

45 Graus
José Maria Pimentel
O 45 Graus é um podcast para saber mais e pensar criticamente. José Maria Pimentel - economista, professor universitário e curioso por natureza - conversa sobre os grandes temas (e não só) com especialistas e pessoas cujas ideias vale a pena ouvir.
São conversas sem pressa, às vezes profundas, mas sempre descontraídas. Novos episódios a cada duas semanas, sempre à quarta-feira.
São conversas sem pressa, às vezes profundas, mas sempre descontraídas. Novos episódios a cada duas semanas, sempre à quarta-feira.
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Dec 22, 2021 • 1h 28min
#113 Magda Nico - Mitos e simplificações no modo como olhamos para os jovens
A convidada é socióloga, actualmente Investigadora Integrada do CIES-IUL e Professora Auxiliar no ISCTE-IUL. A sua investigação segue uma perspectiva crítica ao longo do tempo e das gerações, e dedica-se a estudar as transições para a vida adulta dos jovens, analisando vários aspectos, como os padrões na saída de casa dos pais, a precariedade de longa duração, a reprodução das desigualdades sociais, e sentimentos de pertença geracional. -> Inquérito aos ouvintes -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Conheci a convidada recentemente no Encontro “Juventudes” que foi organizado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, onde estive a moderar um painel de debate. O encontro serviu, como o nome indica, para debater os jovens e a juventude, e a convidada foi consultora do evento. Aproveitando a oportunidade, e uma vez que a Magda é uma das principais investigadoras nestas áreas em Portugal, convidei-a para o 45 Graus, para conversarmos sobre estes temas. Na nossa conversa discutimos vários aspectos do modo como a Sociologia olha e estuda os jovens e a juventude. Falámos sobre como tem evoluído a transição para a vida adulta nos jovens, e os desafios associados ao emprego e à saída de casa. Discutimos também o que é diferente na condição dos jovens actuais, mas também a nossa tendência para exagerar este aspecto e desvalorizar os aspectos que são comuns aos jovens desde sempre. Mesmo com esta advertência em mente, não deixámos de falar de algumas características distintivas das gerações actuais, como por exemplo a maior sensibilização para causas globais ou os efeitos do uso de redes sociais. E falámos também da realidade portuguesa, em particular de porque é que os jovens portugueses são, na Europa, dos que saem mais tarde de casa dos pais? -- um tópico no qual a convidada tem uma opinião original. _______________ Índice da conversa: (00:00) Introdução (2:28) O que distingue o olhar da Sociologia? (07:20) O que é que na transição para a vida adulta dos jovens de hoje é diferente e igual a gerações anteriores? (11:24) A armadilha de acharmos que a nossa geração é excepcional. “Geração rasca” | Efeito idade vs geração vs período histórico (15:02) A importância de ter um duplo olhar na Sociologia: para os desafios de sempre & para os desafios do presente (17:04) A destandardização da transição para a vida adulta que ocorreu a partir dos anos 1950. | Mas a normalidade do passado também escondia aspectos da juventude que são perenes (26:33) Porque é que os jovens portugueses são, na Europa, dos que saem mais tarde de casa dos pais? Artigo de opinião da convidada. (41:08) O debate dentro da Sociologia entre as perspectivas da “agência” e “estrutura”. | “Falácia epistemológica da modernidade tardia” (54:30) Meritocracia (58:19) O que é, apesar de tudo, distintivo nos jovens actuais face a gerações anteriores? | Preocupações globais. | Os jovens de hoje assinam muito petições; mas o que é que isso realmente nos diz? Estudo da FFMS “Os Jovens em Portugal, Hoje” (1:14:27) Efeitos negativos das redes sociais. Efeitos sobre a saúde mental das raparigas. (1:18:47) A importância para a Sociologia de fazer mais estudos longitudinais (1:24:31) Livros recomendados: Children of the Great Depression, de Glen H Elder | Young People And Social Change, de Andy Furlong e Fred Cartmel (livro que refere a “Falácia epistemológica da modernidade tardia”) | Normal People, de Sally Rooney _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães Miguel van Uden, José LuÍs Malaquias, João Ribeiro, Francisco Hermenegildo, Nuno e Ana, Nuno Costa, Galaró family, Salvador Cunha, JoÃo Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Filipe Bento Caires, Luís Costa, Manuel Martins, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, Ricardo Duarte, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro, Tomás Costa Rui Baldaia, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, Hugo Correia, Duarte , Francisco Vasconcelos, Telmo , Jose Pedroso, MANNA Porto, José Proença, Carlos Manuel Lopes de Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, joana Antunes, Nelson Poças, Francisco López Bermúdez, Carlos Silveira, Diogo Rombo, Bruno Lamas, Fábio Mota, Vítor Araújo, João Pereira, Francisco Valente, Nuno Balsas, Jorge Amorim, Rui Vilão, João Ferreira, Luís Elias, José Losa, Hélder Moreira, Diogo Fonseca, Frederico Apolónia, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Paulo Fernandes, Nuno Lages, João Diamantino, Vasco SÁ Pinto, Rui Carrilho, Luis Quelhas Valente, Tiago Pires, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, João Raimundo, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, João Castanheira, Pedro , rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Tomás Félix, Vasco Lima, Joao Pinto, João Moreira, José Oliveira Pratas, João Diogo Silva, Marco Coelho, Joao Diogo, Francisco Aguiar , Tiago Costa da Rocha, João Crispim, Paulo dos Santos, Abílio Mateus, João Pinho , Andrea Grosso, Miguel Lamela, Margarida Gonçalves, Afonso Martins, João Barbosa, Luis Filipe, Renato Mendes, António Albuquerque, Francisco Santos, juu-san, Fernando Sousa, Pedro Correia, MacacoQuitado, Paulo Ferreira, Gabriela, Nuno Almeida, Francisco Manuel Reis, Daniel Almeida, Albino Ramos, Inês Patrão, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Miguel Mendes, Luis Gomes, Ana Batista, Alberto Santos Silva, Cesar Correia, Susana Ladeiro, Gil Batista Marinho, Filipe Melo, Cheila Bhuralal, Bruno Machado, Miguel Palhas, isosamep, Robertt , Pedro F. Finisterra, Cristiano Tavares, Pedro Vieira, Jorge Soares, Maria Oliveira, Bruno Amorim Inácio, Nuno , Wedge, Pedro Brito, Manuel Botelho da Silva, Ricardo Leitão, Vítor Filipe, João Bastos, Natália Ribeiro, Bernardo Pimentel, Pedro Gaspar, Hugo Domingues _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Magda Nico é socióloga, actualmente Investigadora Integrada do CIES-IUL e Professora Auxiliar no ISCTE-IUL. Investiga as transições e trajectórias para a vida adulta, numa perspectiva crítica ao longo do tempo e das gerações, na Europa e em Portugal. Os processos de saída de casa dos pais, de precariedade de longa duração, de reprodução das desigualdades sociais, e de sentimentos de pertença geracional saem, desta perspectiva crítica e de maior durée, mais desmontados e contextualizados. See omnystudio.com/listener for privacy information.

Dec 8, 2021 • 1h 13min
#112 Alexandre Afonso - Imigração, populismo e Portugal visto de fora
Alexandre Afonso, professor de políticas públicas, discusses the interaction between immigration and social state policies in European countries and how it has contributed to the rise of populism. They also explore radical right-wing parties in Europe and the case of Chega in Portugal. The guest provides insights into the comparative analysis of labor market institutions in European countries. The podcast also touches on the challenges of language for an immigrant and the importance of dialogue and support in addressing immigration and populism.

Nov 24, 2021 • 55min
#111 (pt 2) Alexandre Homem Cristo - O estado da educação em Portugal: os progressos e o que falta fazer
O convidado é uma presença regular no debate sobre políticas públicas de educação. Nos últimos anos, tem-se destacado como colunista no jornal Observador, onde publica regularmente ensaios sobre estes temas que se destacam pelo grau de profundidade da análise. Tem, além disso, várias publicações nesta área. Actualmente, é presidente da QIPP, uma organização sem fins lucrativos ligada às políticas públicas, e anteriormente, foi conselheiro do Conselho Nacional de Educação e desempenhou funções de assessor parlamentar no âmbito da Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Nesta segunda parte da conversa, começámos por falar sobre as desvantagens de centrar o debate público nesta área nos rankings PISA. Falámos também de algumas insuficiências do nosso sistema de ensino, que estes rankings nem sempre mostram, tais como a falta de confiança de muitas famílias no ensino público, espelhada na enorme prevalência de recurso a explicações e no peso que tem o ensino privado (pago) em Portugal. Isso levou-nos a discutir algumas reformas que se poderia fazer nesta área, seja para aumentar a equidade do ensino, seja para elevar a sua qualidade, como, por exemplo aumentando a autonomia das escolas. Como disse no episódio anterior, acho que a educação devia ser a nossa maior prioridade enquanto país. Por isso, se tiverem alguma sugestão de convidado/a, é muito bem vinda. Seja alguém com uma perspectiva sobre políticas públicas da do Alexandre seja um/a professor/a que tenha uma visão interessante sobre o ensino em sala de aula propriamente dito, com um olhar no futuro. _______________ Índice da conversa: (00:00) Introdução (1:20) O outro lado: a desvantagem do peso que damos aos rankings PISA. | As reprovações funcionam? (4:59) Portugal é dos países da OCDE onde o “elevador social” funciona pior | As explicações e o ‘sistema educativo sombra’ | A falta de confiança das famílias no ensino público espelhada também na maior % de alunos a pagar por ensino privado. Escolas com contrato de associação (17:03) O efeito da pandemia na educação. | Estudos feitos no EUA. | Estudos feitos na Holanda. (26:08) Reformas para aumentar a equidade: alargar a escolha das famílias dentro da rede pública como possível via para combater a desigualdade. (33:28) Reformas para aumentar a qualidade: dar autonomia das escolas para contratar professores e gerir avaliação e carreiras | Dificuldade em atrair alunos para a profissão (44:47) E se as autarquias pudessem oferecer salários mais altos para atrair professores? | O papel dos sindicatos (47:31) Documentário recomendado: Waiting for Superman | A dificuldade em Portugal de lidar com a incerteza. _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães Miguel van Uden, José LuÍs Malaquias, João Ribeiro, Francisco Hermenegildo, Nuno e Ana, Nuno Costa, Galaró family, Salvador Cunha, JoÃo Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Filipe Bento Caires, Luís Costa, Manuel Martins, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, Ricardo Duarte, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro, Tomás Costa Rui Baldaia, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, Hugo Correia, Duarte , Francisco Vasconcelos, Telmo , Jose Pedroso, MANNA Porto, José Proença, Carlos Manuel Lopes de Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, joana Antunes, Nelson Poças, Francisco López Bermúdez, Carlos Silveira, Diogo Rombo, Bruno Lamas, Fábio Mota, Vítor Araújo, João Pereira, Francisco Valente, Nuno Balsas, Jorge Amorim, Rui Vilão, João Ferreira, Luís Elias, José Losa, Hélder Moreira, Diogo Fonseca, Frederico Apolónia, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Paulo Fernandes, Nuno Lages, João Diamantino, Vasco SÁ Pinto, Rui Carrilho, Luis Quelhas Valente, Tiago Pires, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, João Raimundo, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, João Castanheira, Pedro , rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Tomás Félix, Vasco Lima, Joao Pinto, João Moreira, José Oliveira Pratas, João Diogo Silva, Marco Coelho, Joao Diogo, Francisco Aguiar , Tiago Costa da Rocha, João Crispim, Paulo dos Santos, Abílio Mateus, João Pinho , Andrea Grosso, Miguel Lamela, Margarida Gonçalves, Afonso Martins, João Barbosa, Luis Filipe, Renato Mendes, António Albuquerque, Francisco Santos, juu-san, Fernando Sousa, Pedro Correia, MacacoQuitado, Paulo Ferreira, Gabriela, Nuno Almeida, Francisco Manuel Reis, Daniel Almeida, Albino Ramos, Inês Patrão, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Miguel Mendes, Luis Gomes, Ana Batista, Alberto Santos Silva, Cesar Correia, Susana Ladeiro, Gil Batista Marinho, Filipe Melo, Cheila Bhuralal, Bruno Machado, Miguel Palhas, isosamep, Robertt , Pedro F. Finisterra, Cristiano Tavares, Pedro Vieira, Jorge Soares, Maria Oliveira, Bruno Amorim Inácio, Nuno , Wedge, Pedro Brito, Manuel Botelho da Silva, Ricardo Leitão, Vítor Filipe, João Bastos, Natália Ribeiro, Bernardo Pimentel, Pedro Gaspar, Hugo Domingues _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Alexandre Homem Cristo é presidente da QIPP, entidade parceira da Lexplore para Portugal, sendo o coordenador do projecto “Lexplore +Leitura”. É mestrado em Política Comparada pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Geriu projectos internacionais financiados pela Comissão Europeia, nomeadamente em Experimentação de Políticas Públicas na área da Educação, em parceria com vários ministérios da Educação de países-membros da UE. Foi conselheiro do Conselho Nacional de Educação e desempenhou funções de assessor parlamentar no âmbito da Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura. Tem várias publicações na área das políticas públicas de educação, entre as quais o estudo “Escolas para o Século XXI” (FFMS, 2013) e capítulos temáticos em obras colectivas – como “Ética Aplicada: Educação” (Edições 70, 2018) e “Lei de Bases do Sistema Educativo. Balanço e Prospetiva, Vol. 2” (CNE, 2017). Colunista do Observador, publica regularmente ensaios de análise a políticas públicas de educação. Integra o Conselho Consultivo da SEDES.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Nov 17, 2021 • 55min
#111 (pt 1) Alexandre Homem Cristo - O estado da educação em Portugal: os progressos e o que falta fazer
O convidado é uma presença regular no debate sobre políticas públicas de educação. Nos últimos anos, tem-se destacado como colunista no jornal Observador, onde publica regularmente ensaios sobre estes temas que se destacam pelo grau de profundidade da análise. Tem, além disso, várias publicações nesta área. Actualmente, é presidente da QIPP, uma organização sem fins lucrativos ligada às políticas públicas, e anteriormente, foi conselheiro do Conselho Nacional de Educação e desempenhou funções de assessor parlamentar no âmbito da Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar A educação é, talvez, o melhor candidato que temos à prioridade número um de políticas públicas de qualquer país desenvolvido. O nível de educação da população tem uma correlação positiva com quase tudo aquilo em que pensamos quando pensamos num país desenvolvido: crescimento económico, igualdade de oportunidades, uma sociedade civil pujante e até a qualidade da saúde mental da população. No caso de Portugal, é comum ouvirmos muitas críticas ao sistema de ensino. Mas a verdade é que nas duas últimas décadas operou-se em Portugal uma espécie de revolução silenciosa no ensino. Se olharmos para os dados, nomeadamente os rankings PISA da OCDE (que é o indicador mais fiável para comparações internacionais), o retrato que emerge é de um país que é, nas palavras do director da OCDE para a educação, a “maior história de sucesso da Europa”, com uma progressão notável desde a viragem do século. Estes progressos são um bom exemplo de como políticas públicas relativamente estáveis entre governos de cor diferente são essenciais para o desenvolvimento do país. Aliás, o lado político e institucional dessa proeza é um assunto que, provavelmente, valeria um episódio do podcast dedicado (ao estilo do que gravei com o João Goulão sobre a política das drogas). Apesar desta evolução, continua, no entanto, a haver lacunas importantes no sistema de ensino português. Desde logo, continuamos a ter um nível elevado de reprovações e de alunos que deixam a escola antes do tempo. Por outro lado, estas melhorias na educação das novas gerações não tiveram equivalente na escolarização das pessoas mais velhas. Aqui, o legado anterior continua a pesar e em Portugal a percentagem de adultos sem ensino secundário é ainda quase metade da população, mais do dobro da média europeia. Para além disso, há aspectos estruturais do próprio sistema que continuam a restringir a qualidade do ensino em Portugal. Por exemplo, a capacidade das escolas em melhorar a sua oferta e adaptá-la às necessidades locais continua constrangida por um baixo grau de autonomia comparativamente com outros países, nomeadamente na contratação e avaliação de professores. Da mesma forma, os professores são hoje uma população envelhecida (menos de 1% tem menos de 30 anos), com reduzido prestígio social, baixo nível de autonomia e poucos incentivos ao desempenho, um estado de coisas que dificilmente nos pode deixar de preocupar ao olhar para o futuro. Esta conversa será dividida em dois episódios diferentes (o próximo sai para a semana). _______________ Índice da conversa: (00:00) Introdução (3:54) PT, “a maior história de sucesso europeia nos rankings PISA” | As três fases de políticas públicas de ensino em PT. | TIMSS (11:24) A importância do ensino pré-escolar (3-5 anos) (15:43) O mito de que o ensino perdeu qualidade nas últimas décadas (18:40) A dificuldade de fazer reformas na Educação: demoram tempo a ter efeitos (23:13) A nova fase de políticas públicas de educação: lidar com a diversidade de necessidades e dar autonomia às escolas. | Suécia. Ascensão e queda de uma reforma educativa (30:34) Que competências devemos ensinar aos alunos para o Mundo do futuro? (45:34) O problema da falta de dados para avaliar políticas. | Exemplo da pandemia (48:35) Como são feitos os rankings PISA? | A evolução de Portugal _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães Miguel van Uden, José LuÍs Malaquias, João Ribeiro, Francisco Hermenegildo, Nuno e Ana, Nuno Costa, Galaró family, Salvador Cunha, JoÃo Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Filipe Bento Caires, Luís Costa, Manuel Martins, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, Ricardo Duarte, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro, Tomás Costa Rui Baldaia, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, Hugo Correia, Duarte , Francisco Vasconcelos, Telmo , Jose Pedroso, MANNA Porto, José Proença, Carlos Manuel Lopes de Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, joana Antunes, Nelson Poças, Francisco López Bermúdez, Carlos Silveira, Diogo Rombo, Bruno Lamas, Fábio Mota, Vítor Araújo, João Pereira, Francisco Valente, Nuno Balsas, Jorge Amorim, Rui Vilão, João Ferreira, Luís Elias, José Losa, Hélder Moreira, Diogo Fonseca, Frederico Apolónia, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Paulo Fernandes, Nuno Lages, João Diamantino, Vasco SÁ Pinto, Rui Carrilho, Luis Quelhas Valente, Tiago Pires, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, João Raimundo, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, João Castanheira, Pedro , rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Tomás Félix, Vasco Lima, Joao Pinto, João Moreira, José Oliveira Pratas, João Diogo Silva, Marco Coelho, Joao Diogo, Francisco Aguiar , Tiago Costa da Rocha, João Crispim, Paulo dos Santos, Abílio Mateus, João Pinho , Andrea Grosso, Miguel Lamela, Margarida Gonçalves, Afonso Martins, João Barbosa, Luis Filipe, Renato Mendes, António Albuquerque, Francisco Santos, juu-san, Fernando Sousa, Pedro Correia, MacacoQuitado, Paulo Ferreira, Gabriela, Nuno Almeida, Francisco Manuel Reis, Daniel Almeida, Albino Ramos, Inês Patrão, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Miguel Mendes, Luis Gomes, Ana Batista, Alberto Santos Silva, Cesar Correia, Susana Ladeiro, Gil Batista Marinho, Filipe Melo, Cheila Bhuralal, Bruno Machado, Miguel Palhas, isosamep, Robertt , Pedro F. Finisterra, Cristiano Tavares, Pedro Vieira, Jorge Soares, Maria Oliveira, Bruno Amorim Inácio, Nuno , Wedge, Pedro Brito, Manuel Botelho da Silva, Ricardo Leitão, Vítor Filipe, João Bastos, Natália Ribeiro, Bernardo Pimentel, Pedro Gaspar, Hugo Domingues _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Alexandre Homem Cristo é presidente da QIPP, entidade parceira da Lexplore para Portugal, sendo o coordenador do projecto “Lexplore +Leitura”. É mestrado em Política Comparada pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Geriu projectos internacionais financiados pela Comissão Europeia, nomeadamente em Experimentação de Políticas Públicas na área da Educação, em parceria com vários ministérios da Educação de países-membros da UE. Foi conselheiro do Conselho Nacional de Educação e desempenhou funções de assessor parlamentar no âmbito da Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura. Tem várias publicações na área das políticas públicas de educação, entre as quais o estudo “Escolas para o Século XXI” (FFMS, 2013) e capítulos temáticos em obras colectivas – como “Ética Aplicada: Educação” (Edições 70, 2018) e “Lei de Bases do Sistema Educativo. Balanço e Prospetiva, Vol. 2” (CNE, 2017). Colunista do Observador, publica regularmente ensaios de análise a políticas públicas de educação. Integra o Conselho Consultivo da SEDES. See omnystudio.com/listener for privacy information.

Nov 3, 2021 • 1h 12min
#110 João Goulão - Como a estratégia portuguesa contra a droga se tornou uma referência mundial
O convidado é médico, é actualmente Diretor-Geral do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD) e é considerado o principal arquitecto e da “estratégia portuguesa contra a droga”. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Há poucos assuntos em que Portugal seja uma referência a nível mundial. E provavelmente não há nenhum em que o sejamos de forma tão notória e transversal como no caso da estratégia de luta contra a droga que Portugal implementou a partir de 2000/2001, quando o país enfrentava um enorme problema, visível no índice de infecções por HIV mais alto da UE. Esta abordagem, que ficou conhecida como a “estratégia portuguesa contra a droga” foi, à época, muito arrojada, com medidas como a descriminalização das drogas -- na altura sem paralelo em nenhum outro país do mundo. Os resultados foram, no entanto, manifestos, o que leva a que seja hoje frequentemente citada nos media internacionais e a que sirva de referência aos mais variados países que se deparam com problemas idênticos. O convidado deste episódio, João Goulão, é considerado o principal arquitecto e implementador dessa nova abordagem. Depois de ter integrado a comissão que definiu a estratégia, o convidado presidiu ao principal órgão responsável pela gestão da política contra as drogas, o Instituto da Droga e da Toxicodependência. Actualmente, é o director-geral do sucessor desse organismo, o SICAD - Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências. A medida mais radical da estratégia portuguesa contra a droga foi a descriminalização das drogas. Mas a estratégia foi muito mais ampla do que isso, e são talvez ainda mais as outras medidas que explicam o seu sucesso. Com esta estratégia, houve, sobretudo, uma mudança radical na atitude em relação ao problema da droga, que passou a ser visto menos como um problema moral e um crime, e mais como essencialmente um problema de saúde pública. Assim, foram lançadas uma série de medidas com a finalidade de trazer os consumidores de drogas para dentro do sistema de saúde, minimizar a transmissão da SIDA, e disponibilizar substâncias substitutas para quem não conseguia largar o vício. Esta estratégia provocou uma diminuição visível em vários indicadores, sobretudo no número de mortes associado às drogas e no número de infecções por HIV. A prazo, levou também a uma diminuição no próprio consumo de drogas, sobretudo de heroína. Quando decidi convidar João Goulão para o 45 Graus, fi-lo, desde logo, porque o tema da droga e da saúde pública é, em si mesmo, interessante. Mas a minha principal motivação foi perceber melhor como foi possível conseguir apoio político para uma estratégia tão arrojada, e logo num tema tão sensível -- e que lições podemos tirar daí para tomar melhores políticas noutras áreas. O episódio começa, como não poderia deixar de ser, com um pouco de História, para perceber o que fez com que Portugal chegasse ao final dos anos 1990 com um problema de drogas tão grave. Isso levou-nos à estratégia adoptada e às razões do seu sucesso. Mais à frente, falámos também de alguns dos desafios da política de drogas actual. Primeiro, apesar do sucesso, o problema nunca está resolvido, e há medidas, como as eternas salas de chuto, que podem ser tomadas. Depois há a questão da legalização da cannabis, que está agora em discussão. Depois há a questão do álcool, que, por razões culturais, vemos de forma benigna mas tem na verdade vários paralelos com as drogas. Perguntei também ao convidado o que acha sobre os psicadélicos. Episódio com Pedro Teixeira. _______________ Índice da conversa: (00:00) Introdução (3:30) “A estratégia portuguesa para a droga”. Causas (da guerra colonial à SIDA) e medidas. (23:56) Resultados da política. Impacto nos consumos. Quando o nosso instinto moral nos trai. (28:26) Como foi possível ter apoio político transversal para uma política tão radical? (31:08) Reação da ONU. World Drug Report (32:31) A importância de ser um problema transversal à sociedade (incluindo a própria classe política) e o contraste com o que se passa com a Educação (34:48) Que lições se podem tirar para conseguir levar por diante boas políticas públicas noutras áreas? (40:22) O que falta ainda fazer? Salas de chuto (a primeira inaugurada em 2019 Lisboa). Drug checking. (44:55) Legalização da cannabis para fins recreativos? Posição do SICAD. Potencial terapêutico vs riscos (e.g. psicose). Aumento da potência da cannabis nas últimas décadas. (51:43) Álcool (54:08) Tabaco (55:54) O potencial dos psicadélicos. Episódio com Pedro Teixeira. (57:29) O que mudou nos consumos nos últimos 20 anos? Menos heroína mas aumento da complexidade. Pós-Crise da dívida soberana. Consumo de álcool nos jovens (1:07:02) Livro recomendado: Chasing the Scream: The First and Last Days of the War on Drugs, de Johann Hari. _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães Miguel van Uden, José LuÍs Malaquias, João Ribeiro, Francisco Hermenegildo, Nuno e Ana, Nuno Costa, Galaró family, Salvador Cunha, JoÃo Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Filipe Bento Caires, Luís Costa, Manuel Martins, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, Ricardo Duarte, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro, Tomás Costa Rui Baldaia, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, Hugo Correia, Duarte , Francisco Vasconcelos, Telmo , Jose Pedroso, MANNA Porto, José Proença, Carlos Manuel Lopes de Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, joana Antunes, Nelson Poças, Francisco López Bermúdez, Carlos Silveira, Diogo Rombo, Bruno Lamas, Fábio Mota, Vítor Araújo, João Pereira, Francisco Valente, Nuno Balsas, Jorge Amorim, Rui Vilão, João Ferreira, Luís Elias, José Losa, Hélder Moreira, Diogo Fonseca, Frederico Apolónia, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Paulo Fernandes, Nuno Lages, João Diamantino, Vasco SÁ Pinto, Rui Carrilho, Luis Quelhas Valente, Tiago Pires, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, João Raimundo, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, João Castanheira, Pedro , rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Tomás Félix, Vasco Lima, Joao Pinto, João Moreira, José Oliveira Pratas, João Diogo Silva, Marco Coelho, Joao Diogo, Francisco Aguiar , Tiago Costa da Rocha, João Crispim, Paulo dos Santos, Abílio Mateus, João Pinho , Andrea Grosso, Miguel Lamela, Margarida Gonçalves, Afonso Martins, João Barbosa, Luis Filipe, Renato Mendes, António Albuquerque, Francisco Santos, juu-san, Fernando Sousa, Pedro Correia, MacacoQuitado, Paulo Ferreira, Gabriela, Nuno Almeida, Francisco Manuel Reis, Daniel Almeida, Albino Ramos, Inês Patrão, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Miguel Mendes, Luis Gomes, Ana Batista, Alberto Santos Silva, Cesar Correia, Susana Ladeiro, Gil Batista Marinho, Filipe Melo, Cheila Bhuralal, Bruno Machado, Miguel Palhas, isosamep, Robertt , Pedro F. Finisterra, Cristiano Tavares, Pedro Vieira, Jorge Soares, Maria Oliveira, Bruno Amorim Inácio, Nuno , Wedge, Pedro Brito, Manuel Botelho da Silva, Ricardo Leitão, Vítor Filipe, João Bastos, Natália Ribeiro, Bernardo Pimentel, Pedro Gaspar, Hugo Domingues _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Médico da Carreira de Medicina Geral e Familiar, colocado no Centro de Saúde de Faro na sequência do Serviço Médico à Periferia cumprido naquele Concelho no início dos anos 80, desde cedo a sua carreira se orientou para a área das Toxicodependências, quando os serviços de Saúde se viam confrontados com os problemas por elas causados e que assumiam particular relevância na região do Algarve. Foi Presidente do SPTT (Serviço de Prevenção e Tratamento da Toxicodependência) de 1997 a 2002 e Presidente do Instituto da Droga e da Toxicodependência de 2005 até à sua extinção. Atualmente é o Diretor-Geral do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), e Coordenador Nacional para os Problemas das Drogas, das Toxicodependências e do Uso Nocivo do Álcool. Foi membro da comissão que propôs a primeira estratégia nacional de luta contra a droga, aprovada em 1999, e que preconizava a descriminalização do consumo das drogas. Membro do Comité Científico do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência entre 1997 e 2002; representante de Portugal no Conselho de Administração daquela agência europeia desde 2005, foi eleito seu Presidente em 2009, tendo cumprido dois mandatos que terminaram no final de 2015. No primeiro semestre de 2021 presidiu o Grupo Horizontal Drogas, no âmbito da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, e desde 2019 preside o Grupo Pompidou do Conselho da Europa.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Oct 20, 2021 • 1h 51min
#109 Octávio Mateus - Dinossauros, evolução, História da vida na Terra & mais
O convidado é paleontólogo, professor na Universidade Nova de Lisboa, onde ensina, entre outras, evolução, paleontologia de vertebrados e répteis e -- a sua principal área de investigação -- dinossauros, sobretudo do Jurássico de Portugal. É autor ou co-autor de mais 200 publicações nesta área e já há três décadas que participa e organiza escavações de dinossauros em Portugal, sobretudo em colaboração com o Museu da Lourinhã, conhecido por sua importante colecção de dinossauros. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Octávio Mateus é conhecido do grande público sobretudo enquanto especialista em dinossauros. Porque essa é, de facto, a sua principal área de investigação, mas também porque o imaginário destes répteis que dominaram a Terra até há 66 milhões de anos é, por motivos vários, o que mais atrai a atenção das pessoas. Mas a área do convidado, a Paleontologia, é muito mais do que simplesmente dinossauros. É uma área da ciência que vai beber simultaneamente à Biologia e à Geologia para tentar explicar a História da vida na Terra nos últimos (pelo menos) 3.5 mil milhões de anos, e nas suas mais variadas formas. Esta foi, como vão perceber, uma conversa cheia (o Octávio é um excelente conversador), na qual abordámos imensos temas. Falámos sobre a História da vida na Terra, desde os primeiros organismos unicelulares até aos dinossauros, aos mamíferos e ao homo sapiens. Falámos do processo da evolução por selecção natural, e do modo como ele é muitas vezes contra-intuitivo (um tema que já tinha abordado nos dois episódios que gravei com o PGM). Falámos também de fósseis, que são a matéria-prima principal de um paleontólogo. E, claro, falámos (muito) sobre dinossauros: quantos eram, o que sabemos sobre eles, o que não sabemos, e ainda...o que é que os pássaros nos podem dizer sobre eles. Porque a verdade é que os pássaros descendem directamente dos dinossauros. Aliás, formalmente, os pássaros são um tipo de dinossauro, pois descendem (são, aliás, os únicos descendentes) do grupo ao qual pertencia nada mais nada menos do que o famoso tiranossauro rex. _______________ Índice da conversa: (00:00) Introdução (02:57) O que é a Paleontologia? (05:46) É possível ressuscitar espécies extintas? | Lobo-da-tasmânia (08:49) O que é um fóssil? | Fósseis de tecidos moles. | Quais as condições ideiais para a fossilização? | Como se faz a datação de um fóssil? | Qual é o fóssil mais antigo? (25:51) Macro-história da evolução da vida na Terra | 890-million-year-old sponge fossil may be the earliest animal yet found | Explosão do Câmbrico. | Corrida ao armamento evolutiva (49:19) Quando surgiram os dinossauros? | Conseguimos saber quantas espécies havia? | Os mamíferos | Evolução da biodiversidade na Terra ao longo do tempo. | Os vários eventos de extinção. | paleontologia.pt (55:02) As três grandes famílias de dinossauros. | Debate em torno de paper recente saído na Nature (57:43) Porque é que os dinossauros (e os pássaros) desenvolveram sacos de ar no interior do organismo? (1:01:57) O modo como o passado evolutivo de uma espécie restringe as adaptações que pode desenvolver. | O exemplo do nervo vago | O exemplo das hemorroidas. (1:06:49) Como era possível os saurópodes serem tão grandes? Comparação com os cavalos. “Corrida ao armamento evolutiva” | Lei de Cope | Porque foram os maiores dinossauros aqueles que se extinguiram? (1:14:55) As peculiaridades das espécies nas ilhas. Elefantes anões (extintos) (1:17:03) Aves vs (outros) dinossauros: os dinossauros tinham penas | Exaptações | Escamas. (1:20:36) Porque é que a taxonomia de Lineu deixa de fazer sentido numa visão global da história da evolutiva da Terra (1:23:34) O que nos dizem as aves (e os répteis) sobre como eram os dinossauros? | Phylogenetic bracketing | Como no filme Jurassic Park foi feito o rugido do T-rex (1:26:19) O que sabemos sobre como eram os dinossauros (fisionomia, comportamento, etc)? | Os dinossauros eram de sangue quente ou frio? Qual é a vantagem do sangue quente? Porque evoluiu? (1:32:24) A principal interrogação do convidado sobre os dinossauros. | Quanto tempo dura cada espécie? | Known unknowns vs unknown unknowns (1:37:15) O que causou a extinção dos dinossauros (Cretaceous–Paleogene extinction event) | (1:43:30) Há esperança de encontrar DNA de dinossauros? | Possível descoberta de DNA de t-rex | Record de DNA (completo) mais antigo (mamute) (1:46:24) Livro recomendado: A Ascensão e Queda dos Dinossauros, de Steve Brusatte _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães Miguel van Uden, José LuÍs Malaquias, João Ribeiro, Francisco Hermenegildo, Nuno e Ana, Nuno Costa, Galaró family, Salvador Cunha, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Filipe Bento Caires, Luís Costa, Manuel Martins, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, Ricardo Duarte, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro, Tomás Costa Rui Baldaia, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, Hugo Correia, Duarte , Francisco Vasconcelos, Telmo , Jose Pedroso, MANNA Porto, José Proença, Carlos Manuel Lopes de Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, joana Antunes, Nelson Poças, Francisco López Bermúdez, Carlos Silveira, Diogo Rombo, Bruno Lamas, Fábio Mota, Vítor Araújo, João Pereira, Francisco Valente, Nuno Balsas, Jorge Amorim, Rui Vilão, João Ferreira, Luís Elias, José Losa, Hélder Moreira, Diogo Fonseca, Frederico Apolónia, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Paulo Fernandes, Nuno Lages, João Diamantino, Vasco SÁ Pinto, Rui Carrilho, Luis Quelhas Valente, Tiago Pires, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, João Raimundo, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, João Castanheira, Pedro , rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Tomás Félix, Vasco Lima, Joao Pinto, João Moreira, José Oliveira Pratas, João Diogo Silva, Marco Coelho, Joao Diogo, Francisco Aguiar , Tiago Costa da Rocha, João Crispim, Paulo dos Santos, Abílio Mateus, João Pinho , Andrea Grosso, Miguel Lamela, Margarida Gonçalves, Afonso Martins, João Barbosa, Luis Filipe, Renato Mendes, António Albuquerque, Francisco Santos, juu-san, Fernando Sousa, Pedro Correia, MacacoQuitado, Paulo Ferreira, Gabriela, Nuno Almeida, Francisco Manuel Reis, Daniel Almeida, Albino Ramos, Inês Patrão, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Miguel Mendes, Luis Gomes, Ana Batista, Alberto Santos Silva, Cesar Correia, Susana Ladeiro, Gil Batista Marinho, Filipe Melo, Cheila Bhuralal, Bruno Machado, Miguel Palhas, isosamep, Robertt , Pedro F. Finisterra, Cristiano Tavares, Pedro Vieira, Jorge Soares, Maria Oliveira, Bruno Amorim Inácio, Nuno , Wedge, Pedro Brito, Manuel Botelho da Silva, Ricardo Leitão, Vítor Filipe, João Bastos, Natália Ribeiro, Bernardo Pimentel, Pedro Gaspar, Hugo Domingues _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Nascido em 1975, é Professor Associado de Paleontologia na Universidade Nova de Lisboa (FCT). É licenciado em Biologia (Univ. de Évora) e Doutorado em Paleontologia pela Universidade Nova de Lisboa. O seu principal tema de interesse é a paleontologia de dinossauros (ossos, ovos e pegadas), sobretudo do Jurássico de Portugal, mas também aborda outros répteis (mosassauros, plesiossauros, crocodilos, tartarugas, etc.). É autor ou co-autor de mais 200 publicações (capítulos de livros, artigos científios e resumos de conferências). Desde 1991 que participa e organiza em escavações de dinossauros em Portugal, sobretudo em colaboração com o Museu da Lourinhã, conhecido por sua importante colecção de dinossauros. Em Angola descobriu o primeiro dinossauro desse país no âmbito do Projecto PaleoAngola. O seu interesse por dinossauros já o levou a realizar escavações a Estados Unidos, Brasil, Gronelândia, Laos, Tunísia, Moçambique, Mongólia, Marrocos e Angola. É Investigador Associado do AMNH - Museu Americano de História Natural (New York) e do Museu da Lourinhã.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Oct 6, 2021 • 1h 48min
#108 Aires Almeida - Para que serve a Arte?
O convidado é licenciado e mestre em Filosofia pela Universidade de Lisboa. Tem-se dedicado sobretudo à filosofia da arte. Dirige a coleção Filosofia Aberta, da Gradiva e é autor de vários livros, entre os quais O Valor Cognitivo da Arte (2010) e A Definição de Arte: O Essencial (2019). -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Foi sobretudo este último -- sobre o que é, afinal, a arte -- o mote para a nossa conversa. Já há muito tempo que queria falar sobre arte no 45 Graus. É um tema obviamente com muito pano para mangas; afinal, não há ninguém que não aprecie alguma forma de arte, seja ela a pintura, a música ou o cinema. No entanto, faltava-me encontrar um convidado que tivesse a abordagem certa. Porque a verdade é que a arte, como depende muito da nossa sensibilidade individual, é um tema que se presta muito a análises, digamos, pouco… objectivas. Ou é discutido numa lógica puramente subjectiva, do tipo: “adooooro o Tarantino” -- ou a Paula Rego (ou, pelo contrário eles “não me dizem nada”). Ou é discutido de uma forma quase religiosa, com uma admiração cega por tudo o que é de determinado artista, seja ele o David Bowie ou Picasso. (A nossa conversa começa precisamente por este ponto). Ou então, mesmo quando encontramos uma discussão acesa sobre arte, como é comum por exemplo na crítica de cinema, o que vemos, na verdade, muitas vezes, é uma discussão com superlativos a mais e objectividade a menos. De certa forma, pode dizer-se que estive este tempo todo à espera de um convidado como o Aires Almeida, que consegue falar sobre arte de forma cativante mas sem peneiras nem poses. O nome dele foi-me sugerido pelo Desidério Murcho, outro grande convidado do 45G, a quem agradeço. O ponto de partida para a nossa conversa foi o mais elementar de todos: o que é a arte? Que aspectos são comuns a formas tão diferentes de arte como a pintura, a música ou a literatura e que, no entanto, as distinguem de outras actividades humanas? E porque é que a arte é algo que consideramos valioso -- o que é que a arte nos dá? Dá-nos prazer, claramente, mas pode também ser uma fonte de conhecimento? Ou é simplesmente um tipo de experiência diferente dos outros todos? Foi uma longa conversa, na qual percorremos uma série destes aspectos da natureza da arte. _______________ Índice da conversa: (00:00) Introdução (03:04) não devemos tratar a arte como algo sagrado, não tem valor intrínseco. (Noël Carroll, filósofo) (12:34) Os vários problemas filosóficos em torno da arte | O que é arte? Diferentes tipos de definições. | Casos-fronteira. Gato Fedorento - Lusco Fusco | Fahrenheit 451, de Ray Bradbury (25:09) Porque é que, enquanto sociedade, valorizamos tanto a arte e os artistas? | O que é a Arte?, de Lev Tolstói (29:19) Há muita arte má. A falácia da divisão. | Gerhard Richter | Muita arte poderia ser destruída. (35:55) A arte enquanto fonte de prazer. Robert Nozick e a “máquina das experiências” | O entretenimento é inimigo da arte? (41:27) A arte enquanto fonte de conhecimento? Jerome Stolnitz on the cognitive triviality of art | A arte enquanto estímulo dos sentidos. | A arte enquanto fonte de uma ‘experiência estética’ que é única. | A música é universal? (54:30) A arte enquanto meio para experienciar emoções que de outra forma não teríamos (ou sem ter o custo associado). (Porque é que as pessoas ouvem música triste e vêem filmes de terror?) (01:01:01) O papel no valor que a Humanidade da arte da admiração pelo/a génio do artista. (01:06:17) Por que admiramos mais o talento do que o esforço? | A ‘regra’ das 10,000 horas de treino | Livro “Guitar Zero”, de Gary Marcus | Livro “The Sense of Style”, de Steven Pinker (01:14:04) A intenção do artista importa para o valor da obra? | Ensaio “A morte do autor”, de Roland Barthes | (01:20:43) Quando a arte se torna um mero adereço social (a “pose” dos artistas e dos críticos de arte). | Música atonal. | Os Abba (01:23:43) Quando a mesma música ou o mesmo filme nos despertam reacções diferentes em momentos diferentes da vida. | “Voando sobre um ninho de cucos” | A dificuldade em apreciar devidamente obras marcantes antigas que foram revolucionárias na altura. | Pulp Fiction. | Filmes de Manoel de Oliveira. | Ulysses, de James Joyce (01:33:07) Obras falsas podem ser consideradas arte? Documentário Netflix “Made You Look”. | Han van Meegeren. O falsificador que engazopava nazis. | Nelson Goodman (filósofo) | O urinol de Marcel Duchamp (1:39:19) ...de volta ao problema da Definição da Arte: como classificar a arte de vanguarda? | Anti-humor | Nick Zangwill (filósofo) (1:45:54) Livro recomendado: “Investigações Estéticas - Ensaios de filosofia da arte”, de Jerrold Levinson _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Tomás Fragoso, Gonçalo Murteira Machado Monteiro, Nuno Costa, Francisco Hermenegildo, Mário Lourenço, Carlos Seiça Cardoso, José Luís Malaquias, Tiago Leite, Carlos Martins, Corto Lemos, Margarida Varela, Filipe Bento Caires, Miguel Marques, Galaró family, Nuno e Ana, João Ribeiro, Miguel Vassalo, Bruno Heleno Gonçalo Matos, Emanuel Gouveia, Ricardo Santos, Ricardo Duarte, Ana Sousa Amorim, Manuel Martins, Sara Mesquita, Francisco Sequeira Andrade, ChaosSeeker , Gabriel Sousa, Gil Nogueira, Luis Brandão Marques, Abílio Silva, Joao Saro, Tiago Neves Paixão, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Diogo Sampaio Viana, José Soveral, André Oliveira, Andreia Esteves, João Bernardino, Luís Costa, Ana Teresa Mota, Isabel Oliveira, Arune Bhuralal Rui Baldaia, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, Hugo Correia, Duarte , Francisco Vasconcelos, Telmo , Jose Pedroso, MANNA Porto, José Proença, Carlos Manuel Lopes de Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, joana Antunes, Nelson Poças, Francisco López Bermúdez, Carlos Silveira, Diogo Rombo, Bruno Lamas, Fábio Mota, Vítor Araújo, João Pereira, Francisco Valente, Nuno Balsas, Jorge Amorim, Rui Vilão, João Ferreira, Luís Elias, José Losa, Hélder Moreira, Diogo Fonseca, Frederico Apolónia, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Paulo Fernandes, Nuno Lages, João Diamantino, Vasco SÁ Pinto, Rui Carrilho, Luis Quelhas Valente, Tiago Pires, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, João Raimundo, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, João Castanheira, Pedro , rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Tomás Félix, Vasco Lima, Joao Pinto, João Moreira, José Oliveira Pratas, João Diogo Silva, Marco Coelho, Joao Diogo, Francisco Aguiar , Tiago Costa da Rocha, João Crispim, Paulo dos Santos, Abílio Mateus, João Pinho , Andrea Grosso, Miguel Lamela, Margarida Gonçalves, Afonso Martins, João Barbosa, Luis Filipe, Renato Mendes, António Albuquerque, Francisco Santos, juu-san, Fernando Sousa, Pedro Correia, MacacoQuitado, Paulo Ferreira, Gabriela, Nuno Almeida, Francisco Manuel Reis, Daniel Almeida, Albino Ramos, Inês Patrão, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Miguel Mendes, Luis Gomes, Ana Batista, Alberto Santos Silva, Cesar Correia, Susana Ladeiro, Gil Batista Marinho, Filipe Melo, Cheila Bhuralal, Bruno Machado, Miguel Palhas, isosamep, Robertt , Pedro F. Finisterra, Cristiano Tavares, Pedro Vieira, Jorge Soares, Maria Oliveira, Bruno Amorim Inácio, Nuno , Wedge, Pedro Brito, Manuel Botelho da Silva, Ricardo Leitão, Vítor Filipe, João Bastos, Natália Ribeiro, Bernardo Pimentel, Pedro Gaspar, Hugo Domingues _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Licenciado em Filosofia pela Universidade de Lisboa, onde também obteve o grau de Mestre em Filosofia da Linguagem e da Consciência (2005), com uma tese sobre filosofia da arte. É professor de Filosofia do ensino secundário, colaborador do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa (Grupo LangCog) e, desde 2017, é membro da direcção da Sociedade Portuguesa de Filosofia. É autor dos livros O Valor Cognitivo da Arte (2010) e A Definição de Arte: O Essencial (2019), coautor, com Desidério Murcho, de Janelas Para a Filosofia (2014, entretanto esgotado) e de vários outros livros didácticos de filosofia. Desde 2006 dirige a coleção Filosofia Aberta, da Gradiva Publicações. Vive em Portimão, mas é natural de Vila Nova de Foz Côa.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Sep 22, 2021 • 1h 20min
#107 Filipe Teles - O imperativo da descentralização e as peculiaridades do poder local em Portugal
O convidado é doutorado em ciência política e professor na Universidade de Aveiro, onde também faz parte da equipa reitoral, enquanto pro-reitor. Filipe Teles é um investigador consagrado em temas relacionados com a governação local, com publicações em várias revistas académicas de referência, sendo actualmente presidente da European Urban Research Association. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar O tema da nossa conversa foi descentralização e poder local em Portugal e o mote foi o ensaio com o mesmo nome que o convidado lançou este ano, publicado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos. Para além disso, já tinha participado em 2018 na equipa responsável pelo estudo sobre a Qualidade da Governação Local em Portugal, publicado pela mesma fundação, e que também discutimos no episódio. E porquê discutir o tema da descentralização política, ou seja a transferência de poderes do Estado central para as autarquias? Por vários motivos. Por um lado, porque, como iremos ver, Portugal é um país onde o poder está ainda muito concentrado no Estado central. Isto tem uma série de efeitos negativos, seja sobre a equidade da representação política seja sobre o próprio desenvolvimento do país, e é um modelo que faz pouco sentido no século XXI. Por outro lado, porque apesar de nas últimas décadas já se terem tomado algumas medidas de descentralização, este continua a ser um tema pouco querido quer pela imprensa quer pelos políticos. Ainda no início deste mês, soube-se que o governo não tinha levado por diante a nova fase da descentralização que tinha originalmente planeado para o início do verão passado. E finalmente, claro, é uma boa altura para discutir este tema porque estamos a dias das eleições autárquicas, nas quais serão escolhidos os representantes dos cidadãos nos órgãos políticos teoricamente mais próximos da população. São, recorde-se, um total de 308 municípios e 3092 freguesias. Começámos a nossa conversa pelo ponto de partida óbvio: saber como compara Portugal com outros países em termos de centralização do poder político. E, como veremos, compara mal. Mas o nosso centralismo, como também discutimos, não é só um problema de instituições: é também um problema cultural, com várias manifestações que todos mais ou menos conhecemos. A política nacional domina, de longe, a atenção dos politicos, dos media e da maioria das pessoas que se interessam pelo tema. Por outro lado, porém, também não ajuda a corrigir a este centralismo as insuficiências que a governação local muitas vezes tem. Essas limitações, como vamos ver, estão, em parte, relacionadas com algumas peculiaridades do nosso sistema eleitoral e de governo autárquico, que é complexo, pouco transparente e pouco amigo da participação da população. Para não nos ficarmos só pelo lado negativo, abordámos também as melhorias que, apesar de tudo, têm sido conseguidas na qualidade do poder local e na promoção da descentralização em Portugal; e falámos das reformas mais relevantes que se podem tomar para continuar esse caminho. Uma dessas reformas possíveis é, claro, a regionalização. Mas essa é, como refere o convidado, apenas uma forma, de entre várias, de promover uma maior descentralização no país. _______________ Índice da conversa: (00:00) Introdução (6:46) Quão centralizado é Portugal? (15:40) O problema de termos um modelo de governação local único, que não tem em conta a existência de municípios com dimensões e desafios muito diferentes (18:18) O centralismo de Portugal é também um problema cultural? | Lisboa não é a capital oficial | Livro “Viagens na Minha Terra”, de Almeida Garrett (28:51) As insuficiências do governo e da democracia local em Portugal. | As peculiaridades do nosso sistema de poder autárquico: o excessivo peso do(a) presidente de câmara, a falta de protagonismo das assembleias municipais, a existência de juntas de freguesia. (43:52) Os círculos por distrito no sistema eleitoral das Legislativas e outros problemas mais amplos da arquitectura do sistema político em Portugal. (49:25) As regiões não podiam reclamar um papel mais activo no espaço público? | O aumento do associativismo municipal nos últimos anos, via comunidades intermunicipais. O papel dos fundos comunitários | O caso caricato de terem sido secretários de Estado (do governo central) a assegurar a coordenação regional do combate à pandemia (57:45) Principais melhorias no passado recente na qualidade do poder local e no aumento da descentralização (1:02:08) Que reformas faltam ainda fazer? A necessidade de aumentar a transparência da governação local (1:06:31) O que dizem os dados sobre as diferenças na qualidade da governação entre municípios? | Estudo sobre a Qualidade da Governação Local em Portugal (FFMS) (1:17:15) Livro recomendado: Uma Teoria da Democracia Complexa, de Daniel Innerarity _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Tomás Fragoso, Gonçalo Murteira Machado Monteiro, Nuno Costa, Francisco Hermenegildo, Mário Lourenço, Carlos Seiça Cardoso, José Luís Malaquias, Tiago Leite, Carlos Martins, Corto Lemos, Margarida Varela, Filipe Bento Caires, Miguel Marques, Galaró family, Nuno e Ana, João Ribeiro, Miguel Vassalo, Bruno Heleno Gonçalo Matos, Emanuel Gouveia, Ricardo Santos, Ricardo Duarte, Ana Sousa Amorim, Manuel Martins, Sara Mesquita, Francisco Sequeira Andrade, ChaosSeeker , Gabriel Sousa, Gil Nogueira, Luis Brandão Marques, Abílio Silva, Joao Saro, Tiago Neves Paixão, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Diogo Sampaio Viana, José Soveral, André Oliveira, Andreia Esteves, João Bernardino, Luís Costa, Ana Teresa Mota, Isabel Oliveira, Arune Bhuralal Rui Baldaia, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, Hugo Correia, Duarte , Francisco Vasconcelos, Telmo , Jose Pedroso, MANNA Porto, José Proença, Carlos Manuel Lopes de Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, joana Antunes, Nelson Poças, Francisco López Bermúdez, Carlos Silveira, Diogo Rombo, Bruno Lamas, Fábio Mota, Vítor Araújo, João Pereira, Francisco Valente, Nuno Balsas, Jorge Amorim, Rui Vilão, João Ferreira, Luís Elias, José Losa, Hélder Moreira, Diogo Fonseca, Frederico Apolónia, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Paulo Fernandes, Nuno Lages, João Diamantino, Vasco SÁ Pinto, Rui Carrilho, Luis Quelhas Valente, Tiago Pires, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, João Raimundo, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, João Castanheira, Pedro , rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Tomás Félix, Vasco Lima, Joao Pinto, João Moreira, José Oliveira Pratas, João Diogo Silva, Marco Coelho, Joao Diogo, Francisco Aguiar , Tiago Costa da Rocha, João Crispim, Paulo dos Santos, Abílio Mateus, João Pinho , Andrea Grosso, Miguel Lamela, Margarida Gonçalves, Afonso Martins, João Barbosa, Luis Filipe, Renato Mendes, António Albuquerque, Francisco Santos, juu-san, Fernando Sousa, Pedro Correia, MacacoQuitado, Paulo Ferreira, Gabriela, Nuno Almeida, Francisco Manuel Reis, Daniel Almeida, Albino Ramos, Inês Patrão, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Miguel Mendes, Luis Gomes, Ana Batista, Alberto Santos Silva, Cesar Correia, Susana Ladeiro, Gil Batista Marinho, Filipe Melo, Cheila Bhuralal, Bruno Machado, Miguel Palhas, isosamep, Robertt , Pedro F. Finisterra, Cristiano Tavares, Pedro Vieira, Jorge Soares, Maria Oliveira, Bruno Amorim Inácio, Nuno , Wedge, Pedro Brito, Manuel Botelho da Silva, Ricardo Leitão, Vítor Filipe, João Bastos, Natália Ribeiro, Bernardo Pimentel, Pedro Gaspar, Hugo Domingues _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Docente no Departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território, na Universidade de Aveiro. Desempenha, actualmente, a função de Pró-reitor para o desenvolvimento regional e política de cidades. Doutorado em Ciências Políticas e membro da Unidade de Investigação em Governança, Competitividade e Políticas Públicas, onde tem desenvolvido trabalho de investigação em governação e administração local e regional, reformas territoriais, liderança política e inovação. É autor e co-autor de vários artigos em revistas académicas de referência. As publicações mais recentes incluem o livro “Local Governance and Inter-municipalCooperation” (2016: Palgrave, UK) e a co-edição dos volumes “Close Ties in European Local Governance”, “Inter-municipal Cooperation in Europe: Institutions andGovernance” e “Sub-Municipal Governance in Europe: Decentralization Beyond the Municipal Tier”, em 2018, pela mesma editora. Coordena o Programa Integrado de I&D “CeNTER Redes e Comunidades para a Inovação Territorial” (CENTRO 2020) e o Projeto de IC&DT “DECIDE Governação Territorial Descentralizada” (FCT – POCI). Integra, ainda,as equipas de investigação dos projetos “Unalab: UrbanNature Labs” (Horizon 2020), “Ô: circular, integrated andsymbiotic use of water” (H2020), “Qualidade da Governação Local em Portugal” (Fundação Francisco Manuel dos Santos) e “Pegada Ecológica dos Municípios Portugueses”. É membro da Associação Portuguesa de Ciência Política(coordenador da Secção de Governação e Política Local), da Political Studies Association (UK), da AmericanPolitical Science Association, e – actualmente – integra o Steering Committee of the Local Government and Politics Standing Group do EuropeanConsortium for Political Research, e o Board do Research Committee on Comparative Studies on Local Governmentand Politics da International Political ScienceAssociation.See omnystudio.com/listener for privacy information.

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Sep 8, 2021 • 1h 37min
#106 Catarina Vieira de Castro - Lobos, cães, métodos de treino e experiências com bebés
A convidada é bióloga de formação e actualmente investigadora no i3S – Instituto de Inovação e Investigação em Saúde, da Universidade do Porto, dedicando-se ao bem-estar e comportamento canino. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar No seu projecto de pós-doutoramento, que discutimos no episódio, a convidada investigou os efeitos dos vários métodos de treino no bem-estar de cães de companhia e na sua relação com o dono. Esta investigação despertou grande interesse na comunidade científica e teve destaque nos media internacionais. Para além de investigadora, a Catarina é também treinadora de cães, com formação na área. Esta dupla condição de investigadora e treinadora dá-lhe uma perspectiva invulgarmente sólida -- e retira-lhe, se calhar, alguns vieses que cada um dos campos inevitavelmente tem. Começámos a nossa conversa a tentar perceber como aconteceu a domesticação do cão a partir do lobo. É que o cão foi, por larga margem, o primeiro animal a ser domesticado pelos humanos. Não se tem ainda a certeza sobre exatamente quando. A estimativa mais conservadora aponta para 14 mil anos, portanto, antes da invenção da agricultura, depois da qual foram adoptados todos os outros animais que nos são familiares. Os cães têm, por isso, desde sempre, uma ligação muito próxima aos humanos, e ao longo do tempo, o homem foi selecionando na espécie canina várias características para se adaptarem a nós (embora, como iremos ver, não todas as que os distinguem dos lobos). Falámos também sobre os diferentes métodos de treino, mais baseados em castigo ou em recompensas, e sobre o que a investigação mostra sobre, por um lado, qual dos métodos é mais eficaz e, por outro, quais os efeitos no bem estar dos animais. Isto levou-nos a discutir também a mente dos cães. O facto de serem, como nós, um animal social, e de viverem há milhares de anos numa relação muito próxima com os humanos faz com que tenham muitas parecenças connosco. Mas também têm mais diferenças do que às vezes queremos reconhecer. E, no entanto, a verdade é que não param de surpreender. Já no final da conversa, falámos ainda de um tipo de treino inovador recente, que tem dado muito que falar, o chamado treino de imitação, em que, aparentemente, é possível ensinar um cão a imitar aquilo que fazemos, mesmo que nunca tenha visto aquele movimento antes. A confirmar-se, este tipo de treino permite não só ensinar muito mais rápido um determinado comportamento, face aos métodos tradicionais, como permite alargar o leque de acções que podemos ensinar aos cães. __________________________ Índice da conversa (carregar no indicador de tempo para saltar para esse mm:ss) (00:00) Introdução (04:10) Como aconteceu a domesticação do cão a partir do lobo. Duas hipóteses concorrentes. | Cães ferais (selvagens) (16:00) Experiências de Dmitry Belyayev com raposas (21:52) O papel do brincar no desenvolvimento cognitivo dos cães (25:22) Métodos de treino de reforço negativo vs reforço positivo (castigo vs recompensa). | Os exageros que se criaram sobre as alcateias (e as matilhas) funcionarem com base numa hierarquia social linear rígida. Cesar Millan. | Método de Pavlov de condicionamento: associação entre estímulos vs método de Skinner: condicionamento operante. Treino de ‘clicker’. | Evolução da filosofia de treino dos cães acompanhou as mudanças na própria educação das crianças. (38:05) A importância da disciplina / autoridade no treino dos cães. | A hierarquia e a dominância entre os cães. Estrutura social das matilhas vs alcateias. (44:40) Por que não serve de nada castigar o cão quando chegamos a casa e ele fez asneira na nossa ausência. Experiência do ‘guilty look’ (54:40) O que mostra a investigação da convidada sobre efeito dos métodos de castigo vs de recompensa no bem-estar do animal?. Experiências com copos. (1:06:13) Experiências de vinculação em cães adaptadas da investigação de vinculação em bebés (teste da situação estranha de Ainsworth). Efeito de base-segura. (1:16:16) Treino de imitação (‘do as I do’) | princípio da parsimonia na Ciência (1:28:22) Border collie que decorou 1022 palavras (1:31:35) Livros recomendados: The Domestic Dog: Its Evolution, Behaviour and Interactions with People, de James Serpell | Dog Sense, de John Bradshaw | Culture Clash, de Jean Donaldson __________________________ Obrigado aos mecenas do podcast: Tomás Fragoso, Gonçalo Murteira Machado Monteiro, Nuno Costa, Francisco Hermenegildo, Mário Lourenço, Carlos Seiça Cardoso, José Luís Malaquias, Tiago Leite, Carlos Martins, Corto Lemos, Margarida Varela, Filipe Bento Caires, Miguel Marques, Galaró family, Nuno e Ana, João Ribeiro, Miguel Vassalo, Bruno Heleno Gonçalo Matos, Emanuel Gouveia, Ricardo Santos, Ricardo Duarte, Ana Sousa Amorim, Manuel Martins, Sara Mesquita, Francisco Sequeira Andrade, ChaosSeeker , Gabriel Sousa, Gil Nogueira, Luis Brandão Marques, Abílio Silva, Joao Saro, Tiago Neves Paixão, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Diogo Sampaio Viana, José Soveral, André Oliveira, Andreia Esteves, João Bernardino, Luís Costa, Ana Teresa Mota, Isabel Oliveira, Arune Bhuralal Rui Baldaia, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, Hugo Correia, Duarte , Francisco Vasconcelos, Telmo , Jose Pedroso, MANNA Porto, José Proença, Carlos Manuel Lopes de Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, joana Antunes, Nelson Poças, Francisco López Bermúdez, Carlos Silveira, Diogo Rombo, Bruno Lamas, Fábio Mota, Vítor Araújo, João Pereira, Francisco Valente, Nuno Balsas, Jorge Amorim, Rui Vilão, João Ferreira, Luís Elias, José Losa, Hélder Moreira, Diogo Fonseca, Frederico Apolónia, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Paulo Fernandes, Nuno Lages, João Diamantino, Vasco SÁ Pinto, Rui Carrilho, Luis Quelhas Valente, Tiago Pires, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, João Raimundo, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, João Castanheira, Pedro , rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Tomás Félix, Vasco Lima, Joao Pinto, João Moreira, José Oliveira Pratas, João Diogo Silva, Marco Coelho, Joao Diogo, Francisco Aguiar , Tiago Costa da Rocha, João Crispim, Paulo dos Santos, Abílio Mateus, João Pinho , Andrea Grosso, Miguel Lamela, Margarida Gonçalves, Afonso Martins, João Barbosa, Luis Filipe, Renato Mendes, António Albuquerque, Francisco Santos, juu-san, Fernando Sousa, Pedro Correia, MacacoQuitado, Paulo Ferreira, Gabriela, Nuno Almeida, Francisco Manuel Reis, Daniel Almeida, Albino Ramos, Inês Patrão, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Miguel Mendes, Luis Gomes, Ana Batista, Alberto Santos Silva, Cesar Correia, Susana Ladeiro, Gil Batista Marinho, Filipe Melo, Cheila Bhuralal, Bruno Machado, Miguel Palhas, isosamep, Robertt , Pedro F. Finisterra, Cristiano Tavares, Pedro Vieira, Jorge Soares, Maria Oliveira, Bruno Amorim Inácio, Nuno , Wedge, Pedro Brito, Manuel Botelho da Silva, Ricardo Leitão, Vítor Filipe, João Bastos, Natália Ribeiro, Bernardo Pimentel, Pedro Gaspar, Hugo Domingues __________________________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira Bio: Catarina Vieira de Castro, bióloga de formação, é atualmente investigadora no i3S – Instituto de Inovação e Investigação em Saúde, Universidade do Porto, Portugal. Desenvolve investigação científica em aprendizagem e comportamento animal desde 2008 e, mais recentemente, direcionou o seu trabalho para a área do bem-estar e comportamento canino. O seu projeto de pós-doutoramento recentemente concluído, onde investigou os efeitos dos métodos de treino no bem-estar de cães de companhia e no seu vínculo com o dono, despertou grande interesse na comunidade científica e também uma cobertura de destaque nos media a nível internacional. Catarina também já desenvolveu trabalhos como treinadora de cães, contando com diversas formações na área, e é uma apaixonada por desportos caninos.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Aug 5, 2021 • 1h 32min
#105 [EN] Fons Trompenaars - Reconciling cultural differences (between countries and within organisations)
(The episode starts after a short introduction in Portuguese) O convidado é autor e consultor na área da gestão das organizações e da comunicação inter-cultural. Conhecido sobretudo pela autoria de um dos modelos de diferenças entre culturas nacionais mais conhecidos, que popularizou no livro "Riding the Waves of Culture", publicado em 1993. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar O modelo de Trompenaars é -- juntamente com o modelo de Hofstede que já referi várias vezes no podcast -- uma das referências quando se trata de comparar culturas entre diferentes países. Nenhum dos dois modelos é perfeito -- até porque implicam necessariamente generalizar as culturas de países com milhões de pessoas com crenças e valores muito distintos --, mas a verdade é que há inegavelmente padrões nas culturas nacionais, e ler livros como o de Trompenaars muda a maneira como entendemos as reacções de pessoas de outras culturas. Ao longo da conversa, discutimos algumas das dimensões do modelo do convidado, como as culturas mais e menos emocionais, e mais e menos individualistas. Falámos também sobre como é possível ‘reconciliar’ os dilemas que surgem quando diferentes culturas entram em conflito -- por exemplo dentro de empresas multinacionais. O autor tem adaptado este estudo sobretudo em aconselhar empresas que actuam entre vários países sobre como gerir as diferenças de culturas nos vários países em que operam. Como se adivinha, as organizações com maior sucesso são aquelas que mais bem conseguem articular estes desafios. Índice da conversa: Fons Trompenaars Trompenaars Cultural Dimensions Modelo de Hofstede What is culture Ed (Edgar) Schein Model of Organization Culture Culture shocks Culture as the most persistent difference between countries Why are there different cultures to begin with? Charles Hampden-Turner Neutral vs emotional cultures The Civilizing Process, Norbert Elias Specific vs diffuse cultures On why both ends of a cultural trait have benefits On why compromise is not necessarily the best solution Dilema reconciliation Universalism vs Particularism The dilemma of the car crash The ascension of China. Fons’s recent book: "Has China Devised a Superior Path to Wealth Creation? The Role of Secular Values" Is individualism good? Relation to inequality Milton Friedman's 1970 New York Times article: “The Social Responsibility Of Business Is to Increase Its Profits” Explaining performance of organisations by their ability to reconcile dilemmas Charles Handy On the problem of jobs which add a lot of value to society but are poorly paid American individualism Examples of dilemma reconciliation Apple, Formula 1 Myers–Briggs Type Indicator (MBTI) How to assess individual performance in more collectivist cultures? How to avoid free riders without measuring individual performance? Shame-based vs guilt cultures The case of the Portuguese culture Can you change a national culture? The case of Royal Dutch Shell The case of Lee Kuan Yew in Singapore Obrigado aos mecenas do podcast: Galaró family, Miguel van Uden, José Luís Malaquias, João Ribeiro, Francisco Hermenegildo, Nuno e Ana, Nuno Costa, Salvador Cunha, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite, Abílio Silva, BFDC Tomás Costa, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gil Nogueira, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Manuel Martins, Ricardo Duarte, ARUNE BHURALAL, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, João Nelas, Carmen Camacho, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, Joao Saro, Isabel Moita, Rita Sá Marques, Ricardo Leitao, António Mendes Silva, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, paulo matos, Luís Brandão, Joao Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, HENRIQUE PEDRO, JOÃO MOURA, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Tomás Saraiva, Rui Antunes7, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Joel, Nuno Malvar, Pedro L, Ana Rita Laureano, João Diamantino, Nuno Lages, Manuel Botelho da Silva, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Frederico Apolónia, Hélder Moreira, José Losa, Pedro Brito, Wedge, João Ferreira, Rui Vilao, Nuno , Jorge Amorim, Francisco Valente, Bruno Amorim Inácio, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Bruno Lamas, Diogo Rombo, Carlos Silveira, Francisco L. Bermúdez, Nelson Poças, joana antunes, Ana Sousa Amorim, Maria Francisca Couto, Carlos Manuel Lopes de Magalhães Lima, Alexandre Freitas, Robertt, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , isosamep, Francisco Vasconcelos, Duarte , Miguel Palhas, Hugo Correia, Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Maria Oliveira, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Cristiano Tavares, Pedro F. Finisterra, Bruno Machado, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Alberto Santos Silva, Luis Gomes, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , Joao Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , João Castanheira, Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco dos Santos, Francisco Arantes, João Raimundo, Renato Vasconcelos, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Rui Carrilho, Vasco Sá Pinto, Nuno Santos, Luís Santos, António Queimadela, Artur Castro Freire Esta conversa foi editada por: Martim Cunha Rego Bio: Dr. Fons Trompenaars is recognised around world for his work as consultant, trainer, motivational speaker and author of various books on all subjects of culture and business. He has spent over 30 years helping Fortune 500 leaders manage and solve their business and cultural dilemmas to increase global effectiveness and performance, particularly in the areas of globalisation, mergers and acquisition, HR and leadership development. Listed regularly as one of the world’s most influential, living, management thinkers, he has been awarded the International Professional Practice Area Research Award by the American Society for Training and Development. Fons was voted one of the top 20 HR Most Influential International Thinkers 2011 by HR Magazine. He is also ranked in the Thinkers50 2011, 2013 and 2015 as being one of the most influential management thinkers alive. He was inducted in the Thinkers50 Hall of Fame in 2017 which salutes distinguished Management Thinkers and their contributions whose names and legacies are added to the ranks of those who have arrived before them. They are distinguished thinkers who have all made a lasting and vital impact on how organizations are led and managed. They are the giants upon whose shoulders managers and leaders stand. Fons joined Shell in 1981 and moved into the Personnel Division for Shell in Rotterdam. From 1985, he worked in job classification and management development at the Shell Research Laboratories in Amsterdam. In 1989 he founded the Centre for International Business Studies, a consulting and training organization for international management. Since 1998 we operate as Trompenaars Hampden-Turner. Fons Trompenaars has worked as a consultant for Shell, BP, ICI, Philips, Heineken, TRW, Mars, Motorola, General Motors, Nike, Cable and Wireless, CSM and Merrill Lynch. Fons wrote Riding the Waves of Culture, Understanding Cultural Diversity in Business. This book sold over 120,000 copies and was translated into 16 languages amongst them, French, German, Dutch, Korean, Danish, Turkish, Chinese, Hungarian and Portuguese. He is co-author amongst others of Nine Visions of Capitalism: Unlocking the Meanings of Wealth Creation and Rewarding Performance Globally.See omnystudio.com/listener for privacy information.