

Imposturas Filosóficas
Razão Inadequada
Filosofia não se faz sozinho: toda sexta-feira reunimos amigos para conversar e pensar juntos.
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Jul 28, 2023 • 1h 11min
#218 pro filósofo é sempre a primeira vez | espanto, assombro e admiração
O espanto é o despertar do pensamento. Na vida cotidiana, o pensamento serve ao hábito, mas o espanto chega sem pedir licença, por meio de um acontecimento inusitado. O fluxo mecânico do pensamento é interrompido, e não temos escolha senão parar e olhar mais uma vez - admirar o que apareceu de surpresa. Na admiração, um universo de novas possibilidades se abre para o pensamento, que se lança criativamente em busca de respostas. No entanto, a continuidade da admiração traz de volta o espanto: basta esboçar uma resposta para ver surgir uma miríade de outras perguntas. No podcast desta sexta, conversamos sobre o papel da admiração e do espanto na formação do conhecimento, e concluímos que "pro filósofo é sempre a primeira vez".ParticipantesRafael LauroRafael TrindadeLinksTexto lidoYouTubeOutros LinksFicha TécnicaCapa: Felipe FrancoEdição: Pedro JanczurMailing: Adriana VasconcellosAss. Produção: Bru AlmeidaCortes: Marcelo StehlickTexto: Rafael TrindadeGosta do nosso programa?Contribua para que ele continue existindo, seja um assinante!Support the show

Jun 30, 2023 • 1h 22min
#217 em busca do tempo roubado | mais-valia, trabalho reprodutivo e consumo
A pressa é amiga do capital. A sensação de falta de tempo é recorrente, a ponto de ser um sintoma psicossocial: reclamamos o tempo todo do nada de tempo que sobra. Mas se a condição de estarmos vivos é a de estar no tempo, como pode ser que ele nos falte? Na verdade, o tempo falta porque nos é roubado no modo capitalista de produção: na forma de mais-valia, pelo patrão; na forma de reprodução, pelo patriarcado; na forma do consumo, pelos publicitários. A inscrição dos traços capitalistas na formação da nossa subjetividade alterou a maneira como percebemos o tempo, mas ainda assim parece existir um outro tempo, mais vivo, passando por baixo do concreto das cidades. No podcast desta sexta, o último do semestre, conversamos sobre a pressa que se impõe a todos nós e partimos "em busca do tempo roubado".ParticipantesRafael LauroRafael TrindadeLinksTexto lidoOutros LinksFicha TécnicaCapa: Felipe FrancoEdição: Pedro JanczurMailing: Adriana VasconcellosAss. Produção: Bru AlmeidaCortes: Marcelo StehlickTexto: Rafael Lauro e Rafael TrindadeGosta do nosso programa?Contribua para que ele continue existindo, seja um assinante!Support the show

Jun 23, 2023 • 1h 29min
#216 aprender mudando o mundo (com Gabi Jacques) | entre Espinosa e Skinner
Tanto Espinosa quanto Skinner, um na filosofia e outro na clínica, se dedicaram ao florescimento da vida humana, e refletiram sobre a alegria e a liberdade. Mas como definir a melhor alegria? E o que é realmente a liberdade? A Alegria, para Espinosa seria uma aumento, uma transição do grau de potência para um estado superior. A liberdade é então a capacidade de apropriar-se ativamente das alegrias, ser a causa delas. Já para Skinner a alegria é uma sensação, que nasce de determinadas relações entre um organismo e o mundo que o rodeia. A definição de liberdade estaria intimamente inserida nas contingências que definem as interações. Os dois pensadores ensinam uma única e mesma coisa: para tornar-se livre e alegre é preciso interagir com a realidade, entrar em relação direta com ela, em suma, "aprender mudando o mundo"ParticipantesGabi JaqcquesRafael LauroRafael TrindadeLinksTexto lidoToda Segunda 19hOutros LinksFicha TécnicaCapa: Felipe FrancoEdição: Pedro JanczurMailing: Adriana VasconcellosAss. Produção: Bru AlmeidaCortes: Marcelo StehlickTexto: Rafael Trindade e Gabi JacquesGosta do nosso programa?Contribua para que ele continue existindo, seja um assinante!Support the show

Jun 16, 2023 • 1h 13min
#215 essa casa não é mais sua | Atlanta, antirracismo e reparação
São dez anos escrevendo sobre filosofia, mas nunca escrevemos sobre temas raciais. Como pudemos ignorar um tema tão urgente? Um dos motivos que explica nunca termos escrito sobre racismo é o fato nada banal de que nunca o sofremos. Essa ideia serviu pra gente pensar como o branco pode participar da luta antirracista. É preciso começar percebendo que a raça tem um passado que pesa sobre as pessoas racializadas, mas que tem servido aos brancos como privilégio. O branco é o único que pode passar a vida inteira desviando do assunto, afirmando hipocritamente: "somos todos iguais". No podcast desta sexta, conversamos sobre a necessidade de políticas de reparação que permitam dizer aos herdeiros brancos: "essa casa não é mais sua"ParticipantesRafael LauroRafael TrindadeLinksTexto lidoToda Segunda 19hOutros LinksFicha TécnicaCapa: Felipe FrancoEdição: Pedro JanczurMailing: Adriana VasconcellosAss. Produção: Bru AlmeidaCortes: Marcelo StehlickTexto: Rafael LauroGosta do nosso programa?Contribua para que ele continue existindo, seja um assinante!Support the show

Jun 9, 2023 • 1h 10min
#214 filosofia plutônica | Platão e a dificuldade das definições
É difícil classificar as coisas, porque quanto mais as conhecemos, mais elas se diferenciam. Os astrônomos, por exemplo, mudaram de ideia sobre Plutão, ele é pequeno demais para ser considerado um planeta. Para Platão, a procura por boas definições, que digam apropriadamente o que as coisas são, é uma das preocupações da filosofia. Porém, sempre sobra um tanto de não-ser e não-saber nas coisas - e o filósofo respeita isso, ao contrário do sofista, que usa disso benefício próprio. No podcast desta sexta, conversamos sobre a importância de encontrar bons nomes e chamamos tal prática de "filosofia plutônica".ParticipantesRafael LauroRafael TrindadeLinksTexto lidoToda Segunda 19hOutros LinksFicha TécnicaCapa: Felipe FrancoEdição: Pedro JanczurMailing: Adriana VasconcellosAss. Produção: Bru AlmeidaCortes: Marcelo StehlickTexto: Rafael TrindadeGosta do nosso programa?Contribua para que ele continue existindo, seja um assinante!Support the show

Jun 2, 2023 • 1h 10min
#213 filosofia ou erosofia? (com Pedro Dotto) | Fedro, Platão
O amor às vezes nos acontece como uma espécie de enlouquecimento. É o que costumamos chamar de paixão. Os gregos antigos usavam o nome de um deus, Eros, para se referir a essa espécie de amor que nos toma de assalto e desorienta, alterando radicalmente nossas perspectivas. Tão antiga quanto essa forma enlouquecida de amar é o discurso contrário a ela. Afinal, apaixonar-se é algo bom ou ruim? Sócrates elogia a paixão e sua loucura, falando da abertura que leva o amante a tornar-se filósofo, por dedicar-se a conhecer um amor que não consegue explicar. Por isso, no podcast desta sexta conversamos sobre a função erótica do pensamento e a função filosófica do amor e perguntamos: "filosofia ou erosofia?"ParticipantesPedro DottoRafael LauroRafael TrindadeLinksTexto lidoToda Segunda 19h na TwitchOutros LinksFicha TécnicaCapa: Felipe FrancoEdição: Pedro JanczurMailing: Adriana VasconcellosAss. Produção: Bru AlmeidaCortes: Marcelo StehlickTexto: Rafael LauroGosta do nosso programa?Contribua para que ele continue existindo, seja um assinante!Support the show

May 26, 2023 • 54min
#212 eu era feliz e sabia | Hume, experiência e memória
Feche os olhos e tente lembrar das coisas que estão à sua volta: repare, você tem os traços mais gerais do ambiente copiados na sua memória! Mas será que dentro da sua cabeça os objetos têm a mesma riqueza que eles possuem na própria experiência? Basta voltar a observá-los atentamente. Você verá que qualquer coisa, em seus mínimos detalhes, tem uma riqueza absolutamente irrepresentável. A experiência nos obriga a admitir que somos seres que se lembram de quase nada ou que se esquecem de quase tudo. O podcast desta sexta foi dedicado a este incômodo gerado pelo esquecimento e nos levou a pensar sobre a importância de viver o presente. Da presença, existe melhor objetivo do que guardar a sensação de que "eu era feliz e sabia"?ParticipantesRafael LauroRafael TrindadeLinksTexto lidoToda Segunda 19h na TwitchOutros LinksFicha TécnicaCapa: Felipe FrancoEdição: Pedro JanczurMailing: Adriana VasconcellosAss. Produção: Bru AlmeidaCortes: Marcelo StehlickTexto: Rafael LauroGosta do nosso programa?Contribua para que ele continue existindo, seja um assinante!Support the show

May 19, 2023 • 1h 3min
#211 check-point do eterno retorno | Nietzsche, Zaratustra e o instante imenso
Quem vive no presente é muitas vezes atormentado pelo passado. O passado às vezes é descrito como uma bola de ferro, amarrada em nossos pés, impedindo o movimento e limitando a liberdade. Nietzsche pensou que este seria o maior desafio do Eterno Retorno: transformar todo "assim foi " em "assim eu quis". Pensando sobre o passado, ele propõe a ideia de Instante Imenso, um momento de tão intensa afirmação, que seria capaz de redimir tudo o que passou. Este Instante Imenso foi carinhosamente apelidado por nós, no podcast desta sexta feira, de "check-point do eterno retorno"ParticipantesRafael LauroRafael TrindadeLinksTexto lidoToda Segunda 19h na TwitchOutros LinksFicha TécnicaCapa: Felipe FrancoEdição: Pedro JanczurMailing: Adriana VasconcellosAss. Produção: Bru AlmeidaCortes: Marcelo StehlickTexto: Rafael TrindadeGosta do nosso programa?Contribua para que ele continue existindo, seja um assinante!Support the show

May 12, 2023 • 1h 10min
#210 sempre tem uma tia que fuma um | David Cooper, família e coerção
As pessoas na sala de jantar estão preocupadas em nascer e morrer, não em amar. Inúmeras vezes, a família funciona como dispositivo repressor, dificultando que os indivíduos tomem a si mesmos em experimentação. A forma geral dessa repressão é a coerção, uma lei abstrata, não enunciada, mas concretamente punitiva. É por isso que há tantos tabus na conversa entre familiares: trata-se de um elaborado sistema de ameaças veladas. No podcast desta sexta, conversamos sobre a relação tensa entre desejo e família, até lembrarmos aliviados de que "sempre tem uma tia que fuma um".ParticipantesRafael LauroRafael TrindadeLinksTexto lidoToda Segunda 19h na TwitchOutros LinksFicha TécnicaCapa: Felipe FrancoEdição: Pedro JanczurMailing: Adriana VasconcellosAss. Produção: Bru AlmeidaCortes: Marcelo StehlickTexto: Rafael LauroGosta do nosso programa?Contribua para que ele continue existindo, seja um assinante!Support the show

May 5, 2023 • 1h
#209 onde moram os deuses | afetos existenciais, entusiasmo
Somos poeira estelar, somos a morada de tudo aquilo que veio antes de nós. A palavra entusiasmo (do grego, en-theos) traduz a sensação de que existem deuses dentro de nós. A astronomia diz que há muito tempo atrás uma estrela precisou explodir para compor os elementos que hoje formam o nosso corpo. Deus, ou o Universo, compõem aquilo que somos, é parte íntima de nossa existência. Eis o entusiasmo, a percepção que somos um ponto finito onde infinitas forças se cruzam e se compõem. No podcast desta sexta, partimos dessa definição astronômica de entusiasmo para tentar responder "onde moram os deuses"ParticipantesRafael LauroRafael TrindadeLinksTexto lidoToda Segunda 19h na TwitchOutros LinksFicha TécnicaCapa: Felipe FrancoEdição: Pedro JanczurMailing: Adriana VasconcellosAss. Produção: Bru AlmeidaCortes: Marcelo StehlickTexto: Rafael LauroGosta do nosso programa?Contribua para que ele continue existindo, seja um assinante!Support the show