

O Assunto
G1
Um grande assunto do momento discutido com profundidade. Natuza Nery vai conversar com especialistas, com personagens diretamente envolvidos na notícia, além de jornalistas e analistas da TV Globo, do g1, da Globonews e demais veículos do Grupo Globo para contextualizar, explicar e oferecer diferentes pontos de vista sobre os assuntos mais relevantes do Brasil e do mundo.
O podcast O Assunto, em comemoração aos 5 anos de existência, selecionou os 10 episódios essenciais para todo ouvinte na playlist 'This Is O Assunto'. Ouça agora no Spotify:
https://open.spotify.com/playlist/37i9dQZF1DXdFHK4Zrimdk
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Episodes
Mentioned books

Sep 9, 2022 • 33min
Elizabeth II, a rainha e seu tempo
Em sete décadas de reinado, o mais longo da história britânica, ela testemunhou mais de 30 guerras e lidou com 7 papas, 14 presidentes americanos e 15 primeiros-ministros de seu país. Coroada pouco depois da morte de Josef Stalin, assistiu, décadas depois, ao fim da União Soviética, à queda do Muro de Berlim e à saída do Reino Unido do bloco europeu. Em conversa com Renata Lo Prete, a jornalista Barbara Gancia analisa a trajetória e o legado da monarca, que morreu nesta quinta-feira, aos 96 anos, no castelo de Balmoral, na Escócia. “É o fim de uma era”, diz. Barbara fala da figura de Elisabeth como símbolo de estabilidade em meio a revoluções e mudanças de toda espécie e de sua "humildade em servir a uma causa maior”. Discute as seguidas crises da família real e as perspectivas para o reinado de Charles III.

Sep 8, 2022 • 29min
A cartada de Bolsonaro no 7 de Setembro
Com dois discursos, o primeiro em Brasília e o segundo no Rio de Janeiro, o presidente fez das comemorações dos 200 anos da separação do Brasil de Portugal um grande comício, bancado com dinheiro público. "Não se ouviu nem a palavra 'bicentenário', nem independência'", atenta a jornalista Maria Cristina Fernandes. Em conversa com Renata Lo Prete, a colunista do jornal Valor Econômico e comentarista da CBN avalia que, tendo passado impune pelo discurso golpista de 2021, Bolsonaro voltou a afrontar o Judiciário, desta vez "ainda mais do que se tivesse xingado". Ao mesmo tempo, a ausência de chefes de outros Poderes no desfile militar em Brasília "revela um presidente acuado" por um eleitorado que dá vantagem expressiva a Lula (PT) nas pesquisas a menos de um mês do primeiro turno. Os gritos autocongratulatórios de seu suposto desempenho sexual, analisa Maria Cristina, afastam Bolsonaro de um grande “contingente de votos de mulheres” e sinalizam que ele "coloca a virilidade em primeiro lugar e o Brasil em segundo". A adesão foi grande nessas duas praças e também em São Paulo, mas ao candidato resta o desafio de reduzir a vantagem de seu adversário até 2 de outubro. O 7 de Setembro, analisa a jornalista, ficará marcado como mais uma etapa de uma campanha para aumentar as abstenções: "O objetivo é gerar medo, especialmente de insegurança nas ruas".

Sep 6, 2022 • 28min
A Independência para além da Corte
“Até os anos 50, a história da Independência foi contada do ponto vista do Rio de Janeiro", diz o historiador Evaldo Cabral de Mello. Ele é autor do livro "A Outra Independência", que trata das movimentações políticas entre a Revolução Pernambucana, em 1817, e a Confederação do Equador, em 1824. A resistência na província contra o projeto centralizador da Casa Real é o ponto de partida deste episódio com Renata Lo Prete. De acordo com o integrante da Academia Brasileira de Letras, a emancipação brasileira foi composta por "dois golpes de Estado dados por dom Pedro I": o primeiro contra Portugal, celebrado no 7 de setembro, e o segundo na dissolução da Assembleia Constituinte, em 1823. Para Evaldo, boa parte das dificuldades na administração do Brasil vêm de seu tamanho: "Portugal nunca deveria ter violado o Tratado de Tordesilhas". E de uma chaga essencial: a ausência de políticas de inserção social para aos negros recém-libertos após o 13 de maio de 1888. "O Brasil foi definitivamente comprometido pela escravidão", afirma.

Sep 5, 2022 • 25min
O agosto incendiário na Amazônia
Abrindo a pior fase da temporada seca, o mês não registrava número tão alto havia mais de uma década: 33 mil focos de incêndio, muitas deles na divisa ente os Estados do Amazonas e de Rondônia. O repórter Alexandre Hisayasu, da TV Amazônica, afiliada da Globo, foi até lá e registrou “vários flagrantes de desmatamento”. Em conversa com Renata Lo Prete, ele relata o que viu: pelo alto, “áreas imensas destruídas, consumidas pelas chamas”; por terra, “na beira da rodovia, inúmeras queimadas”. O objetivo, afirma, é abrir caminho para pasto e cultivo de soja. Três anos depois do infame “Dia do Fogo” (superado em destruição no último 22 de agosto), Alexandre conta sua surpresa diante da atividade criminosa exercida “sem qualquer preocupação” por grileiros -comportamento diferente do observado em 2019, quando ainda havia algum “medo dos órgãos de fiscalização”. A geógrafa Ane Alencar, diretora de ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), explica que o “fogo representa a última etapa no processo de desmatamento”. Do total de floresta devastada, mais da metade estava dentro de terras públicas -caso das reservas indígenas, unidades de conservação e florestas públicas não destinadas. E pode ser ainda pior em setembro: “se o clima estivesse mais seco, seria um inferno”.

Sep 2, 2022 • 22min
Por que o voto feminino será decisivo
No Datafolha recém-divulgado, Lula (PT) aparece com 13 pontos de vantagem sobre Jair Bolsonaro (PL). Entre os homens, ela cai para 6 pontos. Já entre as mulheres, que representam 53% do eleitorado, sobe para 20. “Olhando os dados desde 1989, nunca antes observamos uma discrepância de gênero como esta", afirma Maurício Moura, à frente do instituto Ideia. Na conversa com Renata Lo Prete, ele enumera motivos que ajudam a explicar a preocupação das campanhas com esse público, começando pelo percentual de indecisas na pesquisa espontânea, maior que o de homens na mesma situação. No caso específico de Bolsonaro, o professor da Universidade George Washington destaca a perda de eleitoras, sobretudo da classe C, que apoiaram o candidato em 2018 e agora resistem a reconduzi-lo. Para Moura, esse segmento, guiado essencialmente por fatores econômicos, tem tudo para ser o fiel da balança em outubro.

Sep 1, 2022 • 34min
Família Bolsonaro: opção pelo dinheiro vivo
Desde 2018, acumulam-se indícios de “rachadinha” nos gabinetes parlamentares do clã e da possível relação dessa prática com negócios envolvendo filhos, ex-mulheres e o próprio presidente. Agora, reportagem publicada pelo UOL dimensiona outro traço comum a esses personagens: o gosto pelas transações em espécie. Foram 51 imóveis comprados por eles total ou parcialmente assim desde 1990, de um total de 107 examinados pelo portal. Estudioso do uso do mercado imobiliário para lavagem de dinheiro, o pesquisador Fabiano Angélico, da Universidade de Lugano (Suíça), observa: “São várias evidências de que houve geração de recurso ilícito onde se percebia circulação de dinheiro em espécie”. Ou seja, a partir do recolhimento de boa parte dos salários dos funcionários, muitos deles fantasmas. “Isso forma um conjunto indiciário muito forte”. Neste episódio, Renata Lo Prete conversa também com a jornalista Malu Gaspar, que relembra as encrencas da família desde a descoberta, ainda antes da posse de Jair Bolsonaro no Planalto, do papel do ex-assessor Fabrício Queiroz no esquema. A colunista do jornal “O Globo” analisa o desmonte do “aparato de combate à corrupção" em anos recentes e a “blindagem” judicial que conteve investigações, especialmente contra o senador Flavio Bolsonaro. Ela vê baixo potencial de impacto das novas revelações na campanha eleitoral, seja pelo elevado percentual de consolidação do voto, seja porque o presidente-candidato agora diz não ver problema nenhum no farto uso de dinheiro vivo para adquirir patrimônio, o que em 2018 ele condenava com veemência.

Aug 31, 2022 • 23min
Paralisia infantil: queda livre da vacinação
O Brasil registrou um caso de poliomielite pela última vez em 1989. Porém, desde 2015 a cobertura vacinal vem caindo, fechando o ano passado em apenas 67%. E a adesão à campanha nacional em curso ainda é muito baixa. Em conversa com Renata Lo Prete, o infectologista Marco Aurélio Sáfadi destaca a importância de recuperar “o número mágico” de 95% na faixa etária de 0 a 5 anos. Só ele pode garantir que, mesmo diante de um ou outro caso vindo de fora, o vírus não encontre “condições para circular" no país. Presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, Sáfadi lembra que a paralisia, especialmente dos membros inferiores, é o “resultado dramático” verificado nos casos mais graves de polio, doença transmitida pela boca e pelas fezes cujos sintomas incluem febre, mal-estar, vômitos e diarreia. Ele também elenca fatores que ajudam a explicar o tombo da curva de aplicação de uma vacina supereficiente contra uma doença para a qual não existe tratamento. Entre eles, notícias falsas e e falta de comunicação adequada por parte das autoridades.

Aug 30, 2022 • 25min
O desmonte do combate à fome
Na sexta-feira, Jair Bolsonaro (PL) disse que não existe “fome pra valer” no Brasil. Dois dias depois, questionado a respeito por Ciro Gomes (PDT) em debate, o presidente do país que tem 33 milhões de pessoas vivendo nesse desespero recomendou a quem “passa necessidade” se cadastrar para receber os R$ 600 de auxílio do governo federal. Por mais essencial que seja o benefício, ele não basta para reverter um quadro que aflige 125 milhões de brasileiros quando se adota o critério da “insegurança alimentar” (não ter como fazer 3 refeições por dia). Para alcançar esse objetivo, é preciso devolver “centralidade, no Orçamento da União”, a uma série de políticas públicas interligadas de combate à fome, afirma Daniela Frozi, integrante da coordenação executiva da rede Penssan (Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional). Em conversa com Renata Lo Prete neste episódio, ela detalha as consequências “desastrosas” de decisões tomadas pelo atual governo, como a extinção do Consea (Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável), o brutal corte de recursos para o Programa de Aquisição de Alimentos e o recente veto de Bolsonaro ao reajuste para o Programa Nacional de Alimentação Escolar que o Congresso havia aprovado. Daniela, que também é professora do programa de pós-graduação da Fiocruz, destaca sobretudo as consequências para as crianças, “que terão impactos cognitivos e biológicos no futuro”.

Aug 29, 2022 • 26min
Para entender a sucessão no Amazonas
Quatro anos atrás, em plena onda antipolítica, o Estado elegeu um ex-apresentador de TV que, em 2020, escapou do impeachment, na esteira de um escândalo de malversação de recursos para o enfrentamento da Covid. Agora, amparado por ampla base de na Assembleia Legislativa, Wilson Lima (União Brasil) busca a reeleição. Segundo a pesquisa Ipec mais recente, tem 30% das intenções de voto, empatado com Amazonino Mendes (Cidadania), veteraníssimo da política local que já ocupou o cargo quatro vezes. Em segundo lugar, com 16%, aparece outro ex-governador, Eduardo Braga (MDB). Neste episódio, Renata Lo Prete conversa com Rosiene Carvalho, colunista de política da BandNews Manaus, para entender a disputa no 15º colégio eleitoral do país, segundo maior da Região Norte. A jornalista recorda dois capítulos dramáticos da pandemia no Amazonas: o da “compra superfraurada de respiradores" e o do colapso no sistema de saúde “na crise da falta de oxigênio”. E mostra que, apesar deles, Lima segue competitivo. Rosiene explica ainda o xadrez dos palanques de Lula (aliado a Braga e líder no Estado) e Bolsonaro (apoiado, até aqui, tanto pelo governador quanto por Amazonino).

Aug 26, 2022 • 25min
A desigualdade na recuperação do emprego
A retomada da atividade depois da fase mais crítica da pandemia conseguiu reduzir o desemprego, embora à custa de recorde na informalidade e com a renda média em patamar muito baixo. Um quadro que pressiona sobretudo os 10% mais pobres: “eles não estão conseguindo mais estabelecer uma estratégia de sobrevivência”, afirma Ricardo Paes de Barros, que trabalhou por mais de 30 anos no Ipea pesquisando pobreza, mercado de trabalho e educação. Neste episódio, que marca os 3 anos de O Assunto, o economista é o convidado de Renata Lo Prete. Também professor do Insper, ele descreve a economia do país como “uma locomotiva que vai partir”, mas na qual o “vagão dos pobres não está conectado e vai ficar para trás”. É por isso, argumenta, que o Estado deve focar suas políticas públicas no conjunto de 20 milhões de pessoas com menor renda. Será necessário desfazer o “tremendo desserviço” patrocinado pelo governo federal, que mantém os dados do CadÚnico desatualizados. É a partir dessas informações que mais de 9 mil assistentes sociais podem chegar àqueles que mais precisam e, em conjunto, definir estratégias para seu futuro. “É obrigação da sociedade dar oportunidade e condição”, afirma, para que essas famílias possam “protagonizar a superação da pobreza”.


