas são algumas das premissas para um festão segundo o relações públicas Léo Galvão, um piauiense de 35 anos que chegou em São Paulo há uma década e se tornou o RP mais requisitado por diferentes marcas, festivais e eventos. "Eu gosto de fazer gente feliz, tem uma hora que eu chego no canto, olho e está todo mundo dançando, todo mundo se jogando, todo mundo aproveitando. Fico tão realizado", diz em entrevista ao Podcast da Semana.
Seu trabalho consiste, entre outras coisas, em fazer um evento acontecer -- na grande maioria das vezes pra uma marcas. Pra isso, ele precisa ter repertório pra saber quem são as pessoas que tem tudo a ver com essa festa, quem é o DJ ou a banda que vai fazer um clima legal acontecer. Como RP, precisa criar conexões, desejo, mapear tendências conhecer gente. Muita gente.
Galvão se formou em publicidade e jornalismo em Teresina, onde nasceu e cresceu. É sócio da agência PBPR onde atende clientes de marcas de luxo, de bebida, eventos de de arte, de esporte como a Fórmula 1, os principais festivais de música do país, camarotes do Carnaval do Rio de Janeiro e São Paulo. E até eventos infantis.
Na conversa com Gama, compartilha um pouco da sua rotina -- recheada de mais de 250 eventos por ano -- de como ele lida com a ansiedade e a pressão dos clientes. E a partir dessa experiência, dá a receita para fazer um festão, para conectar pessoas. Ele também analisa o momento dos influenciadores e dá um panorama do mercado de relações públicas nos dias de hoje.
Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic

Dec 1, 2024 • 42min
Tamara Klink: Viver outras realidades
A velejadora e escritora Tamara Klink, 27, passou oito meses em uma invernagem na Groenlândia, a bordo de seu veleiro. Ela chegou na região, ancorou o seu barco e esperou o mar ao seu redor congelar totalmente. Suportou temperaturas de -40oC e três meses sem luz solar. Com esse feito, se tornou a primeira mulher do mundo a passar um inverno sozinha, dentro de um barco (mas fora também), no Ártico.
Antes, ela cruzou o Atlântico Norte, navegando de Paris, na França, até Recife, no Brasil. E, ainda na infância, viajou com sua família para a Antártica, em uma das expedições lideradas por seu pai, Amyr Klink, e na companhia de suas irmãs e a mãe, a fotógrafa, Marina Bandeira Klink.
Viver isolada, trabalhando diariamente para sobreviver, transformou o jeito da Klink ver e estar no mundo. A leitura, a escrita e também os podcast sempre fizeram parte do seu cotidiano. Durante suas viagens, ela registrava seus sonhos e experiências. Esse material resultou em seus livros: "Mil Milhas" (2021) e "Um Mundo em Poucas Linhas" (2021) e também o infantil "Férias na Antártica" (2014), todos lançados pela Editora Peirópolis. Em 2024, lançou "Nós: o Atlântico em Solitário" (Companhia das Letras).
Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic

Nov 24, 2024 • 32min
Geni Núñez: Amor e não monogamia
Quem segue a psicóloga, ativista indígena Guarani e escritora Geni Nuñez no Instagram reconhece que ela é uma voz importante na defesa da não monogamia. Geni escreve de maneira simples e direta sobre o tema, apresentando a filosofia dessa forma de se relacionar. O que ela também fez em livros. Em “Descolonizando Afetos — Experimentações sobre outras formas de amar” (Paidos, 2023), faz uma vasta pesquisa histórica e política da monogamia e apresenta a não monogamia como alternativa.
Num passado pré-colonização, no Brasil, o comum era ser não monogâmico. Até que os portugueses chegaram e, com a catequização, instauraram a monogamia. A psicóloga, que tem doutorado no Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas pela Universidade Federal de Santa Catarina, escreve que “ser monogâmico era parte de um projeto de civilização. Outras práticas que fugissem desse modelo eram vistas como atrasadas, selvagens, como animalescas, como algo da ordem de uma heresia”.
Trazendo a discussão pro século 21, Nuñez acha que a não monogamia entrou em debate mais acalorado por “uma certa crise dos paradigmas hegemônicos”. “A gente vê, por exemplo, debates sobre a questão ambiental, sobre as questões de gênero, sexualidade, a luta antirracista, a luta pelos direitos ao território. Tudo isso faz parte de um contexto político que, de alguma maneira, possibilita que alguns debates, que antes eram mais silenciados do que hoje, possam ter alguma reverberação.”
Para a pesquisadora, a monogamia tem relação direta com uma moral cristã herdada da colonização. “O que a monogamia traz, junto de todo esse moralismo cristão que permanece no nosso território, é uma obsessão com a sexualidade”, afirma. “É difícil pensar que é uma escolha pessoal você decidir o que outra pessoa vai fazer da sexualidade dela. (…) A ideia de traição é referendada por aquilo que o outro fez do próprio corpo.”
Em seu último lançamento, "Felizes por Enquanto: Escritos sobre outros mundos possíveis" (Planeta, 2024), Nuñez aborda o tema de forma ainda mais fácil, por meio de poemas.
Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima

Nov 18, 2024 • 24min
Thais Basile: Criação dos filhos
Como criar conexão com os filhos, lidar da melhor maneira possível com as diferentes fases da infância quando estão todos sobrecarregados? Como manter a calma diante dos desafios da criação? “É preciso saber reparar as coisas, sem se afundar na culpa”, diz a Gama a psicanalista e especialista em psicopedagogia, Thais Basile.
Basile acredita que é possível criar filhos fora da ideia de uma educação “tradicional”, muitas vezes baseada em gritos, ameaças, críticas e medo. É sobre esse tema que ela escreve em “Atravessando o deserto emocional: Os impactos de fazer parte de uma família” (Paidós, 2024), em que mostra como o que somos é causa e efeito dos cuidados que recebemos.
Na conversa com o Podcast da Semana, da Gama, ela discute como fazer escolhas que melhorem o tempo que estamos com os filhos, trata da importância de lembrar da nossa infância e nomear o que vivemos — “É bom que a gente investigue também quais as transferências e projeções que a gente tá fazendo com essa criança”, diz — e, entre outros temas, trata da criação de vínculos na formação das crianças.
Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic

Nov 11, 2024 • 30min
Aline Wolff: Esporte e foco
Tentar ficar focado o tempo todo pode ser contraproducente. Isso porque a atenção total é algo que nos exige muito fisicamente. O melhor é saber alternar períodos de foco e de descanso. A opinião é da psicóloga clínica do esporte Aline Wolff, que é coordenadora de preparação mental do Comitê Olímpico Brasileiro, o COB, e responsável pelo atendimento da ginasta medalhista Rebeca Andrade. Wolff é a entrevistada da edição sobre foco e atenção do Podcast da Semana
“A nossa capacidade de atenção é limitada. As pessoas acham que a gente consegue ficar atento por horas e horas. Isso não é verdade. Gasta energia física. Quando a gente precisa fazer uma tarefa que nos exige muita atenção, a gente fica exausto depois. O cansaço é real. Parece que alguma coisa passou por cima da gente”, afirma Wolff.
Ao comentar a declaração de Andrade sobre pensar em receitas minutos antes de se apresentar nas Olimpíadas de Paris, Wolff afirma que ela estava “economizando foco" e que desse jeito ficava com o “foco muito mais limpo na hora que realmente importa”, diz.
Wolff disse que o fato da ginasta brasileira não ter colocado a atenção de seu treinamento e apresentação na norte-americana Simone Biles foi fundamental para seu sucesso e que isso vem do seu autoconhecimento. “Ela está focada no que ela pode controlar. Ela está focada nela mesma. Ela sabe o que ela pode”, afirma.
Autora de “Pensamento Campeão: Melhorando o desempenho esportivo por meio da preparação mental” (Editora Cognitiva, 2015), Wolff fala sobre a importância do descanso para ter foco e atenção de qualidade. “Se há uma demanda e não há um terreno fértil, que é um corpo descansado, uma mente mais fresca, com boas noites de sono, esse foco não vai fluir. E aí o que gera isso? Frustração. A pessoa começa a se sentir incompetente."
Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima

Nov 3, 2024 • 26min
Sandra Doria: Ronco, sono e respiração
Será que você respira bem enquanto dorme? Ronca? Tem apneia? Essas e outras questões atrapalham um sono de qualidade, aquele que nos restaura para o dia seguinte. "É preciso ter uma quantidade adequada de sono profundo. Se você tem uma respiração inadequada, ruidosa, nariz entupido, isso atrapalha, faz com que a respiração não seja normal", diz a convidada do Podcast da Semana, a otorrinolaringologista Sandra Doria Xavier.
Sendo uma função vital, ao não respirarmos adequadamente o corpo entende que algo está errado, o que interfere no sono de quem dorme -- e no do companheiro ou companheira ao lado, caso haja ronco. Daí a importância de procurar um especialista. "Ronco tem cura e o médico otorrinolaringologista poderá avaliar as vias aéreas e entender se existe alguma obstrução", diz Xavier a Gama.
A especialista é certificada em medicina do sono pela Associação Médica Brasileira, com doutorado em otorrinolaringologia. É professora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e pesquisadora do Instituto do Sono.
Na nossa conversa com Gama, alerta que o ronco não é normal em nenhuma idade, explica como uma respiração inadequada atrapalha a qualidade do sono e a nossa saúde e propõe caminhos e razões para convencer os roncadores a procurarem ajuda médica. "O ronco superficializa o sono", diz.


