Perguntar Não Ofende

Daniel Oliveira
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Nov 22, 2022 • 1h 41min

Paulo Raimundo: Com novo líder, que força terá o PCP?

A escolha de Paulo Raimundo não foi apenas uma surpresa para a bolha mediática e política. Mesmo muitos militantes do PCP, que conhecem bem um dos cinco dirigentes que acumulava a presença no Secretariado e na Comissão Política, ficaram espantados. Paulo Raimundo entra para a liderança do partido depois de várias derrotas. A geringonça parece ter sido um péssimo negócio eleitoral para o PCP. A juntar a isto, a posição dos comunistas sobre a guerra da Ucrânia alimentou um coro de críticas que não sabemos até que ponto abalou a sua base de apoio. Estes são momentos difíceis para um dos poucos partidos comunistas que mantém uma força eleitoral autónoma na Europa. Mantém uma grande influência no mundo sindical, mas a força dos sindicatos é muito inferior à do passado. O que está em causa não é apenas uma perda eleitoral, mas, ao contrário do que aconteceu na crise dos anos 90, uma perda de influência social. See omnystudio.com/listener for privacy information.
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Nov 7, 2022 • 1h 19min

Alice, Leonor e Ideal: Até onde tem de ir o ativismo climático para o ouvirmos?

Duas jovens ativistas do Just Stop Oil atiraram uma sopa de tomate contra o famoso quadro dos girassóis, de Van Gogh, que estava protegido por um vidro. Conseguiram que o assunto voltasse ao debate. Alice Gato, 20 anos e estudante de comunicação no ISCTE, Ideal Maia, 21 anos, estudante de física na Faculdade de Ciências, e Leonor Chicó, 17 anos, acabou o 12º ano na Escola Secundária Camões, são ativistas da Greve Climática Estudantil de Lisboa. Recebemos, em 2020, três jovens ativistas ambientais. Mas Alice, Leonor e Ideal estão aqui por uma razão muito específica. No primeiro semestre deste ano letivo, milhares de jovens do End Fossil Occupy vão ocupar centenas de escolas e universidades de todo o mundo. Hoje, 7 de novembro, estão, num ato de desobediência civil, a dar início à ocupação de quatro faculdades de Lisboa – a de Ciências, a de Letras, o Instituto Superior Técnico e a FCSH – e duas escolas secundárias, também em Lisboa – o Camões e a António Arroio. E esperam que o movimento alastre enquanto a 27ª conferência das Nações Unidas sobre alterações climáticas decorre no Egito. Uma coisa é certa: não fossem estes e estas jovens e o debate sobre a sobrevivência da humanidade dificilmente teria passado da ciência para a política.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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Oct 24, 2022 • 1h 35min

Dino D’Santiago: de quantos lugares é este “preto em construção”?

D’Santiago porque é a ilha onde os pais nasceram. Não é Dino de Quarteira, terra onde ele próprio nasceu em 1982. De onde realmente é Dino D´Santiago, um dos músicos com mais sucesso em Portugal, que cada vez mais usa o palco que tem para fazer da arte política. Um “preto em construção”, nas suas próprias palavras. Que se tem vindo a construir como sujeito político quase em público. Educado num ambiente profundamente católico, é no coro da igreja, seguindo o exemplo dos pais, que Dino começa a cantar.  Ainda adolescente, é com os jovens rappers do bairro dos Pescadores, onde nasceu, que se aproxima das sonoridades do hip hop que viriam a marcar a sua carreira. A conversa neste episódio é, porque é disso que mais falamos aqui, sobre a política que faz com a música. E de como desvia os holofotes para mais do que si próprio.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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Oct 10, 2022 • 1h 26min

António Marujo: o que os abusos de menores nos dizem da Igreja Católica? E o que mudará nela?

O abuso pode acontecer em qualquer instituição. Mas, talvez por serem menos centralizadas, em poucas se tornou tão evidente um encobrimento tão generalizado, sistemático e ao mais alto nível como na Igreja Católica. E esse é o verdadeiro escândalo. Para além dos julgamentos dos tribunais e da opinião pública, a Igreja tem pela frente um desafio interno que ultrapassa os abusos sexuais. O desafio existencial foi resumido pelo Papa Francisco quando, depois de uma visita ao Chile em que defendeu um bispo acusado de encobrimento, se apercebeu do seu erro de avaliação e, aceitando umas quantas renúncias, criticou o messianismo, o elitismo e o clericalismo. Ou seja, não chega mudar as pessoas, é preciso mudar a Igreja. Para falar do vendaval que tem varrido a instituição, e que estão finalmente a chegar a Portugal, recebemos António Marujo, jornalista veterano e especializado em temas religiosos. Diretor do site de informação 7 Margens, que se dedica a temas religiosos, passou ainda pelo Expresso, revista Cáritas, Diário de Lisboa e Público. Venceu o Prémio Europeu de Jornalismo Religioso na imprensa não confessional e é autor e co-autor de larga bibliografia sobre a Igreja Católica.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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Sep 26, 2022 • 1h 21min

Cyntia de Paula: porque chegam tantos brasileiros a Portugal?

Sem contar com todos os que se naturalizaram ou os que aqui vivam sem estarem regularizados, há mais de 250 mil brasileiros em Portugal. No total, poderão chegar aos 400 mil. Mais qualificados do que em vagas de migração anteriores, não têm facilidade em encontrar saídas profissionais em Portugal nas suas áreas. Mas, num momento em que setores menos qualificados têm falta de mão de obra, a imigração tende a ser usada para reduzir a pressão sobre os salários, dando força ao discurso xenófobo. Seja como for, este país envelhecido precisa de imigrantes. Sem eles, a nossa segurança social, a nossa pirâmide demográfica e a nossa economia estão condenadas. Sem eles, seríamos um país culturalmente mais pobre e estreito. A uma semana das eleições brasileiras, quando o país de origem desta importante comunidade está politicamente polarizado e vive a possibilidade de pôr fim ao mandato de um populista de extrema-direita, conversamos com Cyntia de Paula, a presidente da Casa do Brasil de Lisboa há cinco anos, uma instituição com décadas de defesa da comunidade brasileira em Portugal. É feminista e ativista pelos direitos dos migrantes, veio para Portugal há 13 anos para fazer o mestrado e doutoramento em psicologia.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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Sep 12, 2022 • 1h 27min

João Costa: porque nos faltam professores?

É neste período de transformação, entre a pandemia e as marcas que deixou em milhares de jovens, que começa mais um ano letivo marcado pelo debate sobre a falta de professores. Seja pelas mudanças na própria sociedade, onde os cursos tradicionalmente ligados ao conhecimento encontram muito mais saídas profissionais, ou de anos de congelamento de carreira e das imagens do professor com a casa às costas à procura de colocação, a profissão parece ter deixado de ser atraente para os jovens. E nunca precisámos tanto que a escola pública estivesse preparada para corrigir os efeitos sociais da pandemia. É neste momento marcante na vida de milhares de crianças e jovens, e com um profundo impacto na vida e futuro do país, que hoje voltamos a receber João Costa, agora como ministro da Educação.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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Jul 18, 2022 • 1h 19min

José Theotónio, CEO do Grupo Pestana: O turismo salva-nos ou condena-nos?

Portugal, longe da guerra e costumeiro refúgio de estabilidade, é um dos países onde o regresso do turismo é mais visível. Porque somos a economia europeia que mais depende dele, a expansão fulgurante do turismo contribuiu para recuperação económica que o país viveu depois da crise financeira e da dívida. O reverso desta dependência é que concentra cada vez mais o escasso investimento empresarial em Portugal, secando oportunidades noutros sectores com maior valor acrescentado e concentra emprego e recursos num sector que não se destaca pela inovação e capacidade salarial. Qual será o futuro do turismo em Portugal e como se destacará? Pela qualidade ou pelo preço baixo? No último episódio antes das férias, conversamos com José Theotónio. Natural de Beja, fez o ensino superior na Universidade Católica, onde deu aulas até à viragem do século. Administrador de várias empresas, foi adjunto do Secretário de Estado das Finanças e Chefe de Gabinete do Secretário de Estado do Turismo durante os governos de Cavaco Silva.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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Jul 4, 2022 • 1h 27min

Ricardo Paes Mamede: Para onde vai a economia depois desta tempestade perfeita?

As principais cadeias de distribuição e produção mundiais continuam a sofrer interrupções e a guerra desencadeou uma crise energética e alimentar de consequências mundiais. Esta tempestade perfeita não podia deixar de ter consequências políticas. Para saber se faz sentido responder com os instrumentos monetários de sempre a uma inflação que é motivada pela guerra e crise alimentar que os juros não podem controlar, e se há respostas económicas que não passem pela contenção salarial, Ricardo Paes Mamede regressa ao Perguntar Não Ofende para nos tentar dar respostas. Doutorado em economia, pela Universidade Bocconi, em Itália, integrou o Conselho Económico e Social entre 2017 e 2020, e é Presidente da Direção do Instituto para as Políticas Públicas e Sociais, do ISCTE. Professor, investigador e comentador, há muito que assume um papel de relevo na divulgação de temas económicos e na desmistificarão de muitas das ideias feitas sobre a economia nacional.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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Jun 13, 2022 • 1h 29min

Pedro Gomes: A sexta-feira será o novo sábado?

Uma semana de trabalho de segunda a quinta-feira. Um fim de semana de três dias. A proposta está longe de ser nova. É prática em algumas empresas, foi proposta do programa Jeremy Corbyn e defendida por Jacinda Ardern. A proposta defendida por Pedro Gomes, economista e professor na Universidade de Birkbeck, tem três pressupostos. Que a sexta-feira e não outro dia qualquer passe a fazer parte do fim de semana. Que seja legislativamente decidido pelo governo e não uma decisão de uma ou outra empresa. E que seja generalizado. Ou seja, que haja uma coordenação no aproveitamento das vantagens da medida. E acredita que esta proposta aparentemente simples representará uma revolução semelhante à permitida pelos cinco dias de trabalho por semana. Que aumentará a produtividade, estimulará o consumo e o crescimento económico, contribuirá para a inovação, reduzirá o desemprego tecnológico, ajudará a aumentar salários e a melhorar a vida da esmagadora maioria das pessoas e dará mais liberdade de escolha a todos. See omnystudio.com/listener for privacy information.
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Jun 1, 2022 • 1h 36min

Teresa Almeida Cravo: Como ganhar a paz?

Se o objetivo da Rússia era a neutralidade da Ucrânia, ela já está em cima da mesa há muito tempo. É difícil negociar com quem não deixa claro os seus objetivos, por mais indecentes que sejam. Está moralmente certo não ceder ao atacante, até por não sabermos onde ele parará. Mas a correção moral levanta um dilema: espera-se que um quinto da população caia na fome por causa desta guerra. O que diremos àqueles que, nos países mais pobres e martirizados por tantas guerras que ignorámos, pagarão por um conflito que nada lhes diz? Neste episódio, para variar, falamos de paz. Dos caminhos, obstáculos e passos para a procurar. E para não variar, falamos da Ucrânia. Teresa Almeida Cravo é doutorada pela Universidade de Cambridge, investigadora do Centro de Estudos Sociais e professora de Relações Internacionais da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. O seu trabalho centra-se em estudos críticos sobre paz e violência, segurança, desenvolvimento, intervencionismo global e política externa. See omnystudio.com/listener for privacy information.

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