Isso te diz alguma coisa?

De que serve uma análise? E aqui, eu uso a palavra servir com o significado que o dicionário sugere: trabalhar em favor de algo. Assim, considerando a psicanálise um método: o que oferece o método analítico? Ou melhor, esse método trabalha em favor de quê? Bom, seja lá qual a serventia de uma análise, o que posso te adiantar é algo de uma lucidez cruel: não há garantias. Isso te diz alguma coisa? A mim sim. Eu sou Larissa Lima, escritora, psicóloga e psicanalista, e hoje a minha convidada para me ajudar a responder essa pergunta dificílima é a Jessica Falchi Caçador, graduada em psicologia, é psicanalista lacaniana. Atualmente tem se enveredado pelo estudo da linguística e da linguagem e sua relações com a psicanálise. Jessica atua como psicanalista clínica, supervisora e também coordena grupos de estudos em psicanálise.

Quem nunca escutou ou até já falou: “Vou cobrar barato para construir uma carreira e mais pra frente eu cobro um preço maior” ou “vou começar atendendo por um valor menor e depois vou aumentando”? Dificuldades de cobrar um preço justo acontece com todos os profissionais autônomos, mas no campo Psi talvez o assunto seja mais profundo. Não poucas vezes vemos psicólogos e psicanalistas divulgando seu trabalho como “atendimentos sociais” ou simplesmente associando os atendimento por valores menores com comprometimento social. É ainda comum que essas propostas venham principalmente de recém-formados. Bom, isso te diz alguma coisa? A mim sim. Eu sou Larissa Lima, escritora, psicóloga e psicanalista, e hoje a minha convidada é Laura Miranda, idealizadora da página @hiatos.e.lacunas, psicóloga de formação pela Universidade Federal Fluminense, mestranda em teorias psicanalíticas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, aderente da ApoLa, militante da União da Juventude Comunista, e ainda é pesquisadora sobre o tema psicanálise e política.

Por que as pessoas escrevem? Antes de gravar esse episódio, eu mesma tentei responder essa pergunta e te adianto: não sei responder de forma definida. Mas talvez saiba de forma atrapalhada. Eu poderia dizer, por exemplo, que escrevo como uma forma equivocada de me vingar do tempo. Também acho que escrevo por conta de uma mania torta de tentar captar o momento presente. Mas também poderia ser pela certa magia daquele instante em que se escreve algo do qual, até o momento, não estava lá. Há uma certa magia no segundo em que se olha para o texto e constata: isso saiu de mim. A arte existe porque a vida não basta. Quem disse essa frase foi o escritor Ferreira Gullar. Isso te diz alguma coisa? A mim sim. Eu sou Larissa Lima, escritora, psicóloga e psicanalista, e hoje a minha convidada é Carla Guerson que é capixaba, escritora, feminista, mãe e incomodada. Ela escreve em verso e prosa. É autora dos livros O som do tapa (contos, Ed. Patuá, 2021) e Fogo de Palha (poesia, Ed. Pedregulho, 2022).

Autorização segundo o dicionário é a determinação pela qual se autoriza ou se concede algum poder ou licença. Então, o que seria uma autorização de vida? Não sei. Antes de gravar esse episódio, eu procurei no Google e não encontrei coisa alguma. Fiquei genuinamente espantada. Depois, fiquei pensando quando é que comecei a usar esse termo que, aparentemente, nem existe. Autorização de vida seria um “autorizar-se a viver”? E não estamos todos vivendo? Talvez não. Clara, a personagem principal do meu livro, em determinado trecho menciona: “Mas eu nem vivi, só nasci”. De forma trágica, talvez esse seja um dos grandes perigos silenciosos da vida: só nascer. Isso te diz alguma coisa? A mim sim. Eu sou Larissa Lima, escritora, psicóloga e psicanalista, e hoje a minha convidada é Tayara Tomio, que é formada em Relações Públicas e também Psicologia, é psicanalista e proprietária do @psicanalise.primeirospassos.

Por que cancelamos pessoas? Ao contrário do que se possa imaginar, os cancelamentos não são práticas atribuídas aos dias atuais, eles existem há muito tempo, apenas tinham o nome de “linchamentos públicos”. Por exemplo, todos conhecem o famoso trecho da Bíblia em que Maria Madalena sofre uma tentativa de apedrejamento. Hoje, continuamos apedrejando, mas virtualmente. Isso te diz alguma coisa? A mim sim. Eu sou Larissa Lima, escritora, psicóloga e psicanalista, e o convidado de hoje é o Tiago Rodrigues, especialista em RH, psicanalista e com formação também em teologia.

O que é possível fazer com a dor? Entre milhares de respostas que podemos dar para essa pergunta, gostaria de começar dizendo o que não dá pra fazer com a dor: não dá para aniquilá-la. Sim, caso você não saiba, não há uma ouvidoria da vida em que você possa reivindicar seus direitos de uma suposta satisfação completa. Então, o que é possível fazer? Calma, não estou tentando romantizar a dor, tampouco dar dicas nesse mundo de dicas que, convenhamos, não servem de nada. Meu objetivo aqui é apenas uma conversa sincera e honesta sobre a nossa condição humana. Minha convidada de hoje escreveu um livro de urgências de quem esteve no fundo do poço. Fundo do poço que é conhecido, de uma forma ou outra, por todos nós. Isso te diz alguma coisa? Espero que sim. Eu sou Larissa Lima, escritora, psicóloga e psicanalista, e hoje a minha convidada é Marina Grandolpho, que tem graduação em Letras, é doutora em Estudos Literários, professora da educação básica pública, pesquisadora e escritora.

Semana passada uma mulher viralizou no TikTok em um vídeo que dizia que o amor não anula o desejo assim como o desejo não anula o amor. O vídeo dizia que é normal estar em um relacionamento amoroso e sentir atração sexual por outras pessoas. Ela mencionou ainda que desejo é algo natural e que desejar é diferente de executar, caso você esteja em um relacionamento monogâmico. Choveu de críticas nos comentários, uma delas dizia assim: "Simplesmente não entra na minha cabeça você estar com alguém e desejar outra pessoa”. Também tinha outro comentário assim: “Você só procura em outras pessoas o que não encontra no seu parceiro, isso é indiscutível”. Bom, isso te diz alguma coisa? A mim, sim. Eu sou Larissa Lima, escritora, psicóloga e psicanalista, e hoje a minha convidada é Isadora Nicastro que é psicóloga, psicanalista, mestre em Avaliação Psicológica, sócia e proprietária do Entre Uma e Outra e podcaster.