

45 Graus
José Maria Pimentel
O 45 Graus é um podcast para saber mais e pensar criticamente. José Maria Pimentel - economista, professor universitário e curioso por natureza - conversa sobre os grandes temas (e não só) com especialistas e pessoas cujas ideias vale a pena ouvir.
São conversas sem pressa, às vezes profundas, mas sempre descontraídas. Novos episódios a cada duas semanas, sempre à quarta-feira.
São conversas sem pressa, às vezes profundas, mas sempre descontraídas. Novos episódios a cada duas semanas, sempre à quarta-feira.
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Jul 10, 2019 • 1h 46min
#64 Nuno Garoupa - O subdesenvolvimento de Portugal como um problema de cultura e de instituições
Nuno Garoupa é professor de Direito na George Mason University, nos EUA. A investigação académica do convidado tem-se debruçado sobretudo sobre Direito Comparado e a relação entre as instituições do Direito e a Economia. Isto, associado à vida de estrangeirado, explica porque se habituou a pensar o país vendo-o de fora, num olhar que é, como vão ouvir, provocador e original. A discussão sobre as causas da pobreza (relativa) de Portugal tem barbas, claro, que é como quem diz: séculos. É quase uma predileção nacional, uma espécie de catarse momentânea, e que facilmente resvala num lamúrio inconsequente e pouco sistemático. Nesta conversa, tentei fugir a essa tentação. A nossa abordagem foi crítica, mas tentei que fosse construtiva e coerente. Até para não ser confundida com uma visão pessimista (vivemos, apesar de tudo, no melhor período dos últimos séculos) ou com um anti-portugalismo snob (que não só não tem razão de ser, como adianta pouco). Esta foi uma conversa em que andámos cá e lá entre vários temas de fundo. Tentámos ir à raiz da origem do atraso português, o que inevitavelmente nos levou ao papel da geografia, das instituições, e da cultura, cujos efeitos estão inevitavelmente entrelaçados. Falámos do modo - muitas vezes perverso - como funcionam as elites em Portugal e das especificidades (as indesejáveis) da cultura nacional, como a falta de confiança interpessoal (o Capital Social de que falei já neste podcast logo no episódio #6, com o Pedro Magalhães), o pouco cultivo do pensamento crítico no sistema de ensino, a obsessão (muito católica) com a culpa ou a tendência para ver a discussão de ideias como um combate moral e um jogo de soma nula. E falámos sobre soluções possíveis, sendo que, inevitavelmente, é muito mais difícil chegar a elas do que fazer o diagnóstico. Abordámos também o problema da quase estagnação da economia nas duas últimas décadas e outras ameaças à prosperidade e à satisfação dos portugueses com a democracia. Insatisfação essa, aliás, que o convidado prevê, mais tarde ou mais cedo, como indo levar a uma alteração de regime. Na última parte da conversa, aproveitei para viajar até à área de investigação do convidado e abordámos os desafios e as insuficiências do sistema judicial português. O Nuno, aliás, tem um livro muito interessante publicado sobre o tema que deixo na descrição do episódio. Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; João Castanheira João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Peralta; Duarte Dória; Tiago Leite Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Saro; Rita Mateus; Tomás Costa; Daniel Correia, António Padilha, André Lima, João Braz Pinto, Tiago Queiroz, Ricardo Duarte, Rafael Melo, Alexandre Almeida, Carmen Camacho, João Nelas Vasco Sá Pinto, Luis Ferreira, Pedro Vaz, André Gamito, Henrique Pedro, Manuel Lagarto, Rui Baldaia, Luis Quelhas Valente, Rui Carrilho, Filipe Ribeiro, Joana Margarida Alves Martins, Joao Salvado, Luis Marques, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, Tiago Pires, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, João Bastos, João Raimundo, Hugo Correia, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, Paulo Ferreira, Miguel Coimbra, Pedro Silva, António Amaral, Nuno Nogueira, Rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Duarte Martins, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Duarte, José Carlos Abrantes, Tomás Félix, Vasco Lima, Carlos Martins, Ricardo Delgadinho, Marise Almeida; Gonçalo Martins, José Galinha -> Torne-se também mecenas do podcast, a partir de 2€, através do Patreon! Referências faladas ao longo do episódio: Artigo do convidado: ‘O fracasso das instituições portuguesas como um problema de muito longo prazo’ Instituições Extractivas vs Inclusivas, segundo Acemoglu e Robinson Evolução do PIB desde o Pombalismo Jogos de soma positiva Locus de controlo Livro referido: Yuen Yuen Ang - ‘How China Escaped the Poverty Trap’ Cartoon da New Yorker Manuel Valls, ex-primeiro-ministro francês, é candidato à câmara de Barcelona Livro do convidado sobre a Justiça em Portugal Livro recomendado: Sebastião José - Agustina Bessa-Luís Bio: Nuno Garoupa é professor de Direito, Reitor Adjunto para a Investigação e Desenvolvimento de Quadros e Director de programas de pós-graduação na George Mason University - Antonin Scalia Law School. Anteriormente, foi professor na Texas A&M University School of Law (2015-2018) e na Universidade de Illinois. Antes disso, de 2014 a 2016, foi Presidente da Fundação Francisco Manuel dos Santos, em Lisboa, Portugal. Foi também Professor de Direito e Investigador ‘H. Ross and Helen Workman’, na Faculdade de Direito da Universidade do Illinois e Co-Diretor do Programa de Direito, Ciências Sociais e Comportamentais do Illinois. Tem um Doutoramento em Economia pela Universidade de York (RU) e um Mestrado em Direito pela Universidade de Londres (RU). Entre as suas áreas de investigação destaca-se a análise económica do direito e das instituições legais. Os resultados destas investigações têm sido publicados em revistas científicas de destaque, tais como: Journal of Legal Studies; Journal of Law and Economics; American Law and Economics Review; Oxford Journal of Legal Studies; American Journal of Comparative Law; Cambridge Law Journal; Journal of Law and Society; European Review of Private Law; European Business Organization Law Review; e Maastricht Journal of European and Comparative Law. Foi Vice-Presidente da Associação Europeia de Direito e Economia, de 2004 a 2007; integrou o Conselho de Administração da International Society for New Institutional Economics, de 2006 a 2009, e foi Co-Editor da Review of Law and Economics, entre 2004 a 2010. Nuno Garoupa recebeu o prémio espanhol de investigação Julian Marias, em 2010, e foi Bolseiro Searle-Kauffman em Direito, Inovação e Crescimento no Searle Center on Law, Regulation, and Economic Growth, na Faculdade de Direito da Northwestern University, de 2009 a 2010.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Jul 3, 2019 • 1h 27min
[republicado] Carlos Fiolhais - Pseudociências, História da Ciência, Ciência em Portugal e exploração espacial
Carlos Fiolhais é físico, professor universitário e um dos maiores - senão o maior - divulgador de Ciência em Portugal. Antes de entrarmos na última leva de episódios desta temporada, decidi republicar mais um episódio marcante dos início do podcast e que merecia já ser repuxado para a linha da frente. Foi uma bela conversa, esta com Carlos Fiolhais, que durante o ano e meio desde que gravámos este episódio continuou a marcar a agenda da discussão de ciência em Portugal. Espero que gostem. Volto para a semana como um episódio inteiramente novo! Bio: Carlos Fiolhais nasceu em Lisboa em 1956. Licenciado em Física na Universidade de Coimbra e doutorado em Física Teórica na Universidade Goethe, em Frankfurt, Alemanha, em 1982, é Professor Catedrático de Física na Universidade de Coimbra. Foi professor convidado em universidades de Portugal, Brasil e Estados Unidos. Publicou mais de 30 livros, incluindo Física Divertida, Computadores, Universo e Tudo o Resto e A Coisa Mais Preciosa que Temos (Gradiva); Ciência a Brincar (Bizâncio); manuais escolares de Física e de Química (Gradiva e Texto Editores); Roteiro de Ciência e Tecnologia (Ulmeiro) e Fundamentos de Termodinâmica do Equilíbrio (Gulbenkian). É autor de cerca de 100 artigos científicos em revistas internacionais (um dos quais com 3500 citações) e de mais de 300 artigos pedagógicos e de divulgação. Participou em inúmeros encontros, conferências e acções promovendo a ciência e a cultura científica. Criou o portal de ciência www.mocho.pt. Ganhou em 1994 o Prémio União Latina/JNICT de tradução científica. Ganhou o Globo de Ouro de Mérito e Excelência em Ciência de 2004 atribuído pela televisão SIC e pela revista Caras em 2005. Em 2017, ganhou o Grande Prémio Ciência Viva Montepio. Investiga Física da Matéria Condensada e Ensino e História das Ciências. Foi fundador e Director do Centro de Física Computacional da Universidade de Coimbra, onde instalou o maior computador português para cálculo científico («Centopeia»). Dirige a revista Gazeta de Física da Sociedade Portuguesa de Física e é membro da comissão editorial das revistas Europhysics News, da Sociedade Europeia de Física, e Física na Escola e Revista Brasileira do Ensino da Física, da Sociedade Brasileira de Física. Foi director da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra. See omnystudio.com/listener for privacy information.

Jun 26, 2019 • 1h 3min
[republicado] Arlindo Oliveira - "Haverá alguma vez Mentes Digitais com inteligência superior à humana?"?
Esta semana resolvi republicar um episódio antigo que é um dos mais ouvidos do Quarenta e Cinco Graus. É a conversa com Arlindo Oliveira, presidente do IST, sobre o livro Mentes Digitais, o futuro da inteligência artificial e o modo como pode superar a cognição humana. É um tema a que vou voltar brevemente, ainda antes da pausa para férias, e, como foi apenas o 5º episódio do podcast, achei que estava na altura de lhe devolver o destaque merecido. Espero que gostem! O livro 'The Digital Mind' foi lançado este ano pela prestigiada MIT Press. A tradução em português, editada pela IST Press, foi lançada posteriormente no mercado nacional.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Jun 19, 2019 • 1h 43min
#63 Inês Torres - “Porque é que o Antigo Egipto continua a fascinar-nos tanto?”
Inês Torres é egiptóloga e actualmente doutoranda na Universidade de Harvard, nos EUA. O Antigo Egipto até pode parecer um tema algo circunscrito para aquilo que é hábito no 45 graus, mas é preciso ter em conta que falamos de uma civilização que durou mais de 3000 anos (e isto é se considerarmos só o início canónico, quando as Cidades-Estado do Alto e Baixo Egipto se uniram para formar um só território). Para além disso, continua, passado todo este tempo, a ser um dos períodos que mais fascinam as pessoas, e não é por acaso, porque é um mundo que nos parece simultaneamente próximo e misterioso. Mas como a Inês realça, são seres humanos iguais a nós que viveram naquela cultura com aspectos tão exóticos e peculiares. Curiosamente, o Egipto dos faraós terminou perto do ano Zero, ou seja, precisamnete quando dava entrada o Cristianismo, que depois dominou a cultura ocidental até, pelo menos, ao Renascimento. A nossa conversa tocou em tantos pontos que pode ficar confusa. Por isso, vale a pena deixar aqui uma cronologia da História do Egipto em traços grossos. Ao longo dos 3 milénios, os historiadores identificam três períodos de estabilidade - os chamados Império Antigo, Intermédio e Novo -, separados por dois períodos de interregno, marcados por instabilidade. Sendo que, claro, como tudo isto se desenrolou ao longo de 3 milénios, cada um desses interregnos de instabilidade durou... 100 ou 200 anos (mais do que alguns reinos que se lhes seguiram). Estes 3000 anos de civilização são explicados, pelo menos em parte, pela protecção da geografia e pela sorte de ter acesso ao Nilo, uma fonte de água mais fiável do que outras civilizações. Esta prosperidade, por seu lado, permitiu libertar o tempo das pessoas que fizeram aquilo que hoje, em retrospectiva, admiramos: desde criar uma burocracia administrativa desenvolvida, aos progressos na matemática e na astronomia, passando pelas proezas arquitectónicas e artísticas. Ao longo da conversa, falámos sobre tudo isto, e também sobre a escrita, as pirâmides e outras criações, os ritos funerários e a visão optimista em relação à morte. Falámos também das características peculiares da cultura dos egípcios e da maneira como a sociedade estava estruturada, desde as elites ao povo, de que sabemos muito menos. E conversámos ainda, mais demoradamente, sobre Akhenaten, que foi provavelmente o faraó mais misterioso. Durante a conversa, tentei conjugar estes aspectos transversais daquela civilização com compreender a cronologia da História do Egipto, desde os três períodos de prosperidade aos anos (séculos) de interregno. Com tempo limitado e tendo em conta que a área de especialização da convidada é o Antigo Império, acabámos por falar menos do período mais recente. Deixámos de lado, por exemplo, temas importantes como o reinado de Ramses II ou o fim do império com Cleópatra. Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; João Castanheira João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Peralta; Duarte Dória; Tiago Leite Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Saro; Rita Mateus; Tomás Costa; Daniel Correia, António Padilha, André Lima, João Braz Pinto, Tiago Queiroz, Ricardo Duarte, Rafael Melo, Alexandre Almeida Vasco Sá Pinto, Luis Ferreira, Pedro Vaz, André Gamito, Henrique Pedro, Manuel Lagarto, Rui Baldaia, Luis Quelhas Valente, Rui Carrilho, Filipe Ribeiro, Joana Margarida Alves Martins, Joao Salvado, Luis Marques, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, Tiago Pires, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, João Bastos, João Raimundo, Hugo Correia, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, Paulo Ferreira, Miguel Coimbra, Pedro Silva, António Amaral, Nuno Nogueira, Rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Duarte Martins, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Duarte, José Carlos Abrantes, Tomás Félix, Vasco Lima, Carlos Martins, Ricardo Delgadinho, Marise Almeida; Gonçalo Martins, José Galinha -> Torne-se também mecenas do podcast, a partir de 2€, através do Patreon! Referências faladas ao longo do episódio: Cronologia do Antigo Egipto 1822: The Decipherment of Hieroglyphs Egiptomania River-valley civilizations Seven Wonders of the Ancient World Coco (filme) e a morte no Antigo Egipto BBC In Our Time - The Egyptian Book of the Dead Herodotus on the Egyptians Pirâmides nas civilizações antigas A História de Sinué Colapso da Idade do Bronze Explosão de vulcão na Islândia Akhenaten Freud sobre Akhenaten Nefertiti Deus Aten Templo de Carnaque Projecto de doutoramento Livros recomendados: O Egito Faraónico, de Luís Manuel de Araújo The Complete Cities of Ancient Egypt, de Steven Snape Bio: Actualmente a fazer o Doutoramento na Universidade de Harvard, nos EUA. Licenciada em Arqueologia pela Universidade de Lisboa e M.Phil em Egiptologia pela Universidade de Oxford. A sua investigação debruça-se sobre as mulheres no Antigo Egipto e Núbia, arte e iconografia, arqueologia funerária e temas de identidade pessoal e de grupo expressas nos textos do Antigo Egipto.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Jun 12, 2019 • 2h 6min
#62 Thiago Hansen - A História do Direito: dos primórdios da Roma Antiga aos desafios do Brasil atual
Thiago Hansen é autor do podcast brasileiro Salvo Melhor Juízo e professor de História e Teoria do Direito na Universidade Federal do Paraná. Começámos por discutir a evolução do Direito ao longo da História - desde Roma (lá está), passando pela Europa medieval até à formação do Estado Moderno. Isto levou-nos a discutir temas como o Absolutismo ou a diferença entre a o sistema jurídico da tradição da Europa continental e a chamada common law de tradição inglesa. E daí saímos do passado para abordar o Presente do sistema judicial brasileiro. Foi muito interessante ouvir o alerta do Thiago, ele próprio jurista, em relação aos perigos do excesso de protagonismo do poder judicial no Brasil. Sobretudo tendo em conta que gravámos a conversa dias antes de saírem as notícias de que o juiz Sérgio Moro, figura central da acusação ao antigo Presidente Lula da Silva e hoje ministro da Justiça do Brasil, terá, entre outras acções muito discutíveis, a serem verdade, colaborado com o procurador do Ministério Público (a acusação), o que é proibido por lei. Isto são notícias dos últimos dias, atenção. Actualidade, portanto, num episódio que era suposto, relembro, suposto ser sobre História do Direito! Feito este detour, regressámos à História e à Teoria do Direito para falar da relação entre o Direito e Justiça. Pode parecer um não-tema, mas a verdade é que há uma longa história de discussão filosófica sobre a relação entre os dois. O debate clássico é entre duas visões antagónicas, a do chamado direito natural e a do positivismo jurídico. E várias vezes este contraste veio à baila durante o episódio. Explicando rapidamente, os proponentes do direito natural reclamam que existem leis universais naturais, que o Estado tem de respeitar. O que não responde, claro, à pergunta: o que é natural? Para uns é a palavra de Deus, para outros os direitos básicos de todos os seres humanos. Mas alguém tem de os definir, claro, por isso esta posição adianta de pouco. Já a posição contrária, a do direito positivista, está confortável com o facto de ser a maioria da população a definir o que é a lei e, em última análise, o Estado ou Governo desse país. Mas isso, claro, leva a que em teoria, se tolere um Estado autoritário ou uma ditadura da maioria. Enquanto não-jurista, tenho que dizer que me parece um debate um pouco esotérico...demasiado abstracto e sobretudo pouco útil na prática, uma vez que a realidade não corresponde exactamente a nenhum dos modelos. Mas julguem por vós próprios. Terminámos a conversa a falar sobre podcasts, Portugal e o Brasil e o potencial dos podcasts em aproximarem pessoas dos dois países - como nós. Espero que gostem. Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; João Castanheira João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Peralta; Duarte Dória; Gonçalo Martins; Tiago Leite Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Saro; Rita Mateus; Tomás Costa; Daniel Correia, António Padilha, André Lima, João Braz Pinto, Tiago Queiroz, Ricardo Duarte, Rafael Melo Vasco Sá Pinto, Luis Ferreira, Pedro Vaz, André Gamito, Henrique Pedro, Manuel Lagarto, Rui Baldaia, Luis Quelhas Valente, Rui Carrilho, Filipe Ribeiro, Joana Margarida Alves Martins, Joao Salvado, Luis Marques, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, Tiago Pires, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, João Bastos, João Raimundo, Hugo Correia, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, Paulo Ferreira, Miguel Coimbra, Pedro Silva, António Amaral, Nuno Nogueira, Rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Duarte Martins, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Duarte, José Carlos Abrantes, Tomás Félix, Vasco Lima, Carlos Martins, Ricardo Delgadinho, Marise Almeida -> Torne-se também mecenas do podcast, a partir de 2€, através do Patreon! Referências faladas ao longo do episódio: Podcast do convidado: SALVO MELHOR JUÍZO Definições de Direito Jusnaturalismo Legal positivism Diferenças Ius Auctoritas e Potestas Josep Fontana Ordenações Celso: "O direito é a arte do bom e do justo" Ronald Dworkin Hans Kelsen Corpus Juris Civilis Gustav Radbruch e a ‘Jurisprudência de valores’ Pós-positivismo 2015 Polish Constitutional Court crisis Ato Institucional Número Dois Falcone e Di Pietro: os dois italianos que inspiraram Sérgio Moro Friedrich Nietzsche - Genealogia da Moral Jonathan Haidt - Moral foundations theory Michael Sandel - Justice (Harvard) Livros sugeridos: Paolo Grossi - Primeira Lição sobre Direito António Manuel Hespanha - Como os juristas viam o mundo Bio: Possui graduação em Direito pela Universidade Estadual do Norte do Paraná (2011), graduação em História pela Universidade Estadual do Norte do Paraná (2010), mestrado em Direito pela Universidade Federal do Paraná (2014) e doutorado em direito na Universidade Federal do Paraná (2018). É professor adjunto de Teoria do Direito do Setor de Ciências Jurídicas da Universidade Federal do Paraná. Tem experiência na área de Direito, com ênfase em História do Direito e Teoria do Direito, atuando principalmente nos seguintes temas: história do direito brasileiro no século XX e história do direito ambiental. Produz, participa e dirige o podcast jurídico Salvo Melhor Juízo.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Jun 5, 2019 • 1h 44min
#61 Maria João Valente Rosa - Envelhecimento demográfico, natalidade e desenvolvimento
Maria João Valente Rosa é professora na Universidade Nova de Lisboa, doutorada em Demografia e foi, até ao ano passado, directora da Pordata, uma base de dados de indicadores sobre Portugal disponibilizada pela Fundação Francisco Manuel dos Santos. A nossa conversa levou-nos, como é habitual, em várias direcções. Em jeito de aperitivo, começámos por falar sobre a paixão da convidada, a Demografia, e da importância da literacia nesta área para uma sociedade informada e próspera. A conversa em si foi, em grande parte, sobre a principal área de investigação da convidada: o envelhecimento demográfico a que assistimos actualmente no mundo desenvolvido, e em Portugal em particular. A proporção de idosos face aos jovens tem vindo a aumentar em Portugal nas últimas décadas, em resultado do aumento da longevidade e, em menor grau, da diminuição da natalidade. Segundo o INE, o envelhecimento da sociedade vai continuar e só tenderá a estabilizar daqui a cerca de 40 anos Este vai ser um desafio para as sociedades, mas a convidada realça duas coisas. por um lado, este número é enganador, porque a esperança de vida também aumenta (uma pessoa de 65 anos em 1960 tinha uma esperança de vida restante equivalente a uma de 72 hoje em dia). Por outro lado, o envelhecimento demográfico é sobretudo uma notícia positiva, tendo em conta que (i) o aumento do número de velhos deve-se ao aumento da longevidade e (ii) a própria diminuição da natalidade é, indirectamente, resultado do desenvolvimento económico dos países. A questão da longevidade dava um podcast inteiro, claro, tantas as ramificações que tem. Falámos da enorme perda de valor social que é o actual sistema binário de trabalho (até aos 65 anos) seguido de entrada abrupta na reforma. E conversámos também sobre o modo, muitas vezes errado, como a sociedade lida com os velhos e os novos, e o que se pode melhorar. Sobre a redução da natalidade, conversámos sobre vários aspectos. Esta questão é sempre um puzzle. A influência do rendimento sobre o número de filhos, por exemplo, parece confusa: queixamo-nos hoje de que não temos mais filhos porque falta de dinheiro, mas é nos países mais pobres que nascem mais crianças. A explicação é que quando o nível de vida de uma sociedade aumenta muito, muda também a maneira como as pessoas vêem a natalidade: em países desenvolvidos (como Portugal), entre outras alterações, os filhos deixaram de ser vistos como mão-de-obra, por isso as “variáveis” da equação que usamos para decidir quantos filhos vamos ter alteraram-se drasticamente. Hoje, muito dificilmente a pessoa média quererá ter mais de dois filhos. Significa isto que as medidas a tomar para aumentar a natalidade num país como Portugal terão que ser adaptadas a essa nova realidade. E foi sobre isso, sobretudo, que falámos. Por exemplo, mais do que tentar alterar o número de filhos que as pessoas desejam – que dificilmente serão mais do que 2 –, é importante agir sobre as restrições que as impedem de ter os filhos que quereriam. Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; João Castanheira João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Peralta; Duarte Dória; Gonçalo Martins; Tiago Leite Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Saro; Rita Mateus; Tomás Costa; Daniel Correia, António Padilha, André Lima, João Braz Pinto, Tiago Queiroz Vasco Sá Pinto, Luis Ferreira, Pedro Vaz, André Gamito, Henrique Pedro, Manuel Lagarto, Rui Baldaia, Luis Quelhas Valente, Rui Carrilho, Filipe Ribeiro, Joana Margarida Alves Martins, Joao Salvado, Luis Marques, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, Tiago Pires, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, João Bastos, João Raimundo, Hugo Correia, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, Paulo Ferreira, Miguel Coimbra, Pedro Silva, António Amaral, Nuno Nogueira, Rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Duarte Martins, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte, José Carlos Abrantes, Tomás Félix, Vasco Lima, Carlos Martins, Ricardo Delgadinho Agradecimento especial neste episódio: Salvador Cunha -> Torne-se também mecenas do podcast, a partir de 2€, através do Patreon! Ligações: Hans Rosling Índice de Literacia Estatística -> Simulador Áreas de Portugal e Inglaterra (km²): 91,568 vs 130,395 Formação bruta de capital fixo Fronteira entre Portugal e Espanha WEF: The myth of an "ageing society" Horas de trabalho na UE Quality-adjusted life year Índice sintético de fecundidade Inquérito à fecundidade - 2013 Paper referido pela convidada Livro sugerido: O Retrato de Dorian Gray - Oscar Wilde Bio: Maria João Valente Rosa, professora universitária, nasceu em Lisboa em 1961. Doutorada em Sociologia, especialidade Demografia, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Foi Directora da Pordata – Base de Dados de Portugal Contemporâneo – projecto da Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS) e coordenadora da área científica "População" da FFMS. Desempenhou funções de dirigente em organismos públicos dos Ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Integra o Conselho Superior de Estatística (CSE) e o Comité Consultivo Europeu de Estatística (ESAC). É autora e coordenadora de inúmeros estudos publicados sobre a sociedade portuguesa. Entre estes, em 1999, "Reformados e Tempos Livres", edições Colibri-Inatel, e em 2012, no âmbito da colecção de ensaios da FFMS, "O envelhecimento da sociedade portuguesa" (nº 26).See omnystudio.com/listener for privacy information.

May 30, 2019 • 1h 43min
#60 Gustavo Cardoso - O futuro do jornalismo
Gustavo Cardoso é professor catedrático e investigador de Media e Sociedade no ISCTE. O tema é um dos mais desafiantes dos nossos tempos: os desafios actuais e o futuro do jornalismo. Foi uma excelente conversa e, para mim, também uma óptima maneira para explorar melhor este tema, porque participei recentemente num colóquio no CCB precisamente sobre o futuro do jornalismo. E porque é que o tema é tão importante? Porque o jornalismo é essencial à Democracia. E porque os jornais (e outros media) sofreram nos últimos anos quase uma de tempestade perfeita: a internet tornou uma série de informação disponível de forma gratuita, ao mesmo tempo que tirou aos jornais grande parte das receitas de publicidade, que agora estão nas mãos de gigantes como a Google e o Facebook. Ao mesmo tempo, do lado dos utilizadores, diminuiu a nossa predisposição para pagar e mudou a maneira como olhamos para a própria informação jornalística. Temos hoje mais e, talvez, melhor jornalismo, mas é cada vez mais difícil separar o trigo do joio. Ao mesmo tempo, estas mudanças afectaram os modelos de negócio dos jornais, o que, por seu lado, penaliza o próprio produto e afecta o papel dos media enquanto Quarto Poder. Conversámos, então, sobre vários aspectos deste tema: fake news e propaganda, modelo de negócio dos jornais, o papel dos privados e o papel do Estado, a importância do jornalismo para a democracia, a necessidade de reinventar o jornalismo. Falámos também das especificidades do mercado dos jornais em Portugal, como a particularidade (que a mim me parece um mau sinal) de quase todos os nossos jornais terem um posicionamento político supostamente ao centro. Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; João Castanheira João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Peralta; Duarte Dória; Gonçalo Martins; Tiago Leite Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Saro; Rita Mateus; Tomás Costa; Daniel Correia, António Padilha, André Lima, João Braz Pinto Vasco Sá Pinto, Luis Ferreira, Pedro Vaz, André Gamito, Henrique Pedro, Manuel Lagarto, Rui Baldaia, Luis Quelhas Valente, Rui Carrilho, Filipe Ribeiro, Joana Margarida Alves Martins, Joao Salvado, Luis Marques, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, Tiago Pires, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, João Bastos, João Raimundo, Hugo Correia, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, Paulo Ferreira, Miguel Coimbra, Pedro Silva, António Amaral, Nuno Nogueira, Rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Duarte Martins, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte, José Carlos Abrantes, Tomás Félix, Vasco Lima -> Torne-se também mecenas do podcast, a partir de 2€, através do Patreon! Ligações: Livros do convidado CCB - O Futuro do Jornalismo Edward Bernays, o ‘inventor’ da propaganda Estratégia da Netflix Move Fast and Break Things: How Facebook, Google, and Amazon Cornered Culture and Undermined Democracy - Jonathan Taplin Bio: Doutorado em Sociologia e investigador, professor catedrático de Media e Sociedade e Diretor do Curso de Doutoramento em Ciências da Comunicação no ISCTE-IUL em Lisboa. É editor associado do Journal IJOC da USC Annenberg e Chair do painel de avaliação das Starting Grants do European Research Council. É investigador do do CIES-IUL, do CADIS na EHESS em Paris e Director do OberCom. Autor de várias publicações, destaca-se "O Poder de Mudar" e "Sociedade dos Ecrãs" (Tinta da China), "Aftermath" (Oxford University Press) e "Os Media na Sociedade em Rede" (Fundação Calouste Gulbenkian).See omnystudio.com/listener for privacy information.

May 22, 2019 • 1h 32min
#59 Bernardo Pires de Lima - Dos desafios da União Europeia ao futuro da política norte-americana
Bernardo Pires de Lima é Investigador Associado do Instituto Português de Relações Internacionais da Universidade Nova de Lisboa e comentador regular em vários órgãos de comunicação social. Tem publicado vários livros sobre uma série de temas na área das Relações Internacionais: da política externa portuguesa, aos EUA, Médio-Oriente e, claro, da Europa. E foi precisamente sobre a Europa que falámos, a pretexto do seu livro mais recente, ‘O Lado B da Europa’. O livro já foi lançado no ano passado, mas acaba por vir bem a propósito, tendo em conta que as eleições europeias são já este domingo. É difícil fazer o sumário desta conversa, porque falámos sobre uma série de coisas. Começámos por discutir os desafios da União Europeia, tanto os internos, como a emergência de partidos populistas e, sobretudo, autoritários, como os externos, como a emergência da China. Falámos de um dos maiores desafios internos, que é a chegada ao poder de partidos autoritários em países como a Polónia e a Hungria - o que, entre outras coisas, põe a nu a incapacidade da UE em por cobro à deterioração das instituições na sua própria casa. Falámos também da importância de construir uma democracia a nível europeu e ,mais importante, uma cultura europeia. Terminámos a discutir um ensaio recente da Yoni Appelbaum na revista americana The Atlantic, em que este historiador e jornalista recomenda o impeachment a Donald Trump, com base num argumentário muito sustentado historicamente. E, claro, como em geopolítica tudo está ligado, por definição, regressámos à UE e falámos sobre o papel da NATO. Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; João Castanheira João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Peralta; Duarte Dória; Gonçalo Martins; Tiago Leite Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Saro; Rita Mateus; Tomás Costa; Daniel Correia, António Padilha, André Lima Vasco Sá Pinto, Luis Ferreira, Pedro Vaz, André Gamito, Henrique Pedro, Manuel Lagarto, Rui Baldaia, Luis Quelhas Valente, Rui Carrilho, Filipe Ribeiro, Joana Margarida Alves Martins, Joao Salvado, Luis Marques, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, Tiago Pires, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, João Bastos, João Raimundo, Hugo Correia, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, Paulo Ferreira, Miguel Coimbra, Pedro Silva, António Amaral, Nuno Nogueira, Rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Duarte Martins, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte, José Carlos Abrantes, Tomás Félix -> Torne-se também mecenas do podcast, a partir de 2€, através do Patreon! Ligações: Livro do convidado: O Lado B da Europa Artigo de Anne Applebaum na The Atlantic Dani Rodrik - How democratic is the Euro Spitzenkandidat Carnegie Europe - What Are Europe’s Top Three Challenges? Not Brexit, Not Migration, Not Populism. Podcast LSE Episódio do podcast ‘Hidden Brain’ sobre a criatividade Impeach Trump Now - Yoni Appelbaum (The Atlantic) The Case Against Impeachment - Slate Bio: Bernardo Pires de Lima (n. 1979) é Investigador Associado do Instituto Português de Relações Internacionais da Universidade Nova de Lisboa (desde 2004), colunista de política internacional do Diário de Notícias (desde 2010), comentador de assuntos internacionais da RTP e da Antena 1 (desde 2015) e membro do conselho consultivo do Instituto para a Promoção da América Latina (IPDAL). Entre 2012 e 2018, foi Visiting e Nonresident Fellow no Center for Transatlantic Relations, Paul H. Nitze School of Advanced International Studies, Universidade Johns Hopkins, em Washington D.C. Tem trabalhado ainda nos últimos anos em consultoria em assuntos internacionais para entidades diplomáticas, políticas e empresariais, tendo sido consultor de risco estratégico da Maintrust Investment Consulting. É, desde Setembro de 2017, Partner na FIRMA – Agência Portuguesa de Negócios, onde lidera a área de Risco Geopolítico. Licenciou-se em Ciência Política pela Universidade Lusíada de Lisboa (2003), frequentou o último ano do curso na Università degli Studi di Roma Tre, Itália, ao abrigo do programa Erasmus, onde desenvolveu um projecto de investigação sobre a influência do império de comunicação social de Sílvio Berlusconi na sua eleição em 2001. Concluiu o mestrado em Relações Internacionais pela Universidade Lusíada de Lisboa (2006), com uma tese sobre a política externa britânica entre 1997 e 2003, em particular sobre a estratégia de Tony Blair para o Kosovo e o Iraque. Optou por congelar o doutoramento na Universidade Nova de Lisboa, numa fase intermédia da escrita de uma tese sobre os EUA e a transformação da NATO depois da Guerra Fria, em virtude dos vários compromissos profissionais simultâneos. Foi comentador residente da Rádio Renascença (2008-2012), TVI 24 (2009-2012) e colunista do jornal i (2009-2010). Tem publicado em revistas académicas como Relações Internacionais, Nação e Defesa ou European Foreign Affairs Review e colaborado com a imprensa nacional e estrangeira, como a SIC, SIC Notícias, TVI, RTP1, RTP2, RTP3, RTP Informação, RTP África, TSF, Antena 1, Rádio Clube Português, Rádio Europa, Diário Económico, Atlântico, Notícias Magazine, Semanário Económico, Majalla Magazine, World Politics Review, The Huffington Post World, Atlantic Treaty Association Commentary, The Diplomat, The National Interest, Hurriyet Daily News, Berlin Policy Journal, BBC, RFI, Deutsche Welle, Deutschlandfunk e Rádio Morabeza. É autor dos livros O Lado B da Europa: Viagem às 28 Capitais (Tinta-da-China, 2018), Administração Hillary (com Raquel Vaz-Pinto, Tinta-da-China, 2016), Putinlândia (Tinta-da-China, 2016; Prémio José Medeiros Ferreira 2016), Portugal e o Atlântico (Fundação Francisco Manuel dos Santos, 2016), A Síria em Pedaços (Tinta-da-China, 2015), A Cimeira das Lajes: Portugal, Espanha e a Guerra do Iraque (Tinta-da-China, 2013) e Blair, a Moral e o Poder (Guerra & Paz, 2008) e conferencista regular em cursos, licenciaturas e mestrados de Relações Internacionais na Universidade Nova de Lisboa, Universidade Lusíada, ISCTE, Universidade Católica, Universidade do Minho, Instituto Diplomático de Portugal, Academia Diplomática da Turquia e no Instituto da Defesa Nacional, onde foi investigador na área da segurança transatlântica (2005-2009). Representou Portugal no Leaders Program in Advanced Security Studies, no George C. Marshall European Center for Security Studies, Alemanha (2006) e participou em programas de liderança, estudos de segurança e política internacional em Itália, Bélgica, Áustria, EUA e Israel. Foi bolseiro da FLAD (2012) e contemplado com a Marshall Memorial Fellowship pelo German Marshall Fund of the United States (2013), um dos principais programas de promoção transatlântica e de networking para futuros líderes europeus com menos de 40 anos. Tem viajado nos últimos anos pelos Estados Unidos da América, África, Médio Oriente e Europa, continente que, tal como Tony Judt, mede “em tempo de comboio”, percorrido que foi em três interrails. É membro do Clube de Lisboa, da Associação Portuguesa de Ciência Política, da Transatlantic Studies Association e do EU Integration Forum.See omnystudio.com/listener for privacy information.

May 8, 2019 • 1h 48min
#58 João Nuno Coelho - Da “futebolização da sociedade portuguesa" à magia do Desporto-rei
João Nuno Coelho é sociólogo, autor de vários livros sobre sociologia e História do Futebol. É membro do Grupo de História e Desporto do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa. Nos últimos anos integrou a Football Ideas, colaborando com diversos media nos campos da análise e estatística do futebol, como atestam as participações na Liga dos Últimos, no Números Redondos e na Grandiosa Enciclopédia do Ludopédio. O tema deste episódio é um que já há muito tinha pensado trazer ao podcast. Tinha pensado, mas tinha também hesitado, porque adivinho que só uma parte dos ouvintes tem algum interesse pelo tema. Dito isto, posso dizer com alguma confiança que este é um episódio que pode interessar a quase todos os que tenham pelo menos algum interesse por futebol, sobretudo se esse interesse for mais pelo desporto em si e pelo fenómeno social do que pela actualidade que preenche os jornais diários e os programas de comentário televisivo. Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; João Castanheira João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Peralta; Duarte Dória; Gonçalo Martins; Tiago Leite Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Saro; Rita Mateus; Tomás Costa; Daniel Correia, António Padilha, André Lima Vasco Sá Pinto, Luis Ferreira, Pedro Vaz, André Gamito, Henrique Pedro, Manuel Lagarto, Rui Baldaia, Luis Quelhas Valente, Rui Carrilho, Filipe Ribeiro, Joana Margarida Alves Martins, Joao Salvado, Luis Marques, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, Tiago Pires, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, João Bastos, João Raimundo, Hugo Correia, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, Paulo Ferreira, Miguel Coimbra, Pedro Silva, António Amaral, Nuno Nogueira, Rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Duarte Martins, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte -> Torne-se também mecenas do podcast, a partir de 2€, através do Patreon! Ligações: Livro: The Numbers Game: Why Everything You Know About Soccer Is Wrong Paperback – Chris Anderson e David Sally Quest for Excitement: Sport and Leisure in the Civilizing Process - de Norbert Elias Norbert Elias e o “Processo CIvilizacional” Episódio de que falei sobre o futebol nos EUA (Freakonomics) Livro: Banal Nationalism - Michael Billig “Vestir a camisola” – jornalismo desportivo e a selecção nacional de futebol (artigo académico do convidado) Drafting na NBA A disparidade dos direitos televisivos em Portugal Quem decide as regras do futebol? Sócrates VAR Golo Hugo Almeida vs Inter de Milão Livro que refere a origem da vantagem das equipas que jogam em casa: Scorecasting: The Hidden Influences Behind How Sports Are Played and Games Are Won Paperback – Tobias Moskowitz e L. Jon Wertheim Episódio do podcast da BBC ‘More or Less’ sobre como o futebol mudou nas últimas décadas Livro: Inverting The Pyramid, The History Of Football Tactics - de Jonathan Wilson Artigo de Jonathan Wilson sobre reutilização das tácticas passadas Moneyball (filme) Brentford's Moneyball Way To Beat Football Teams With Huge Budgets Livro recomendado: Fever Pitch - Nick Hornby Bio: João Nuno Coelho é sociólogo. Mestre e Licenciado em Sociologia pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. Vencedor em 1999 da 1.ª Edição do Prémio Jovem Cientista Social de Língua Portuguesa, do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Autor da obra Portugal, a equipa de todos nós. Nacionalismo, futebol e os media (Afrontamento, 2001), A Nossa Selecção em 50 Jogos, 1921-2004 (Afrontamento, 2004) e da coletânea Futebol Globalizado (Análise Social e Routledge, 2006). Lecionou Sociologia da Arte na Escola Superior Artística do Porto (2003-2007). É membro do Grupo de História e Desporto do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa. Nos últimos anos integrou a Football Ideas, colaborando com diversos media nos campos da análise e estatística do futebol, como atestam as participações na Liga dos Últimos, no Números Redondos e na Grandiosa Enciclopédia do Ludopédio.See omnystudio.com/listener for privacy information.

May 1, 2019 • 1h 20min
#57 Constantino Xavier - “Para a Índia, a democracia é a única forma de conseguir gerir toda aquela diversidade de culturas, línguas e religiões”
Constantino Xavier é investigador na Brookings India, em Nova Deli, integrado na Brookings Institution, um dos maiores think tanks do mundo. A investigação do Constantino debruça-se sobretudo sobre a política externa da Índia, segurança e política regional, democracia e relações Europa-Ásia Aproveitei uma visita do Constantino a Portugal, no mês passado, para o convidar para o podcast. É um privilégio poder trazer ao podcast um especialista de renome mundial em assuntos indianos. Durante a conversa, falámos sobre uma série de aspectos relacionados com a Índia. Desde logo, as especificidades deste país gigantesco e ultra-diverso, composto por 29 Estados, com diferentes culturas, dezenas de religiões e quase 400 línguas diferentes. Não podíamos passar ao lado da política interna do país, que tem sido agitada nos últimos anos, com o com a ascensão do partido do actual Primeiro Ministro, o carismático Narendra Modi, e a vaga de nacionalismo hindu que lhe tem estado associada e que é um dos grandes desafios à unidade do país. Aliás, estão agora na Índia a decorrer as eleições gerais, um processo verdadeiramente hercúleo, não só em dimensão (é a maior democracia do mundo) como em duração, visto que dura, vejam só, desde 11 de abril e estende-se até dia 23 de maio! Falámos também da China, um tema praticamente incontornável hoje em dia quando se analisa a Índia no contexto internacional. Por um lado, a China representa um modelo para a Índia do ponto de vista do desenvolvimento económico. Mas é, também, cada vez mais, uma ameaça ao domínio a que a Índia estava habituada na sua vizinhança. Para além disso, e falámos disso também, é um país com uma cultura muito distinta da da Índia, algo que é visível também nas diferentes abordagens entre os dois países à política e à cooperação internacionais. Finalmente, como não poderia deixar de ser, falámos também do Paquistão, a eterna dor-de-cabeça dos governos indianos. As relações entre os dois países têm sido ultra-tensas (para usar um eufemismo) desde a partição da Índia Britânica em 1947 e a independência dos dois países; juntamente com o Paquistão Oriental (agora Bangladesh). Nota: A qualidade do som durante os primeiros 18 minutos é de pior qualidade do que o normal. Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; João Castanheira João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Nelson Teodoro; Paulo Peralta; Duarte Dória; Gonçalo Martins; Tiago Leite Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Saro; Rita Mateus; Tomás Costa; Daniel Correia, António Padilha, André Lima Vasco Sá Pinto, Luis Ferreira, Pedro Vaz, André Gamito, Henrique Pedro, Manuel Lagarto, Rui Baldaia, Luis Quelhas Valente, Rui Carrilho, Filipe Ribeiro, Joana Margarida Alves Martins, Joao Salvado, Luis Marques, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, Tiago Pires, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, João Bastos, João Raimundo, Hugo Correia, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, Paulo Ferreira, Miguel Coimbra, Pedro Silva, António Amaral, Nuno Nogueira, Rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Duarte Martins, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte -> Torne-se também mecenas do podcast, a partir de 2€, através do Patreon! Ligações: Prémio recebido pelo convidado Ranking de países por PIB per capita LKY School of Public Policy Modi e o Nacionalismo Hindu Influência de Vivekananda sobre Modi Livro recomendado: The Idea of India Paperback, de Sunil Khilnani Territórios disputados entre Índia e China Belt and Road Initiative Escaramuças entre a Índia e o Paquistão em 2019 Artigo citado sobre o conflito com o Paquistão: “Whatever others may believe, my opinion is simply that it is better for India to brave a costly nuclear attack by Pakistan, and get it over with even at the cost of tens of millions of deaths, than suffer ignominy and pain day in and day out through a thousand cuts and wasted energy in unrealized potential.” Estudo do Banco Mundial sobre os custos da não integração regional Bio: Constantino Xavier é investigador na Brookings India, em Nova Deli, onde se dedica à política externa indiana, segurança regional, democracia e relações Europa-Ásia. É doutorado em Estudos do Sudeste Asiático pela Universidade Johns HopkinsSee omnystudio.com/listener for privacy information.


