

45 Graus
José Maria Pimentel
O 45 Graus é um podcast para saber mais e pensar criticamente. José Maria Pimentel - economista, professor universitário e curioso por natureza - conversa sobre os grandes temas (e não só) com especialistas e pessoas cujas ideias vale a pena ouvir.
São conversas sem pressa, às vezes profundas, mas sempre descontraídas. Novos episódios a cada duas semanas, sempre à quarta-feira.
São conversas sem pressa, às vezes profundas, mas sempre descontraídas. Novos episódios a cada duas semanas, sempre à quarta-feira.
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Mar 30, 2022 • 1h 27min
#118 Caetano Reis e Sousa - O que faz do sistema imunitário o mais complexo a seguir ao cérebro?
Caetano Reis e Sousa é doutorado em imunologia pela Universidade de Oxford e é actualmente Assistant Research Director no Francis Crick Institute, em Londres, onde é também Senior Group Leader do laboratório de investigação em imunologia. A sua investigação centra-se nos mecanismos celulares e moleculares envolvidos na detecção de infecções, cancro e lesões pelo sistema imunitário. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar _______________ Índice da conversa: (0:00) Introdução (07:28) O que é e como funciona o sistema imunitário? (10:10) Como é que o sistema imunitário distingue patogéneos de, por exemplo, bactérias boas ou inofensivas (comensais)? (19:55) Sistema imunitário inato vs adquirido. Células dendríticas ligam os dois sistema. (23:25) Temos informação imunitária (células T) para todos os patogéneos que podem existir? Células B (produzem anticorpos). Peculiaridades do vírus da (Covid-19) vs vírus da gripe. Quando a resposta imunitária contribui para os sintomas. (35:44) Como é que uma mutação no vírus pode diminuir a resposta imunitária? (42:14) Há populações com maior imunidade genética do que outras? (46:29) Como é que o sistema imunitário reage ao cancro (e porque não é tão eficaz como a patogeneos)? Vacinas anti-cancro (54:10) Porque, ao contrário da gripe, só somos infectados por varicela uma vez na vida? RSV (57:32) Afinal, devemos andar sempre a lavar as mãos ou é importante expormo-nos, para ganhar imunidade? Edward Jenner and the history of smallpox and vaccination (1:00:16) É possível melhorar o nosso sistema imunitário? (56:44) Porque é que o nosso sistema imunitário enfraquece à medida que envelhecemos? (1:04:31) Transplantes. Primeiro transplante de coração de porco para humano. (1:08:05) Doenças auto-imunes. Ligação à depressão. Livro: The Inflamed Mind: A Radical New Approach to Depression, de Edward Bullmore (1:12:39) Alergias. Intolerâncias alimentares. (1:18:58) Para que serve a febre? _______________ A Biologia é de uma complexidade incrível, e o corpo humano é bom exemplo disso. A combinação de órgãos, tecidos, células, moléculas, etc que constitui o nosso corpo não só consegue a proeza de produzir um organismo funcional, como, para a maioria de nós, tirando um ou outro percalço em que precisamos de ir à ‘oficina’, o nosso corpo é capaz de desempenhar todas as funções necessárias à vida durante sete, oito ou mesmo mais décadas -- algo que não se pode dizer da grande maioria dos electrodomésticos, carros ou computadores. Por isso, mesmo com os avanços da ciência, há ainda muitos mistérios sobre a Biologia; e mesmo com os progressos na tecnologia, a ‘engenharia natural’ continua a estar, na maioria das áreas, muito à frente daquilo que conseguimos criar artificialmente. Um exemplo óbvio disso é o cérebro: apesar dos progressos na computação, continuamos muito longe de criar algo que se assemelhe a uma inteligência artificial tão abrangente como a mente humana. E a seguir ao cérebro, o sistema biológico mais complexo que conhecemos é o sistema imunitário. O sistema imunitário é composto por uma rede intrincada de órgãos, células e moléculas que agem em sintonia, em todo o corpo, para nos protegerem de todo o tipo de de vírus, bactérias, fungos e outras agressões que sofremos. A forma como todas as componentes do sistema imunitário interagem entre si -- e também com os outros órgãos e células do corpo -- é tão complexa que ainda não a compreendemos completamente. Ao mesmo tempo, a centralidade do sistema imunitário no corpo de organismos como nós implica que, para respondermos à maioria dessas dúvidas, temos de conseguir responder a questões mais vastas da Biologia e da própria evolução. Esta complexidade é resultado de uma espécie de “corrida às armas” evolutiva: à medida que os organismos se foram tornando mais complexos, foram-se tornando também alvo maior de agentes patogénicos, os quais foram desenvolvendo estratégias cada vez mais variadas. Esta tendência obrigou o sistema imunitário, em particular dos vertebrados, a desenvolver uma complexidade elevada, numa espécie de “corrida às armas evolutiva”. Caetano Reis e Sousa é a pessoa ideal para compreender melhor o sistema imunitário. Durante a nossa conversa, comecei por pedir ao convidado para explicar como funciona o sistema imunitário. Como veremos, o sistema imunitário dos vertebrados tem duas componentes distintas, que actuam em momentos diferentes. Num momento inicial, quando um agente patogénico entra no corpo, ou sofremos uma lesão, a primeira resposta é dada pelo chamado sistema “inato”. Mas as “armas”, deste sistema 1, são, digamos, pouco diferenciadas -- e isso por vezes não são suficientes para debelar a infecção. Quando isso acontece, entra em funcionamento o sistema 2, que tem uma resposta mais potente e específica para a bactéria, vírus ou fungo em causa. É neste sistema 2, o chamado sistema “adquirido”, que pensamos quando pensamos na resposta imunitária do corpo, por exemplo aos vírus da gripe ou da covid-19. Este sistema 2 tem, ele próprio, duas vertentes que actuam em paralelo para combater a infecção: uma através das células B, que produzem os conhecidos anticorpos para atacar directamente os patogéneos; a outra através das células T, que actuam sobre as células já infectadas. Embora o sistema imunitário seja, de facto, extremamente eficaz, tem, como todos os sistemas biológicos, falhas e limitações, que também discutimos neste episódio -- com é o caso das alergias, das doenças auto-imunes e mesmo do facto, ainda não totalmente explicado, de irmos perdendo, ao longo do tempo, a imunidade ao vírus da Covid-19 (por razões que ainda não se sabe completamente). Para além de nos proteger de infecções causadas por agentes externos, o sistema imunitário tem também a capacidade de destruir células cancerígenas. Esta vertente do sistema ainda não é totalmente compreendida, mas está na base de uma área de ponta da imunologia que também discutimos: a tentativa de desenvolver vacinas terapeuticas que permitam direccionar o sistema imunitário dos doentes para combater o cancro. Esta foi, por isso, uma conversa boa para quem, como eu, se interessa por todos os temas, mas também uma conversa com uma componente prática, sobretudo para quem, como eu, tem filhos pequenos. Por exemplo, será que devemos lavar zelosamente as mãos várias vezes ao dia, ou isso impede-nos de ganhar imunidade; será que é possível estimular o nosso sistema imunitário? E a febre, é só uma chatice que devemos baixar com medicamentos, ou tem alguma função em melhorar a resposta do organismo a infecções? Foram estas e outras questões da imunologia que discuti neste episódio com Caetano Reis e Sousa. _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Caetano Reis e Sousa é licenciado pelo Imperial College em 1989 e doutorado pela Universidade de Oxford em 1992. Após um pós-doutoramento no NIH, montou seu laboratório em 1998 no ICRF, mais tarde se tornando o Instituto de Pesquisa de Londres do CRUK e agora integrado ao Instituto Francis Crick. Ele ajudou a definir as células e vias envolvidas na detecção imunológica inata de vírus de RNA, fungos e células mortas. Iago da Espada pela sua terra natal Portugal em 2009. Recebeu vários prémios, incluindo o Prémio Louis-Jeantet de Medicina 2017 e o Prémio Bial 2019 em Biomedicina. Ele também é professor de Imunologia no Imperial College e professor honorário da UCL e King's College London e co-fundador da Adendra TherapeuticsSee omnystudio.com/listener for privacy information.

Mar 16, 2022 • 1h 32min
[REP] José Milhazes – Rússia: História, Geografia, Cultura e Geopolítica
-> A invasão da Ucrânia pela Rússia tem-me feito lembrar várias vezes da conversa que gravei com o José Milhazes no outono de 2017 e que foi publicada logo no 2º episódio do podcast. Decidi, por isso, republicá-la agora. Embora tenha sido gravada há 4 anos e meio, julgo não exagerar se disser que continua tão actual quanto no dia em que a gravámos -- em certo sentido, até talvez mais, pelo modo como ajuda a compreender o período que actualmente vivemos. Espero que gostem! Neste episódio estou à conversa com José Milhazes para tentar compreender a Rússia. Especificamente, A História do país, a sua geografia, a União Soviética, mais recentemente, a política de Vladimir Putin, entre vários outros temas. José Milhazes é um convidado excepcional para compreender a Rússia, pois tem formação académica em História da Rússia – com doutoramento em 2008 – e viveu desde 1977 até recentemente no país (desde o início dos anos 90, como correspondente em Moscovo, inicialmente do Público). Na Rússia, José Milhazes foi testemunha em primeira mão do regime soviético – com o qual se foi progressivamente desencantando –, da queda da “cortina de ferro” e, mais recentemente, da emergência da nova Rússia de Putin. O mote para a nossa conversa foi a leitura de dois livros que o jornalista e historiador publicou nos últimos anos: um, um ensaio histórico: "Rússia e Europa: uma parte do todo"; outro, um misto de auto-biografia e peça jornalística na 1ª pessoa “As Minhas Aventuras no País dos Sovietes” (título inspirado num livro do Tintin).See omnystudio.com/listener for privacy information.

Mar 9, 2022 • 1h 10min
#117 Fernando Alexandre - “Do made in ao created in: um novo paradigma para a economia portuguesa”
Fernando Alexandre é professor de economia na Universidade do Minho, vice-presidente do Conselho Económico e Social e consultor da Fundação Francisco Manuel dos Santos. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar A economia portuguesa leva já mais de duas décadas de fraco crescimento, algo que não se verificava desde que existem dados oficiais do PIB, meados do sec XIX. Em consequência, o nosso PIB per capita caiu em 20 anos da 16.ª posição entre os países da UE a 28, para o 21º lugar, correspondendo a 77% do valor médio da União. Por outras palavras, o caminho de convergência do PIB com a média europeia não só não tem continuado como se tem revertido este século. Este abrandamento tem, obviamente, vários efeitos negativos no nível de vida da população e na preparação do país para lidar com desafios futuros, como o envelhecimento da população ou as alterações climáticas. Depois de anos em que este assunto foi mais ou menos ignorado, nos últimos anos este tem finalmente ganho peso no debate público, tal como foi visível na campanha das últimas eleições legislativas. E, independente da opinião em relação às culpas e causas deste estado de coisas, existe hoje um relativo consenso no espectro político e em quem pensa o país que este é um problema que temos de resolver. Claro que reflectir, desenhar e implementar políticas públicas para pôr o país a crescer não nos garante que consigamos fazê-lo; mas se não planejarmos aí é que é quase certo que a situação não vai mudar. A reboque da maior visibilidade que este tema ganhou, saíram também nos últimos tempos vários estudos vindos de instituições da sociedade civil com propostas para pôr a economia a crescer. Assim de repente, lembro-me de um documento discutido no último congresso da SEDEs, em Outubro; do relatório publicado há um mês pela Fundação Gulbenkian com cenários para o futuro do país; e do estudo de que vamos falar neste episódio, publicado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos e coordenado pelo convidado, Fernando Alexandre: “Do made in ao created in: um novo paradigma para a economia portuguesa”. O estudo tem por base um trabalho de investigação feito por uma equipa de economistas nacionais -- coordenada pelo convidado -- cujo trabalho foi acompanhado por um Comité de especialistas nacionais e internacionais, de diferentes áreas. É, por isso, mais do que um levantamento de dados, um estudo abrangente baseado em análises académicas com um «policy paper» para cada uma das sete áreas analisadas. O relatório propõe, como o nome indica, um novo paradigma de crescimento para a economia portuguesa, menos baseado em oferecer mão-de-obra barata e mais baseado na inovação. As propostas de políticas públicas dividem-se em três pilares: Instituições e ambiente económico; Investigação, ensino superior e qualificações; e infraestruturas. Durante a nossa conversa, discutimos algumas destas propostas em profundidade e falámos de alguns problemas de fundo que o país deve corrigir. Claro que tanto o estudo como esta discussão são apenas um contributo para uma discussão que tem de ser ampla e que vai necessariamente demorar tempo. _______________ Índice da conversa: (0:00) Introdução (4:27) Porque é importante discutir este tema? O que é especial neste estudo? Empresas-fronteira (19:46) Porque é tão importante melhorar a qualidade das instituições? | Melhorar a governação dos reguladores. Validar os ministros no parlamento e manter a configuração dos ministérios (27:02) Porque precisamos de empresas maiores? | Melhorar ambiente económico | Aumentar acesso a capital | Parceria Bosch - Universidade do Minho (35:16) A nossa dificuldade (cultural) em fazer escolhas na afectação de fundos | O caso da Outsystems em Franca (39:08) Regras para aplicar bem fundos do Estado / da UE. (45:31) O problema das “empresas zombie” (48:34) Uma mudança de paradigma nas Universidades | Ranking de Shanghai. | Programa Horizon da UE (57:30) A importância de ter universidades e regiões estrela. E a necessidade de fazer escolhas. (1:00:22) Em que áreas deve Portugal apostar? | Vantagem comparativa nas energias renováveis Livro: O Poder da Destruição Criadora (Inovação, crescimento e o futuro do capitalismo), de Philippe Aghion, Simon Bunel e Céline Antonin (1:05:57) O mistério da China | Paper do convidado: The political economy of productivity growth _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Professor Associado com Agregação da Universidade do Minho, vice-presidente do Conselho Económico e Social e consultor da Fundação Francisco Manuel dos Santos. Na Universidade do Minho exerceu as funções de Pró-Reitor, presidente da Escola de Economia e Gestão e director do Departamento de Economia. Foi presidente do Conselho de Administração da SBS Startup Braga, SA, e secretário de Estado Adjunto do ministro da Administração Interna no XIX Governo Constitucional. Autor e coordenador de sete livros sobre a economia portuguesa e de artigos publicados em revistas científicas internacionais como a «World Economy», «Open Economies Review», «Regional Studies», «CESifo Economic Studies», «Journal of Technology Transfer» ou «Higher Education». Colaborou como consultor com entidades públicas e privadas, como a Comissão Europeia, o Governo português, a Fundação Francisco Manuel dos Santos, a Fundação Calouste Gulbenkian, o Tribunal de Contas, a Confederação Empresarial de Portugal (CIP), a Associação Portuguesa de Seguradores ou a Associação Comercial do Porto. É membro do painel de comentadores do programa 360º da RTP3 e colabora regularmente com os media.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Feb 23, 2022 • 1h 15min
#116 Pedro Gomes - “Sexta-Feira é o Novo Sábado” (semana de trabalho de 4 dias)
Pedro Gomes é Professor Associado em Economia em Birkbeck, Universidade de Londres. Completou a licenciatura em Economia no ISEG em 2003 e doutorou-se pela London School of Economics em 2010. Friday is the New Saturday (Sexta Feira é o Novo Sábado) é o seu primeiro livro. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Actualmente, a maioria de nós (sobretudo os que não caem na maluquice de ter um podcast) tem um emprego de segunda a sexta-feira, e descansa dois dias ao fim-de-semana. Mas não foi sempre assim. Ainda há menos de 100 anos, na maioria dos países, a semana de trabalho era de segunda a sábado, só com um dia de descanso. E nos últimos anos tem havido cada vez pessoas a sugerir que se dê ainda mais um passo em frente e se passe para uma semana de trabalho de apenas quatro dias. Há mesmo várias empresas que já testaram este modelo e reclamam resultados muito positivos, inclusive na produtividade. A pandemia, com a modificação de hábitos de trabalho que provocou, acabou por dar um novo vigor a esta discussão. O livro do convidado, que acaba de ser publicado em português é, por isso, muito oportuno, e tem dado muito que falar internacionalmente. Pedro Gomes é Professor Associado em Economia em Birkbeck, Universidade de Londres. Completou a licenciatura em Economia no ISEG em 2003 e doutorou-se pela London School of Economics em 2010. No livro Sexta Feira é o Novo Sábado, defende que uma semana de quatro dias, para além de ser benéfica para as pessoas, daria um impulso à economia, estimulando a procura, a produtividade, a inovação e os salários, e contribuindo ao mesmo tempo para reduzir o desemprego e o apelo de movimentos populistas. O livro foi originalmente publicado em inglês e é mais vocacionado para economias ricas, como a dos EUA e dos países do centro e norte da Europa, do que Portugal. Ainda assim, tem muito de relevante se queremos entender o que pode ser o mundo do futuro. É, além disso, um livro escrito por um economista mas direccionado a um público alargado, uma vez que tem, muitas vezes, uma análise social e até psicológica. Na nossa conversa, discutimos as especificidades do modelo que o convidado propõe, os benefícios que poderia trazer e o modo como seria implementado (bem como os obstáculos que pode haver). _______________ Índice da conversa: (0:00) Introdução (4:23) O que defende o livro? | A previsão de Keynes (em 1930) de que 100 anos depois trabalhamos 15 horas. (18:34) A importância da coordenação na economia (e por que tem de ser o Governo a implementar a semana de 4 dias). | O calendário alternativo que a Kodak implementou mas acabou por deixar cair. | Decisão do governo os Emirados Árabes Unidos de passar o trabalho do Estado para a semana de segunda a sexta-feira. (24:41) Benefício #1: Fazer crescer a economia através do estímulo ao consumo (32:17) Benefício #2: Aumentar a produtividade. | O caso de Andrew Barnes (CEO de empresa neo-zelandesa) (42:44) Paradoxo de as horas de trabalho estarem a aumentar nas profissões mais bem pagas. (46:40) Benefício #3 Aumentar a inovação | Episódio Pedro Oliveira sobre ‘inovação pelo utilizador’ | Edmund Phelps e a ‘grassroot innovation’ | Henry Ford | Bertrand Russell, “In Praise of Idleness” (55:11) Benefício #4: Dar mais liberdade às pessoas | O Caminho para a Servidão, de Friedrich Hayek (1:01:22) Obstáculos à implementação da semana de 4 dias. Livros recomendados: Profit Paradox, de Jan Eeckhout | Shorter, de Alex Soojung-Kim Pang _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Pedro Gomes (Lisboa, 1981) é Professor Associado em Economia em Birkbeck, Universidade de Londres, desde 2017. Anteriormente, foi Professor Assistente na Universidade Carlos III de Madrid durante sete anos, Professor Visitante na Universidade de Essex, trabalhando também no Banco Central Europeu e no Banco da Inglaterra. Completou a licenciatura em Economia no Instituto Superior de Economia e Gestão em 2003 e doutorou-se pela London School of Economics em 2010. Friday is the New Saturday é o seu primeiro livro, agora traduzido para Português. Um livro não académico escrito por um académico, sobre economia, mas não reservado a economistas.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Feb 2, 2022 • 1h 29min
#115 Luísa Pereira - O que a Genética tem revelado sobre a evolução humana e a nossa Pré-História
A convidada é doutorada em genética populacional humana pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, onde é investigadora principal e líder de grupo no laboratório i3S-Ipatimup. Na sua investigação, usa a genética para inferir o passado e a evolução das populações humanas e em avaliar a susceptibilidade das populações humanas a doenças complexas. É autora do livro “O Património Genético Português”. Recentemente, lançou um curso para leigos denominado “Odisseia Genética”, que possibilita a realização informada de um teste de ancestralidade -- de que falamos ao longo do episódio. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Nos poucos séculos que tem a Ciência moderna, avançámos imenso no conhecimento que temos do Mundo que nos rodeia. Mas este progresso ocorre, por norma, de forma gradual -- incremento a incremento. Só que de vez em quando, muito raramente, temos a sorte de ocorrerem, em poucos anos, uma série de avanços em catadupa.. Foi isso que aconteceu recentemente na área de investigação da convidada, a Genética populacional, onde nos últimos 10/15 anos ocorreu uma verdadeira revolução, graças a desenvolvimentos técnicos que permitiram estudar muito melhor o DNA humano. A Genética Populacional dedica-se a estudar e perceber em que diferem as populações humanas, comparando o perfil genético dos habitantes de diferentes geografias ou de diferentes etnias, estudando quer o perfil genético das pessoas de hoje quer o DNA que encontramos nos fósseis. Uma das áreas em que a investigação neste campo tem gerado enormes progressos é no nosso entendimento sobre o modo como evoluiu a espécie humana. Onde antes tínhamos de nos guiar quase exclusivamente pela comparação entre a morfologia dos humanos actuais e dos fósseis dos nossos antepassados, hoje podemos estudar em detalhe o genoma dos humanos actuais para procurar pistas sobre o nosso passado evolutivo, e conseguimos mesmo recolher e analisar o ADN dos próprios fósseis para medir como diferiam esses humanos dos actuais. Estes avanços têm permitido progressos notáveis, que discutimos na conversa. Por exemplo, ao estudar o DNA, conseguimos saber o que os fósseis ainda não contam, como é o caso de uma espécie ancestral que foi encontrada no genoma de populações africanas (uma espécie de neandertal de África) e da qual não há registos fósseis. Graças a estes estudos, sabemos também hoje que o surgimento da nossa espécie em África foi um fenómeno muito mais complexo do que até aqui achávamos. Outra área em que a genética populacional tem trazido imensos progressos é no nosso conhecimento sobre a nossa História mais remota. É que se hoje temos um conhecimento razoável da História desde a Antiguidade, não há registos que relatem fielmente o passado humano antes da invenção da escrita, ou seja há cerca de 5000 anos. Por isso, até aqui, sabíamos muito pouco desse periodo, e o que sabíamos estava envolto em dúvidas. Mas ao estudar o DNA das populações actuais das várias geografias e compará-lo com o dos fósseis que foram encontrados nesse local, tem-se desvendado factos fascinantes sobre o modo como as diferentes populações actuais estão relacionadas e sobre migrações importantes ocorridas no nosso passado mais distante. Finalmente, o estudo da genética das populações permite ainda avaliar a diferente susceptibilidade das diversas populações humanas a doenças complexas, e perceber a origem dessas diferenças, o que permite desenvolver melhores tratamentos. Esta é, por isso, uma área fascinante, que vale a pena acompanhar, e a conversa com a Luísa Pereira foi muito interessante. Em todo o caso, vale a pena fazer uma ressalva: se é verdade que estudar o perfil genético tipo das diferentes populações actuais nos dá uma série de informação, é preciso ter em conta que o grosso da variação genética entre os seres humanos pode ser encontrado dentro de todas as populações. Só 15% da variação genética humana existe exclusivamente entre populações. Por isso, quando falamos de diferenças genéticas entre populações, estamos na maioria dos casos a falar de diferenças tendenciais: da média. _______________ Índice da conversa: (0:00) Introdução (4:41) O que distingue a Genética Populacional? (6:23) O que a genética tem revelado sobre o desenvolvimento da nossa espécie em África. | O modelo pan Africano. | O ADN “fantasma” de outra espécie nas populações africanas | Out of Africa | A maior diversidade das populações africanas | A expansão dos Bantu há 5 mil anos (25:15) O que a genética tem revelado sobre os movimentos de populações na Pré História. | Migração em massa de populações das estepes (R1B) para a Europa na Idade do Bronze (29:32) A importância dos desenvolvimentos técnicos recentes na genética (35:06) Quais são os sinais de uma “espécie fantasma” no nosso genoma? | O nosso DNA Neandertal (39:26) O que explica a diversidade genética (ou falta dela) das populações? | Judeus Ashkenazi (53:17) O passado genético português no contexto da Europa | Projecto Odisseia Genética | João Zilhão (antropólogo) | Como conseguimos mapear a ancestralidade de uma população? (1:12:54) O papel da História genética na susceptibilidade de diferentes populações a doenças. | Paper da convidada sobre a Dengue (1:21:20) Há populações com maior imunidade ao SARS-CoV-2? (1:23:25) Livros recomendados: O Homem de Neandertal, de Svante Pääbo | Who We Are and How We Got Here, de David Reich _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Luísa Pereira tem licenciatura em Biologia, Mestrado em Genética Humana Aplicada e Doutoramento na área de genética populacional humana atribuídos pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. É investigadora principal e líder de grupo no i3S-Ipatimup, estando interessada em usar a genética para inferir o passado e a evolução das populações humanas e em avaliar a susceptibilidade das populações humanas a doenças complexas. Fez diversas deslocações a várias universidades e instituições científicas em vários países da Europa e América e participou em várias conferências nestes continentes e na Ásia e África. É co-autora de 142 artigos indexados publicados em revistas internacionais e de um livro de divulgação científica intitulado “O Património Genético Português: a história humana preservada nos genes”. Liderou ou foi membro da equipa de cerca de 20 projectos financiados por entidades nacionais e da união europeia. Já orientou com sucesso 8 alunos de doutoramento, 12 de mestrado e vários estágios de alunos estrangeiros visitantes. A investigação em genética populacional humana desperta grande interesse na sociedade, uma vez que se centra na nossa origem enquanto espécie e de que modo as populações humanas se relaccionaram ao longo de milénios de evolução. Fruto deste motivo, a investigadora tem aparecido diversas vezes nos meios de comunicação social e organiza diversos eventos de divulgação para a população em geral. O mais recente é um curso para leigos nomeado “Odisseia Genética”, que possibilita a realização informada de um teste de ancestralidade.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Jan 19, 2022 • 1h 26min
#114 Pedro Magalhães - Mitos da política contemporânea: voto económico e eleitores da direita radical
O convidado é Investigador Principal no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Estuda opinião pública e comportamento eleitoral, tendo publicado em revistas académicas como o American Journal of Political Science, Comparative Political Studies e West European Politics, entre muitas outras, e em editoras como a Cambridge University Press ou a Oxford University Press. Em 2022 será publicado o Oxford Handbook of Portuguese Politics, de que foi co-organizador. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar O Pedro foi um dos primeiros convidados do podcast, logo no episódio nº 7, que saiu há 4 anos (e não 3 como eu digo na gravação)! Desafiei-o para voltar ao 45 Graus para falar de alguns mitos da política contemporânea -- algumas ideias que vemos difundidas mas que não são verdade ou são simplificações de fenómenos mais complexos que a Ciência Política tem estudado. Abordámos dois desses “mitos” no episódio. O primeiro tem que ver com as limitações do chamado “voto económico” -- isto é, a ideia de que o resultado das eleições é ditado sobretudo pelo desempenho da economia, e que os eleitores são capazes de fazer bem essa avaliação. O Pedro chama a atenção para que há uma série de condicionantes nessa relação. Uma delas é a capacidade dos eleitores em avaliarem bem a qualidade do governo, seja na economia seja noutra áreas. No entanto, o convidado salienta que, apesar dessas limitações e da complexidade crescente da política, o eleitor médio vai conseguindo, em última análise, tomar decisões racionais e informadas. Este tema levou-nos também a discutir o modo como a política em Portugal está hoje mais ideológica e polarizada. O convidado chama a atenção para que, apesar do aumento da abstenção, a participação política em Portugal é hoje maior do que no passado. O segundo dos “mitos” que abordámos está relacionado com o crescimento dos partidos da direita radical na Europa nas últimas décadas. A propósito desta tendência, é comum ouvirmos dizer que estes partidos foram roubar eleitorado aos partidos da esquerda tradicional, designadamente o chamado eleitorado operário, ligado à indústria e com baixo nível de educação. No entanto, o convidado chama a atenção para que isto é uma simplificação. Não só isso não explica a perda de peso dos partidos da esquerda tradicional como não é daí que vêm a maioria dos votantes nos partidos da direita radical. A crise da esquerda tradicional em muitos países europeus é, todavia, uma realidade. Portugal é, no entanto, uma excepção a esta tendência; em parte não pelos melhores motivos, porque continuamos a ter uma economia relativamente pobre e um nível de escolarização médio baixo. Para inverter essa tendência seria preciso investir mais em políticas de longo-prazo, designadamente em políticas para a juventude, na educação e na ciência. No entanto, como faltam recursos, o discurso dos partidos tende, como temos visto na campanha, a focar-se mais no curto prazo. No final do episódio, pedi ao convidado algumas ideias para inverter esta tendência e conseguir investir mais em políticas de longo-prazo. _______________ Índice da conversa: (00:00) Introdução (5:20) Quão importante é, na verdade, o desempenho da economia no resultado das eleições? | Limitações do “voto económico”. Paper de Mark A. Kayser “The Elusive Economic Vote” | Papers do convidado: comparação das eleições legislativas de 2011 e 2015; “The Economy and Public Approval in a Semi-Presidential Regime: the case of Portugal” (ainda não publicado) (15:27) Limitações do eleitor médio a avaliar o desempenho do governo? | Livro “Democracy for Realists”, de Achen e Bartels (28:11) Apesar dessas limitações, o eleitor médio acaba capaz de tomar decisões racionais tendo em conta os dados (31:24) Paradoxo: as pessoas mais bem informadas sao também mais ideológicas. (38:06) A política em Portugal está mais ideológica e polarizada? | A participação política em PT aumentou, apesar de votarem menos. (45:53) Quem vota nos partidos de direita radical são mesmo os antigos eleitores dos partidos da esquerda tradicional? Paper de Seymour Martin Lipset “Democracy and Working-Class Authoritarianism” | Livro de Thomas Piketty “Capital and Ideology” | Portugal contraria a tendência actual de o eleitorado mais escolarizado apoiar os partidos de esquerda (57:30) Afinal qual é o eleitorado dos partidos direita radical? (1:00:16) O que podem fazer os partidos sociais democratas para recuperar a sua antiga base eleitoral? Desafios criados por sociedades mais heterogéneas, com novas clivagens. (1:04:50) Portugal e a “armadilha do curto-prazo” nas políticas públicas: quando faltam recursos, é o investimento no longo-prazo e nos jovens que sofre. (1:15:05) Como conseguir gerar apoio para políticas de longo-prazo? | Aumentar a transparência (paper: “Transparency, Policy Outcomes, and Incumbent Support”) | Intervenções a nível local: assembleias deliberativas. (1:23:10) Artigos sugeridos: Tarik Abou-Chadi, Reto Mitteregger, Cas Mudde: Left behind by the working class? Social Democracy’s Electoral Crisis and the Rise of the Radical Right | Brahmin Left versus Merchant Right, Amory Gethin, Clara Martínez-Toledano e Thomas Piketty _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães Galaró family, José Luís Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abílio Silva, Salvador Cunha, Bruno Heleno, António llms, Helena Monteiro, BFDC, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, João Ribeiro, Nuno e Ana, João Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite Tomás Costa, Rita Sá Marques, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Filipe Bento Caires, Diogo Sampaio Viana, Tiago Taveira, Ricardo Leitão, Pedro B. Ribeiro, João Teixeira, Miguel Bastos, Isabel Moital, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Luís Costa, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro João Pereira Amorim, Sérgio Nunes, Telmo Gomes, André Morais, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Joaquim Manuel Jorge Borges, Gabriel Candal, Joaquim Ribeiro, Fábio Monteiro, João Barbosa, Tiago M Machado, Rita Sousa Pereira, Henrique Pedro, Cloé Leal de Magalhães, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, João Diamantino, Nuno Lages, João Farinha, Henrique Vieira, André Abrantes, Hélder Moreira, José Losa, João Ferreira, Rui Vilao, Jorge Amorim, João Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Carlos Silveira, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, José Proença, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, Tiago Parente, Ana Moreira, António Queimadela, David Gil, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, Gonçalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, Gonçalo Castro, Inês Inocêncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, António Mendes Silva, paulo matos, Luís Brandão, Tomás Saraiva, Ana Vitória Soares, Mestre88 , Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Pedro Brito, Wedge, Bruno Amorim Inácio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Cheila Bhuralal, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Salomé Afonso, Diogo Silva, Patrícia Esquível , Inês Patrão, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, João Barbosa, Margarida Gonçalves, Andrea Grosso, João Pinho , João Crispim, Francisco Aguiar , João Diogo, João Diogo Silva, José Oliveira Pratas, João Moreira, Vasco Lima, Tomás Félix, Pedro Rebelo, Nuno Gonçalves, Pedro , Marta Baptista Coelho, Mariana Barosa, Francisco Arantes, João Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco Sá Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Ricardo Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Pedro Magalhães é Investigador Principal no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Estuda opinião pública e comportamento eleitoral, tendo publicado em revistas académicas como o American Journal of Political Science, Comparative Political Studies e West European Politics, entre muitas outras, e em editoras como a Cambridge University Press ou a Oxford University Press. Em 2022 será publicado o Oxford Handbook of Portuguese Politics, de que foi co-organizador. See omnystudio.com/listener for privacy information.

Dec 22, 2021 • 1h 28min
#113 Magda Nico - Mitos e simplificações no modo como olhamos para os jovens
A convidada é socióloga, actualmente Investigadora Integrada do CIES-IUL e Professora Auxiliar no ISCTE-IUL. A sua investigação segue uma perspectiva crítica ao longo do tempo e das gerações, e dedica-se a estudar as transições para a vida adulta dos jovens, analisando vários aspectos, como os padrões na saída de casa dos pais, a precariedade de longa duração, a reprodução das desigualdades sociais, e sentimentos de pertença geracional. -> Inquérito aos ouvintes -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Conheci a convidada recentemente no Encontro “Juventudes” que foi organizado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, onde estive a moderar um painel de debate. O encontro serviu, como o nome indica, para debater os jovens e a juventude, e a convidada foi consultora do evento. Aproveitando a oportunidade, e uma vez que a Magda é uma das principais investigadoras nestas áreas em Portugal, convidei-a para o 45 Graus, para conversarmos sobre estes temas. Na nossa conversa discutimos vários aspectos do modo como a Sociologia olha e estuda os jovens e a juventude. Falámos sobre como tem evoluído a transição para a vida adulta nos jovens, e os desafios associados ao emprego e à saída de casa. Discutimos também o que é diferente na condição dos jovens actuais, mas também a nossa tendência para exagerar este aspecto e desvalorizar os aspectos que são comuns aos jovens desde sempre. Mesmo com esta advertência em mente, não deixámos de falar de algumas características distintivas das gerações actuais, como por exemplo a maior sensibilização para causas globais ou os efeitos do uso de redes sociais. E falámos também da realidade portuguesa, em particular de porque é que os jovens portugueses são, na Europa, dos que saem mais tarde de casa dos pais? -- um tópico no qual a convidada tem uma opinião original. _______________ Índice da conversa: (00:00) Introdução (2:28) O que distingue o olhar da Sociologia? (07:20) O que é que na transição para a vida adulta dos jovens de hoje é diferente e igual a gerações anteriores? (11:24) A armadilha de acharmos que a nossa geração é excepcional. “Geração rasca” | Efeito idade vs geração vs período histórico (15:02) A importância de ter um duplo olhar na Sociologia: para os desafios de sempre & para os desafios do presente (17:04) A destandardização da transição para a vida adulta que ocorreu a partir dos anos 1950. | Mas a normalidade do passado também escondia aspectos da juventude que são perenes (26:33) Porque é que os jovens portugueses são, na Europa, dos que saem mais tarde de casa dos pais? Artigo de opinião da convidada. (41:08) O debate dentro da Sociologia entre as perspectivas da “agência” e “estrutura”. | “Falácia epistemológica da modernidade tardia” (54:30) Meritocracia (58:19) O que é, apesar de tudo, distintivo nos jovens actuais face a gerações anteriores? | Preocupações globais. | Os jovens de hoje assinam muito petições; mas o que é que isso realmente nos diz? Estudo da FFMS “Os Jovens em Portugal, Hoje” (1:14:27) Efeitos negativos das redes sociais. Efeitos sobre a saúde mental das raparigas. (1:18:47) A importância para a Sociologia de fazer mais estudos longitudinais (1:24:31) Livros recomendados: Children of the Great Depression, de Glen H Elder | Young People And Social Change, de Andy Furlong e Fred Cartmel (livro que refere a “Falácia epistemológica da modernidade tardia”) | Normal People, de Sally Rooney _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães Miguel van Uden, José LuÍs Malaquias, João Ribeiro, Francisco Hermenegildo, Nuno e Ana, Nuno Costa, Galaró family, Salvador Cunha, JoÃo Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Filipe Bento Caires, Luís Costa, Manuel Martins, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, Ricardo Duarte, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro, Tomás Costa Rui Baldaia, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, Hugo Correia, Duarte , Francisco Vasconcelos, Telmo , Jose Pedroso, MANNA Porto, José Proença, Carlos Manuel Lopes de Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, joana Antunes, Nelson Poças, Francisco López Bermúdez, Carlos Silveira, Diogo Rombo, Bruno Lamas, Fábio Mota, Vítor Araújo, João Pereira, Francisco Valente, Nuno Balsas, Jorge Amorim, Rui Vilão, João Ferreira, Luís Elias, José Losa, Hélder Moreira, Diogo Fonseca, Frederico Apolónia, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Paulo Fernandes, Nuno Lages, João Diamantino, Vasco SÁ Pinto, Rui Carrilho, Luis Quelhas Valente, Tiago Pires, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, João Raimundo, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, João Castanheira, Pedro , rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Tomás Félix, Vasco Lima, Joao Pinto, João Moreira, José Oliveira Pratas, João Diogo Silva, Marco Coelho, Joao Diogo, Francisco Aguiar , Tiago Costa da Rocha, João Crispim, Paulo dos Santos, Abílio Mateus, João Pinho , Andrea Grosso, Miguel Lamela, Margarida Gonçalves, Afonso Martins, João Barbosa, Luis Filipe, Renato Mendes, António Albuquerque, Francisco Santos, juu-san, Fernando Sousa, Pedro Correia, MacacoQuitado, Paulo Ferreira, Gabriela, Nuno Almeida, Francisco Manuel Reis, Daniel Almeida, Albino Ramos, Inês Patrão, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Miguel Mendes, Luis Gomes, Ana Batista, Alberto Santos Silva, Cesar Correia, Susana Ladeiro, Gil Batista Marinho, Filipe Melo, Cheila Bhuralal, Bruno Machado, Miguel Palhas, isosamep, Robertt , Pedro F. Finisterra, Cristiano Tavares, Pedro Vieira, Jorge Soares, Maria Oliveira, Bruno Amorim Inácio, Nuno , Wedge, Pedro Brito, Manuel Botelho da Silva, Ricardo Leitão, Vítor Filipe, João Bastos, Natália Ribeiro, Bernardo Pimentel, Pedro Gaspar, Hugo Domingues _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Magda Nico é socióloga, actualmente Investigadora Integrada do CIES-IUL e Professora Auxiliar no ISCTE-IUL. Investiga as transições e trajectórias para a vida adulta, numa perspectiva crítica ao longo do tempo e das gerações, na Europa e em Portugal. Os processos de saída de casa dos pais, de precariedade de longa duração, de reprodução das desigualdades sociais, e de sentimentos de pertença geracional saem, desta perspectiva crítica e de maior durée, mais desmontados e contextualizados. See omnystudio.com/listener for privacy information.

Dec 8, 2021 • 1h 13min
#112 Alexandre Afonso - Imigração, populismo e Portugal visto de fora
O convidado é professor de políticas públicas na Universidade de Leiden, Holanda. Especializa-se no estudo das políticas de mercado de trabalho, imigraçao e estado social nos países europeus. Está actualmente a escrever um livro para a Oxford University Press sobre o modo como as politicas de imigração e de Estado Social em cada país interagem entre si. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Começámos precisamente sobre este tema, um assunto com interesse para compreender a História de cada país, mas também para explicar actualidade política, visto que a coexistência entre o aumento da imigração no passado recente e a existência de Estados Sociais generosos dos países europeus é provavelmente um dos motivos que explicam a ascensão do populismo na última década. Este tema levou-nos a discutir os partidos da direita radical na Europa e o caso particular do Chega. De seguida, abordámos outra área de investigação do convidado: a análise comparada das instituições do mercado de trabalho entre países europeus. O mercado de trabalho é sempre um tema quente em Portugal, com uns a dizerem que é demasiado liberalizado e outros que é demasiado rígido. O convidado tem sobre isto um ponto de vista que me ajudou a perceber um aspecto que me intrigava há muito... O Alexandre é filho de portugueses, mas nasceu e viveu sempre fora do país. Vão notar, por isso, que o português não é a sua língua mãe, mas, diria, safa-se muitíssimo bem. Aproveitando esta peculiaridade -- um português que vê e viu sempre o país a partir de fora -- aproveitei também, mesmo no final, para lhe perguntar como é que um cientista político com estas características olha a sociedade e a política portuguesas. A resposta foi muito interessante. _______________ Índice da conversa: (00:00) Introdução (2:21) Como é que as políticas de imigração dos países e a dimensão do Estado Social se têm influenciado mutuamente? | Tese de ALberto Alesina sobre os EUA | George Borjas e os “Welfare magnets” | Sondagem a imigrantes sobre ES mais generoso | Tese de Milton Friedman | Limitar o acesso ao Estado social (23:21) Relação com o Populismo. Tese de Yascha Mounk | Experiência de mencionar o Estado Social | Como foi a transferência do eleitorado operário da esquerda para a direita radical? (32:52) A inflexão da agenda dos partidos da direita radical na viragem do século. | Herbert Kitschelt e a antiga direita radical (35:46) O caso do Chega. Paper do convidado. (40:46) O desafio para os partidos da direita radical quando são governo (45:25) A verdadeira rigidez do mercado de trabalho em Portugal -- e porque não basta olhar para a letra da lei | Indicador da OCDE (52:17) O nível elevado de participação das mulheres no mercado de trabalho em PT. Origens históricas. | Geert Hofstede | Efeito da liberalização do mercado de trabalho sobre desigualdade (1:01:10) Como olha um cientista político para PT a partir de fora? Confiança interpessoal (capital social). Episódio Pedro Magalhães. Efeitos na política. (1:08:50) Sugestão: Didier https://www.goodreads.com/book/show/17895842-returning-to-reims _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães Miguel van Uden, José LuÍs Malaquias, João Ribeiro, Francisco Hermenegildo, Nuno e Ana, Nuno Costa, Galaró family, Salvador Cunha, JoÃo Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Filipe Bento Caires, Luís Costa, Manuel Martins, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, Ricardo Duarte, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro, Tomás Costa Rui Baldaia, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, Hugo Correia, Duarte , Francisco Vasconcelos, Telmo , Jose Pedroso, MANNA Porto, José Proença, Carlos Manuel Lopes de Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, joana Antunes, Nelson Poças, Francisco López Bermúdez, Carlos Silveira, Diogo Rombo, Bruno Lamas, Fábio Mota, Vítor Araújo, João Pereira, Francisco Valente, Nuno Balsas, Jorge Amorim, Rui Vilão, João Ferreira, Luís Elias, José Losa, Hélder Moreira, Diogo Fonseca, Frederico Apolónia, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Paulo Fernandes, Nuno Lages, João Diamantino, Vasco SÁ Pinto, Rui Carrilho, Luis Quelhas Valente, Tiago Pires, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, João Raimundo, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, João Castanheira, Pedro , rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Tomás Félix, Vasco Lima, Joao Pinto, João Moreira, José Oliveira Pratas, João Diogo Silva, Marco Coelho, Joao Diogo, Francisco Aguiar , Tiago Costa da Rocha, João Crispim, Paulo dos Santos, Abílio Mateus, João Pinho , Andrea Grosso, Miguel Lamela, Margarida Gonçalves, Afonso Martins, João Barbosa, Luis Filipe, Renato Mendes, António Albuquerque, Francisco Santos, juu-san, Fernando Sousa, Pedro Correia, MacacoQuitado, Paulo Ferreira, Gabriela, Nuno Almeida, Francisco Manuel Reis, Daniel Almeida, Albino Ramos, Inês Patrão, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Miguel Mendes, Luis Gomes, Ana Batista, Alberto Santos Silva, Cesar Correia, Susana Ladeiro, Gil Batista Marinho, Filipe Melo, Cheila Bhuralal, Bruno Machado, Miguel Palhas, isosamep, Robertt , Pedro F. Finisterra, Cristiano Tavares, Pedro Vieira, Jorge Soares, Maria Oliveira, Bruno Amorim Inácio, Nuno , Wedge, Pedro Brito, Manuel Botelho da Silva, Ricardo Leitão, Vítor Filipe, João Bastos, Natália Ribeiro, Bernardo Pimentel, Pedro Gaspar, Hugo Domingues _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Alexandre Afonso é professor associado de políticas públicas na Universidade de Leiden, Holanda. Especializa-se no estudo do mercado de trabalho, da imigraçao e do estado social na Europa. Antes de ingressar na Universidade de Leiden University, foi professor assistente no Departamento de Economia Política do King's College de Londres, investigador no Instituto Max Planck para o Estudo das Sociedades em Colônia, no Instituto Universitário Europeu em Florença e na Universidade de Amsterdão. Concluio o seu doutoramento na Universidade de Lausanne (Suíça) em junho de 2010. E lusodescendente e cresceu na Suiça. Fala francês, inglês, português, alemão, italiano e holandês. Alem de publicaçoes em varias revistas cientificas, escreveu para o Washington Post, o Financial Times, Foreign Policy, Daily Telegraph, CNN e Jacobin, entre outros. Actualmente, está a escrever um livro sobre politicas de imigraçao e o estado social para a Oxford University Press. See omnystudio.com/listener for privacy information.

Nov 24, 2021 • 55min
#111 (pt 2) Alexandre Homem Cristo - O estado da educação em Portugal: os progressos e o que falta fazer
O convidado é uma presença regular no debate sobre políticas públicas de educação. Nos últimos anos, tem-se destacado como colunista no jornal Observador, onde publica regularmente ensaios sobre estes temas que se destacam pelo grau de profundidade da análise. Tem, além disso, várias publicações nesta área. Actualmente, é presidente da QIPP, uma organização sem fins lucrativos ligada às políticas públicas, e anteriormente, foi conselheiro do Conselho Nacional de Educação e desempenhou funções de assessor parlamentar no âmbito da Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Nesta segunda parte da conversa, começámos por falar sobre as desvantagens de centrar o debate público nesta área nos rankings PISA. Falámos também de algumas insuficiências do nosso sistema de ensino, que estes rankings nem sempre mostram, tais como a falta de confiança de muitas famílias no ensino público, espelhada na enorme prevalência de recurso a explicações e no peso que tem o ensino privado (pago) em Portugal. Isso levou-nos a discutir algumas reformas que se poderia fazer nesta área, seja para aumentar a equidade do ensino, seja para elevar a sua qualidade, como, por exemplo aumentando a autonomia das escolas. Como disse no episódio anterior, acho que a educação devia ser a nossa maior prioridade enquanto país. Por isso, se tiverem alguma sugestão de convidado/a, é muito bem vinda. Seja alguém com uma perspectiva sobre políticas públicas da do Alexandre seja um/a professor/a que tenha uma visão interessante sobre o ensino em sala de aula propriamente dito, com um olhar no futuro. _______________ Índice da conversa: (00:00) Introdução (1:20) O outro lado: a desvantagem do peso que damos aos rankings PISA. | As reprovações funcionam? (4:59) Portugal é dos países da OCDE onde o “elevador social” funciona pior | As explicações e o ‘sistema educativo sombra’ | A falta de confiança das famílias no ensino público espelhada também na maior % de alunos a pagar por ensino privado. Escolas com contrato de associação (17:03) O efeito da pandemia na educação. | Estudos feitos no EUA. | Estudos feitos na Holanda. (26:08) Reformas para aumentar a equidade: alargar a escolha das famílias dentro da rede pública como possível via para combater a desigualdade. (33:28) Reformas para aumentar a qualidade: dar autonomia das escolas para contratar professores e gerir avaliação e carreiras | Dificuldade em atrair alunos para a profissão (44:47) E se as autarquias pudessem oferecer salários mais altos para atrair professores? | O papel dos sindicatos (47:31) Documentário recomendado: Waiting for Superman | A dificuldade em Portugal de lidar com a incerteza. _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães Miguel van Uden, José LuÍs Malaquias, João Ribeiro, Francisco Hermenegildo, Nuno e Ana, Nuno Costa, Galaró family, Salvador Cunha, JoÃo Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Filipe Bento Caires, Luís Costa, Manuel Martins, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, Ricardo Duarte, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro, Tomás Costa Rui Baldaia, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, Hugo Correia, Duarte , Francisco Vasconcelos, Telmo , Jose Pedroso, MANNA Porto, José Proença, Carlos Manuel Lopes de Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, joana Antunes, Nelson Poças, Francisco López Bermúdez, Carlos Silveira, Diogo Rombo, Bruno Lamas, Fábio Mota, Vítor Araújo, João Pereira, Francisco Valente, Nuno Balsas, Jorge Amorim, Rui Vilão, João Ferreira, Luís Elias, José Losa, Hélder Moreira, Diogo Fonseca, Frederico Apolónia, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Paulo Fernandes, Nuno Lages, João Diamantino, Vasco SÁ Pinto, Rui Carrilho, Luis Quelhas Valente, Tiago Pires, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, João Raimundo, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, João Castanheira, Pedro , rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Tomás Félix, Vasco Lima, Joao Pinto, João Moreira, José Oliveira Pratas, João Diogo Silva, Marco Coelho, Joao Diogo, Francisco Aguiar , Tiago Costa da Rocha, João Crispim, Paulo dos Santos, Abílio Mateus, João Pinho , Andrea Grosso, Miguel Lamela, Margarida Gonçalves, Afonso Martins, João Barbosa, Luis Filipe, Renato Mendes, António Albuquerque, Francisco Santos, juu-san, Fernando Sousa, Pedro Correia, MacacoQuitado, Paulo Ferreira, Gabriela, Nuno Almeida, Francisco Manuel Reis, Daniel Almeida, Albino Ramos, Inês Patrão, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Miguel Mendes, Luis Gomes, Ana Batista, Alberto Santos Silva, Cesar Correia, Susana Ladeiro, Gil Batista Marinho, Filipe Melo, Cheila Bhuralal, Bruno Machado, Miguel Palhas, isosamep, Robertt , Pedro F. Finisterra, Cristiano Tavares, Pedro Vieira, Jorge Soares, Maria Oliveira, Bruno Amorim Inácio, Nuno , Wedge, Pedro Brito, Manuel Botelho da Silva, Ricardo Leitão, Vítor Filipe, João Bastos, Natália Ribeiro, Bernardo Pimentel, Pedro Gaspar, Hugo Domingues _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Alexandre Homem Cristo é presidente da QIPP, entidade parceira da Lexplore para Portugal, sendo o coordenador do projecto “Lexplore +Leitura”. É mestrado em Política Comparada pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Geriu projectos internacionais financiados pela Comissão Europeia, nomeadamente em Experimentação de Políticas Públicas na área da Educação, em parceria com vários ministérios da Educação de países-membros da UE. Foi conselheiro do Conselho Nacional de Educação e desempenhou funções de assessor parlamentar no âmbito da Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura. Tem várias publicações na área das políticas públicas de educação, entre as quais o estudo “Escolas para o Século XXI” (FFMS, 2013) e capítulos temáticos em obras colectivas – como “Ética Aplicada: Educação” (Edições 70, 2018) e “Lei de Bases do Sistema Educativo. Balanço e Prospetiva, Vol. 2” (CNE, 2017). Colunista do Observador, publica regularmente ensaios de análise a políticas públicas de educação. Integra o Conselho Consultivo da SEDES.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Nov 17, 2021 • 55min
#111 (pt 1) Alexandre Homem Cristo - O estado da educação em Portugal: os progressos e o que falta fazer
O convidado é uma presença regular no debate sobre políticas públicas de educação. Nos últimos anos, tem-se destacado como colunista no jornal Observador, onde publica regularmente ensaios sobre estes temas que se destacam pelo grau de profundidade da análise. Tem, além disso, várias publicações nesta área. Actualmente, é presidente da QIPP, uma organização sem fins lucrativos ligada às políticas públicas, e anteriormente, foi conselheiro do Conselho Nacional de Educação e desempenhou funções de assessor parlamentar no âmbito da Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar A educação é, talvez, o melhor candidato que temos à prioridade número um de políticas públicas de qualquer país desenvolvido. O nível de educação da população tem uma correlação positiva com quase tudo aquilo em que pensamos quando pensamos num país desenvolvido: crescimento económico, igualdade de oportunidades, uma sociedade civil pujante e até a qualidade da saúde mental da população. No caso de Portugal, é comum ouvirmos muitas críticas ao sistema de ensino. Mas a verdade é que nas duas últimas décadas operou-se em Portugal uma espécie de revolução silenciosa no ensino. Se olharmos para os dados, nomeadamente os rankings PISA da OCDE (que é o indicador mais fiável para comparações internacionais), o retrato que emerge é de um país que é, nas palavras do director da OCDE para a educação, a “maior história de sucesso da Europa”, com uma progressão notável desde a viragem do século. Estes progressos são um bom exemplo de como políticas públicas relativamente estáveis entre governos de cor diferente são essenciais para o desenvolvimento do país. Aliás, o lado político e institucional dessa proeza é um assunto que, provavelmente, valeria um episódio do podcast dedicado (ao estilo do que gravei com o João Goulão sobre a política das drogas). Apesar desta evolução, continua, no entanto, a haver lacunas importantes no sistema de ensino português. Desde logo, continuamos a ter um nível elevado de reprovações e de alunos que deixam a escola antes do tempo. Por outro lado, estas melhorias na educação das novas gerações não tiveram equivalente na escolarização das pessoas mais velhas. Aqui, o legado anterior continua a pesar e em Portugal a percentagem de adultos sem ensino secundário é ainda quase metade da população, mais do dobro da média europeia. Para além disso, há aspectos estruturais do próprio sistema que continuam a restringir a qualidade do ensino em Portugal. Por exemplo, a capacidade das escolas em melhorar a sua oferta e adaptá-la às necessidades locais continua constrangida por um baixo grau de autonomia comparativamente com outros países, nomeadamente na contratação e avaliação de professores. Da mesma forma, os professores são hoje uma população envelhecida (menos de 1% tem menos de 30 anos), com reduzido prestígio social, baixo nível de autonomia e poucos incentivos ao desempenho, um estado de coisas que dificilmente nos pode deixar de preocupar ao olhar para o futuro. Esta conversa será dividida em dois episódios diferentes (o próximo sai para a semana). _______________ Índice da conversa: (00:00) Introdução (3:54) PT, “a maior história de sucesso europeia nos rankings PISA” | As três fases de políticas públicas de ensino em PT. | TIMSS (11:24) A importância do ensino pré-escolar (3-5 anos) (15:43) O mito de que o ensino perdeu qualidade nas últimas décadas (18:40) A dificuldade de fazer reformas na Educação: demoram tempo a ter efeitos (23:13) A nova fase de políticas públicas de educação: lidar com a diversidade de necessidades e dar autonomia às escolas. | Suécia. Ascensão e queda de uma reforma educativa (30:34) Que competências devemos ensinar aos alunos para o Mundo do futuro? (45:34) O problema da falta de dados para avaliar políticas. | Exemplo da pandemia (48:35) Como são feitos os rankings PISA? | A evolução de Portugal _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães Miguel van Uden, José LuÍs Malaquias, João Ribeiro, Francisco Hermenegildo, Nuno e Ana, Nuno Costa, Galaró family, Salvador Cunha, JoÃo Baltazar, Miguel Marques, Corto Lemos, Carlos Martins, Tiago Leite Luis, Maria Pimentel, Rui Amorim, RB, Pedro Frois Costa, Gabriel Sousa, Mário Lourenço, Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Filipe Bento Caires, Luís Costa, Manuel Martins, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, João Nelas, Tiago Queiroz, Ricardo Duarte, António Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, João Saro, Tomás Costa Rui Baldaia, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, Hugo Correia, Duarte , Francisco Vasconcelos, Telmo , Jose Pedroso, MANNA Porto, José Proença, Carlos Manuel Lopes de Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, joana Antunes, Nelson Poças, Francisco López Bermúdez, Carlos Silveira, Diogo Rombo, Bruno Lamas, Fábio Mota, Vítor Araújo, João Pereira, Francisco Valente, Nuno Balsas, Jorge Amorim, Rui Vilão, João Ferreira, Luís Elias, José Losa, Hélder Moreira, Diogo Fonseca, Frederico Apolónia, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Paulo Fernandes, Nuno Lages, João Diamantino, Vasco SÁ Pinto, Rui Carrilho, Luis Quelhas Valente, Tiago Pires, Mafalda Pratas, Renato Vasconcelos, João Raimundo, Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Mariana Barosa, Marta Baptista Coelho, João Castanheira, Pedro , rodrigo Brazão, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Tomás Félix, Vasco Lima, Joao Pinto, João Moreira, José Oliveira Pratas, João Diogo Silva, Marco Coelho, Joao Diogo, Francisco Aguiar , Tiago Costa da Rocha, João Crispim, Paulo dos Santos, Abílio Mateus, João Pinho , Andrea Grosso, Miguel Lamela, Margarida Gonçalves, Afonso Martins, João Barbosa, Luis Filipe, Renato Mendes, António Albuquerque, Francisco Santos, juu-san, Fernando Sousa, Pedro Correia, MacacoQuitado, Paulo Ferreira, Gabriela, Nuno Almeida, Francisco Manuel Reis, Daniel Almeida, Albino Ramos, Inês Patrão, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Miguel Mendes, Luis Gomes, Ana Batista, Alberto Santos Silva, Cesar Correia, Susana Ladeiro, Gil Batista Marinho, Filipe Melo, Cheila Bhuralal, Bruno Machado, Miguel Palhas, isosamep, Robertt , Pedro F. Finisterra, Cristiano Tavares, Pedro Vieira, Jorge Soares, Maria Oliveira, Bruno Amorim Inácio, Nuno , Wedge, Pedro Brito, Manuel Botelho da Silva, Ricardo Leitão, Vítor Filipe, João Bastos, Natália Ribeiro, Bernardo Pimentel, Pedro Gaspar, Hugo Domingues _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Alexandre Homem Cristo é presidente da QIPP, entidade parceira da Lexplore para Portugal, sendo o coordenador do projecto “Lexplore +Leitura”. É mestrado em Política Comparada pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Geriu projectos internacionais financiados pela Comissão Europeia, nomeadamente em Experimentação de Políticas Públicas na área da Educação, em parceria com vários ministérios da Educação de países-membros da UE. Foi conselheiro do Conselho Nacional de Educação e desempenhou funções de assessor parlamentar no âmbito da Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura. Tem várias publicações na área das políticas públicas de educação, entre as quais o estudo “Escolas para o Século XXI” (FFMS, 2013) e capítulos temáticos em obras colectivas – como “Ética Aplicada: Educação” (Edições 70, 2018) e “Lei de Bases do Sistema Educativo. Balanço e Prospetiva, Vol. 2” (CNE, 2017). Colunista do Observador, publica regularmente ensaios de análise a políticas públicas de educação. Integra o Conselho Consultivo da SEDES. See omnystudio.com/listener for privacy information.


