

Fundação (FFMS) - [IN] Pertinente
Fundação Francisco Manuel dos Santos
4 comunicadores, 4 especialistas, 4 temas - Economia, Sociedade, Política e Ciência -, todas as semanas no [IN] Pertinente. Um confronto bem disposto entre a curiosidade e o saber. Porque quando há factos, há argumentos. [IN] Pertinente é um podcast da Fundação Francisco Manuel dos Santos que pretende dar respostas às perguntas de todos, contribuindo para uma sociedade mais informada. Voz: Isabel Abreu; Banda Sonora: Fred Pinto Ferreira
Episodes
Mentioned books

Aug 1, 2024 • 48min
EP 174 | ECONOMIA: capital intangível
É claro para todos que a economia mexe o seu 'ponteiro' através do capital. No passado, a maioria de nós associava capital a elementos físicos e bem concretos: dinheiro, maquinaria, terrenos, entre outros. Porém, existe outro tipo de capital que tem vindo a adquirir cada vez mais valor: o capital intangível. O que é a economia intangível? A radialista Mariana Alvim e o economista José Alberto Ferreira vão explicar, mas saiba que o software do seu computador, a marca de um produto, o intelecto de um/a cientista, a «receita» da Coca-Cola e até o talento de Cristiano Ronaldo são bons exemplos daquilo de que vamos falar neste episódio. Como pode existir capitalismo sem capital? Como se regulamenta este capital que não tem 'substância'? Como se distingue da inovação? Será gerador de desigualdades?Venha ouvir e descubra exemplos bem tangíveis: como uma cientista roubou uma 'intangibilidade' de muitos milhões de dólares, de que maneira o Rock in Rio se defrontou com o Rock in Rio Febras ou, até, como o segredo da receita de uma avó pode ser algo muito valioso e a guardar a sete chaves.REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEISLivroHaskel, J., & Westlake, S. (2017). «Capitalism without capital: The rise of the intangible economy». Princeton University Press. Artigos científicosde Ridder, M. (2023). «Market power and innovation in the intangible economy». American Economic Review, 113(1), 110-140.Crouzet, N., Eberly, J. C., Eisfeldt, A. L., & Papanikolaou, D. (2022). «The economics of intangible capital». Journal of Economic Perspectives, 36(3), 29–52.Schivardi, F., & Schmitz, T. (2020). «The IT revolution and Southern Europe’s two lost decades». Journal of the European Economic Association, 18(5), 2441–248Links úteisBanco Central Europeu: dados sobre o investimento em capital intangível na Zona Euro (até 2018)BIOSMARIANA ALVIMÉ locutora da rádio RFM há 15 anos. Depois de quase 10 a fazer o «Café da Manhã», agora leva os ouvintes a casa, com Pedro Fernandes, no «6PM». É autora de livros para adolescentes e criou o podcast «Vale a Pena», no qual entrevista artistas enquanto leitores.JOSÉ ALBERTO FERREIRADoutorando em Economia no Instituto Universitário Europeu, em Florença. Trabalhou no Banco Central Europeu, com foco na investigação em modelos de política monetária e macroprudencial.

Jul 25, 2024 • 39min
EP 173 | POLÍTICA: será o ócio um ato político?
«Ser preguiçoso pode ser um ato político: prova disso é o ‘quiet quitting’», diz João Pereira Coutinho no episódio que lhe trazemos.Já no século XIX, o ócio era um ato radical - exemplo disso, era a figura do ‘dandy’ ou ‘flaneur’ que desprezava o sistema político, considerando vulgares e exploratórias as suas práticas.Mas deixe que o levemos mais atrás: sabia que as reivindicações pelo direito ao descanso são contemporâneas da Revolução Industrial? As proteções sociais que hoje tomamos por garantidas passaram por um longo processo no qual se foram conquistando, entre outros, o direito às férias, à assistência na doença e, finalmente, o direito ao lazer, consagrado na Declaração Universal dos Direitos Humanos.Mas face a tão grandes avanços tecnológicos e aos extraordinários aumentos de produtividade, como se explica que ainda não tenhamos conquistado em pleno a fórmula preconizada no século XIX : «8 horas de trabalho, 8 horas de lazer e 8 horas de descanso»?Depois de tanta luta e conquista, será que nos damos ao direito de descansar? Seremos capazes de enfrentar o silêncio e a solidão que decorrem da inatividade?A receita ideal entre fazer e deixar acontecer também depende da geografia e é bem possível que os povos do norte e do sul da Europa não encontrem acordo quanto a isto.Quanto a si que está ou deseja estar de férias, fique descansado, não tem de saber a resposta a estas perguntas. Carregue no play e desfrute.REFERÊNCIAS ÚTEISBanting, Madeline: «Willing Slaves: How the Overwork Culture is Ruling Our Lives» (Harper) Corbin, Alain: «História do Repouso» (Quetzal) Graeber, David: «Trabalhos de Merda - Uma Teoria» (Edições 70) Han, Byung-Chul: «A Sociedade do Cansaço» (Relógio d'Água) Han, Byung-Chul: «Não-Coisas: Transformações no Mundo em que Vivemos» (Relógio d'Água) Keynes, John M.: «Economic Possibilities for our Children» (1930) Veblen, Thorstein: «The Theory of the Leisure Class» (Oxford Classics) Lafargue, Paul: «O Direito à Preguiça» (Antígona) Stevenson, Robert Louis: «Apologia do Ócio» (Antígona)BIOSMANUEL CARDOSOÉ humorista e um dos autores do programa de sátira política «Isto É Gozar com Quem Trabalha», da SIC. Faz parte do podcast «Falsos Lentos», um formato semanal de humor sobre futebol. É o autor da rubrica radiofónica «Pão Para Malucos», que esteve no ar diariamente na Antena 3 de 2018 a 2021JOÃO PEREIRA COUTINHOProfessor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, onde se doutorou em Ciência Política e Relações Internacionais. É autor dos livros «Conservadorismo» (2014) e «Edmund Burke – A Virtude da Consistência» (2017), publicados em Portugal e no Brasil.

Jul 19, 2024 • 51min
EP 172 | CIÊNCIA: alimentos para o cérebro
Apesar de o cérebro ocupar 2% do nosso organismo, consome 20% da energia nosso corpo. É, assim, fácil de perceber que não é descabido falar de alimentação para este orgão vital. Não estamos a falar de estimulação cerebral; reconhecemos a importância deste tipo de ‘alimento’, mas, neste episódio, Rui Maria Pêgo desafia a neurocientista Luísa Lopes a desvendar quais são os alimentos (e os respetivos benefícios) que não podem faltar na despensa e no frigorífico para garantir que o cérebro funciona em pleno.Sabia, por exemplo, que a desidratação é extremamente nociva para o cérebro? Beber pouca água pode ter consequências mais simples, como as dores de cabeça, ou pode evoluir para questões mais graves, como a atrofia. Aliás, muitos dos problemas cerebrais dos idosos estão relacionados com o consumo deficiente de água.Por outro lado, as gorduras dos peixes (como o salmão) e dos frutos secos são essenciais para a mielina (substância branca), para as hormonas cerebrais e para as membranas dos neurónios. Os frutos vermelhos, por serem ricos em antioxidantes e conterem resveratrol, também são essenciais. Assim como os ovos, o abacate ou o chocolate e a cafeína, que estimulam comprovadamente as funções cognitivas.Se leu com atenção, reparou que pouco se falará de suplementos. Luísa Lopes garante que uma boa alimentação é a melhor receita e que a toma de suplementos deve ser sempre aconselhada por um médico, porque podem provocar reações complicadas. REFERÊNCIAS ÚTEISUma Naidoo, «Cérebro e Alimentação - Um Guia Completo sobre os Alimentos» Floyd E. Bloom M.D., M. Flint Beal M.D., David J. Kupfer M.D., «The Dana Guide to Brain Health: A Practical Family Reference from Medical Experts»BIOSRUI MARIA PÊGOTem 35 anos, 16 deles passados entre a rádio, o teatro e a televisão.Licenciado em História pela Universidade Nova de Lisboa, e mestre em Fine Arts in Professional Acting pela Bristol Old Vic Theatre School.LUÍSA LOPESNeurocientista, coordenadora de um grupo de investigação no Instituto de Medicina Molecular e professora convidada de Neurociências na Faculdade de Medicina de Lisboa. É licenciada em Bioquímica e doutorada em Neurociências.

Jul 11, 2024 • 46min
EP 171 | SOCIEDADE: quando o trabalho se torna tóxico
Grande parte do nosso dia-a-dia é passado no local de trabalho. Está estipulado um horário de trabalho de 8 horas diárias, mas, não raras as vezes, estende-se às 10 ou 12 horas.Em Portugal, trabalha-se muitas horas e a profissão continua a ser grande parte da nossa identidade. Por ocupar um lugar tão extenso da nossa vida, o emprego é também o local onde muitos problemas de saúde mental são identificados com cada vez maior frequência.Estão as organizações atentas à saúde mental dos seus trabalhadores? E como estão a enfrentar o problema?A psicóloga Ana Moniz alerta que as organizações ainda lidam com estas questões de modo deficiente. Poucas se preocupam com o bem-estar no local de trabalho e quando o fazem colocam o ónus nos colaboradores. Por exemplo, disponibilizam consultas de psicologia ou cursos de mindfulness, mas não aliviam a pressão de prazos ou o volume de trabalho para as equipas, tantas vezes subdimensionadas, acrescenta.A forma como se exerce a liderança tem impacto na maneira como os colaboradores se relacionam. E a tolerância a humilhações e às ironias (mais ou menos subtis) ainda são ‘prática da casa’ aceitáveis, explica.O excesso de pressão faz com que muitas pessoas não vivam plenamente as outras facetas da sua vida, pelo que a única solução é mudar o próprio sistema. Como? As respostas são dadas neste episódio que junta a psicoterapeuta Ana Moniz e o comunicador Hugo van der Ding.REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEISCarlo Strenger, «O medo da insignificância - Como dar sentido às nossas vidas no Século XXI» (Lua de Papel)Barbara Ehrenreich, «Smile or Die - How Positive Thinking Fooled America and the World» (Granta Books)Brenée Brown, «Daring Greatly - How Courage to be Vulnerable Transforms the Way We Live, Love, Parent and Lead» (Avery)Susan David, «Emotional Agility: Get Unstuck, Embrace Change, and Thrive in Work and Life» (Penguin Life)David Dias Neto, «Psicoterapia - A Cura pelo Diálogo» (Edições Sílabo)Amy C. Edmondson, «The Fearless Organization: Creating Psychological Safety in the Workplace for Learning, Innovation, and Growth» (Wiley)Thomas Curran, «The Perfection Trap: The Power of Good Enough In A World That Always Wants More» (Cornerstone Press)Ana Moniz, «Este livro não é para fracos» (Planeta) HR CONGRESS WORLD SUMMIT, «The Fearless Organization»BIOSHUGO VAN DER DINGNasceu numa praia de Saint-Jean-de-Luz, nos Pirenéus Atlânticos, filho de um pastor belga e de mãe argentina de quem se perdeu o rasto pouco depois. Dedicou-se, nos primeiros anos, ao negócio de pastorícia da família até fugir para Bayonne, onde completou o curso dos liceus.ANA MONIZPsicoterapeuta de adultos e adolescentes, e professora convidada na Nova SBE. É executive e team coach, certificada pela ACTIVISION, formadora na Associação Portuguesa de Terapias Cognitivas, Comportamentais e Integrativas, atuando também em contexto organizacional nas áreas comportamentais.

Jul 4, 2024 • 45min
EP 170 | ECONOMIA: Pequenas coisas com grande impacto
Se acompanha o IN-Pertinente, saberá certamente que a economia se divide em duas grandes áreas de estudo: a microeconomia e a macroeconomia. Mas será que a segunda vive sem a primeira?Granularidade, networks (económicas) e as narrativas na economia são três mecanismos da chamada Nova Economia, e a conversa entre Mariana Alvim e José Alberto Ferreira vai explorá-los em detalhe, neste episódio. A dupla traz à ‘antena’ não apenas a explicação teórica destes conceitos da macroeconomia, mas também exemplos reais: a chuva na Eslovénia que afetou a Autoeuropa em Portugal, a crise da indústria automóvel nos Estados Unidos que fez com que marcas concorrentes se protegessem umas às outras, os efeitos do ‘fenómeno Taylor Swift’ ou como um desenho num guardanapo e uma história bem contada desencadearam cortes de impostos na América.Um único evento ou um único agente (uma empresa ou uma pessoa) – ou até uma simples história que se torna viral – pode ter grandes consequências macroeconómicas, chegando mesmo a ser capaz de originar uma recessão ou alavancar o crescimento da economia.REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEISLivrosNarrativas Económicas:Shiller, R. J. (2019). Narrative economics: How stories go viral and drive major economic events. Princeton University Press.Sobre a economia da indústria musical:Krueger, A. B. (2019). Rockonomics: A backstage tour of what the music industry can teach us about economics and life. Currency.Artigos científicosNetworks (redes) de produção:Carvalho, V. M., & Tahbaz-Salehi, A. (2019). «Production networks: A primer. Annual Review of Economics», 11, 635-663.Acemoglu, D., Carvalho, V. M., Ozdaglar, A., & Tahbaz-Salehi, A. (2012). «The networkorigins of aggregate fluctuations. Econometrica», 80(5), 1977-2016.Grandes empresas e granularidade:Giovanni, J., Levchenko, A. A., & Mejean, I. (2014). «Firms, destinations, and aggregate fluctuations». Econometrica, 82(4), 1303-1340.Gabaix, X. (2011). «The granular origins of aggregate fluctuations». Econometrica, 79(3), 733-772.Links úteisO famoso guardanapo com a Curva de Laffer, no SmithsonianA importância da NOKIA para a FinlândiaO testemunho do CEO da Ford Alan Mulally, ao Congresso dos EUA, em novembro de 2008, no qual explica como o colapso da concorrência poria em causa a existência da própria Ford.As chuvas na Eslovénia e a AutoeuropaUma radiografia das empresas portuguesas (e a importância das grandes)O peso da Autoeuropa na economia portuguesaBIOSMARIANA ALVIMÉ locutora da rádio RFM há 15 anos. Depois de quase 10 a fazer o «Café da Manhã», agora leva os ouvintes a casa, com Pedro Fernandes, no «6PM». É autora de livros para adolescentes e criou o podcast «Vale a Pena», no qual entrevista artistas enquanto leitores.JOSÉ ALBERTO FERREIRADoutorando em Economia no Instituto Universitário Europeu, em Florença. Trabalhou no Banco Central Europeu, com foco na investigação em modelos de política monetária e macroprudencial.

Jun 27, 2024 • 50min
EP 169 | CIÊNCIA: a memória somos nós
Luísa Lopes adora fazer listas.Rui Maria Pêgo opta pelo malabarismo.Há quem use acrónimos e acrósticos.Outros fazem rimas ou seguem o método ‘Palácios da Memória’.Não se assuste, não nos esquecemos do que íamos dizer! Estamos só a identificar algumas técnicas e truques para reforçar a memória.Independentemente da estratégia que use, memorizar é muito mais do que decorar ou interiorizar o que está à nossa volta. Como explica a neurocientista Luísa Lopes, a memória é feita de muitos processos e elementos, e é de vários tipos, embora o mais poderoso seja o da memória emocional.Guiados pelas perguntas de Rui Maria Pêgo, vamos encontrar resposta a várias questões: onde é que as memórias se guardam no cérebro? Estarão elas concentradas no mesmo sítio ou dispersas pela totalidade? Como é que o stress, o sono, o sedentarismo e a tecnologia a podem afetar?A memória está sujeita a processos de erosão e de perda, mas não se assuste, porque pode ser treinada. Aprenda algumas técnicas com a nossa dupla, neste novo episódio de Ciência.LINKS E REFERÊNCIAS ÚTEISArtigo BBC: O que aconteceria se pudéssemos lembrar de absolutamente tudo?Livro: A.R. Luria, «O caso do homem que memorizava tudo», Relógio D'ÁguaBIOSRUI MARIA PÊGOTem 35 anos, 16 deles passados entre a rádio, o teatro e a televisão.Licenciado em História pela Universidade Nova de Lisboa, e mestre em Fine Arts in Professional Acting pela Bristol Old Vic Theatre School.LUÍSA LOPESNeurocientista, coordenadora de um grupo de investigação no Instituto de Medicina Molecular e professora convidada de Neurociências na Faculdade de Medicina de Lisboa. É licenciada em Bioquímica e doutorada em Neurociências.

Jun 20, 2024 • 40min
EP 168 | POLÍTICA: a ética da guerra
Com conflitos a pulular nas diferentes regiões do mundo, a pergunta impõe-se: há ética na guerra? «É bom que haja», diz-nos João Pereira Coutinho. Mas como?Neste episódio, discutem-se as condições que é preciso reunir para que uma guerra se possa considerar justa. Mas se acha que dificilmente pode haver consenso quanto ao tema, acertou.João Pereira Coutinho e Manuel Cardoso discutem a tensa relação entre a democracia e a guerra, numa viagem que nos leva da Crimeia do século XIX à Ucrânia do século XXI, passando pela Revolução do 25 de abril.Fala-se de desinformação e de propaganda, já que é também na arena da opinião pública que se determinam vencedores e vencidos (veja-se o caso da Guerra do Vietname).E como julgar quem pratica crimes de guerra? Estará o direito internacional munido das ferramentas necessárias para responsabilizar quem vai longe demais?Junte-se à dupla nesta reflexão sobre aquele que está, rapidamente, a tornar-se o tema do nosso tempo.REFERÊNCIAS ÚTEISJoslyn N. Barnhardt e Robert F. Trager. «The Suffragist Peace: How Women Shape the Politics of War» (Oxford University Press, 2023)Francis Fukuyama. «O Fim da História e o Último Homem» (Gradiva, 1999)Robert Kagan. «The Return of History and the End of Dreams» (Alfred Knopf, 2008)Margaret MacMillan. «Guerra: Como Moldou a História da Humanidade» (Temas e Debates, 2021)Michael Walzer. «Just and Unjust Wars: A Moral Argument with Historical Illustrations» (Basic Books, 2015)Lev Tolstoy. «Guerra e Paz» (Presença, 2 vols., 2022)Kurt Vonnegut «Matadouro Cinco» (Alfaguara, 2022)BIOSMANUEL CARDOSOÉ humorista e um dos autores do programa de sátira política «Isto É Gozar com Quem Trabalha», da SIC. Faz parte do podcast «Falsos Lentos», um formato semanal de humor sobre futebol. É o autor da rubrica radiofónica «Pão Para Malucos», que esteve no ar diariamente na Antena 3 de 2018 a 2021JOÃO PEREIRA COUTINHOProfessor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, onde se doutorou em Ciência Política e Relações Internacionais. É autor dos livros «Conservadorismo» (2014) e «Edmund Burke – A Virtude da Consistência» (2017), publicados em Portugal e no Brasil.

Jun 13, 2024 • 53min
EP 167 | SOCIEDADE: a ditadura da felicidade
«Não há limites!»«É tudo uma questão de força de vontade.»«Pensa positivo e vais atrair coisas positivas.»«Acredita e vais conseguir.»«Não fiques triste, olha que ainda ficas deprimido.»Quantas vezes já ouvimos ou lemos estas frases? O pensamento positivo, o pensamento mágico e a lei da atração invadiram o nosso mundo. Neste episódio, Ana Moniz, a nova especialista do [IN] Pertinente Sociedade, explica como esta sensação de termos controlo sobre tudo pode virar-se contra nós.A psicóloga da área cognitivo-comportamental e psicoterapeuta desvenda as razões pelas quais considera esta positividade (tóxica) perigosa perante problemas tão complexos quanto a ansiedade, a depressão ou, sequer, a simples tristeza. Questionada por Hugo van Der Ding, a especialista alerta para a importância de não reprimir emoções difíceis, já que são essenciais para o crescimento individual.É que, ao contrário do que nos fazem crer, as ‘frases inspiracionais’ são tudo menos empáticas, e desencadeiam todo um processo de culpabilização por não sermos capazes de estar sempre felizes, positivos e alegres. Autorize-se a ser menos positivo, a não estar sempre contente e a aceitar que falhou: afinal, isso, sim, é o que pode fazer evoluir.REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEISCarlo Strenger, O medo da insignificância - Como dar sentido às nossas vidas no Século XXI (Lua de Papel, 2012)Barbara Ehrenreich, «Smile or Die - How Positive Thinking Fooled America and the World» (Granta Publications, 2021)Brent Brown, «Daring Greatly - How Courage to be Vulnerable Transforms the Way We Live, Love, Parent and Lead» (Avery, 2015)Susan David, «Emotional Agility» (Avery, 2016)David Dias Neto, A Cura pelo Diálogo (Edições Sílabo, 2022)Amy C. Edmondson, «The Fearless Organization» (Wiley, 2018)Discurso de Amy Edmondson, baseado no livro «The Fearless Organization», durante a HR CONGRESS WORLD SUMMITBIOSHUGO VAN DER DING Nasceu numa praia de Saint-Jean-de-Luz, nos Pirenéus Atlânticos, filho de um pastor belga e de mãe argentina de quem se perdeu o rasto pouco depois. Dedicou-se, nos primeiros anos, ao negócio de pastorícia da família até fugir para Bayonne, onde completou o curso dos liceus. ANA MONIZPsicoterapeuta de adultos e adolescentes, e professora convidada na Nova SBE. É executive e team coach, certificada pela ACTIVISION, formadora na Associação Portuguesa de Terapias Cognitivas, Comportamentais e Integrativas, atuando também em contexto organizacional nas áreas comportamentais.

Jun 6, 2024 • 46min
EP 166 | ECONOMIA: dicionário de inovação
Muitos termos nos vêm à cabeça quando falamos de inovação: «startups», unicórnios, «venture capital», «business angels», entre outros. Mas antes de explorarmos o que significam, importa compreender o que é realmente inovar. Quem inova? Pessoas ou empresas? O setor público ou o setor privado? Quem financia a inovação? Será Portugal um país que acolhe boas ideias? A radialista Mariana Alvim estreia-se com este tema na dupla da Economia, com a curiosidade de quem quer traduzir o significado de todos aqueles termos em ‘economês’ para português. Com a ajuda do economista José Alberto Ferreira, vamos ficar a conhecer a diferença entre inovações incrementais e radicais, qual o papel do Estado no incentivo às (boas) ideias, e que o falhanço – de que gostamos tão pouco em Portugal – é quase parte do verbo inovar. Talvez isso explique porque inovamos tão pouco no nosso país. REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEISLivros:Acemoglu, D., & Johnson, S. (2023). «Power and progress: Our thousand-year struggle over technology and prosperity». John Murray Press. Mazzucato, M. (2018). The entrepreneurial state: Debunking public vs. private sector myths (2nd ed.). Penguin Books. Artigos científicos:Bloom, Nicholas, John Van Reenen, and Heidi Williams. 2019. «A Toolkit of Policies to Promote Innovation», Journal of Economic Perspectives, 33 (3): 163-84. Bruland, K., & Mowery, D. C. (2006). «Innovation through time». In J. Fagerberg & D. C. Mowery (Eds.), The Oxford handbook of innovation (online edn, 2009). Oxford University Press. Aghion, Philippe, Ufuk Akcigit, and Peter Howitt. 2015. «Lessons from Schumpeterian Growth Theory», American Economic Review, 105 (5): 94-99. Boldrin, Michele, and David K. Levine. 2013. «The Case against Patents.», Journal of Economic Perspectives, 27 (1): 3-22. Acemoglu, Daron, Ufuk Akcigit, and Murat Alp Celik. 2022. «Radical and Incremental Innovation: The Roles of Firms, Managers, and Innovators.», American Economic Journal: Macroeconomics, 14 (3): 199-249. Links úteis:Estudo da FFMS sobre o financiamento do empreendedorismo em Portugal e o papel do programa «Montante Único».A Inteligência Artificial: substituto ou complemento dos trabalhadores?Inovação e impostos (artigo de opinião, de Ricardo Reis). Project Syndicate: o papel dos governos da direção da inovação em IA. A inovação e o desaparecimento da NOKIA.BIOSMARIANA ALVIM É locutora da rádio RFM há 15 anos. Depois de quase 10 a fazer o «Café da Manhã», agora leva os ouvintes a casa, com Pedro Fernandes, no «6PM». É autora de livros para adolescentes e criou o podcast «Vale a Pena», no qual entrevista artistas enquanto leitores.JOSÉ ALBERTO FERREIRADoutorando em Economia no Instituto Universitário Europeu, em Florença. Trabalhou no Banco Central Europeu, com foco na investigação em modelos de política monetária e macroprudencial.

May 30, 2024 • 40min
EP 165 | CIÊNCIA: há um psicopata no cérebro?
Sedutores, inteligentes, manipuladores e mentirosos patológicos. São incapazes de sentir empatia, remorsos ou de ter vínculos afetivos. Não controlam os seus impulsos e têm um absoluto fascínio pelo poder e pelo controlo. No seu conjunto, estes são os traços de um psicopata.Será que já se cruzou com algum? É possível, mas ainda assim a probabilidade é baixa: representam apenas 1% da população mundial e 15% da população prisional. A revista Forbes já lhes dedicou um artigo e estima que 4 a 12% dos CEOs americanos tenham este perfil. Neste episódio, a neurocientista Luísa Lopes e o radialista Rui Maria Pêgo desvendam as mentes psicopatas.O que sabemos sobre a psicopatia e a sociopatia?De que modo a hereditariedade ou a genética as influenciam?Existirão diferentes ‘graus’ de psicopatia?A presença de alguns traços é um diagnóstico seguro desta perturbação?O que é que podemos aprender com os exemplos de psicopatas famosos como Charles Manson ou Diogo Alves?Ouça com atenção e compreenda por que razão as histórias de pessoas como estas nos fascinam tanto.REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEISArtigos:Haar e Jong (2023). «Is the dark triad always detrimental to firm performance? Testing different performance outcomes and the moderating effects of competitive rivalry», Front Psychol.«The Psychopathic CEO», Jack McCullough (Forbes)Livros:«The Psychopath Inside: A Neuroscientist's Personal Journey into the Dark Side of the Brain», James Fallon«The Psychopath Whisperer: Inside the Minds of Those Without a Conscience», Kent KiehlSéries e filmes:Dexter (Netflix)O silêncio dos inocentes, de Jonathan DemmeBIOSRUI MARIA PÊGOTem 35 anos, 16 deles passados entre a rádio, o teatro e a televisão.Licenciado em História pela Universidade Nova de Lisboa, e mestre em Fine Arts in Professional Acting pela Bristol Old Vic Theatre School.LUÍSA LOPESNeurocientista, coordenadora de um grupo de investigação no Instituto de Medicina Molecular e professora convidada de Neurociências na Faculdade de Medicina de Lisboa. É licenciada em Bioquímica e doutorada em Neurociências.


