

O Assunto
G1
Um grande assunto do momento discutido com profundidade. Natuza Nery vai conversar com especialistas, com personagens diretamente envolvidos na notícia, além de jornalistas e analistas da TV Globo, do g1, da Globonews e demais veículos do Grupo Globo para contextualizar, explicar e oferecer diferentes pontos de vista sobre os assuntos mais relevantes do Brasil e do mundo.
O podcast O Assunto, em comemoração aos 5 anos de existência, selecionou os 10 episódios essenciais para todo ouvinte na playlist 'This Is O Assunto'. Ouça agora no Spotify:
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Episodes
Mentioned books

Apr 7, 2022 • 25min
Fake News: o que muda com o projeto de lei
Desde o vale-tudo das eleições de 2018, instituições do Estado e organizações da sociedade buscam formas de combater a desinformação. No Congresso, o tema ganhou força a partir de uma CPI Mista instalada em 2019, mas seguidamente esbarrou em interesses econômicos e políticos conflitantes. Agora, a seis meses do primeiro turno, a Câmara está prestes a votar o PL 2630, que regula plataformas de mídia social com o anunciado propósito de conter a disseminação de notícias falsas. Embora ressaltando que “o PL, na verdade, trata pouco de desinformação", o professor da USP Pablo Ortellado enxerga avanços: “O público é beneficiado, principalmente pela moderação de conteúdo". Mas quem ganha mesmo com a versão atual do texto são os parlamentares, diz a Renata Lo Prete o colunista do jornal O Globo, pois a imunidade de que desfrutam é estendida à sua atuação nas plataformas, garantindo uma espécie de “passe livre” no meio digital. Participa ainda do episódio o repórter do Valor Econômico Raphael Di Cunto, que resgata a origem do projeto, explica o jogo de forças em torno dele e antecipa os próximos passos da tramitação.

Apr 6, 2022 • 30min
Bolsonaro e Petrobras: por que deu ruim
Depois de derrubar dois presidentes da estatal na tentativa de interferir nos preços dos combustíveis, Jair Bolsonaro se associou aos donos do PP no patrocínio ao nome do consultor Adriano Pires, que acabou abdicando da indicação de forma constrangedora. Assim como já fizera Rodolfo Landim, que seria alçado ao comando do Conselho de Administração, Pires saiu de cena antes que viesse a público a varredura da Petrobras nos currículos de ambos, mostrando conflito flagrante de interesses (ligações estreitas com empresas privadas do setor de petróleo e gás). Em conversa com Renata Lo Prete, Maria Cristina Fernandes analisa “o consórcio” que promoveu a malsucedida iniciativa, destacando o movimento do presidente da Câmara, Arthur Lira, para reinserir o PP num espaço de poder do qual o partido foi excluído com a Operação Lava Jato. Lembrando o controle que Lira e aliados já exercem sobre o Orçamento da União, a colunista do Valor Econômico e comentarista da CBN resume: “O que resta? Voltar a dominar a Petrobras”, segunda maior empresa do país. Dentro dessa lógica, não espanta a contrariedade de Lira com o fiasco - nesta terça-feira, chegou a defender a mais do que improvável privatização da Petrobras. Já Bolsonaro, avalia Maria Cristina, não se abala com o impasse: “É o que ele sabe fazer: oposição ao próprio governo”. A jornalista também avalia os possíveis desfechos de uma situação com prazo apertado - no próximo dia 13, os acionistas se reúnem para definir o novo comando, que terá de passar pelo mesmo escrutínio que inviabilizou Adriano Pires.

Apr 5, 2022 • 23min
Centrão no topo e com Bolsonaro
As três siglas mais próximas do presidente emergem como principais vitoriosas da recém-encerrada temporada de trocas partidárias. O PL, ao qual ele é filiado, tem agora a maior bancada da Câmara dos Deputados. PP e Republicanos também registraram crescimento expressivo. Para além da completa volta por cima dada por legendas fortemente implicadas nos maiores escândalos de corrupção do passado recente, trata-se de um processo de consolidação da direita parlamentar e de um sinal inequívoco da destinação de seu investimento eleitoral. Esses políticos “apostam que Bolsonaro é o caminho mais seguro para a continuidade de benesses", diz Bruno Carazza, colunista do jornal Valor Econômico. Na conversa com Renata Lo Prete, ele analisa também a soma zero no campo da esquerda (apesar de um pequeno incremento no número de seus deputados, o PT caiu no ranking geral e ainda viu o encolhimento de aliados como o PSB) e a atrofia de partidos como MDB e PSDB, mais um reflexo do beco aparentemente sem saída em que está a chamada “terceira via”. A esta altura, avalia Bruno, a disputa presidencial é “um jogo de ganha-ganha” para personagens como Valdemar Costa Neto (dono do PL), Arthur Lira e Ciro Nogueira (caciques do PP). Ganham mais, claro, se Bolsonaro se reeleger. Mas qualquer outro também terá de se entender com eles.

Apr 4, 2022 • 26min
Voto jovem: como e por que incentivar
O TSE vem intensificando, nas redes sociais, o esforço para estimular jovens de 16 e 17 anos a tirar o título de eleitor e comparecer às urnas em outubro - o que para eles é facultativo. Mas o resultado ainda está muito aquém do desejável, e o prazo se encerra em 4 de maio. Mesmo com artistas e influenciadores participando da mobilização, o levantamento mais recente do tribunal mostra que, em fevereiro, apenas 13,68% dos 6,1 milhões de brasileiros nessa faixa etária possuíam o documento. A ativista Helena Branco, 19, uma das criadoras da campanha #SeuVotoImporta, conta a Renata Lo Prete o que escuta de potenciais eleitores e quais argumentos podem convencê-los a participar do processo eleitoral. “O que nos move é o poder dos nossos milhões de votos, não a cobrança impositiva de que a gente carrega o peso dos rumos do país", resume. Ainda neste episódio, o consultor Maurício Moura, fundador do instituto de pesquisas Ideia, elenca fatores que influenciam o voto jovem e a disposição de se envolver na política.

Apr 1, 2022 • 25min
3ª via em transe: Moro fora e o teatro do PSDB
Na reta final do prazo para mudar de partido e se desincompatibilizar de cargo Executivo, dois postulantes à Presidência dividiram as atenções nesta quinta-feira. O ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro trocou o Podemos pelo União Brasil, abrindo mão da pré-candidatura no mesmo movimento. Já o tucano João Doria ameaçou permanecer no Palácio dos Bandeirantes, alimentou por um dia inteiro o suspense sobre seu destino e terminou por deixar o cargo, como previsto, para disputar o posto máximo da República. Em conversa com Renata Lo Prete, o sociólogo Celso Rocha de Barros analisa a situação de ambos e os possíveis reflexos na corrida eleitoral. Moro “é o general que tentou lutar a guerra passada", diz o colunista da Folha de S. Paulo, numa referência a 2018. Desprovido de condições materiais e políticas, estagnado num distante 3º lugar nas pesquisas (8% no Datafolha mais recente), seu destino provável é mesmo a Câmara dos Deputados. Já Doria (2%) conseguiu afastar o perigo imediato de uma rasteira interna, mas a luta no PSDB continua -e Eduardo Leite, agora fora do governo gaúcho, está a postos para tomar-lhe o lugar, se chance houver. Embora aposte na continuidade do processo de “seleção natural” dos nomes da chamada terceira via, Celso ainda considera estreito o espaço para que algum deles venha a romper a polarização entre Lula e Jair Bolsonaro (43% e 26%, respectivamente).

Mar 31, 2022 • 26min
Donbass: a guerra antes da guerra
No momento em que Vladimir Putin dá sinais de redimensionar suas ambições na Ucrânia, vale a pena olhar para o conflito que se desenrola há 8 anos no leste do país, com saldo de mais de 14 mil mortos. Seu palco são as províncias separatistas de Donetsk e Luhansk, que Putin declarou “independentes” pouco antes da invasão de 24 de fevereiro. Ligadas à vizinha Rússia por laços estreitos que precedem a formação da extinta União Soviética, no início do século passado, elas foram “isoladas do mundo” e “pararam no tempo” como resultado da guerra civil, explica neste episódio Fabrício Vitorino, mestre em cultura russa e jornalista do g1 Santa Catarina. Renata Lo Prete conversa também com Felipe Loureiro, coordenador do curso de Relações Internacionais da USP, para entender o papel de Donbass (região onde ficam as duas províncias) na pauta de negociações por um cessar-fogo. Ele aponta os bombardeios à capital, Kiev, nesta quarta-feira como evidência de que Moscou não quer paz. Mas avalia que as dificuldades encontradas até aqui podem mesmo levar Putin a abandonar “demandas maximalistas” e se concentrar em retirar da Ucrânia o leste e a “ponte terrestre” que liga a região à Crimeia, anexada pelos russos em 2014.

Mar 30, 2022 • 21min
O 'pacote verde' nas mãos do STF
São sete ações que o plenário do Supremo Tribunal Federal começa a examinar nesta quarta-feira. Cada qual com seu objeto, todas contestam o desmonte de políticas de preservação ao longo do governo Bolsonaro. Para Maurício Guetta, consultor do Instituto Socioambiental, trata-se de julgamento histórico, por levar o enfrentamento das mudanças climáticas à mais alta corte brasileira, a exemplo do que vem ocorrendo em outros países. Na conversa com Renata Lo Prete, o representante do ISA recomenda prestar especial atenção à ADPF 760, primeira das sete em pauta. Uma “ação-caminhão”, resume o ambientalista, “que abrange praticamente todos os tópicos trabalhados nas demais". E que reivindica, antes de mais nada, a retomada do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento da Amazônia. Diante do atual alinhamento entre Executivo e Congresso nessa área - e da inércia da Procuradoria-Geral da República - os olhos se voltam para o Supremo como última esperança de interromper a marcha da destruição.

Mar 29, 2022 • 22min
O tapa que roubou a cena no Oscar
Era para ser a festa que marcaria a retomada da indústria do cinema, depois de dois anos de estragos e adaptações por causa da pandemia. As estatuetas, porém, foram eclipsadas pelo incidente envolvendo o ator Will Smith e o comediante Chris Rock - o primeiro agrediu o segundo por fazer uma piada de mau gosto com o cabelo da mulher de Smith, curtíssimo em razão de uma doença. Diante da imensa repercussão, a Academia condenou a atitude de Smith, anunciando uma “revisão formal” do caso. E ele mesmo - vencedor pela atuação no filme “King Richard”- divulgou um pedido de desculpas. Para discutir os limites do humor, a questão racial e o espírito do tempo, Renata Lo Prete recebe Helio de la Peña, um dos criadores do grupo Casseta e Planeta. “Will Smith é maior do que este episódio e hoje está sendo reduzido a ele", lamenta o humorista, admirador também do trabalho de Chris Rock. Mesmo reprovando o comentário dele sobre Jada Pinkett-Smith, Helio considera que Will teria conseguido resultado muito melhor defendendo a mulher com palavras. Helio fala ainda da reverberação nas redes sociais: “Hoje em dia tem muito essa onda do comentário sobre o comentário, da opinião sobre a opinião”.

Mar 28, 2022 • 23min
O futuro do dólar no mundo
Cerca de 90% das transações cambiais do planeta usam a moeda americana, que responde por quase dois terços das reservas de todos os Bancos Centrais. Uma dominância que data do fim da 2ª Guerra e se tornou completa a partir da década de 70. E que agora está sujeita a debate, na esteira das sanções econômicas impostas à Rússia por ter invadido a Ucrânia. Além das reações de Moscou, movimentos recentes feitos por países como Arábia Saudita e Índia colocam em pauta a perspectiva de “desdolarização” do sistema financeiro internacional. Mas estamos longe disso, avalia o professor Ernani Torres, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em conversa com Renata Lo Prete, ele resgata o histórico da ascensão do dólar, a partir dos acordos de Bretton Woods (1944), e explica que mesmo o yuan chinês ainda não faz cócegas nessa hegemonia. “O sistema internacional é parte do americano”, diz, e não o contrário. Participa também do episódio Solange Srour, economista-chefe de Brasil do Banco Credit Suisse. É ela quem trata da trajetória de queda do dólar aqui, fruto da valorização que a guerra provocou nas commodities que exportamos e da contínua elevação da taxa básica de juros pelo BC.

Mar 25, 2022 • 26min
Água como arma de guerra
O alerta partiu da União Europeia: em lugares como Mariupol, os russos “estão usando a ameaça de desidratação para forçar a cidade a se render”. Um expediente tão antigo em conflitos armados quanto cruel: privar a população do item mais básico de sobrevivência. Direto de Kiev, o documentarista Gabriel Chaim relata as condições de infraestrutura e abastecimento da capital no momento em que a invasão completa um mês. Por lá, a situação ainda é bem melhor do que, por exemplo, na vizinha Irpin, onde faltam “água, comida e eletricidade”. Ele resume: “só tem bomba e bala”. Renata Lo Prete conversa ainda com Guga Chacra, comentarista da Globo em Nova York, que classifica o corte no fornecimento como “crime de guerra”, praticado para “estrangular os ucranianos”. Guga traça um panorama de guerras recentes em que essa prática também ocorreu, casos da Etiópia, Líbia, Síria e Iêmen.


