
Podcast da Semana
"Podcast da Semana" traz todo domingo um bate-papo de 30 minutos com um convidado sobre o assunto da semana da Gama Revista.
Latest episodes

Mar 2, 2025 • 21min
Simoninha: Carnaval de rua
Um dos criadores do bloco paulistano Acadêmicos do Baixo Augusta, músico fala das transformações da festa e da cidadeRoteiro e apresentação: Luara Calvi Anic

Feb 23, 2025 • 30min
Gustavo Dias: por que os brasileiros imigram?
Por que brasileiros sem visto se submetem a tanto risco para imigrar para outros países? Para o cientista social Gustavo Dias, professor da Universidade Estadual de Montes Claros, em Minas Gerais, e pesquisador da imigração, a resposta tem a ver com um desmonte dos investimentos em saúde e educação no Brasil, uma desindustrialização do país e uma afinidade à agenda neoliberal.“Só que isso é uma questão que a gente não discute. A gente foca no sujeito como se o problema fosse aquele imigrante que saiu daqui para trabalhar. Ninguém atravessa o deserto porque gosta”, afirma o convidado da edição sobre imigração do Podcast da Semana.Para Dias, é importante lembrar que não há um grupo homogêneo de “imigrantes brasileiros”, porque são diferentes os perfis e os tipos de imigração hoje. Na entrevista a Gama, ele recupera um histórico de 40 anos de brasileiros que vão para fora do país em busca de trabalho e uma vida melhor. Explica ainda por que tem imigrante apoiador de Donald Trump com risco de ser deportado e porque o presidente dos Estados Unidos tem transformado deportações em espetáculo."Chegamos a esse paradoxo. Eu apoio o governo Trump, por quê? Porque eu parto do pressuposto de que estou indo para os Estados Unidos e vou agir legalmente. É uma ideia de mérito. Como se o Trump estivesse olhando para o João, para o Beltrano, para o fulano. Ele não está olhando para isso, ele está olhando para números. E, no final das contas, você é latino como qualquer outro."Apesar da política republicana ser mais agressiva em relação aos imigrantes, Dias lembra ainda que os democratas da gestão anterior não eram mais brandos, apenas não publicizavam as medidas.Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima

Feb 16, 2025 • 30min
Martha Nowill: puerpério e maternidade
O que se ganha e o que se perde com a maternidade? Muitas coisas. Mas o interessante é que tudo o que se ganha, e tudo o que se perde vem com alguma dose de nostalgia. Seja porque as fases mais lindas de uma criança passam rápido demais. Seja porque o que você foi antes de ser mãe, também dá saudade. É dessa grande mistura de paixão, alegria, perdas e ganhos que nasce essa experiência intensa de se tornar mãe.É sobre isso a conversa com Martha Nowill, convidada deste episódio do Podcast da Semana que acaba de lançar um livro sobre a sua experiência com a maternidade, após o nascimento dos gêmeos Ben e Max, de quatro anos. Nowill é formada em cinema e em teatro, é atriz, roteirista, dramaturga. Já atuou em inúmeras produções audiovisuais, como as séries "Pedaço de Mim" (2024) e "5 x Comédia" (2021). E também nos filmes "Vermelho Russo" (2016) e "Entre Nós" (2013). Além de peças como "Pagú - Até onde ela chega", em que atuou e assinou a dramaturgia. Aos 44 anos, acaba de lançar o livro "Coisas Importantes Também Serão Esquecidas: um diário" (Companhia das Letras, 224 págs), em que conta as belezas e as dificuldades de engravidar, parir e as transformações pela quais ela passou. Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic

Feb 9, 2025 • 35min
Fernanda Lima: como viver melhor na perimenopausa
“Já estou aí há dois anos nessa jornada menopáusica. Agora eu já consigo rir com isso, me divertir, superar alguns sintomas, mas sigo tentando entender o que está acontecendo.” Foi assim que a apresentadora de TV Fernanda Lima começou a conversa do Podcast da Semana sobre perimenopausa. Apresentadora também do podcast "Zen Vergonha", cuja primeira temporada é dedicada a essa fase da vida da mulher, ela contou um pouco sobre a própria experiência e os caminhos que encontrou depois de ouvir outras mulheres.Lima entrou na perimenopausa aos 45 anos, em 2022. E a partir daí começou uma investigação sobre o período que antecede a última menstruação e o fim do período fértil feminino. Para ela, o assunto, que sempre foi tratado como tabu, se populariza hoje porque é mais debatido. “Nós, mulheres, estamos em grande transformação, uma semeando na outra essa grande transformação. É assim que a gente quebra os tabus”, afirma.Ao Podcast da Semana, a apresentadora revela estratégias como reduzir o consumo calórico à noite, como começou a vestir-se como “cebola” para despir-se rapidamente na ocasião de um “fogacho”, e como passou a pesar sua disposição para entrar em discussões que poderiam ser evitadas. Segundo ela, nessa fase da vida, é importante evitar o estresse.Lima é otimista sobre o envelhecimento e diz que é um período criativo, em que pode-se recalcular rotas e realizar projetos que tem mais a ver com cada uma. “A mulher nessa idade ela está em plena atividade, em plena maturidade, muitas mulheres se sentem muito melhores do quando tinham 20 anos”, afirma.Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima

Feb 2, 2025 • 26min
Andrea Nasciutti: escola sem celular
Os efeitos do uso de celular nas crianças são um dos assuntos mais quentes do momento. E o que acontece quando não é mais possível utilizá-lo nas escolas de todo o país?
Em janeiro, foi sancionada a Lei Nº 15.100, que diz que "fica proibido o uso, por estudantes, de aparelhos eletrônicos portáteis pessoais durante a aula, o recreio ou intervalos entre as aulas, para todas as etapas da educação básica". Há exceções, como nas situações de "estado de perigo, de necessidade ou caso de força maior"; para garantir direitos fundamentais; para fins estritamente pedagógicos; e para garantir acessibilidade, inclusão, e atender às condições de saúde dos estudantes.
Para a assessora escolar e pedagoga Andrea Nasciutti, convidada do Podcast da Semana, com a nova lei, até os casos de bullying devem cair.
“O fato dos estudantes terem o celular à mão na escola amplia muito a possibilidade de mandarem mensagens durante os intervalos, de filmarem situações indevidas, fotografarem, depois divulgarem”, afirma.
“O cyberbullying é mais cruel e devastador do que o bullying presencial, justamente pelo alcance. Uma das características do bullying é que ele seja repetitivo. O cyberbullying precisa ser repetitivo, pois pela própria característica ele se propaga de forma muitas vezes incontrolável. E com alcance gigantesco. Então é uma medida de contenção de bullying e cyberbullying com toda certeza.”
Com 20 anos de experiência em educação, Nasciutti é também psicopedagoga e integrante do Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação Moral da UNICAMP/UNESP e do Laboratório de Educação em Valores e Socioemocional da USP. Ao Podcast da Semana, ela afirma acreditar que a transição vai ser intensa e rápida, com os maiores efeitos já no primeiro semestre deste ano.
Na entrevista, ela fala sobre possíveis crises de abstinência das crianças e adolescentes e como lidar com elas, sobre a complexidade que envolve a situação de alunos com menos conectividade, e frisa que os efeitos positivos devem superar os negativos, com mais sociabilidade e menos problemas no aprendizado.
Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima

Jan 26, 2025 • 34min
Sidnei Nogueira: intolerância religiosa
Historicamente, são as religiões de matriz africana as que mais sofrem com a intolerância religiosa, muitas vezes de maneira explícita, como é o caso dos inúmeros ataques à terreiros noticiados nos últimos anos, até as falas preconceituosas de políticos, de líderes religiosos e até de artistas.
Só em 2024, o Disque 100, canal criado pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania para atender casos de intolerância religiosa, registrou 2.472 denúncias. Foi um aumento de quase 70% em relação ao ano anterior. "O problema do racismo religioso é que ele é um tipo de intolerância que mata, que destrói, que segrega famílias, comunidades inteiras, que obriga pessoas a deslocamentos geográficos", diz o professor e babalorixá Sidnei Barreto Nogueira, entrevistado deste episódio do Podcast da Semana.
Mestre e doutor em semiótica e linguística pela Universidade de São Paulo (Usp), Nogueira é autor de livros como "Intolerância Religiosa" (Pólen Livros, 2020), que faz parte da coleção Feminismos Plurais, editada por Djamila Ribeiro e finalista do Prêmio Jabuti, em 2021. É ainda coordenador do Instituto ILÈ ARÁ - Instituto Livre de Estudos Avançados em Religiões Afro-brasileiras.
Na conversa com Gama, Nogueira define o racismo religioso, discute por que as mulheres são as mais prejudicadas nesse cenário, trata da Lei nº 10.639, que obriga o ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas, traz ensinamentos do terreiro e termina o papo com dois provérbios que ele deixa especialmente para os ouvintes do podcast.

Jan 19, 2025 • 29min
Nath Finanças: Empreender com planejamento
Você já pensou em abrir seu próprio negócio? Para muita gente, ser empreendedor não é uma escolha, mas a única opção disponível. Há quem veja no empreendedorismo a chance de ter flexibilidade de horário ou a possibilidade de novos ganhos. Mas o que a entrevistada deste episódio, Natália Rodrigues, mais conhecida como Nath Finanças, sugere, é não romantizar. "Empreender é trabalhar 24 horas por dia. Como CLT, você tem horário de entrada e de saída", diz.
Ela acaba de lançar “Precisa dar Certo: um guia para empreendedores reais” (Instrínseca, 2024), em que traz os fundamentos básicos para a administração de uma empresa, como se organizar financeiramente, preficificar o que você tem a oferecer.
Seu perfil no Instagram, o Nath Finanças, surgiu com a proposta de auxiliar especialmente a população de baixa renda a organizar as finanças, investir, ter uma reserva de emergência. Hoje ela conta com mais de 850 mil seguidores. Aos 26 anos, é especialista em gestão financeira pela Fundação Getúlio Vargas e criadora da edtech Nath Play, uma plataforma de streaming sobre o tema.
Na conversa com Gama, fala da importância de identificar seu público-alvo, das principais dificuldades de abrir uma empresa, traz caminhos possíveis e discute as diferenças entre o emprego informal e o empreendedorismo
Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic

Jan 12, 2025 • 33min
Bruno Gualano: "O mundo fitness é individualizante e egoísta"
O que o neoliberalismo tem a ver com o jeito com que malhamos? Para o Bruno Gualano, professor do Centro de Medicina do Estilo de Vida da Faculdade de Medicina da USP, tudo a ver.
"Os discursos do mundo fitness são individualizantes, egoístas, focados exclusivamente no eu, na pessoa, que se tem vontade, alcança o objetivo. Se tem disciplina, se tem foco, força e fé, que é um dos lemas mais comuns que a gente ouve por aí, ela consegue prosperar. Eu brinco que o foco, força e fé é a teologia da prosperidade aplicada ao corpo humano", afirma o pesquisador, que é o convidado da edição sobre vaidade no Podcast da Semana.
Membro da Academia Brasileira de Ciências, ele diz que essas noções criadas sobre saúde e bem-estar são enganosas e, na verdade, prejudiciais ao corpo e à mente.
"As cirurgias cosméticas, o uso de esteroides anabolizantes, chip da beleza, lift de bumbum, é tanta bobagem que a gente vê por aí em busca da estética e não tem nada de saúde nisso, não tem nada de saúde física e nem saúde mental", afirma.
Segundo ele, é importante que o corpo ideal seja inalcançável para que continuemos consumindo sempre os produtos desse mercado. "O mundo fitness muda o sabor dos corpos ideais. Já tivemos a magreza extrema como modelo a ser perseguido. Agora temos corpos definidos, anabolizados, hipertrofiados, tanto para homens quanto para mulheres, uma coisa muito curiosa, um símbolo do sucesso. E aí os produtos também giram em torno desses corpos ideais", afirma.
Na entrevista, Gualano, que é coordenador do Laboratório de Avaliação e Condicionamento em Reumatologia (HCFMUSP), fala ainda a respeito dos remédios usados para combater a obesidade e sobre como influenciadores fitness são inimigos da saúde pública. Ele defende que uma rotina de exercício físicos seja estimulada por políticas públicas e diz que práticas de atividades mais moderadas são muito válidas.
Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima

Jan 5, 2025 • 42min
Marcos Valle: O som do verão
O verão é sinônimo de mais diversão, aventura, amor e festa para muita gente. É também para o músico e compositor Marcos Valle, que aos 81 anos comemora 60 anos de carreira com a autoria de algumas composições que são a cara da estação.
"O melhor do verão é a possibilidade das pessoas poderem se divertir mais", ele conta ao Podcast da Semana da edição especial sobre o calor do verão. "Eu fico torcendo para que o mar esteja bom, que todo mundo possa entrar. Sem elitismo, sem nada. Ali não adianta ficar fingindo que alguém é melhor que o outro. Está todo mundo curtindo a mesma água. É um momento maravilhoso da vida", afirma.
Um apaixonado pela natureza ("o lugar mais próximo de Deus", segundo ele), pelo surf e por outros esportes praticados ao ar livre, ele sempre fez da estação um tema das suas composições. Uma das primeiras músicas que criou foi batizada justamente de "Samba de Verão" (1964), sucesso mundial que marcou a bossa nova. É dele também a música "Estrelar" (1983), uma mistura de funk com baião, que fala que o verão tá chegando e tem que malhar, tem que suar.
Nesse episódio, Valle fala sobre a sua relação com a estação, sobre a história de seus hits e como faz para, do alto de oito décadas de vida, levar a juventude a dançar loucamente em seus shows no Brasil e fora dele. O músico diz ainda o que espera do verão de 2025: "As pessoas têm que celebrar a vida, têm que entender que não podem deixar de valorizar, comemorar os momentos juntos, todo mundo igual".

Dec 15, 2024 • 33min
Fernanda Queiroz: "O melhor momento para começar a fazer exercício físico é sempre agora"
No topo da lista de resoluções de ano novo é comum que esteja a frase "começar a fazer exercício". Ter um corpo mais em forma, ser mais saudável. Mudar o estilo de vida é algo que muita gente planeja mas tem dificuldade de colocar em prática. Como escolher então por onde começar? "O exercício bom é aquele exercício que você faz. É muito mais fácil fazer alguma coisa que você gosta do que o que não gosta", afirma Fernanda Queiroz, personal trainer há quase 20 anos e entrevistada do Podcast da Semana.
Para ela, o começo de um ano pode ser um marco eficiente para começar a fazer exercícios. Já para manter a rotina, um dos segredos é ter um amigo que nos incentive a seguir nos treinos, mesmo que essa pessoa interaja apenas à distância. O que não pode é se iludir pelo o que está nas redes sociais. "As pessoas estão ficando meio doidas de ficar se comparando, de querer um corpo que não é atingível, que não dá para ser construído naturalmente", afirma Queiroz.
Conhecida por seu trabalho nas redes sociais e com formação em educação física pelas Faculdades Integradas de Santo André (Fefisa), Queiroz, que também é empreendedora do meio fitness (já criou vários aplicativos e treinos online), hoje tem atendido mais mulheres e especialmente gestantes e as que estão no puerpério. Ela faz um alerta sobre a volta da busca feroz pela magreza: "As pessoas que já eram magras estão muito mais magras", alerta.