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Feb 19, 2020 • 1h 34min

#81 Joel Pinheiro da Fonseca - Compreender o Brasil: os erros dos governos do PT, a reacção ultra-conservadora e o papel das redes sociais

Joel Pinheiro da Fonseca é um economista e filósofo brasileiro, e uma presença frequente nos media do Brasil, com colunas de opinião no jornal Folha de S.Paulo e na revista Exame. Para além disso, tem um canal de Youtube onde se notabilizou pela análise regular à política brasileira.  -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Depois de acompanhar as opiniões do Joel durante algum tempo, fui-me apercebendo de que pensamos de forma muito similar, e por isso decidi convidá-lo para o podcast, para tentar compreender melhor o Brasil dos últimos anos. Se bem se lembram, conversei também sobre este tema aqui há uns meses, no episódio #70, com Cláudio Couto, cientista político, mas o tema ficou, obviamente, muito longe de ser esgotado. No actual ambiente polarizado que se vive no Brasil, o Joel distingue-se desde logo por se afirmar como liberal, o que significa que não é próximo nem dos governos do PT nem, muito menos, do actual Governo Bolsonaro. E, na minha opinião, distingue-se também por problematizar a política brasileira de uma forma que é simultaneamente rigorosa e muito original (dois atributos que, como sabe qualquer pessoa que lê colunas de opinião, parecem muitas vezes ser mutuamente exclusivos).  Durante a nossa conversa, percorremos uma série de aspectos que explicam as mudanças recentes na política brasileira. No episódio que gravei com o Cláudio Couto, comecei por lhe perguntar como chegámos aqui, isto é, o que correu mal para que alguém como Bolsonaro tenha sido eleito? E foi essa mesma pergunta que comecei por fazer também ao Joel; o que nos levou a discutir os erros dos governos do PT em relação à economia, desde a abertura aos mercados internacionais às políticas de educação. Olhando para o futuro, falámos sobre o governo Bolsonaro e o que se pode esperar, em particular, em termos de políticas económicas (visto que as políticas sociais são já hoje muito claras) (A propósito, queria corrigir um lapso: a capa da revista The Economist de que falamos a certo ponto não é de 2013 mas sim de 2009). De seguida, falámos de mudanças mais profundas, como a reacção conservadora que se vive no Brasil e perda de confiança dos cidadãos nas instituições e na Democracia. Estes são aspectos com um impacto bem mais profundo do que as flutuações da economia na opinião dos eleitores, até porque tocam em algo muito mais fundamental: a identidade. O impacto destes factores na mudança política que levou Bolsonaro ao poder tem aspectos que são particulares ao Brasil mas insere-se numa tendência transversal à ascensão de movimentos populistas, sobretudo de extrema-direita, nas democracias ocidentais.  Um aspecto com um impacto inegável na perda de confiança dos cidadãos nas instituições é a ‘desintermediação’ provocada pelo surgimento das redes sociais. No Brasil, destaca-se em particular o papel do Whatsapp, que passou, para muitas pessoas, a ser o único meio de obtenção de ‘informação’, transmitida por amigos e conhecidos; informação não-filtrada, claro, e que fechou as vias de informação tradicionais dos jornais e mesmo da televisão. Isto explica -- ou ajuda a explicar -- porque é que há hoje no Brasil (como nos EUA ) um movimento (com peso suficiente para dar que falar) de pessoas que afirmam acreditar que a Terra é plana... Discutimos, em particular, da ascensão dos movimentos populistas de direita. Aliás, falámos também do caso português (onde já temos um partido do género no Parlamento, que eu, quando gravámos, hesitei em qualificar como de ‘extrema’-direita -- mas isto, note-se, foi antes daquele comentário racista de há umas semanas...). Mesmo sobre o final do episódio, tivemos tempo ainda para falar um pouco sobre os desafios do liberalismo quer no Brasil quer em Portugal.   Ligações do convidado Canal de Youtube Coluna no jornal Folha de São Paulo Coluna na revista Exame Twitter Índice da conversa: Como chegámos aqui? O que correu mal para que tenha sido eleito alguém como Bolsonaro? Os erros em políticas económicas dos governos PT  Necessidade de abertura e liberalização da economia brasileira “Houve quem tivesse criticado o rumo da economia durante a bonança? Capa da revista The Economist Políticas de Educação Pr. Fernando Henrique Cardoso Olavo de Carvalho Secretário da Cultura (Ministro) brasileiro que copiou discurso de Goebbels Paulo Guedes (Ministro das Finanças de Bolsonaro) A perda de confiança dos cidadãos nas instituições, o novo populismo de Extrema-Direita e o papel das Redes Sociais Ensaio do convidado O papel da Identidade Vaga conservadora Tyler Cowen (economista americano) e o papel do estatuto social Os políticos fantasiados de cavaleiro medieval (cruzados) “A Democracia gera, inevitavelmente, uma certa fadiga nas pessoas com um processo que vêem como sujo e demorado?” Paper Latinobarómetro - Satisfação com a Democracia A aversão às Elites O futuro do Liberalismo no Brasil Pr. Fernando Collor de Mello “Pro market, not pro business” Livro recomendado: , de Jonathan Haidt    Esta conversa foi editada por: Martim Cunha Rego Obrigado aos mecenas do podcast:   Gustavo Pimenta; Eduardo Correia de Matos, Joana Monteiro   Carlos Martins, Corto Lemos, Joana Faria Alves, João Baltazar, Mafalda Lopes da Costa, Rogério Jorge, Salvador Cunha, Tiago Leite, Rui Oliveira Gomes     Abilio Silva, António Padilha, Carmen Camacho, Daniel Correia, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, Helder Miranda, Joao Saro, João Nelas, Mafalda Pratas, Rafael Melo, Rafael Santos, Ricardo Duarte, Rita Mateus, Tiago Neves Paixão, Tiago Queiroz, Tomás Costa, José Soveral, João Almeida, André Oliveira, João Silveira, Miguel Cabedo e Vasconcelos, Joao Salvado, José Jesus, Filipa Branco, Ana Sousa Amorim Duarte, Filipe Ribeiro, Francisco Aguiar , Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Francisco Vasconcelos, Henrique Lopes Valença, Henrique Pedro, Hugo Correia, isosamep, Joana Margarida Alves Martins, Joao Diogo, Joao Pinto, Jose Pedroso, José Galinha, José Oliveira Pratas, JosÉ Proença, JoÃo Diogo Silva, JoÃo Moreira, JoÃo Raimundo, Luis Ferreira, Luis Marques, Luis Quelhas Valente, Marco Coelho, Mariana Barosa, Marise Almeida, Marta Baptista Coelho, Marta Madeira, Miguel Coimbra, Miguel Palhas, Nuno Gonçalves, Nuno Nogueira, Pedro, Pedro alagoa, Pedro Rebelo, Pedro Vaz, Renato Vasconcelos, Ricardo Delgadinho, rodrigo brazÃo, Rui Baldaia, Rui Carrilho, Rui Passos Rocha, Telmo, Tiago Costa da Rocha, Tiago Pires, Tomás Félix, Vasco Lima, Vasco Sá Pinto, Vitor Filipe, Ricardo Nogueira, Alexandre Almeida, Francisco Arantes, João Crispim, Paulo dos Santos, Élio Mateus, André Peralta Santos, João Pinho, Paulo Fuentez, Simão Morais, Andrea Grosso, Robertt, Fonsini, João Barbosa, Jose António Moreira, Luís Pereira, João Martins, Sérgio Catalão, Vasco Faden Araujo, João Castanheira, Cátia Prudêncio, Telmo Damião, Gerson Castro, Rodrigo Murteira Pedrosa, Alexandre Freitas, Andreia Esteves, Renato Mendes, Carlos Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, Tomás Santos, Antonio Albuquerque, Natália Ribeiro, Pedro F. Finisterra, Francisco Santos, João M. Bastos, Rita Branco, Inês Grosa, Lara Pimentel, Natália Ribeiro, Joana Antunes, Lara Luís Bio: Joel Pinheiro da Fonseca é formado em Economia (Insper) e em Filosofia (USP), e mestre em Filosofia também pela USP. Trabalha como escritor, palestrante, editor de uma publicação semestral de filosofia e arte e integrou o elenco do programa de rádio Jovem Pan 3 em 1. É colunista do jornal Folha de S.Paulo e da revista Exame.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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Feb 5, 2020 • 1h 47min

#80 Sandra Marques Pereira - Da evolução da casa e da sociedade no sec XX ao 'boom' imobiliário em Lisboa e Porto

Sandra Marques Pereira é doutorada em Sociologia pelo ISCTE-IUL, e investiga sobretudo questões relacionadas com Modos de Habitar, evolução da sociedade, arquitectura residencial e também Políticas Públicas de Habitação -- aliás, a Sandra tem tido nos últimos anos uma voz activa no debate em torno das políticas públicas de habitação, sobretudo na cidade de Lisboa.  -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar A investigação da convidada segue uma abordagem original, que passa por estudar as transformações da sociedade através da habitação, olhando para a forma como se têm alterado quer a estrutura das casas quer o uso que fazemos delas.  Surpreendeu-me imenso, ao preparar este episódio, a quantidade de informação que se consegue para extrair da evolução da casa em relação às transformações que foram acontecendo ao nível da cultura, da demografia, da estrutura económica e, até, da organização política da sociedade.  Durante a conversa, começámos por fazer uma viagem por esta “Sociologia da Habitação”, percorrendo uma série de alterações que se deram na estrutura das casas e da sociedade ao longo do século XX, sobretudo a partir do Estado Novo. Acabámos por falar mais de Lisboa, porque é a cidade que a investigadora conhece melhor, mas passámos também pelo Porto e pelo campo, e... de resto, a cultura da época que a convidada descreve era semelhante em todo o país.  À medida que a conversa nos foi trazendo para os nossos dias, fomos dar inevitavelmente a um tema incontornável: os desafios actuais do preço da habitação nas grandes cidades, Lisboa e Porto, em que a tendência de redescoberta do Centro Histórico, ainda recente, se cruzou com o enorme aumento dos preços das casas que se tem verificado nos últimos anos.  Este é um tema complexo, e que ainda fará correr muita tinta, até porque é um caso típico em que os benefícios e os custos afectam muita gente, mas de forma diferente, em em que resolver ao mesmo tempo os desafios do curto e do longo-prazo não é nada fácil.  Para dar algum contexto, o que se passa é que desde 2016 que os preços nas grandes cidades têm vindo a subir vertiginosamente, a reboque de um círculo virtuoso - ou vicioso, dependendo de a quem perguntarmos - que se gerou entre o aumento maciço do turismo e o influxo de investimento estrangeiro, que chegou atraído sobretudo pelos vistos gold e pelos benefícios fiscais atribuídos a residentes estrangeiros, e que fez estas cidades entrarem no mercado global de imobiliário.  Durante este último trecho da conversa, tentei destrinçar as diferentes causas deste fenómeno, e, ao mesmo tempo, ouvir as soluções da convidada para resolver o problema de assegurar habitação acessível aos locais sem, ao mesmo tempo, como se costuma dizer, ‘deitar fora o bebé com a água do banho’.   Informação de contexto Livro da convidada ‘Casa e Mudança Social’ Índice da conversa: Descrição da área de estudo da convidada (Sociologia Urbana e da habitação; Modos de habitar) Evolução histórica da Habitação e dos Modos de Habitar em Portugal Arquitectura do Estado Novo (em particular em Lisboa) Gaioleiros Porto Ilhas do Porto Arquitecto Fernando Távora Aldeias, Bairros de lata Movimento Arquitectura Moderna Livro , de José Mattoso  Livro , de Bill Bryson  Evolução da casa e dos modo de habitar: causas Tecnologia, economia e mudanças culturais Casas populares na periferia das cidades Quarteirões Filme recomendado: Una giornata particolare (1977) O papel da história de vida e da personalidade no tipo de casa que escolhemos para viver. Lofts da Av. 24 julho em Lisboa Filme ‘Nove Semanas e Meia’ Filme ‘Flashdance’ Desafios da Lisboa actual - habitação acessível e uma cidade equilibrada A evolução do Centro Histórico ao longo das décadas Arq. Manuel Salgado Aumento generalizado dos preços pós-2014 Gentrificação Displacement: directo e indirecto Turismo Entrada de Lisboa nos mercados financeiros globais O fenómeno actual da enorme diferença de preços entre as grandes cidades e o resto do país Estudo Deloitte sobre o mercado europeu Imovirtual - Europe's Most Expensive HousingPolíticas públicas - que medidas tomar para resolver o problema?  Políticas públicas - que medidas tomar para resolver o problema? Esta conversa foi editada por: Martim Cunha Rego Obrigado aos mecenas do podcast:   Gustavo Pimenta; Eduardo Correia de Matos, Joana Monteiro Carlos Martins, Corto Lemos, Joana Faria Alves, João Baltazar, Mafalda Lopes da Costa, Rogério Jorge, Salvador Cunha, Tiago Leite, Rui Oliveira Gomes Abilio Silva, António Padilha, Carmen Camacho, Daniel Correia, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, Helder Miranda, Joao Saro, João Nelas, Mafalda Pratas, Rafael Melo, Rafael Santos, Ricardo Duarte, Rita Mateus, Tiago Neves Paixão, Tiago Queiroz, Tomás Costa, José Soveral, João Almeida, André Oliveira, João Silveira, Miguel Cabedo e Vasconcelos, Joao Salvado, José Jesus, Filipa Branco, Ana Sousa Amorim Duarte, Filipe Ribeiro, Francisco Aguiar , Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Francisco Vasconcelos, Henrique Lopes Valença, Henrique Pedro, Hugo Correia, isosamep, Joana Margarida Alves Martins, Joao Diogo, Joao Pinto, Jose Pedroso, José Galinha, José Oliveira Pratas, JosÉ Proença, JoÃo Diogo Silva, JoÃo Moreira, JoÃo Raimundo, Luis Ferreira, Luis Marques, Luis Quelhas Valente, Marco Coelho, Mariana Barosa, Marise Almeida, Marta Baptista Coelho, Marta Madeira, Miguel Coimbra, Miguel Palhas, Nuno Gonçalves, Nuno Nogueira, Pedro, Pedro alagoa, Pedro Rebelo, Pedro Vaz, Renato Vasconcelos, Ricardo Delgadinho, rodrigo brazÃo, Rui Baldaia, Rui Carrilho, Rui Passos Rocha, Telmo, Tiago Costa da Rocha, Tiago Pires, Tomás Félix, Vasco Lima, Vasco Sá Pinto, Vitor Filipe, Ricardo Nogueira, Alexandre Almeida, Francisco Arantes, João Crispim, Paulo dos Santos, Élio Mateus, André Peralta Santos, João Pinho, Paulo Fuentez, Simão Morais, Andrea Grosso, Robertt, Fonsini, João Barbosa, Jose António Moreira, Luís Pereira, João Martins, Sérgio Catalão, Vasco Faden Araujo, João Castanheira, Cátia Prudêncio, Telmo Damião, Gerson Castro, Rodrigo Murteira Pedrosa, Alexandre Freitas, Andreia Esteves, Renato Mendes, Carlos Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, Tomás Santos, Antonio Albuquerque, Natália Ribeiro, Pedro F. Finisterra, Francisco Santos, João M. Bastos, Rita Branco, Inês Grosa, Lara Pimentel         Bio: Sandra Marques Pereira é doutorada em Sociologia pelo ISCTE (2010). Presentemente é investigadora do DINÂMIA'CET-ISCTE'IUL/ Grupo de Pesquisa Cidades e Territórios e professora assistente convidada do Mestrado Integrado do ISCTE (ISCTE-IUL), Doutoramento Arquitectura dos Territórios Metropolitanos Contemporâneos (ISCTE-IUL) e Mestrado e Estudos Urbanos (FCSH-Universidade Nova/ ISCTE-IUL). As suas áreas de investigação são: habitação, mercado imobiliário, políticas públicas de habitação, modos de habitar e modelos habitacionais urbanos, trajectórias residenciais, transformações urbanas. Co-coordenadora do WG Southern European Housing do European Network for Housing Research/ENHR. Foi investigadora convidada do Institut National d'études Démographiques/ INED - Paris e membro de vários projectos FCT centrados sobre o tema da habitação. Autora de várias publicações nacionais e internacionais e vencedora de dois prémios para melhor tese de doutoramento (IHRU 2011 e André Jordan 2012) e de um prémio científico ISCTE-IUL no ano 2017. Coordenadora e membro da organização de vários eventos de divulgação científica de âmbito internacional. O seu trabalho tem acentuado a interdisciplinaridade, sobretudo com a área de arquitectura: co-orientação de teses, ensino e formação em contexto nacional e internacional, conferências e projectos de investigação.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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Jan 22, 2020 • 1h 27min

#79 Luana Cunha Ferreira - A psicologia das relações amorosas: intimidade, atracção e os desafios actuais

Luana Cunha Ferreira é psicóloga clínica, investigadora, doutorada em Psicologia da Família e professora  na Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa. Desenvolve investigação sobre intimidade e desejo dos casais portugueses, assim como nas temáticas da parentalidade, resiliência, migrações e psicoterapia. Simultaneamente, dedica-se no consultório à terapia familiar e de casal. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Este tema é ao mesmo tempo interessante, pelo que permite compreender da psicologia humana, e relevante para...qualquer homo sapiens não celibatário. Ao mesmo tempo, porém, é extraordinariamente difícil chegar a conclusões muito nítidas, uma vez que há poucas coisas simultaneamente tão complexas e variáveis como a realidade das relações dos casais. Apesar desta limitação, há muito que descascar neste tema. Por um lado, a natureza humana, dos ímpetos às emoções -- essa sim possível de identificar apesar da variação entre indivíduos, e que tem aqui uma influência óbvia. Por outro lado, o modo como as nossas crenças e vontades hoje em dia (de liberdade, de igualdade, de intimidade) criam novas dificuldades nas relações e obrigam a repensar caso-a-caso os modelos que antes tomávamos por adquiridos. Durante a conversa, percorremos uma série de tópicos, de maneira livre, de tal forma que tive alguma dificuldade quer neste resumo quer, sobretudo, em dar um título ao episódio. Espero que gostem. Informação de contexto Página pessoal da convidada Terapia sistémica Índice da conversa: Experiência clínica da convidada; tipo de casos mais comuns David Schnarch Diferenciação do Self “A ‘compatibilidade’ entre pessoas é um mito?” Os ciúmes Papéis de género e parentalidade Atracção “Nunca fomos tão liberais como hoje, mas será que temos uma relação menos natural com o sexo?” Homoparentalidade Jorge Gato Poliamor Daniel Cardoso ‘Monogamish’ Dan Savage Novos modelos Realização, pertença, desejo  O ‘paradoxo da liberdade’ Esther Perel Quando o modelo-standard já não funciona: desafios das relações actuais “O que têm de diferente as relações felizes?” Evolução da taxa de divórcio Comparação com outros países europeus Divórcio “Por que traímos?” Relações felizes: entre a moral e o desejo de intimidade, e a importância de reconhecer realisticamente os nossos instintos Em Defesa do Erotismo, de Ana Alexandra Carvalheira  Alternativas sistêmicas: Bem Viver, decrescimento, comuns, ecofeminismo, direitos da Mãe Terra e desglobalização Livros recomendados   Esta conversa foi editada por: Martim Cunha Rego Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; Eduardo Correia de Matos Joana Faria Alves, Joao Manzarra, João Baltazar, Mafalda Lopes da Costa, Salvador Cunha, Tiago Leite, Duarte Dória, Carlos Martins, Rui Oliveira Gomes, Corto Lemos, Rogério Jorge Abilio Silva, António Padilha, Carmen Camacho, Daniel Correia, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, Helder Miranda, Joao Saro, João Nelas, Mafalda Pratas, Rafael Melo, Rafael Santos, Ricardo Duarte, Rita Mateus, Tiago Neves Paixão, Tiago Queiroz, Tomás Costa, José Soveral, João Almeida, André Oliveira, João Silveira, Miguel Cabedo e Vasconcelos, Joao Salvado, José Jesus, Filipa Branco, Ana Sousa Amorim Duarte, Filipe Ribeiro, Francisco Aguiar , Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Francisco Vasconcelos, Henrique Lopes Valença, Henrique Pedro, Hugo Correia, isosamep, Joana Margarida Alves Martins, Joao Diogo, Joao Pinto, Jose Pedroso, José Galinha, José Oliveira Pratas, JosÉ Proença, JoÃo Diogo Silva, JoÃo Moreira, JoÃo Raimundo, Luis Ferreira, Luis Marques, Luis Quelhas Valente, Marco Coelho, Mariana Barosa, Marise Almeida, Marta Baptista Coelho, Marta Madeira, Miguel Coimbra, Miguel Palhas, Nuno Gonçalves, Nuno Nogueira, Pedro, Pedro alagoa, Pedro Rebelo, Pedro Vaz, Renato Vasconcelos, Ricardo Delgadinho, rodrigo brazÃo, Rui Baldaia, Rui Carrilho, Rui Passos Rocha, Telmo, Tiago Costa da Rocha, Tiago Pires, Tomás Félix, Vasco Lima, Vasco Sá Pinto, Vitor Filipe, Ricardo Nogueira, Alexandre Almeida, Francisco Arantes, João Crispim, Paulo dos Santos, Élio Mateus, André Peralta Santos, João Pinho, Paulo Fuentez, Simão Morais, Andrea Grosso, Robertt, Fonsini, João Barbosa, Jose António Moreira, Luís Pereira, João Martins, Sérgio Catalão, Vasco Faden Araujo, João Castanheira, Cátia Prudêncio, Telmo Damião, Gerson Castro, Rodrigo Murteira Pedrosa, Alexandre Freitas, Andreia Esteves, Renato Mendes, Carlos Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, Tomás Santos, Antonio Albuquerque, Natália Ribeiro, Pedro F. Finisterra, Francisco Santos, João M. Bastos, Rita Branco Bio: Psicóloga clínica, Doutorada em Psicologia da Família (FPUL-FPCEUC), Professora Auxiliar Convidada na Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa. Desenvolve investigação sobre intimidade e desejo dos casais portugueses, assim como nas temáticas da parentalidade, resiliência, migrações e psicoterapia. Iniciou o percurso profissional no Centro de apoio Familiar e Aconselhamento Parental (Associação Nós), no âmbito da formação parental e promoção da parentalidade positiva, e faz clínica individual, conjugal e familiar desde 2008, em contexto institucional e privado. É autora de diversos artigos científicos em revistas com revisão de pares internacionais, tendo colabora com equipas de investigação na Universidade de Manchester e City College New York. Tem formação em Terapia Familiar pela Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar. Possui CAP-CCP. Consultora em Metodologias Qualitativas. Especialista em Psicologia Clínica pela Ordem dos Psicólogos Portugueses e orientadora de estágios. Sócia fundadora da Casa Estrela do Mar.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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Jan 8, 2020 • 1h 29min

#78 Pedro Morgado - Doenças psiquiátricas: causas, tratamento e os mistérios que persistem

Pedro Morgado é médico psiquiatra, professor, também nas áreas de Neuronatomia e Comunicação Clínica, na Escola de Medicina da Universidade do Minho, da qual é também Vice-Presidente. Tem também prática clínica no Hospital de Braga e no Centro de Medicina Digital P5.  -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar A Saúde Mental é, na verdade, um tema que já tardava no podcast. E, aliás, hei-de voltar a ele no futuro.  Nesta conversa escolhi o Pedro por ser psiquiatra, com experiência quer de investigação quer de prática clínica. Por isso falámos sobretudo de doenças psiquiátricas (que não esgotam minimamente o âmbito da Saúde Mental) e sobretudo sob a perspectiva da medicina. Hei-de voltar ao tema no futuro com a perspectiva de alguém de psicologia clínica. Foi um episódio em que aprendi imenso -- o Pedro não só sabe do que fala como é um óptimo comunicador. Durante a conversa, percorremos as principais doenças, falámos do eterno debate entre as causas biológicas e as psicológicas / sociais e ainda tivemos tempo para uma discussão mais livre sobre o que explica o facto quer de Portugal ser um dos países europeus com maior prevalência de doenças mentais quer o facto de termos um perfil de doenças mais e menos comuns muito diferente dos países vizinhos. Já sabem que podem encontrar um índice dos tópicos abordados e ainda leituras adicionais na descrição do episódio.    Temas abordados durante a conversa: Saúde mental e Doenças Psiquiátricas Depressão Causas: biológicas / físicas vs psicológicas & sociais Tratamentos Físicos Eletroconvulsoterapia Psicoterapia Cognitivo-comportamental Psicodinâmicas / Psicanálise Doenças cujas causas biológicas surgem muito antes dos sintomas (e.g. esquizofrenia)  TED talk: Thomas Insel: Toward a new understanding of mental illness Perturbação obsessiva-compulsiva (POC), uma “doença negligenciada” Taxonomia das doenças psiquiátricas Inc: Psicose vs Neurose Explicação evolutiva para doenças mentais (Ansiedade, Depressão + Psicopatia) Artigo Nature: The role of inflammation in depression: from evolutionary imperative to modern treatment target Diferenças entre países europeus na prevalência de doenças mentais Relatório da OCDE ‘Health at a Glance: Europe’ Especificidades e idiossincrasias da cultura portuguesa Livros recomendados pelo convidado Byung-Chul Han  Psicopolítica Topologia da Violência Oscar Wilde - O Retrato de Dorian Gray Filmes recomendados: Shutter Island Cisne Negro Joker   Agradecimento especial: Tiago Ramalho, Diogo Sampaio Viana, Hélder Miranda e Rui Passos Rocha  Esta conversa foi editada por: Martim Cunha Rego Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; Eduardo Correia de Matos Joana Faria Alves, Joao Manzarra, João Baltazar, Mafalda Lopes da Costa, Salvador Cunha, Tiago Leite, Duarte Dória, Carlos Martins, Corto Lemos Abilio Silva, António Padilha, Carmen Camacho, Daniel Correia, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, Helder Miranda, Joao Saro, João Nelas, Mafalda Pratas, Rafael Melo, Rafael Santos, Ricardo Duarte, Rita Mateus, Tiago Neves Paixão, Tiago Queiroz, Tomás Costa, José Soveral, João Almeida, André Oliveira, João Silveira, Miguel Cabedo e Vasconcelos, Joao Salvado, Rui Oliveira Gomes, José Jesus, Filipa Branco, Ana Sousa Amorim Duarte, Filipe Ribeiro, Francisco Aguiar , Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Francisco Vasconcelos, Henrique Lopes Valença, Henrique Pedro, Hugo Correia, isosamep, Joana Margarida Alves Martins, Joao Diogo, Joao Pinto, Jose Pedroso, José Galinha, José Oliveira Pratas, JosÉ Proença, JoÃo Diogo Silva, JoÃo Moreira, JoÃo Raimundo, Luis Ferreira, Luis Marques, Luis Quelhas Valente, Marco Coelho, Mariana Barosa, Marise Almeida, Marta Baptista Coelho, Marta Madeira, Miguel Coimbra, Miguel Palhas, Nuno Gonçalves, Nuno Nogueira, Pedro, Pedro alagoa, Pedro Rebelo, Pedro Vaz, Renato Vasconcelos, Ricardo Delgadinho, rodrigo brazÃo, Rui Baldaia, Rui Carrilho, Rui Passos Rocha, Telmo, Tiago Costa da Rocha, Tiago Pires, Tomás Félix, Vasco Lima, Vasco Sá Pinto, Vitor Filipe, Ricardo Nogueira, Alexandre Almeida, Francisco Arantes, João Crispim, Paulo dos Santos, Élio Mateus, André Peralta Santos, João Pinho, Paulo Fuentez, Simão Morais, Andrea Grosso, Robertt, Fonsini, João Barbosa, Jose António Moreira, Luís Pereira, João Martins, Sérgio Catalão, Vasco Faden Araujo, João Castanheira, Cátia Prudêncio, Telmo Damião, Gerson Castro, Rodrigo Murteira Pedrosa, Alexandre Freitas, Andreia Esteves, Renato Mendes, Carlos Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, Tomás Santos, Antonio Albuquerque Bio: Pedro Morgado é Professor de Neuronatomia, Psiquiatria e Comunicação Clínica na Escola de Medicina da Universidade do Minho e Médico Especialista do serviço de Psiquiatria do Hospital de Braga e do Centro de Medicina Digital P5. Desde 2017, é também Vice-Presidente da Escola de Medicina da Universidade do Minho. É licenciado em Medicina pela Universidade do Minho (2007) e doutorado em Medicina – Neurociências/Psiquiatria (2013), sendo investigador no Laboratório Associado ICVS/3B’s. É membro da Direção da Sociedade Portuguesa de Comunicação Clínica em Cuidados de Saúde (SP3CS), da Alumni Medicina e da B-ACIS. É também membro dos corpos gerentes da Liga de Amigos do Hospital de Braga. Dedica-se à investigação dos mecanismos biológicos implicados nos efeitos do stresse crónico na tomada de decisão, bem como das bases fisiopatológicas de doenças como a Perturbação Obsessivo-Compulsiva, a Psicose Esquizofrénica e as Perturbações Aditivas. Tem também como interesse de investigação a comunicação clínica e a relação entre profissionais de saúde e doentes. Coordena um projeto de informação sobre doenças psiquiátricas para o Plano Nacional de Saúde Mental da Direção Geral de Saúde (DGS). É autor de mais de 40 artigos publicados em revistas internacionais com revisão de pares e 6 capítulos de livros. É Editor Associado do Frontiers in Psychiatry e do Jornal Brasileiro de Psiquiatria.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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Dec 26, 2019 • 1h 22min

#77 [série Orientações Políticas] João Costa - “Como criar uma sociedade mais justa?”

João Costa é coordenador do Mecanismo Nacional de Prevenção contra a tortura e maus-tratos. É também Doutorando na Universidade de Cambridge, com um projecto que passa por desenvolver uma ferramenta de resolução de conflitos armados em comunidades de zonas de conflito.  -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Durante a conversa falámos de uma série de temas. Começámos pela visão política do convidado, que nos levou a abordar questões marcantes dos tempos actuais, como a desigualdade económica, o progresso moral e questões de costumes, e também como construir uma sociedade onde o poder político tem legitimidade e evitar derivas populistas. A conversa levou-nos também à investigação do convidado, que é particularmente original, uma vez que junta conclusões da filosofia política -- como a Teoria de Justiça de John Rawls -- a evidência que vem das ciências sociais, sobretudo da área da psicologia, com o propósito de desenhar uma técnica de resolução de conflitos armados em zonas de conflito, em que os habitantes das comunidades locais são levados a compreender a posição do outro lado de forma a alterar o seu comportamento e gerar um acordo benéfico para todos. Embora a investigação nesta área estude sobretudo zonas de conflito, há paralelos óbvios entre esses conflitos acesos e a necessidade de aumentar o capital social e melhorar as instituições políticas das nossas sociedades.  A terminar a conversa, tivemos ainda tempo de voltar ao tema quente da justiça económica, em particular a tensão entre, por um lado, a necessidade de evitar uma desigualdade económica extrema e de promover a igualdade possível de oportunidades e, por outro, assegurar que o rendimento gerado legitimamente não é expropriado levianamente e que a sociedade é capaz de continuar a gerar prosperidade e crescimento económico.   Temas abordados durante a conversa: Origem do pensamento político do convidado Movimeto MUD juvenil David Hume - A Treatise of Human Nature: “It has been observed, that nothing is ever present to the mind but its perceptions; and that all the actions of seeing, hearing, judging, loving, hating, and thinking, fall under this denomination.” Problema de portugal: desigualdade de oportunidades vs desenvolvimento Como aproximar o cidadão médio das elites Como construir uma sociedade justa e estável, com poder político legítimo Jeffrey Sachs: Why Rich Cities Rebel Histórica Recente Evolução da desigualdade económica em Portugal Casamento homossexual Argumentos contra o voto das mulheres Abraham Maslow, Émile Durkheim A emoção enquanto alavanca de progresso moral Ligação à investigação do convidado Induzir emoções para obter resultados socialmente benéficos. Artigos (Intuitive Prosociality; Building peace through systemic compassion; The effects of induced emotions on pro-social behaviour; Gratitude as Moral Sentiment: Emotion-Guided Cooperation in Economic Exchange; Beyond Reciprocity: Gratitude and Relationships in Everyday Life) Racismo Democracia Étnica John McCain a defender Obama Progresso moral na sociedade John Rawls Legitimidade política Livro: Choosing Justice - An Experimental Approach to Ethical Theory, de Norman Frohlich e Joe A. Oppenheimer  Paper: Veil-of-ignorance reasoning favors the greater good, de Karen Huang, Joshua D. Greene e Max Bazerman Opting Out of War: Strategies to Prevent Violent Conflict, de Mary B. Anderson  e Marshall Wallace A Teoria de Justiça de John Rawls aplicada à resolução de conflitos Imposto sobre o património Crescimento económico enquanto jogo de soma positiva Estudo da OXFAM sobre desigualdade Argumento Wilt Chamberlain de Nozick Desigualdade e justiça económica Thick and Thin: Moral Argument at Home and Abroad, de Michael Walzer Why Things Matter To People - Social Science, Values And Ethical Life, de Andrew Sayer What I Believe, de Bertrand Russell Man's Search for Meaning, de Viktor E. Frankl Livros recomendados   Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; Eduardo Correia de Matos Joana Faria Alves, Joao Manzarra, João Baltazar, Mafalda Lopes da Costa, Salvador Cunha, Tiago Leite, Duarte Dória, Carlos Martins Abilio Silva, António Padilha, Carmen Camacho, Daniel Correia, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, Helder Miranda, Joao Saro, João Nelas, Mafalda Pratas, Rafael Melo, Rafael Santos, Ricardo Duarte, Rita Mateus, Tiago Neves Paixão, Tiago Queiroz, Tomás Costa, José Soveral, João Almeida, André Oliveira, João Silveira, Miguel Cabedo e Vasconcelos, Joao Salvado, Rui Oliveira Gomes, José Jesus, Filipa Branco Duarte, Filipe Ribeiro, Francisco Aguiar , Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Francisco Vasconcelos, Henrique Lopes Valença, Henrique Pedro, Hugo Correia, isosamep, Joana Margarida Alves Martins, Joao Diogo, Joao Pinto, Jose Pedroso, José Galinha, José Oliveira Pratas, JosÉ Proença, JoÃo Diogo Silva, JoÃo Moreira, JoÃo Raimundo, Luis Ferreira, Luis Marques, Luis Quelhas Valente, Marco Coelho, Mariana Barosa, Marise Almeida, Marta Baptista Coelho, Marta Madeira, Miguel Coimbra, Miguel Palhas, Nuno Gonçalves, Nuno Nogueira, Pedro, Pedro alagoa, Pedro Rebelo, Pedro Vaz, Renato Vasconcelos, Ricardo Delgadinho, rodrigo brazÃo, Rui Baldaia, Rui Carrilho, Rui Passos Rocha, Telmo, Tiago Costa da Rocha, Tiago Pires, Tomás Félix, Vasco Lima, Vasco Sá Pinto, Vitor Filipe, Ricardo Nogueira, Alexandre Almeida, Francisco Arantes, João Crispim, Paulo dos Santos, Élio Mateus, André Peralta Santos, João Pinho, Paulo Fuentez, Simão Morais, Andrea Grosso, Robertt, Fonsini, João Barbosa, Jose António Moreira, Luís Pereira, João Martins, Sérgio Catalão, Vasco Faden Araujo, João Castanheira, Cátia Prudêncio, Telmo Damião, Gerson Castro, Rodrigo Murteira Pedrosa, Alexandre Freitas, Andreia Esteves, Renato Mendes, Carlos Magalhães Lima   Bio: João Costa é coordenador do Mecanismo Nacional de Prevenção contra a tortura e maus-tratos, resultante da ratificação, por Portugal, do Protocolo Adicional das Nações Unidas à Convenção contra a Tortura. É também Doutorando na Universidade de Cambridge, onde se encontra a desenvolver uma ferramenta de resolução de conflitos armados em comunidades locais, alterando o comportamento dos seus habitantes. João tem experiência no terreno e headquarters em peacebuilding, conflito e segurança e desenvolvimento. Como consultor, trabalhou em projetos em vários países Africanos, do Médio Oriente e da América do Sul, para clientes como o Banco de Desenvolvimento Africano, Ministérios dos Negócios Estrangeiros Holandês e Norueguês, Interpeace ou Anglo American. Foi, ainda, delegado do Comité Internacional da Cruz Vermelha na Colômbia, e parte do sistema das Nações Unidas em Haia, Genebra e Nova Iorque, em diferentes posições – a última das quais no Tribunal Penal Internacional para a Antiga Jugoslávia. Completou um M.Phil em criminologia na Universidade de Cambridge (distinção) e mestrado e licenciatura na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (ambos como melhor aluno). Deu aulas na Faculdade de Direito da Universidade de Católica, em Lisboa. Publicou um livro e vários artigos científicos, tendo recebido vários prémios e bolsas.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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Dec 11, 2019 • 1h 18min

#76 Miguel Costa Coelho - Envelhecimento celular, cancro e biotecnologia anti-envelhecimento

Miguel Costa Coelho é doutorado em Biologia pelo Instituto Max-Planck, na Alemanha, e é actualmente investigador no departamento de Biologia Celular e Molecular da Universidade de Harvard, nas áreas do cancro e do envelhecimento celular. Recentemente, o Miguel lançou também um grupo de investimento em empresas de biotecnologia. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Durante a conversa, tentei compreender melhor dois fenómenos intimamente relacionados: o envelhecimento e o surgimento de cancro. No final, tivemos ainda tempo para falar de terapias promissoras para atrasar ou inverter o envelhecimento.  Se não ouviram na altura, vale a pena ouvir também o episódio #49, com Maria do Carmo Fonseca, em que abordámos muitas questões relacionadas, no campo da Genética e Biologia Molecular. Estes são temas simultaneamente relevantes e fascinantes. Que são relevantes nem é preciso explicar por quê. São fascinantes porque são uma porta para a incrível complexidade da nossa biologia. Porque é que a evolução levou a que envelheçamos como envelhecemos? E porque temos cancro? (por exemplo, embora não falemos disso durante a conversa, o cancro é muito comum em alguns animais, mas muito raro em mamíferos de grande porte como as baleias ou os elefantes). Foi, por isso, uma conversa desafiante e complexa. Aliás, no 45 Graus já sabem que é com isso que contam e não ia deixar o Miguel vir ao podcast sem mergulhar a fundo no tema. Por isso, este é um daqueles episódios que ganham em ter uma mini-aula na introdução: Antes de mais, a célula. Se ouviram a conversa com a Mª do Carmo Fonseca, que foi mais focada em genética, lembram-se que a célula é a unidade básica de todos os seres vivos, desde os micróbios aos seres complexos como nós. No núcleo de cada célula do nosso corpo está guardado o nosso genoma, uma espécie de livro, muito longo onde são escritas com moléculas de DNA as instruções para desenvolver e manter o nosso corpo. Cada ‘linha’ desse livro de instruções é um gene diferente, composto por várias moléculas de DNA, e que traz as instruções para produzir proteínas, o ‘material da vida’, pois é delas que são feitos todos os diferentes tecidos do nosso corpo.  E qual é a ligação entre as células e o envelhecimento e o cancro? Ao longo da nossa vida, logo desde o momento em que o nosso embrião foi formado (quando éramos apenas uma célula) começou um processo em que as células se foram dividindo e multiplicando, de modo a fazer-nos crescer e a manter-nos vivos e funcionais.  Ao longo desse processo, que dura a nossa vida toda, vão surgindo defeitos e erros de multiplicação, que afectam os genes e outras partes das células. Com o acumular desses erros, as células vão-se desgastando e dividindo mais lentamente o que vai prejudicando o funcionamento dos órgãos até que morremos. Mas isto é a versão boa, porque em alguns casos, antes de essa ‘morte natural’ acontecer, surgem nas células erros de replicação que afectam genes específicos e que se multiplicam descontroladamente até formar cancro. E isso, todos sabemos o resultado que tem. Esta foi, por isso, uma excelente conversa para compreender melhor estes fenómenos relacionados - envelhecimento e cancro - bem como os tratamentos com maior potencial para retardar o primeiro e evitar o segundo. Espero que gostem!   Temas abordados durante a conversa: Envelhecimento celular Envelhecimento cronológico vs envelhecimento replicativo Diferenças entre células do corpo: grau de especialização, complexidade, capacidade de regeneração Exemplos: pele, cérebro, coração, fígado Causa imediata: mutações genéticas Principais genes Supressores de tumor Proto-oncogenes Angiogénese Metástases Investigação do convidado: como começa o cancro Das células cancerígenas à formação de um tumor Instabilidade genética Tumores malignos vs benignos Teoria do ‘Disposable Soma’ Causa evolutiva: Causa das mutações(1) Cancro Diminuir os ‘azares’ vs abrandar o envelhecimento celular (ou, mesmo, rejuvenescer) Investigação do convidado sobre os micróbios que não envelhecem Experiência dos dois ratos PROTACs Investigação de ponta Aumento da longevidade  (1) Causa das mutações: o que aumenta a probabilidade de mutações Factores ambientais (e.g. Marie Curie) vs. predisposição genética (e.g. Angelina Jolie) Antigos (radioterapia, quimioterapia, ...) Novos (células CAR-T) Tratamentos Cancro Livro recomendado: The Gene: An Intimate History, de Siddhartha Mukherjee   Esta conversa foi editada por: Martim Cunha Rego   Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; Eduardo Correia de Matos Joana Faria Alves, Joao Manzarra, João Baltazar, Mafalda Lopes da Costa, Salvador Cunha, Tiago Leite, Duarte Dória, Carlos Martins Abilio Silva, António Padilha, Carmen Camacho, Daniel Correia, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, Helder Miranda, Joao Saro, João Nelas, Mafalda Pratas, Rafael Melo, Rafael Santos, Ricardo Duarte, Rita Mateus, Tiago Neves Paixão, Tiago Queiroz, Tomás Costa, José Soveral, João Almeida, André Oliveira, João Silveira, Miguel Cabedo e Vasconcelos, Joao Salvado, Rui Oliveira Gomes, José Jesus Duarte, Filipe Ribeiro, Francisco Aguiar , Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Francisco Vasconcelos, Henrique Lopes Valença, Henrique Pedro, Hugo Correia, isosamep, Joana Margarida Alves Martins, Joao Diogo, Joao Pinto, Jose Pedroso, José Galinha, José Oliveira Pratas, JosÉ Proença, JoÃo Diogo Silva, JoÃo Moreira, JoÃo Raimundo, Luis Ferreira, Luis Marques, Luis Quelhas Valente, Marco Coelho, Mariana Barosa, Marise Almeida, Marta Baptista Coelho, Marta Madeira, Miguel Coimbra, Miguel Palhas, Nuno Gonçalves, Nuno Nogueira, Pedro, Pedro alagoa, Pedro Rebelo, Pedro Vaz, Renato Vasconcelos, Ricardo Delgadinho, rodrigo brazÃo, Rui Baldaia, Rui Carrilho, Rui Passos Rocha, Telmo, Tiago Costa da Rocha, Tiago Pires, Tomás Félix, Vasco Lima, Vasco Sá Pinto, Vitor Filipe, Ricardo Nogueira, Alexandre Almeida, Francisco Arantes, João Crispim, Paulo dos Santos, Élio Mateus, André Peralta Santos, João Pinho, Paulo Fuentez, Simão Morais, Andrea Grosso, Robertt, Fonsini, João Barbosa, Jose António Moreira, Luís Pereira, João Martins, Sérgio Catalão, Vasco Faden Araujo, João Castanheira, Cátia Prudêncio, Telmo Damião, Gerson Castro, Rodrigo Murteira Pedrosa, Alexandre Freitas, Andreia Esteves Bio: Cientista, Investidor e Consultor de Biotecnologia, interessado em Cancro, Envelhecimento e Terapias Genéticas. Nascido em Lisboa mas filho de pais mirandelenses, estudou Bioquímica na Universidade de Lisboa e depois de um mestrado no Instituto Gulbenkian de Ciência, fez o doutoramento no Instituto Max-Planck, em Dresden (Alemanha). Associado do departamento de Biologia Celular e Molecular da Universidade de Harvard, nos EUA. Recentemente, saiu do mundo acadêmico para Wall Street em Nova Iorque, onde espera poder canalizar o conhecimento científico para oportunidades de investimento em biotecnologia, criando valor científico e financeiro.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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Nov 27, 2019 • 1h 14min

#75 Gonçalo Gil Mata - Gestão de tempo & produtividade: da importância do 'foco' ao papel do nosso inconsciente

Gonçalo Gil Mata colabora quer com pessoas quer com organizações para aumentar o desempenho dos indivíduos e dos grupos. Isto leva-o a explorar várias frentes, desde a produtividade, à motivação, passando por liderança e a comunicação entre pessoas nas organizações. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Um aspecto particularmente importante da produtividade, e que nos é familiar a todos, é a dificuldade em gerir o nosso tempo, isto é, em conseguir fazer tudo o que queremos fazer sem, ao mesmo tempo, pagar o preço em stress. Esse é, precisamente, o tema o tema do último livro do convidado, que serviu de mote à conversa. A ideia do livro é relativamente simples: compreender melhor a nossa mente e, com isso, não só pôr a nu os obstáculos que nos podem estar a impedir de gerir melhor o nosso tempo mas também, porque nunca conseguiremos fazer tudo, ser capaz de distinguir entre o que queremos realmente fazer e aquilo que não nos vai propriamente realizar.  Temas abordados durante a conversa: Por que queremos, realmente, gerir melhor o nosso tempo? É apenas fazer caber mais coisas nas 24h do dia? O “Paradoxo da Escolha” A “ciência da atenção” -- a importância (e a dificuldade) do “foco”, i.e., do trabalho concentrado.  A capacidade do trabalho concentrado em nos colocar num estado de “flow”, ou fluxo (aquilo a que em psicologia designa um estado mental de operação em que a pessoa está totalmente imersa no que está a fazer, caracterizado por um sentimento de total envolvimento e sucesso no processo da actividade) Como lidar com o stress Como lidar com interrupções e estímulos externos (como o email ou telemóvel): o sistema de “semáforos” do convidado  Porque é que precisamos de compreender o nosso inconsciente se queremos alterar hábitos (e perceber aqueles que, na verdade, não são importantes) Como lidar com aquela tarefa que achamos supostamente muito importante mas que, por algum motivo, estamos sempre a adiar (e porque é que a adiamos?) O que nos serve de referência externa e nos condiciona a satisfação? Porque devemos visualizar o objectivo, e os benefícios que nos traz? Micro-acções e partir o problema em pedaços Porque é que a “força-bruta da disciplina” é um método limitado para alterarmos hábitos ou atingir objectivos Truques práticos (que funcionou como uma espécie de resumo)   Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; Eduardo Correia de Matos Joana Faria Alves, Joao Manzarra, João Baltazar, Mafalda Lopes da Costa, Salvador Cunha, Tiago Leite, Duarte Dória, Carlos Martins Abilio Silva, António Padilha, Carmen Camacho, Daniel Correia, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, Helder Miranda, Joao Saro, João Nelas, Mafalda Pratas, Rafael Melo, Rafael Santos, Ricardo Duarte, Rita Mateus, Tiago Neves Paixão, Tiago Queiroz, Tomás Costa, José Soveral, João Almeida, André Oliveira, João Silveira, Miguel Cabedo e Vasconcelos Duarte, Filipe Ribeiro, Francisco Aguiar , Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Francisco Vasconcelos, Henrique Lopes Valença, Henrique Pedro, Hugo Correia, isosamep, Joana Margarida Alves Martins, Joao Diogo, Joao Pinto, Joao Salvado, Jose Pedroso, José Galinha, José Oliveira Pratas, JosÉ Proença, JoÃo Diogo Silva, JoÃo Moreira, JoÃo Raimundo, Luis Ferreira, Luis Marques, Luis Quelhas Valente, Marco Coelho, Mariana Barosa, Marise Almeida, Marta Baptista Coelho, Marta Madeira, Miguel Coimbra, Miguel Palhas, Nuno Gonçalves, Nuno Nogueira, Pedro, Pedro alagoa, Pedro Rebelo, Pedro Vaz, Renato Vasconcelos, Ricardo Delgadinho, rodrigo brazÃo, Rui Baldaia, Rui Carrilho, Rui Passos Rocha, Telmo, Tiago Costa da Rocha, Tiago Pires, Tomás Félix, Vasco Lima, Vasco Sá Pinto, Vitor Filipe, Ricardo Nogueira, Alexandre Almeida, Francisco Arantes, João Crispim, Paulo dos Santos, Élio Mateus, André Peralta Santos, João Pinho, Paulo Fuentez, Simão Morais, Andrea Grosso, Robertt, Fonsini, João Barbosa, Jose António Moreira, Luís Pereira, João Martins, Sérgio Catalão Esta conversa foi editada por: João Ervedosa   Referências abordadas na conversa: Livro do convidado: Ainda Não Tive Tempo Deepwork, de Call Newport Flow Getting Things Done, de David Allen Filme: A Vida Secreta de Walter Mitty  A importância de visualizar o objectivo What I Talk About When I Talk About Running: A Memoir, de Haruki Murakami Livro recomendado: De Dentro Para Fora - Uma Revolução Pessoal, de Michael Neill  Bio: Licenciado em Engenharia, com experiência em gestão de projetos a nível internacional, especializou-se em Performance Organizacional, Produtividade Pessoal e Interpessoal, Comunicação, Liderança e Psicologia Motivacional. Executive Coach certificado pela European Coaching Association, acumula certificações avançadas em Business, Life e Team Coaching, tendo treinado pessoalmente com nomes de relevo mundial como Robert Dilts, David Allen, Joseph O'Connor e Michael Neill, entre outros. Colabora com várias escolas de negócios, sendo nomeadamente responsável pelo módulo de Personal Productivity do The Lisbon MBA Executive, na Universidade Católica Portuguesa. Autor dos livros “Buena York”, 2007 e de “Ainda Não Tive Tempo”, 2015. Escreve regularmente no blog Whats The Trick e publica artigos sobre Produtividade e Performance na sua página de autor do Linkedin.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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Nov 14, 2019 • 2h 2min

#74 Pedro Galvão - Ética filosófica e Direitos dos Animais

Pedro Galvão é filósofo e professor na Universidade de Lisboa; investiga principalmente na área da Ética (também conhecida por Filosofia Moral) e foi sobretudo sobre isso que falámos. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar O episódio tem duas partes facilmente separáveis: 1. Até aos cerca de 00:55 minutos, falámos sobre Ética filosófica no geral. O Pedro começou até por dar um passo atrás para explicar os vários campos da Filosofia e onde a Ética se situa nessa taxonomia. De seguida, falámos de algumas das principais correntes e também dos principais pontos de disputa entre quem pensa estas questões. Falámos da distinção clássica, mas ainda relevante, entre as perspectivas utilitarista e deontológica, da discussão sobre se o certo e o errado são factos objectivos ou apenas conceitos relativos (uma discussão com implicações práticas óbvias na política, por exemplo). E abordámos ainda outras questões, como se existe ou não progresso moral.    2. Na segunda parte, passámos da teoria à prática, ou pelo menos a um caso concreto, um tema de Ética aplicada: os direitos dos animais. É um campo que tem vindo a ganhar cada vez mais protagonismo. Nas últimas décadas, muitos filósofos morais (em particular, o mais mediático de todos, Peter Singer) têm argumentado que é necessário alargar as fronteiras da Ética para incluir não só os nossos deveres para com outros Seres Humanos, mas também em relação aos animais, em particular os animais ‘sencientes’, isto é, os animais que sentem de forma consciente.  Os pontos em contenda são mais que muitos. Será que temos, de facto, deveres em relação aos animais? E, se sim, que deveres? E isso implica que os animais têm direitos? (por exemplo, o convidado entende que temos deveres para com os animais, mas não acha que não se possa dizer que eles tenham direitos). E depois há as implicações práticas. O que devemos permitir, por exemplo, na indústria alimentar, ou na utilização da animais para experiências científicas, ou, ainda - tema inevitável - nas touradas? A ética dos animais é, como se percebe, um tema fascinante, mas que também nos força a diálogos internos difíceis. Por exemplo: ao contrário do convidado, inclino-me para achar que não é errado matar um animal ‘senciente’ para o comer, desde que se evite o sofrimento do bicho. Mas não será isto apenas uma racionalização minha para que possa continuar a comer carne de consciência tranquila? Na sociedade como um todo, parece que temos duas tendências de sentido contrário. Por um lado, é cada vez mais comum as pessoas tratarem os animais domésticos quase como filhos (e, mesmo quem, como eu, rejeita isso, é preciso admitir que não vemos as nossas obrigações éticas em relação aos nossos cães ou gatos de forma muito diferente das obrigações em relação aos nossos familiares). Por outro lado, (como longe da vista, longe do coração) continuamos - muitos de nós, pelo menos - a comprar e comer carne de produção intensiva, fechando os olhos ao modo como muitos destes animais são criados (basta uma pesquisa rápida no Google para perceber como).  Havia outros dois temas de Ética aplicada que queria ter abordado, mas faltou tempo. Um, o aborto, por ser muito desafiante filosoficamente; o outro, a Eutanásia, é talvez menos desafiante (porque os argumentos mais relevantes do contra são mais de índole prática do que filosófica), mas é mais actual, uma vez que, ao que tudo indica, está prestes a entrar na actualidade política. Talvez um dia volte a convidar o Pedro para terminarmos esta discussão. Fico também à espera do vosso feedback nesse sentido. Ora ouçam a conversa:   Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; Eduardo Correia de Matos Joana Faria Alves, Joao Manzarra, João Baltazar, Mafalda Lopes da Costa, Salvador Cunha, Tiago Leite, Duarte Dória Abilio Silva, António Padilha, Carlos Martins, Carmen Camacho, Daniel Correia, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, Helder Miranda, Joao Saro, João Nelas, Mafalda Pratas, Rafael Melo, Rafael Santos, Ricardo Duarte, Rita Mateus, Tiago Neves Paixão, Tiago Queiroz, Tomás Costa, José Soveral, João Almeida, André Oliveira, João Silveira Duarte, Filipe Ribeiro, Francisco Aguiar , Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Francisco Vasconcelos, Henrique Lopes Valença, Henrique Pedro, Hugo Correia, isosamep, Joana Margarida Alves Martins, Joao Diogo, Joao Pinto, Joao Salvado, Jose Pedroso, José Galinha, José Oliveira Pratas, JosÉ Proença, JoÃo Diogo Silva, JoÃo Moreira, JoÃo Raimundo, Luis Ferreira, Luis Marques, Luis Quelhas Valente, Marco Coelho, Mariana Barosa, Marise Almeida, Marta Baptista Coelho, Marta Madeira, Miguel Coimbra, Miguel Palhas, Nuno Gonçalves, Nuno Nogueira, Pedro, Pedro alagoa, Pedro Rebelo, Pedro Vaz, Renato Vasconcelos, Ricardo Delgadinho, rodrigo brazÃo, Rui Baldaia, Rui Carrilho, Rui Passos Rocha, Telmo, Tiago Costa da Rocha, Tiago Pires, Tomás Félix, Vasco Lima, Vasco Sá Pinto, Vitor Filipe, Ricardo Nogueira, Alexandre Almeida, Francisco Arantes, João Crispim, Paulo dos Santos, Élio Mateus, André Peralta Santos, João Pinho,  Paulo Fuentez, Simão Morais, Andrea Grosso, Robertt, Fonsini, João Barbosa, Jose António Moreira   Esta conversa foi editada por: Martim Cunha Rego   Referências abordadas na conversa: Livros e artigos Livro do convidado: “Ética com Razões” (FFMS) Artigos do convidado sobre Direitos dos Animais:  um, dois Sam Harris - The Moral Landscape Metaethics, an Introduction, de Andrew Fisher Taking Life: Three Theories on the Ethics of Killing 1st Edition, Kindle Edition, de Torbjorn Tannsjo “What a Fish Knows: The Inner Lives of Our Underwater Cousins”  (livro sobre a senciência dos peixes) Reasons and Persons, de Derek Parfit Livro recomendado: Os Métodos da Ética, de Henry Sidgwick Filósofos Derek Parfit Henry Sidgwick Torbjörn Tännsjö John Stuart-Mill Jeremy Bentham Tom Regan Escolas de pensamento e problemas The Repugnant Conclusion (Parfit) Rule utilitarianism Non-cognitivism Moral relativism Teoria do Erro (Mackie) Moral constructivism André Silva: “Há características mais humanas num chimpanzé ou num cão do que numa pessoa em coma” Episódio do podcast da NPR ‘Hidden Brain’ em que se aborda a vida dos galos Bio: Filósofo e professor de Filosofia na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde é membro do grupo de investigação LanCog (Language, Mind and Cognition). O seu ensino e investigação situam-se sobretudo na área da ética filosófica. Escreve literatura de fantasia.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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Oct 30, 2019 • 1h 31min

#73 Miguel Farias - A Ciência da Meditação

Miguel Farias é psicólogo experimental, doutorado pela Universidade de Oxford e actualmente professor na Universidade de Coventry.  -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar A investigação do convidado incide sobretudo na área da psicologia da crença e da espiritualidade e foi daí que resultou o livro de que é co-autor e  que serviu mote à conversa. Chama-se: , ‘The Buddha Pill’ ou, Como a Meditação Pode (ou não) Mudar a Sua Vida, e é uma análise aprofundada da ciência por trás da meditação. O livro é uma viagem pelo que a investigação científica permite concluir em relação aos efeitos da meditação: os benefícios reais, os benefícios que parecem francamente exagerados pelos promotores da meditação e mesmo os perigos que esta prática pode trazer a quem a pratica. A conversa foi muito livre, por isso andámos cá e lá entre vários temas: os efeitos da meditação, o enquadramento histórico, nas tradições espirituais hindus e budistas, a espiritualidade no geral e até a comparação entre a meditação e outras abordagens, como a psicoterapia ou simples técnicas de respiração.  O que é a Meditação? A meditação funciona basicamente usando uma determinada técnica de concentração para treinar a nossa atenção e aumentar a nossa consciência e, assim, atingir um determinado estado mental, diferente do normal. (E isto é a única coisa em comum aos vários tipos de meditação, porque quer a técnica específica quer estado que se pretende atingir variam muito.) A meditação é praticada desde a antiguidade, e por todo o mundo, até recentemente tipicamente num contexto religioso, e normalmente enquanto como parte do caminho de desenvolvimento espiritual. Esta meditação de origem oriental começou a chegar ao ocidente sobretudo a partir do século XIX. Já no século XX tivemos a entrada em força da Meditação Transcendental e, actualmente, é sobretudo do chamado Mindfulness que ouvimos falar (se ouviram falar de meditação nos últimos anos, foi quase de certeza desta técnica). Este Mindfulness tem origem no Budismo mas, na maior parte das aplicações actuais, usa-se apenas a técnica de concentração, sem a interpretação espiritual.  Nos últimos anos, esta prática vindo a ganhar adeptos muito para além a contra-cultura New Age que primeiro abraçou estas práticas. Aliás, é hoje em dia cada vez mais aplicada em contextos muito variados, como nos cuidados de saúde, no ensino e mesmo em empresas.  Para esta entrada do Mindfulness no mainstream tem contribuído muito o facto de a investigação científica parecer validar vários dos efeitos benéficos da meditação, que vão da redução da ansiedade até mesmo ao bem estar físico.  O livro do convidado, como já perceberam, é uma espécie de água na fervura sobre esta onda de entusiasmo. Como digo algures durante a conversa, já experimentei meditação, mas de forma muito limitada. A quantidade de gente em cuja opinião confio noutros temas e que diz que meditação melhorou muito a sua vida continua a fazer-me ter vontade de explorar melhor a meditação, mas a perspectiva a investigação do Miguel deixou-me, no mínimo, com uma visão mais matizada do tema.   [Artigo de opinião no Público: Oito desejos para um partido liberal em Portugal]   Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; Eduardo Correia de Matos Joana Faria Alves, Joao Manzarra, João Baltazar, Mafalda Lopes da Costa, Salvador Cunha, Tiago Leite, Duarte Dória Abilio Silva, António Padilha, Carlos Martins, Carmen Camacho, Daniel Correia, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, Helder Miranda, Joao Saro, João Nelas, Mafalda Pratas, Rafael Melo, Rafael Santos, Ricardo Duarte, Rita Mateus, Tiago Neves Paixão, Tiago Queiroz, Tomás Costa, José Soveral, João Almeida, André Oliveira, João Silveira Duarte, Filipe Ribeiro, Francisco Aguiar , Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Francisco Vasconcelos, Henrique Lopes Valença, Henrique Pedro, Hugo Correia, isosamep, Joana Margarida Alves Martins, Joao Diogo, Joao Pinto, Joao Salvado, Jose Pedroso, José Galinha, José Oliveira Pratas, JosÉ Proença, JoÃo Diogo Silva, JoÃo Moreira, JoÃo Raimundo, Luis Ferreira, Luis Marques, Luis Quelhas Valente, Marco Coelho, Mariana Barosa, Marise Almeida, Marta Baptista Coelho, Marta Madeira, Miguel Coimbra, Miguel Palhas, Nuno Gonçalves, Nuno Nogueira, Pedro, Pedro alagoa, Pedro Rebelo, Pedro Vaz, Renato Vasconcelos, Ricardo Delgadinho, rodrigo brazÃo, Rui Baldaia, Rui Carrilho, Rui Passos Rocha, Telmo, Tiago Costa da Rocha, Tiago Pires, Tomás Félix, Vasco Lima, Vasco Sá Pinto, Vitor Filipe, Ricardo Nogueira, Alexandre Almeida, Francisco Arantes, João Crispim, Paulo dos Santos, Élio Mateus, André Peralta Santos, João Pinho,  Paulo Fuentez, Simão Morais, Andrea Grosso   Esta conversa foi editada por: Martim Cunha Rego   Referências abordadas na conversa: Livro do convidado (com Catherine Wikholm): Original: The Buddha Pill Versão PT: Como a Meditação Pode (ou não) Mudar a Sua Vida Müller-Lyer illusion Accents Are Forever Tripiṭaka (Páli) Mircea Eliade Benny Shanon A ilusão da mão de boracha Timothy Leary Livro recomendado: A Queda Do Céu, de Davi Kopenawa Bio: Miguel Farias é um psicólogo experimental doutorado pela Universidade de Oxford. O seu livro sobre a ciência da meditação, 'The Buddha Pill: Can Meditation Change You?', foi traduzido em português pela Leya,  e actualmente prepara o Oxford Handbook of Meditation. Em 2017 ganhou o prémio William Bier, concedido pela Associação Americana de Psicologia, pelo seu trabalho sobre a psicologia da crença e da espiritualidade. Foi professor da Universidade de Oxford e é o diretor fundador do Laboratório 'Cérebro, Crença e Comportamento' na Coventry University.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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Oct 17, 2019 • 1h 38min

#72 [série Orientações Políticas] Mário Amorim Lopes - Desigualdade, liberalização económica, Estado Social e política identitária

Mário Amorim Lopes é docente universitário, investigador na área da economia e políticas de saúde, e alguém que se descreve de forma provocadora como “despudoradamente liberal”. O Mário tem sido uma presença activa no discussão pública, seja no blog O Insurgente, no Twitter, ou ainda através dos ensaios sobre a área da saúde que tem escrito no Observador. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Uma vez que nos identificamos ambos enquanto liberais - eu porventura mais “pudoradamente” do que o Mário -, e talvez, quem sabe, por eu ser um tudo-nada do contra, tentei puxar mais por temas em que previa que fôssemos discordar.  Resultou, por isso, numa conversa desafiante, embora até tenhamos discordado menos do que pensei inicialmente (o que mostra bem como não se deve reduzir as pessoas a rótulos).  Entre os temas em que estivemos alinhados destaco um que o Mário trouxe à conversa: o papel que os privados podem ter na saúde ou no ensino, e que não é, à priori, incompatível com um sistema de acesso universal.. Falámos também de questões que extravasam Portugal, como o aumento da concentração de riqueza em países como os EUA, e o aumento do poder de mercado de alguns gigantes tecnológicos; temas que me parece deverem suscitar no mínimo dúvidas entre liberais, visto que poder económico, esteja ele com indivíduos ou com empresas, facilmente converte-se em poder político. Discutimos ainda uma crítica que faço a uma parte relevante da direita liberal em Portugal, que, em muitos casos, fala muito em meritocracia mas parece, na prática, dar pouca atenção a tentar diminuir a desigualdade de oportunidades. Terminámos a discutir o que me parece ser um dos grandes desafios actuais para um progressista liberal: como fazer oposição às agendas políticas que vêm a reboque da expansão da política identitária e das tentativas de condicionamento do discurso sem deixar de reconhecer que existem, inegavelmente, problemas urgentes de injustiça social subjacentes que não se vão resolver sozinhos. No total, percorremos uma série de temas, uns mais sociais outros mais económicos: Origem do pensamento político do convidado;  A personalidade de um liberal A confusão entre desigualdade e pobreza A concentração de riqueza em indivíduos e o poder de mercado dos gigantes tecnológicos nos EUA. Os problemas gémeos de Portugal: falta de crescimento económico vs desigualdade de oportunidades O “preconceito ideológico” que impede a discussão sobre o fornecimento privado de saúde ou ensino com financiamento público Não está muita gente que se diz liberal ec defensora da meritocracia  na realidade mais preocupada com liberalizar mercados e menos com diminuir a desigualdade de oportunidades Estado Social Políticas identitárias Uma última nota ainda para a qualidade do som, que não é a melhor, visto que a conversa foi gravada remotamente, mas acho que não incomoda excessivamente.  Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; Eduardo Correia de Matos Joana Faria Alves, Joao Manzarra, João Baltazar, Mafalda Lopes da Costa, Salvador Cunha, Tiago Leite, Duarte Dória Abilio Silva, António Padilha, Carlos Martins, Carmen Camacho, Daniel Correia, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, Helder Miranda, Joao Saro, João Nelas, Mafalda Pratas, Rafael Melo, Rafael Santos, Ricardo Duarte, Rita Mateus, Tiago Neves Paixão, Tiago Queiroz, Tomás Costa, José Soveral, João Almeida Duarte, Filipe Ribeiro, Francisco Aguiar , Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Francisco Vasconcelos, Henrique Lopes Valença, Henrique Pedro, Hugo Correia, isosamep, Joana Margarida Alves Martins, Joao Diogo, Joao Pinto, Joao Salvado, Jose Pedroso, José Galinha, José Oliveira Pratas, JosÉ Proença, JoÃo Diogo Silva, JoÃo Moreira, JoÃo Raimundo, Luis Ferreira, Luis Marques, Luis Quelhas Valente, Marco Coelho, Mariana Barosa, Marise Almeida, Marta Baptista Coelho, Marta Madeira, Miguel Coimbra, Miguel Palhas, Nuno Gonçalves, Nuno Nogueira, Pedro, Pedro alagoa, Pedro Rebelo, Pedro Vaz, Renato Vasconcelos, Ricardo Delgadinho, rodrigo brazÃo, Rui Baldaia, Rui Carrilho, Rui Passos Rocha, Telmo, Tiago Costa da Rocha, Tiago Pires, Tomás Félix, Vasco Lima, Vasco Sá Pinto, Vitor Filipe, Ricardo Nogueira, Alexandre Almeida, Francisco Arantes, João Crispim, Paulo dos Santos, Élio Mateus, André Peralta Santos, João Pinho   Esta conversa foi editada por: Martim Cunha Rego Referências abordadas na conversa: The Constitution of Liberty -  Friedrich A. Hayek Atlas Shrugged - Ayn Rand Murray Rothbard The Virtue of Selfishness - Ayn Rand The Largest Study Ever of Libertarian Psychology - Jonathan Haidt John Rawls The Road to Serfdom - Friedrich Hayek The Economist - The dominance of Google, Facebook and Amazon is bad for consumers and competition Milton Friedman: ‘Pro free enterprise vs pro business” The Economist - “The Nordic countries, The next supermodel” David Brooks - The market and the welfare state go together. Modelo de Hofstede das diferenças culturais Lócus de controle Livros recomendados: Identity: The Demand for Dignity and the Politics of Resentment, de Francis Fukuyama Europe: The Struggle for Supremacy, from 1453 to the Present, de Brendan Simms Bio: Mário Amorim Lopes é docente universitário e investigador, com um percurso pessoal e profissional algo inusitado: forma-se primeiro em Engenharia Informática, tendo trabalhado em São Francisco e regressado a Portugal para fundar uma startup. Cessa a sua participação e vai viajar um ano pela Europa e América do Sul de mochila às costas, com pouco mais do que roupas e livros (D. Quixote era a obra apropriada para esta empreitada). Regressa e dedica-se um ano a uma banda de rock electrónico, em que faz composição, produção e toca baixo. Entretanto, tira o mestrado de Economia na FEP e muda de agulha. Do mestrado segue para o doutoramento, onde estudou questões de economia e políticas de saúde, realizando investigação e consultoria na área da saúde. Escreve no blog Insurgente e produz ensaios sobre temas da área da saúde para o Observador. É despudoradamente liberal.See omnystudio.com/listener for privacy information.

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