
Podcast da Semana
"Podcast da Semana" traz todo domingo um bate-papo de 30 minutos com um convidado sobre o assunto da semana da Gama Revista.
Latest episodes

Mar 3, 2024 • 30min
Alessandra Montagne: "Muita coisa deu errado antes de eu chegar até aqui"
Antes de se tornar proprietária de dois restaurantes em Paris e ser convidada para comandar um dos restaurantes do Museu do Louvre, a chef brasileira teve enfrentou diversos obstáculos. Aos 22 anos, foi para Paris e deixoupra trás um passado de muita pobreza, um relacionamento abusivo e um filho de 3 ano. Muito jovem, conseguiu se manter fortalecida por um objetivo: construir um novo futuro pra ela e para os seus.
Hoje, aos 46, ela segue vivendo na capital francesa, agora na companhia dos dois filhos. É apadrinhada pelo grande chef francês Alain Ducasse, que foi justamente quem a convidou para esse projeto do Museu Louvre.
A trajetória gastronômica de Alessandra começa na pequena cidade de Poté, em Minas Gerais, em que ela vivia com os avós e onde aprendeu a cozinhar. Apesar de ter nascido na comunidade carioca do Vidigal, foi em Minas que ela cresceu.
Na França, Alessandra começa a cozinhar para os amigos o que aprendeu na roça. Se matricula em uma escola de gastronomia francesa, a Médéric (Mêdêrríc), e tenta voar solo. Abre um pequeno restaurante, o Tempero, que logo no primeiro dia rendeu filas na porta e seguiu cheio.
Seu segundo restaurante, Nosso, traz em suas receitas o que oferecem os produtores mais próximos, com ingredientes sazonais. Ela se interessa também por plantas e ervas medicinais,que fazem parte de sua memória de infância, e soma a isso novas combinações. Escuta esse nosso papo em que ela compartilha sua trajetória e ensinamentos.

Feb 25, 2024 • 26min
Luciana Saddi, sobre álcool: “Procure saber quando você está realmente com vontade de beber”
Como é a sua relação com a bebida? Você pensa antes de beber, é uma escolha consciente ou um hábito que leva assim meio sem pensar?
Para a psicanalista Luciana Saddi, entrevistada deste episódio, para evitar diferentes problemas relacionados ao consumo de álcool é importante que investigar os motivos que nos levam a beber mais ou beber menos. Se a bebida entra mesmo num lugar recreativo, ou serve como uma maneira de lidar com outras questões internas.
Luciana Saddi é Psicanalista e escritora. Membro efetivo e docente da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo. Autora de "Educação para a Morte" (Patuá) e coautora dos livros "Alcoolismo" (Blucher)e "Maconha: os diversos aspectos, da história ao uso" (Blucher).
Na conversa com Gama ela lista algumas transformações no hábito como consumimos álcool desde a pandemia, comenta a substituição das bebidas por outras drogas recreativas e trás pontos a serem observados na maneira como bebemos.
Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic

Feb 18, 2024 • 31min
Lucas Bulamah: "O desejo é uma fonte permanente de crise"
Ainda que seja difícil definir o que é o ciúme — medo de perder quem se ama? Competição pelo tempo dele ou dela? Exigência de reciprocidade ou de exclusividade? — todo mundo já sentiu essa angústia ao menos uma vez na vida. É quase como se fosse impossível fugir dele. “Todos os relacionamentos têm um tanto de ciúme”, diz o psicanalista Lucas Bulamah, doutor em psicologia clínica pela USP, em entrevista ao Podcast da Semana, na edição sobre os ciúmes no relacionamento amoroso.
Na entrevista a Gama, Bulamah afirma que o ciúme é “um afeto inquietante, angustiante, aflitivo, que acomete uma pessoa em relação a uma figura digna de um relacionamento amoroso” e que funciona como um termo guarda-chuva para muitas situações, mas que sozinho “diz muito pouco”. “As pessoas dizem que são ciumentas em relação a alguém”, explica o autor de livros como que é autor de "Psicanálise e vida covidiana: Desamparo coletivo, experiência individual" (Blucher, 2021) e "O Self Anônimo: O sujeito winnicottiano e sua política" (Zagodoni, 2020), entre outros volumes.
O psicanalista vê que o ciúme pode ser destrutivo se a pessoa envolvida no relacionamento tem uma verve perversa ou dominadora, “mas também pode ter uma veia criativa no sentido sexual e estético, ou mesmo pensando numa amizade que possa ser ampliada criativamente”.
Na entrevista, Lucas Bulamah, que tem um canal no Youtube onde discute psicanálise e as diferentes formas de se relacionar, reflete sobre a popularização do modelo de relacionamento aberto e como esses formatos também não escapam do ciúmes e do medo da infidelidade. Ele cita casos históricos de trisais, como o formado pelos filósofos Nietzsche, Lou Salomé e Paul Rée. “As instituições que tendem a organizar o desejo sempre estão em crise porque o desejo é uma fonte permanente de crise”, afirma e lembra que às vezes há até um maior número de regras a serem seguidas nos formatos abertos.

Feb 11, 2024 • 28min
Teresa Cristina: "O Carnaval renova as minhas energias para o ano inteiro"
Teresa Cristina comemora seus 25 anos de carreira como uma das vozes mais relevantes do samba hoje. Ela diz que se prepara para um Carnaval atípico, o primeiro em que não estará no Rio de Janeiro, mas em Recife e em Salvador, para onde leva o seu show “Pagode, Preta”, cujo repertório é de clássicos do gênero dos anos 1980 e 1990 e a banda que a acompanha é formada totalmente por mulheres. A cantora é a convidada do Podcast da Semana da edição sobre Carnaval.
No Rio, Teresa Cristina costuma sair pela Portela, sua escola de coração, mas também nos blocos de rua. “O Carnaval é um espetáculo que me dá força e renova as minhas energias para o ano inteiro”, afirma em entrevista a Gama. Neste ano, ela conta, buscará essa energia nessas outras cidades.
Ao Podcast da Semana, Teresa Cristina fala sobre a presença ainda reduzida de mulheres no samba. "O mundo do samba é verdadeiro, não se mascara. Sua única máscara é no carnaval e é uma fantasia. Então o machismo no samba não é colocado debaixo do tapete. Ele tá ali”, afirma. “As mulheres do samba precisam é de horas de voo, é de experiência.”
Ela conta ainda um pouco sobre a própria história. Na juventude, era fã de disco music e de heavy metal, apesar do pai ser ouvinte fiel de samba. Foi só na vida adulta que se aproximou desse gênero. “O samba é um amor verdadeiro. É nele que eu jogo as minhas frustrações, a minha alegria, toda a minha contestação de realidade, de política, os meus desamores, os meus encontros, as minhas realizações”, afirma na entrevista.
Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima

Feb 4, 2024 • 37min
Mauricio Stycer: "Puxar assunto sobre novela sempre dá certo"
Um dos prinicipais autores da telenovela brasileira foi Gilberto Braga (1945-2021). De Odete Roitman, de "Vale-Tudo"(1988), a Julia, de "Dancing Days" (1978), ele criou personagens que estão na memória do brasileiro. Seja por terem assistido as novelas quando foram lançadas ou, mais recentemente, por meio dos canais de streaming. "Gilberto Braga se insere no momento mais glorioso da teledramaturgia brasileira, dos anos 1970 a 90. É quando a novela mais impacta a opinião pública", diz a Gama o jornalista Mauricio Stycer.
Stycer é colunista do jornal Folha de S. Paulo, onde escreve sobre televisão há mais de uma década. Ele acaba de lançar a biografia “Gilberto Braga, o Balzac da Globo” (Intrínseca, 2024) em coautoria com Artur Xexeo (1951-2021), que morreu antes de finalizar o livro. Após sua morte, o próprio Gilberto Braga pediu a Stycer que seguisse com a pesquisa. E assim foi. Três meses depois, no entanto, Braga veio a falecer. O jornalista se valeu do material deixado por Xexéo, além de novas entrevistas com diferentes fontes, documentos históricos e material pessoal de Braga para finalizar o trabalho. "Concluir o livro seria também uma forma de homenagear um jornalista que é uma referência para mim", escreve na introdução.
Neste episódio do Podcast da Semana, Stycer fala de Gilberto Braga, trazendo momentos gloriosos da telenovela brasileira, mas fala também sobre as transformações no mercado de entretenimento e na maneira com que o brasileiro consome as novelas hoje.
Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic

Jan 28, 2024 • 33min
Gustavo Estanislau: "O bullying pode fazer com que a criança acredite que merece sofrer"
O bullying é uma situação de violência traumática e sistemática que gera estados de alerta nas crianças que são vítimas. Para evitar que se torne um problema grande, é importante estar atento ao comportamento da criança, se há sinais de mudança no seu jeito de se relacionar com os amigos e nos ambiente que frequenta, e manter diálogo com a escola.
“Uma comunidade escolar harmoniosa protege de situações de bullying e o diagnóstico precoce é sempre muito importante”, afirma o psiquiatra Gustavo Estanislau, especialista em Psiquiatria da Infância e da Adolescência pelo Hospital de Clínicas de Porto Alegre e doutorando em Psiquiatria pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). É ele o convidado do Podcast da Semana da edição de volta às aulas. "O bullying pode fazer com que a criança acredite que merece sofrer", afirma na entrevista.
A Gama, Estanislau, que é também pesquisador e membro associado do Instituto Ame sua Mente, de promoção de saúde mental, além de ter coescrito o livro “Dilemas na Educação — Novas gerações” (Autêntica, 2023), fala que aprender a pedir ajuda é também uma forma de se defender. No livro, o Brasil aparece como um dos países onde mais se pratica o bullying.
Há menos de um mês, tanto o bullying quanto o cyberbullying passaram a integrar o código penal, de acordo com lei sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O psiquiatra aponta a exaustão dos professores e o sucateamento do sistema de educação como alguns dos elementos que deixam o ambiente propício para esse tipo de violência no Brasil. Ele cita ainda a polarização do país.
Nesta edição do Podcast da Semana, o psiquiatra comenta como identificar o bullying e como intervir; qual é o papel da escola; que tipo de problemas essa experiência pode deixar para o futuro das criança que são vítimas; e ainda o que fazer se é o seu filho que pratica o bullying, entre outras questões.
Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima

Jan 27, 2024 • 32min
Marcio Atalla: "Construir hábitos saudáveis requer paciência"
Adotar hábitos saudáveis definitivamente não é tarefa fácil. Tanto que de, tempos em tempos, a gente volta a esse assunto, tenta de novo, e de novo. Mas talvez seja assim mesmo, um ajuste ali, outro aqui, até que de fato essas mudanças sejam incorporadas na nossa rotina.
Para falar deste tema, o convidado deste episódio é Márcio Atalla, professor de educação física com especialização em treinamento de alto rendimento e pós-graduação em Nutrição, pela Universidade de São Paulo (Usp). Como colunista da rádio CBN e do jornal O Globo, ele fala de atividade física, de sono, de como reprogramar hábitos É também ativo nas redes sociais, com mais 740 mil seguidores no Instagram.
Na conversa com Gama, Atalla, que se considera um especialista em qualidade de vida, dá dicas práticas para manter o corpo saudável, de como incorporar a atividade física à rotina.
Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic

Jan 21, 2024 • 36min
Regina Rodrigues: “O aquecimento dos oceanos piora eventos climáticos extremos”
O mar está quente como nunca. Esse aquecimento traz consequências desastrosas não apenas para a vida marinha, como para o planeta como um todo. Além de eventos como tempestades, ciclones e furacões, há ainda temperaturas mais altas, como as que estamos sentindo no país, uma seca mais severa em regiões como o nordeste brasileiro e, para o banhista, uma maior proliferação de doenças por meio da água do mar. "Cerca de 90% do calor em excesso da terra, consequência da emissão de carbono, é absorvido pelos oceanos", diz a oceanógrafa e professora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Regina, R. Rodrigues, entrevistada do Podcast da Semana, da Gama.
A pesquisadora tem como principal área de atuação entender a variabilidade climática e eventos extremos, principalmente na América do Sul e Atlântico Sul. Em particular, sua pesquisa foca nos mecanismos físicos geradores de eventos extremos como secas, ondas de calor terrestres e marinhas. Ela tem dois pós-doutorados, pela Universidade de Washington e pela Universidade de São Paulo, na área de variabilidade climática e extremos e, atualmente, é editora da revista científica Nature Communications Earth & Environment.
Na conversa com Gama, Rodrigues diz que veremos as consequências desse aumento de temperatura por séculos ainda; e que os eventos climáticos extremos tendem a ficar piores. "Os extremos já estão acontecendo muito antes do que os cientistas esperavam", diz. As previsões são desastrosas, mas na conversa com Gama ela propõe caminhos de mudança.
Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic

Jan 7, 2024 • 27min
Alê D'Agostino: "O drink de verão perfeito tem que ser leve, refrescante e ter pouco açúcar"
Daiquiri, gin tônica, caipirinha: esses são os drinques clássicos que podem arrasar no seu verão. Mas tem muito mais que pode ser um aliado de quem quer se aproximar da coquetelaria: vermute, vinhos fortificados e frutas cítricas com gelo e água com gás. A dica é do bartender Alê D’Agostino, consultor de bares como o Guilhotina, em Pinheiros, e o Terraço Itália, no centro de São Paulo, além de ser o responsável pelas fórmulas dos coquetéis prontos APTK. É ele o convidado da edição sobre verão do Podcast da Semana.
“O drink de verão perfeito começa no ambiente, na piscina, na praia, ou mesmo na sua casa em algum ambiente em que você esteja à vontade e a fim de relaxar e se refrescar. Tem que ser uma bebida mais refrescante, mais leve, com pouco açúcar. A leveza está aí também, não só do álcool, mas da quantidade de açúcar”, afirma.
É por isso que D’Agostino, que apresenta o reality show "Shaking the Bar", do canal pago Sony, recomenda a diluição de destilados e outros em água com gás no lugar da água tônica, que virou uma preferência nacional, mas tem um teor maior de açúcar. Ele fala também sobre vermutes, vinhos fortificados e destilados a que não estamos tão habituados no Brasil como o rum, como uma opção para sair do comum. Ele pode ser servido apenas com uma fatia de limão e água com gás, sem ingredientes adocicados. Assim, fica mais leve.
O bartender chama atenção também para o uso de ultraprocessados na coquetelaria e para o fato de energéticos serem misturados ao álcool, algo que não é recomendado. E lembra do conselho mais importante para quem quer se dar bem com a coquetelaria no verão: beber muita água.

Dec 17, 2023 • 33min
Marcela Ceribelli: “As mulheres não estão infelizes, elas estão exaustas"
Quando Marcela Ceribelli começou a gravar seu podcast, o "Bom Dia, Obvious", em 2019, ela logo percebeu um padrão entre as mulheres que entrevista: todas se sentem exaustas. Considerando as diferentes realidades, ela constatou que as mulheres pareciam infelizes – e muitas delas estavam – mas grande parte tá precisando mesmo é de um bom descanso. "Não é que as mulheres estão infelizes, elas estão exaustas!", disse ao Podcast da Semana, da Gama.
Marcela Ceribelli é CEO e diretora criativa das plataformas Obvious e Chapadinhas de Endorfina. Ambas somam mais de 1,800 milhão de seguidores. A Obvios traz conteúdos que discutem a felicidade feminina, o que inclui o podcast "Bom dia, Obvious", que é sucesso de audiência. Já a Chapadinhas de Enforfina reúne temas relacionados ao corpo, a saúde, a tudo que a atividade física pode nos proporcionar.
Aos 34 anos, Ceribelli é também autora do livro "Aurora - O despertar da mulher exausta", lançado em 2022 pela editora Harper Collins. O livro se mantém entre os mais vendidos da Amazon na categoria Cultura Popular Política e Ciências Sociais e foi finalista do prêmio jabuti também na categoria ciências sociais.
No episódio, a gente fala de descanso, de cansaço, de ansiedade e do uso excessivo das redes. "Muitos dos conteúdos que a gente consome são responsáveis pela nossa infelicidade", diz a Gama. Marcella compartilha ainda o que tira de lição ao entrevistas especialistas mulheres para o "Bom dia, Obvious".
Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic