História FM

Após a Proclamação da República, ocorrida a partir de um golpe militar, o Brasil passou por um período de cerca de cinco anos conhecido como República da Espada, uma ditadura militar que viu alguns levantes e revoltas contra si—majoritariamente pela restauração da monarquia—e os reprimiu de maneira violenta. Sendo um avalista das oligarquias agrárias que desejaram o fim do regime monárquico, os dois governos (Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto) lidaram não apenas com revoltas, mas também com uma enorme crise econômica e a pressão dos barões do café e demais republicanos que desejavam uma república, mas não necessariamente uma ditadura. Convidamos o Prof. Rodrigo Goyena para conversar sobre essa ditadura muitas vezes esquecida da história brasileira e como ela acabou, dando espaço ao que ficou conhecida como Política do café com leite.

Em 1974 chegava ao poder Ernesto Geisel, o que uma certa memória a respeito da ditadura civil-militar no Brasil entende como um relaxamento da repressão no regime. A partir dali, uma série de convergências começou a ocorrer para que o regime gradativamente se enfraquecesse, culminando no seu fim em 1985. No último episódio da trilogia sobre a Ditadura Militar do História FM convidamos os professores Reinaldo Lohn e Ricardo Duwe, este último do podcast Estação Brasil, para conversar sobre os governos Geisel e Figueiredo, a Lei de Anistia, o assassinato de Zuzu Angel, as greves do ABC, a volta do pluripartidarismo, o atentado do Riocentro, entre diversos outros assuntos relativos aos últimos anos da ditadura civil-militar no Brasil.

Em 1791, poucos anos após o início da Revolução Francesa, o mundo foi pego de assalto quando os habitantes negros, libertos e escravizados, se mobilizaram para livrar o Haiti das instituições europeias e dos europeus que governavam o local explorando a mão-de-obra escrava sob justificativas racistas disfarçadas de morais. O que se seguiu foi a abolição da escravidão, a tomada do poder por indivíduos negros, a eliminação ou expulsão de virtualmente toda a população branca de origem europeia e o estabelecimento de uma nação que resistiu às tentativas de reconquista francesas e abriu um precedente que apavorou os escravistas do continente americano. O Haiti viria a se tornar livre do jugo francês através da maior revolta de escravos desde a revolta de Spartacus, que desafiaria os mitos de superioridade racial europeus. Convidamos Bethânia Pereira para conversar sobre como aconteceu a Revolução Haitiana e as consequências dela para o país, em vista das represálias estrangeiras que viriam a impactar o país pelos séculos que se seguiram. Adquira o livro "Revolução Haitiana: a revolução de escravizados que abalou o mundo", baseado neste episódio e escrito pela Prof. Bethânia Pereira clicando AQUI

Em 12 de outubro de 1492, o navegador genovês à serviço do Reino de Castela Cristóvão Colombo chegou a uma ilha que fazia parte do continente americano, até então não batizado pelos europeus. De uma perspectiva europeia, o achado foi um descobrimento; na perspectiva dos que aqui já estavam, não apenas a chegada dos europeus não se configurou em descobrimento, como iniciou um contato entre povos que resultou em milhões de mortos e explorados, mudando o mundo para sempre. Mas afinal, os europeus já haviam chegado à América antes? Colombo achava que tinha chegado às Índias? E é verdade que ele morreu pobre e em desgraça? Convidamos o Prof. Waldomiro Lourenço para conversar sobre a história de Colombo, sua chegada ao continente americano e o legado não apenas da descoberta de um novo continente para os europeus, mas também do massacre dos povos originários para aqueles que já estavam por aqui.

Em 1932 as tensões em torno do governo provisório formado após a dita "Revolução de 30" escalaram. Desde aqueles frustrados com a indefinição de um novo governo eleito pelo voto popular quanto as elites paulistas que tiveram seus interesses afetados pelo fim da República Velha e da política do Café com Leite, um levante entrou em ação em 1932. Encampado principalmente por paulistas, ainda que tendo contado com apoio de outros estados, o levante ficou conhecido como  "Revolução de 32" e a guerra que se seguiu resultou em uma derrota dos revoltosos, ainda que alguns ganhos tenham sido possíveis no curto prazo. Convidamos o professor Francisco Quartim de Moraes para conversar sobre o levante e sobre a própria classificação de "revolução", bem como a memória em torno dele.

Surgido no período que hoje chamamos de "Idade Moderna", o Reino do Daomé foi uma junção de povos já existentes em um território onde hoje se localiza a República do Benim. Por mais de três séculos, o reino foi a casa de um povo que se destacou na história africana, entre outros motivos, pela escravidão, pelas particularidades de sua cultura e suas mulheres guerreiras—cada vez mais popular na indústria cultural. No episódio de hoje convidamos o Prof. Otávio Luiz para conversar sobre as origens do Reino do Daomé, suas particularidades econômicas, sociais e culturais, bem como a resistência contra os colonizadores franceses e o legado deste reino africano.

Os interesses do nacionalismo romântico do século XIX fizeram com que o recém-fundado Brasil precisasse de seus mitos fundadores e histórias que exaltassem as virtudes nacionais. Era necessário criar histórias em comum que unisses povos e cores tão distintos em origem, interesses e direitos, e para tal se iniciou um processo de escrita da história do país de maneira organizada e intencional, para além de textos que haviam sido escritos décadas ou séculos antes. No desenrolar dos anos a historiografia brasileira foi gradativamente evoluindo, deixando de lado a instrumentalização nacionalista e ficando cada vez mais apta a entender e explicar as complexidades do país. Mas como se escreveu a história do - e no - Brasil? Quem foram os nomes mais conhecidos da historiografia brasileira? Convidamos o Prof. Fernando Nicolazzi para nos explicar os meandros da historiografia brasileira.

Há duzentos anos o Brasil passava pelo seu processo de independência, se emancipando de Portugal, que viria a culminar no Império do Brasil. Longe de ser um momento onde o povo se uniu em torno da figura de D. Pedro I em um brado retumbante, a independência foi um processo complexo, envolvendo uma série de interesses dentro e fora do novo país e questionado por regiões que buscavam suas próprias independências. A independência acabou mantendo o poder das elites agroexportadoras, a escravidão e o regime monárquico. Convidamos os professores Jurandir Malerba e João Paulo Pimenta, autores do "Almanaque do Brasil nos tempos da Independência" e "Independência do Brasil", respectivamente, para conversamos sobre os meandros complexos do processo de Independência do Brasil.

O povo curdo possui milhares de anos de história, mas nos últimos anos chama a atenção a intensa luta capitaneada por diferentes grupos curdos em diferentes lugares do Oriente Médio, com destaque especial para Rojava. Diante da ameaça do Estado Islâmico e em contextos difíceis tanto em relação ao governo Sírio quanto à Turquia, os curdos de Rojava vêm lutando por uma região autônoma, com um modelo de autogestão desvinculado da ideia de um Estado nos moldes tradicionais. No episódio de hoje conversamos com Florência Guarch sobre a história dos curdos, os movimentos surgidos no século XX e a atuação luta em Rojava que em 2022 completa dez anos.

Yusuf ibn Ayyub ibn Shadi, mais conhecido como Saladino, foi uma das figuras mais conhecidas do mundo muçulmano pelos europeus. Tendo sido sultão do Egito e da Síria, Saladino foi um grande adversário dos europeus durante a segunda e na terceira. Seu trato com os cristãos - incluindo aí os prisioneiros - chamou a atenção de seus adversários, a ponto de atrair até mesmo a admiração deles. No entanto, sua vida vai além da participação nas cruzadas. No episódio de hoje conversamos com o Prof. Otávio Luiz para conhecer um pouco mais da vida de Saladino e seu legado.