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A História repete-se

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Nov 6, 2024 • 50min

Juan Domingo Péron, o presidente mais controverso da Argentina

Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho conversam sobre Juan Domingo Péron, o político mais controverso da História da Argentina. Oficial de Infantaria, o coronel Péron foi  eleito Presidente da Argentina pela primeira vez em 1946. Então, fundou o partido Justicialista e iniciou uma política assente nas ideias de justiça social, soberania política e independência económica da Argentina. Juan Domingo Péron morreu em julho de 1974, poucos meses depois de ter tomado posse como presidente da República, tendo sido sucedido pela sua terceira mulher, Maria Estela Martinez, até então vice presidente. Péron fez escola na Argentina e, já em democracia, inspirou figuras também controversas, como os presidentes Carlos Menem, Nestor e Cristina Kirchner.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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Oct 30, 2024 • 41min

Erasmo de Roterdão: elogio da loucura e apologia da tolerância (1467-1536)

Desiderius Erasmus nasceu em Roterdão em 1467, filho natural de um sacerdote. Aos 18 anos, professou no mosteiro dos Cónegos Regulares de Santo Agostinho. Contudo, não se adaptou à vida monástica e, graças ao bispo de Cambrai, obteve uma bolsa para estudar teologia na Universidade de Paris. A partir de então, Erasmo iniciou um percurso verdadeiramente autónomo, sem depender de instituições ou de patronos. Viajou pela Europa, correspondeu-se com os principais filósofos e teólogos de então, como Thomas Moore e Martinho Lutero, e desenvolveu um pensamento próprio, baseado no conhecimento dos clássicos e das escrituras, e assente nas ideias de concórdia e tolerância. A sua passagem por Itália e o contacto com a cúria romana motivou-o a escrever “O elogio da loucura”, uma sátira que constata, com erudição, amargura e realismo, que a estupidez tende a prevalecer sobre a sensatez. Até à sua morte, em 1536, Erasmo, que nunca rompeu com o catolicismo, manteve-se equidistante no conflito entre a Cúria Romana e Martinho Lutero, o que valeu-lhe críticas e incompreensão dos dois lados. No entanto, Erasmo procurou construir pontes entre católicos e luteranos. Em sua casa, havia sempre lugar para estudantes e humanistas, e para debates  livres e tolerantes. Morreu em 1536 em Basileia, cidade que tinha aderido à reforma protestante. Pouco antes de morrer, publicou “A amável concórdia das igrejas”, uma última tentativa para conciliar católicos e protestantes.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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Oct 23, 2024 • 51min

A “Noite Sangrenta" e o assassinato do primeiro-ministro António Granjo  (19 de Outubro de 1921)

Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho convidaram o historiador João Miguel Almeida, autor do livro “A noite mais sangrenta”, para conversar sobre um dos episódios mais sombrios da História de Portugal: a “noite sangrenta” de 19 de outubro de 1921. Na manhã desse dia, sete mil elementos da Guarda Nacional Republicana comandados pelo coronel Manuel Maria Coelho ocuparam posições na Rotunda, no Parque Eduardo VII e no Terreiro do Paço. Os revoltosos tinham como principal objectivo forçar a demissão do primeiro-ministro António Granjo, um republicano moderado, e inverter a recente relação de forças entre o partido democrático, hegemónico até então, excepto durante o mandato presidencial de Sidónio Pais, e o Partido Liberal Republicano. Em paralelo com a revolução militar, iniciou-se um movimento de carácter difuso, composto por militares e civis, que procurou ajustar contas com o “sidonismo”. Na noite de 19 de outubro, uma “camioneta fantasma” conduzida pelo cabo Abel Olímpio, conhecido por “dente de ouro”, andou pelas ruas de Lisboa a prender e matar de forma sumária e indiscriminada. Entre as vitimas, estavam o primeiro-ministro António Granjo, bem como dois dos principais protagonistas do 5 de Outubro, Machado dos Santos e José Carlos da Maia. See omnystudio.com/listener for privacy information.
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Oct 16, 2024 • 51min

A Revolução Bolchevique de Outubro (Rússia, 1917)

A 25 de outubro de 1917 (7 de novembro, no calendário juliano. então usado na Rússia), os bolcheviques assumiram o governo da Rússia, na sequência da tomada do Palácio de Inverno. Impuseram o seu poder pela força, eliminando a oposição e estruturando um Estado, a URSS.  Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho conversam sobre um dos episódios marcantes do século XX: a revolução bolchevique de outubro de 1917.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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Oct 9, 2024 • 46min

Os Estados Pontifícios - mais de mil anos de poder temporal dos Papas

Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho conversam sobre a história dos mais de mil anos de poder temporal dos papas. Este começou no muito longínquo ano de 756, quando Pepino, o Breve, rei dos francos, derrotou os lombardos e entregou o território conquistado ao papa Estevão II. Então, o Papa era eleito pelos patrícios romanos e estava formalmente sujeito ao imperador bizantino. Em 1929, pelo tratado de Latrão, Itália reconheceu à Santa Sé a soberania sobre a cidade estado do Vaticano, o estado mais pequeno do mundo, que hoje exerce uma diplomacia de “soft power”, herdeira de uma tradição política milenar.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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Oct 2, 2024 • 59min

Luís Vaz de Camões, por Isabel Rio Novo

Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho, convidaram a investigadora e escritora Isabel Rio Novo, autora de “Fortuna, Caso, Tempo e Sorte - biografia de Luís Vaz de Camões”, para uma conversa sobre a vida e obra do poeta. A conversa percorreu a biografia de Camões, partindo das interrogações sobre o seu local de nascimento, à provável frequência da Universidade de Coimbra e depois da Corte, passando pela vida errante que o levou ao Norte de África, à India e a Macau, e terminando no seu regresso a Portugal, à edição de "Os Lusíadas”, e à sua morte na pobreza. Quem foi o homem para além da figura histórica que cedo ganhou contornos de mito?See omnystudio.com/listener for privacy information.
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Sep 25, 2024 • 50min

As Invasões Napoleónicas de Portugal

Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho convidaram o jornalista Rui Cardoso, autor do livro “Mapa cor de sangue”, para conversar sobre as invasões de Portugal pelos exércitos napoleónicos, que ocorreram entre 1807 e 1811. Em finais de 1806, o imperador Napoleão Bonaparte controlava a Europa continental mas não tinha uma esquadra naval capaz de rivalizar com a britânica. Assim, decidiu o bloqueio dos portos continentais ao comércio britânico. Portugal ficou então perante um dilema de difícil resolução: se fechasse os seus portos ao comércio britânico, arriscava-se a perder o Brasil para o Reino Unido; se não o fizesse, arriscava-se a ser invadido pelo exército napoleónico. Como Portugal não aderiu ao bloqueio continental, o país foi invadido em novembro de 1807 por um exército francês comandado pelo general Junot. Dias antes, a Família Real, a Corte, o governo, e parte da administração, tinham embarcado apressadamente para o Brasil. A partir de junho de 1808, o invasor francês encontrou forte resistência dos portugueses, com a proclamação da "Junta provisória do Supremo Governo do Reino” e a acção das guerrilhas. O fracasso das três invasões napoleónicas não ficou pois a dever-se apenas ao exército britânico, que desembarcou pela primeira vez em Portugal em agosto de 1808, mas também à resistência popular, nas suas múltiplas facetas, e ao exército português, reorganizado então sob comando britânico.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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Sep 18, 2024 • 47min

Quando Inglaterra foi uma República

Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho conversam sobre as décadas mais conturbadas do já de si muito conturbado século XVII inglês. Em 1603, o rei Jaime VI da Escócia tornou-se também rei de Inglaterra, isto após a morte sem herdeiros diretos da rainha Isabel I Tudor. As primeiras décadas da dinastia Stuart ficaram marcadas pela oposição entre rei e parlamento, pelo antagonismo religioso entre anglicanos, puritanos e católicos, e pela tensão entre ingleses, escoceses e irlandeses. Jaime I de Inglaterra (Jaime VI da Escócia), foi um rei hábil que, a custo, conseguiu manter o delicado equilíbrio entre os polos de instabilidade. O mesmo não aconteceu com seu filho e sucessor, Carlos I Stuart (1625-1649). Tal como seu pai, Carlos I acreditava que reinava por direito divino e não estava disponível para partilhar a soberania com o parlamento. Este foi encerrado pelo rei em 1629, que só o voltou a convocar novamente em 1640, isto para obter ajuda para combater as rebeliões na Escócia e Irlanda. No entanto, o parlamento recusou aprovar legislação sem que o rei se comprometesse como a "Petition of Rights" que lhe foi apresentada. A tensão resultou em guerra civil, e esta na prisão e julgamento do rei, que foi decapitado por alta traição em janeiro de 1649. Seguiu-se uma república parlamentar controlada pelos puritanos, que não foi capaz de diminuir a instabilidade política e social (Commonwealth de Inglaterra, Escócia e Irlanda). Por fim, em 1653, o parlamento entregou o poder a Oliver Cromwell, um parlamentar que se tinha destacado na guerra civil. Este assumiu o titulo de “Lord Protector”, governou com o apoio do exército e, a partir de 1655, sem o parlamento. Paradoxalmente, Oliver Cromwell, um opositor da monarquia absoluta, concentrou todo o poder como Lord Protector. Após a sua morte em 1658, o cargo passou para seu filho Richard Cromwell que, de forma sensata e altruísta, renunciou ao poder em 1659. No ano seguinte, o parlamento convidou o filho do rei decapitado em 1649 para voltar a Inglaterra e assumir o trono. Este rei foi Carlos II (1660-1685), o marido da princesa portuguesa D. Catarina de Bragança. A monarquia inglesa foi então restaurada, situação que perdura até aos dias de hoje.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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Sep 11, 2024 • 48min

O Califado de Córdova, o principal Estado do al-Andalus

O podcast explora a rica história do Califado de Córdova, destacando a conquista muçulmana da Península Ibérica e a ascensão do emirado independente. A coexistência de muçulmanos, judeus e cristãos revela uma complexa dinâmica social. A narrativa também aborda a decadência do califado e suas rivalidades com grandes cidades como Bagdad. A resistência árabe e berbere é examinada, assim como a influência cultural de Córdova e Sevilha, essenciais para o desenvolvimento científico e arquitetônico da época.
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Sep 4, 2024 • 44min

Leonor de Aquitânia, uma mulher medieval, poderosa e insubmissa

Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho conversam sobre Leonor, duquesa de Aquitânia, e por casamento, Rainha de França e, depois, Rainha de Inglaterra. Nascida em Poitiers, em 1124, numa corte que cultivava a poesia trovadoresca, Leonor teve uma educação erudita para os padrões da época. Aos 13 anos, tornou-se duquesa de Aquitânia por morte de seu pai, o duque Guilherme X. Nesse mesmo ano, casou-se com o rei de França Luis VII, então com 17 anos. Em 1147, Leonor fez questão de acompanhar o seu marido na segunda cruzada, o que era pouco usual. Quando regressou, obteve a anulação do seu casamento com o Rei de França e casou-se com Henrique Plantageneta, conde de Anjou. Em 1154, este tornou-se o primeiro rei de Inglaterra da sua dinastia. Leonor, duquesa de Aquitânia, tornou-se então Rainha de Inglaterra. O casal teve nove filhos, entre os quais Ricardo, “Coração de Leão” e João, “Sem terra”, popularizados pela saga de Robin Hood. A sua relação com Henrique começou a deteriorar-se a partir da década de 1170, isto por Leonor não se conformar com a relação do marido com Rosamund Clifford. Leonor de Aquitânia apoiou então a rebelião dos seus filhos e dos barões ingleses contra Henrique II. O rei dominou a rebelião e aprisionou Leonor, situação que se manteve por 16 anos. Leonor recuperou a liberdade com a morte de Henrique II, em 1189. Tinha então 65 anos. Nos últimos anos da sua vida, continuou a governar o ducado da Aquitânia, foi regente de Inglaterra em nome de seu filho, Ricardo, "Coração de Leão", ausente na cruzada, e contribuiu para que o seu filho mais novo, João, "Sem Terra", fosse o sucessor de Ricardo. Morreu em 1204, com 80 anos, uma idade muito avançada para a época. A sua vida, e o seu espírito insubmisso, inspiraram romances e estiveram na origem de várias lendas medievais.See omnystudio.com/listener for privacy information.

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