Escafandro

Laís Martins, repórter do Intercept Brasil, investiga os impactos de um data center do TikTok em Caucaia, Ceará. Ela revela como essa instalação, consumindo energia equivalente a 2,2 milhões de brasileiros, preocupa comunidades tradicionais. A luta dos indígenas Anassé por direitos e preservação cultural em face da industrialização é um destaque. O debate também aborda a falta de água na região, evidenciando as desigualdades de prioridades entre tecnologia e necessidades básicas.

Vanessa Rosa, artista visual brasileira nos EUA, e Sérgio Rodrigues, jornalista e autor, debatem a interseção entre arte e inteligência artificial. Eles exploram as limitações da IA em captar nuances emocionais, como exemplificado por Nabokov. A venda de uma obra de arte gerada por IA por 432 mil dólares levanta questões éticas sobre a mercantilização da criatividade. Além disso, falam sobre a importância da conexão entre arte, natureza e ativismo, e como a tecnologia está remodelando a experiência artisticamente.

Rosa Baroli, renomada dubladora e diretora, e Letícia Quinto, reconhecida por suas vozes icônicas, exploram o fascinante mundo da dublagem. Elas compartilham como profissionais aprendem a se adaptar em tempo real, destacando a evolução da dublagem no Brasil e os desafios enfrentados, especialmente com animes. A conversa aborda a falta de reconhecimento na profissão em comparação com a fama da TV, além de refletir sobre o futuro da dublagem em um cenário tecnológico em transformação.

Danilo Silvestre, filósofo e podcaster, compartilha sua experiência com cefaleia em salvas, uma dor intensa que muitos consideram insuportável, superando até a dor do parto. A médica neurologista Maria Eduarda Nobre traz um olhar profissional sobre a condição, discutindo a dificuldade no diagnóstico e as profundezas emocionais da dor crônica. Juntos, eles exploram a luta por tratamentos eficazes, a importância do apoio médico e a resiliência necessária para viver com essa doença debilitante.

Bruno Huberman, professor de Relações Internacionais, Michel Schlesinger, rabino e Reginaldo Nasser, chefe de departamento na PUC-SP, discutem as complexas relações entre sionismo, antissemitismo e a situação atual em Gaza. Eles abordam como a história da diáspora judaica e o Holocausto moldaram a identidade israelense, além das tensões acadêmicas sobre o debate da causa palestina. O impacto da extrema-direita e as pressões políticas na liberdade acadêmica também são destacados, revelando o dilema vivido por judeus críticos ao sionismo.

Tatiana Poggi, doutora em História e professora na UFF, analisa comparações entre Donald Trump e Adolf Hitler. Ela discute como ambos ascenderam ao poder em contextos de crise, prometendo restaurar a grandeza nacional. Poggi destaca a polarização social e a fragilidade das democracias, além dos discursos extremistas que emergem em crises. A conversa abrange também as origens sociais de Trump e Hitler, as influências da masculinidade no poder e a crítica ao neoliberalismo, refletindo sobre o futuro político e os riscos de regimes autoritários.

Cecília Oliveira, jornalista e cofundadora do The Intercept Brasil, discute a ascensão e a evolução das milícias no Rio de Janeiro. Ela revela como grupos de extermínio surgiram na década de 60, transformando-se em poderosas organizações que dominam territórios. Cecília analisa a complexa relação entre milícias e Estado, destacando a atuação dos milicianos e suas diversas formas de extorsão. Também são abordadas as conexões entre política e criminalidade, mostrando como o cenário do Rio reflete desafios maiores enfrentados em todo o Brasil.

Marie Declerq, jornalista responsável por reportagens sobre Balneário Camboriú, revela as contradições da cidade, conhecida como a "Dubai brasileira". Ela narra situações inusitadas, como milionários resgatando iPhones do mar e o contraste entre o luxo e a desigualdade gritante ao lado. Os arranha-céus ocultam não apenas o sol, mas também a dura realidade de seus vizinhos em Camboriú. Declerq investiga como a ostentação impacta a identidade social e discute as dinâmicas imobiliárias que moldam essa vibrante e complexa região.

Jessé Souza, sociólogo renomado, Marcos Nobre, cientista político da Unicamp, Isabela Kalil, antropóloga especializada em extrema-direita, e Camila Rocha, especialista em comunicação política, discutem a ascensão da extrema-direita no Brasil e no mundo. Eles exploram as táticas de desinformação e a criação de sistemas paralelos de comunicação. Também abordam polarização política, a manipulação da raiva popular e propostas para revitalizar a esquerda democrática, enfatizando a comunicação clara como chave para a sustentabilidade da democracia.

Juliana Dal Piva, jornalista e escritora, fala sobre seus desafios ao entrevistar torturadores e a complexa relação entre jornalismo e a ditadura militar no Brasil. Ela traz à tona o caso do desaparecido Rubens Paiva, revelando as dificuldades e dilemas éticos enfrentados em investigações de tortura. A conversa destaca a impunidade dos torturadores e a importância de contar essas histórias para confrontar narrativas distorcidas. Juliana também discute o impacto emocional dessas experiências tanto para jornalistas quanto para as vítimas.