Bom dia, Obvious

Marcela Ceribelli
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Nov 15, 2021 • 39min

#120/ os memes vão salvar a internet? Com Victoria Chioccarello

Em narratologia e nos estudos de literatura e roteiro, o alívio cômico é a inclusão de um diálogo, cena ou personagem que quebra situações tensas, como drama ou suspense. Na internet, o alívio cômico é responsabilidade dos memes e das páginas que criam e/ou divulgam eles. Eles tornam o twitter tolerável, o instagram menos chato e viraram quase uma linguagem de amor: quem ama, manda memes. A vida está cheia de coisas que ameaçam nossa dignidade e observe bem como transformá-las em piada é o primeiro passo para transformar o chorar em chorrir - uma tragédia compartilhada em forma de risada faz a gente se sentir menos sozinho nessa vida cheia de armadilhas para a melancolia. O impacto cultural na cultura é tão grande que se colocarmos uma pessoa da geração z para falar sobre os últimos memes com uma pessoa que está fora da internet, podem parecer duas línguas diferentes, o que também transforma em um status social: eu vi primeiro, esse meme eu já deu, eu sou mais memezeiro que você. Preguiça, mas em tempos em que a internet se une para entender quem vai ser o destruído do dia, que o jogo da ostentação e inveja sustentam a angústia pós scroll, a grande dúvida aqui é: seriam os memes os botes salva-vidas do mundo digital? Bom Dia, Obvious! Hoje, Marcela Ceribelli, CEO e diretora criativa na Obvious, conversa com a estrategista de conteúdo na Melted videos, Victoria Chioccarello.
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Nov 8, 2021 • 48min

#119/ quando a zona de conforto fica desconfortável, com Stephanie Noelle

Em seu primeiro significado, a zona de conforto se referia à faixa de temperatura, entre 22 e 24 graus, na qual as pessoas não estavam nem com frio e nem com calor. Hoje, quando falamos sobre essa mesma expressão, geralmente ela vem com um tom pejorativo, diz inclusive que a vida é o que acontece quando você sai da zona de conforto. Mas por que colocamos essa carga tão negativa em algo que pode nos trazer tanta paz pro coração e para as relações? Alerta vermelho pra positividade tóxica aqui. Se estamos a quase dois anos totalmente desconfortáveis, nesse momento, algum conforto é mais que bem vindo, por isso, cuidado para não cair nas armadilhas que te fazem achar que a vida precisa ser uma sequência de aventuras. O que acontece quando essa zona deixa de ser tão confortável quanto foi um dia, e nesses casos, temos duas opç˜ões: Ou prolongar fingindo que certa situação está tão legal quanto foi um dia, ou assumir que chegou a hora de dar uma bela mexida na vida. Bom dia, obvious! Hoje, Marcela Ceribelli, CEO e diretora criativa na Obvious.cc, conversa com a comunicadora e criadora de conteúdo Stephanie Noelle.
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Nov 1, 2021 • 49min

#118/ a valsa da pressão estética, Com Maristela Mattos

Se nos aventurarmos a navegar pela linha do tempo sobre mulheres e padrão estético na última década, a sensação é de que poderíamos estar jogando um daqueles clássicos brinquedos de shopping: enquanto você bate em um monstro e acaba com ele, um outro surge à sua esquerda. Martelando este, aparece um novo logo a direita e assim sucessivamente. Nem com a metade da diversão mas possivelmente com a mesma intensidade de emoção, enquanto discutíamos sobre o fim do uso de photoshop em campanhas publicitárias, cinco amigos israelenses criavam a multimilionária empresa facetune. Veja só: se queríamos eliminar a chance de vermos celebridades com aparências falsas, agora todo mundo poderia ver uma versão falsa de si mesmo. E se achávamos que o Instagram era a rede social mais tóxica para os jovens, no paralelo perdemos de vista que o tik tok vinha com tudo com seus vídeos nocivos sobre rotinas para ser aquela garota. A real é que é difícil se "des-ver" uma vez que você se enxerga com os efeitos dos filtros e é um exercício forte tentar se blindar dos efeitos da comparação nas redes sociais. Não pode ser coincidência que desde 2010, ano de surgimento do instagram, o número de cirurgias estéticas nos mais jovens subiu 140%. Me conta, o que as redes sociais te ensinaram a detestar sobre o seu corpo? Bom Dia, Obvious! Hoje, Marcela Ceribelli, CEO e diretora criativa na Obvious e conversa com a diretora Maristela Mattos.
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Oct 25, 2021 • 51min

#117/ e se eu não for monogâmica? com Mayumi Sato

Desde muito novas recebemos por todos os lados a mensagem de que, quando encontrarmos nosso verdadeiro amor, seremos enfim felizes. Esse amor sempre no singular: a alma gêmea, o amor da sua vida, o príncipe encantado. Se por um lado esse amor exclusivo e romântico fala sobre para sempre, por outro temos o dado de que batemos o recorde em divórcios no Brasil no ano passado. Traições são ao mesmo tempo o pesadelo das relações e uma das principais causas de separação. Mesmo sabendo disso, a reação mais comum quando falamos sobre relações não monogâmicas é a clássica "eu não aguentaria, morreria de ciúmes". Mas as relações monogâmicas estão livres de ciúmes? Será que é melhor lidar com o incômodo da certeza de que o outro não está só com você, mas está sendo honesto sobre isso, ou com a desconfiança de que talvez ele esteja com outras pessoas e mentindo pra você? O que define a verdadeira traição? A não monogamia realmente não é pra todo mundo. Mas a monogamia também não. Relações abertas ou não, talvez tenha chegado a hora deixar de lado a ideia romântica do casamento que persiste há 250 anos no Ocidente: que o ser perfeito é aquele que consegue atender a todas as nossas necessidades e satisfazer todos os nossos desejos por toda a vida. Bom Dia, Obvious! Hoje, Marcela Ceribelli, CEO e diretora criativa na Obvious, conversa com a empresária, colunista e podcaster Mayumi Sato.
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Oct 18, 2021 • 41min

#116/ fracassando com gosto, com Silvio Rodrigues

Se você não for ao baile, nunca será rejeitado, mas também nunca poderá dançar. É com uma das minhas frases favoritas da escritora Maeve Binchy que abro o programa de hoje lembrando que só não fracassa quem não se arrisca. E quem não arrisca, também não se diverte. Mas para além de danças e decepções que nos tornam quem somos tanto quanto sonhos que se realizam, muitas vezes os fracassos ensinam mais que as vitórias. Assim como críticas podem dar mais vontade de evoluir que elogios. A positividade tóxica é persistente em nos fazer acreditar que tudo vai dar certo sempre. "Basta querer" - Será mesmo? Até porque as vezes o melhor que pode acontecer é dar errado mesmo. Muitos ganhos vêm fantasiados de perdas porque não raras vezes as grandes lições são fruto de dores que podem até parecer o fim da linha. Seja um relacionamento que deu errado, um projeto que não foi pra frente, uma apresentação que foi um desastre: será que a temperatura de sucesso está sendo medida pelo quanto você está feliz ou pelo quanto você está aparentando estar ganhando no jogo da vida para os outros? Como diz o meu convidado de hoje: fracasse, a vida não é um portfólio. Bom Dia, Obvious! Hoje, Marcela Ceribelli, CEO e diretora criativa na Obvious conversa com Silvio Rodrigues, idealizador e estilista da Fracasse.
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Oct 11, 2021 • 42min

#115/ encontrando uma atividade para amar, com Juliana Costa Pereira e Olivia Amsler

Algumas chamam de meditação ativa, outras de chapar de endorfina. O que importa é que, quando você realmente encontra uma atividade para amar, a última coisa que você vai chamar é de sacrifício. "Socorro, então eu vim com defeito de fábrica, Marcela!". Calma, te peço por um voto de confiança aqui: nem sempre é um caminho fácil encontrar um exercício para chamar de seu, ainda mais com todas as barreiras que existem para as mulheres no esporte. Mas o corpo e, mais importante, a mente, agradecem se você insistir na busca implacável por esse ritual de autoamor. Falando em amor, nem sempre o esporte pára quando enfim tiramos o top: muitas vezes ressignificamos nossa relação com o trabalho, conhecemos pessoas que mudam nossas vidas e percebemos que dali saiu bem mais que suor. Se permitir ter momentos em que a sua saúde é prioridade número um e ousar não ser produtiva profissionalmente por algumas horas, é gritar de volta para uma sociedade que nos faz acreditar que somos apenas o nosso trabalho. Hoje, eu escolho cuidar de mim. Nem que seja por 30 minutinhos. Bom Dia, Obvious! Hoje, Marcela Ceribelli, CEO e diretora criativa na Obvious, conversa com as ciclistas e também publicitária, Juliana Costa Pereirae a também arquiteta Olivia Amsler.
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Oct 4, 2021 • 43min

#114/ tá todo mundo exausto, com Patrick Hanser e Andrea Giusti

Para o coreano Byung-chul Han, excesso de positividade e produtividade são causas para o cansaço geral da população. Em seu livro A Sociedade do Cansaço, ele explora como nesse cenário estamos sempre fadadas a estar em falta. Se não for com a família, com o trabalho. Se não for com projetos pessoais, com os relacionamentos. Na tentativa de equilibrar esses pratos enquanto caímos nas falácias de produtividade tóxica, transformamos as 24h no dia em momentos possíveis de monetização, nos proibindo de tempos que poderiam ser considerados como inúteis. O caminho do trabalho precisa ser para aprender algo novo, o almoço precisa ser junto a responder emails e, para aqueles que caíram na violência da crença de "trabalhe enquanto eles dormem", até as necessidades básicas entraram em jogo. Mas no final do dia, estamos otimizando o tempo para o que? O que fazemos com o tempo que sobra? Sobra algum tempo? O ócio, o tédio, a solidão e a contemplação se tornaram crimes. O descanso, que deveria ser direito, uma recompensa. Será que realmente não dá tempo de fazer tudo ou esse "tudo" que você quer cumprir apenas não cabe nas horas disponíveis em um dia? Talvez o problema não seja a falta de tempo, e sim, a dinâmica de autoexploração e performance. Você também está exausta? Acho que todo mundo está exausto. Bom Dia, Obvious! Hoje, Marcela Ceribelli, CEO e diretora criativa na Obvious, conversa com a equipe do documentário A Sociedade do Cansaço: o diretor Patrick Hanser e a produtora Andrea Giusti.
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Sep 27, 2021 • 44min

#113/ burnout empático: o que é meu e o que é do outro? Com Carolina Nalon

Você acorda e, com o olho ainda semiaberto, olha palavras que formam frases no Twitter. É inacreditável que isso esteja acontecendo. Tem gente que realmente não vai se vacinar???? Talvez as notícias ocupem a tela enquanto você toma o café da manhã, ou talvez o feed do instagram sirva como seu despertador. Na sequência, o café é digerido junto com sua central de problemas particular. Afinal, como não ser a amiga que está sempre disponível, a filha que está sempre disposta, a parceira que nunca nega ajuda? A recompensa vem ao ouvir que você é generosa, que está sempre por perto, que tem o melhor dos ombros. Caramba, como ela sabe se colocar no lugar dos outros. Caramba, não são nem 9 da manhã, você já está emocionalmente exausta e lá no fundo se pergunta se uma soneca resolveria essa sensação. Sem dúvida, a empatia é das qualidades mais admiráveis e é essencial para relações saudáveis. Porém se cada um de nós carrega uma mochila emocional, cada problema do outro que se torna seu ocupa um espaço e, eventualmente, essa bagagem pode passar do limite permitido pelo corpo. Você sabe dizer qual é seu o limite? Será que já passou dele? Bom dia, Obvious! Hoje, Marcela Ceribelli, CEO e diretora criativa na Obvious, conversa sobre burnout empático com a especialista em Comunicação Não Violenta Carolina Nalon.// link para o podcast: Fala, Emancipade
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Sep 20, 2021 • 44min

#112/ saudável online, doente offline? com Jojoca

Afirmar que a nossa saúde mental está sendo diretamente prejudicada pela relação com as redes chega a ser tão óbvio e batido que como bons brasileiros que somos já transformamos em meme. Fora dos stories ninguém está tão bem mesmo, mas não é sobre isso. Pelo menos não apenas sobre isso que vamos debater hoje. Quando falamos sobre vida ativa, saudável, fitness, como você preferir chamar, existe um enorme abismo entre o que é apresentado nas redes versus aquilo que verdadeiramente importa fora delas. E antes que pareça aqui uma revolta pessoal com as influenciadoras fitness, apesar de que poderia também ser, te trago dados da Universidade de Glasgow. Após analisar perfis com foco em dieta e condicionamento físico populares no Reino Unido, concluiu-se que oito em cada nove deles dão maus conselhos a seus seguidores. Os critérios de avaliação eram se as informações passadas por cada um deles eram transparentes, confiáveis, nutricionalmente sólidas e se possuíam referências baseadas em evidências. Fake news low carb, poderíamos dizer. Mas a consequência disso não tem nada de "low": entramos em um efeito paradoxal em que apesar de vivermos a ilusão de termos muitas escolhas, a corrida pela relevância e um algoritmo que aparenta ter uma agenda própri nos deixam com poucas opções viáveis do que acreditar. Entre jejuns de comida, detox das telas e publi shows, quem está verdadeiramente bem nos stories e fora deles? Bom Dia, Obvious! Hoje, @marcelaceribelli, CEO e diretora criativa na Obvious, conversa com a criadora de conteúdo @jojoca ❤ Link para o podcast: Prazer, Renata
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Sep 13, 2021 • 48min

#111/ o vazio de um ghosting, com Natalia Timerman

O Desejo nasce do vazio, nós precisamos de algo não correspondido, algo não preenchido, algo não garantido, para conseguir se manter desejante, para conseguir sustentar esse lugar. Desejo realizado é desejo morto. Precisamos do vazio pra reinaugurar desejos e isso faz a gente pulsar, faz a gente se movimentar. Muitas relações que nós vivemos, tem adrenalina, né? O jogo, o liga, não liga, meu Deus! Quando você percebe, já tá sonhando algo com aquela pessoa....mas e se você chegar no lugar do amor tranquilo, você sustenta? ou você fica entediada? nós sabemos que todo o fim é um tipo de luto, mas a fossa de um amor não vivido, é maior do que aquele que assistimos aos poucos chegando ao fim. Bom dia, obvious! Hoje, Marcela Ceribelli, CEO e diretora criativa da obvious, conversa com a psicanalista e autora do primeiro livro do clube do livro da obvious, Copo Vazio.

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