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Fundação (FFMS) - [IN] Pertinente

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Oct 10, 2024 • 48min

EP 184 | POLÍTICA: onde começa e acaba o totalitarismo?

João Pereira Coutinho e Manuel Cardoso conversam hoje sobre as características dos regimes totalitários.Como diz o humorista: «vamos falar de temas leves». Este episódio explora o nazismo e o comunismo, os pensadores que os favoreceram – e outros cujas teorias foram deturpadas – e ainda o contexto que tornaram ambos possíveis.Falamos de Hobbes e Hegel, de Nietzsche, Rousseau e Arendt. Exploramos o modo como nos estados totalitários desvanecem as fronteiras entre o público e o privado. E de como, no século XX, a vigilância de alguns estados se imiscuiu nos próprios sonhos dos cidadãos.Falamos de linguagem e dos objetivos dos sistemas políticos que, ainda há poucas décadas, se impuseram omnipresentes e omnipotentes.Hitler, Estaline, Salazar… afinal, o que distingue o autoritarismo do totalitarismo? E numa sociedade transparente, de redes, likes e DMs, que ferramentas tem um líder totalitário ao seu dispor?REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEISBibliografiaArendt, Hannah, «As Origens do Totalitarismo» (Dom Quixote)Beradt, Charlotte, «O Terceiro Reich do Sonho» (VS Editor)Gentile, Emilio, «História do Fascismo», 2 vols. (Guerra & Paz)Han, Byung-Chul, «A Sociedade da Transparência» (Relógio D’Água)Ryback, Timothy, «Takeover» (Knopf)Pinto, António Costa (org.), «O Estado Novo de Salazar - Uma terceira via autoritária na era do fascismo» (Edições 70)Schmitt, Carl, «O Conceito do Político» (Edições 70)Ziblatt, Daniel, «Conservative Parties and the Birth of Democracy» (Cambridge)Livro«1984», de George OrwellFilme«Fight Club», de David FincherBIOSMANUEL CARDOSOÉ humorista e um dos autores do programa de sátira política «Isto É Gozar com Quem Trabalha», da SIC. Faz parte do podcast «Falsos Lentos», um formato semanal de humor sobre futebol. É o autor da rubrica radiofónica «Pão Para Malucos», que esteve no ar diariamente na Antena 3 de 2018 a 2021JOÃO PEREIRA COUTINHOProfessor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, onde se doutorou em Ciência Política e Relações Internacionais. É autor dos livros «Conservadorismo» (2014) e «Edmund Burke – A Virtude da Consistência» (2017), publicados em Portugal e no Brasil. 
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Oct 3, 2024 • 47min

EP 183 | SOCIEDADE: a criminalidade está a aumentar?

Se responder como a grande maioria das pessoas, provavelmente acha que sim, que vivemos tempos de maior insegurança e que a criminalidade está cada vez mais presente nas nossas vidas.Porém, os dados contrariam essa perceção: a criminalidade violenta e grave não tem aumentado em Portugal e são os pequenos crimes que assumem maior peso na criminalidade registada.Mas, então, por que razão temos a sensação contrária? A psicóloga social Isabel Rocha Pinto dá a resposta na sua estreia no [IN] Pertinente Sociedade.Acompanhada pelo comunicador Hugo van der Ding, a especialista vai explicar como é que a perceção da insegurança se constrói – e como raramente acompanha a evolução efetiva da criminalidade – e esclarece também a razão pela qual o crime tem um papel essencial na proteção e validação de alguns valores fundamentais da sociedade, tais como a justiça e a igualdade.A dupla vai ainda explorar como as redes sociais e a informação consumida pelos cidadãos pode deixá-los mais vulneráveis a discursos que fomentam o medo e exacerbam a ideia de insegurança.A criminalidade vai ser o tema de destaque destes últimos quatro episódios de 2024 do [IN] Pertinente Sociedade.LINKS E REFERÊNCIAS ÚTEISSéries, documentários e vídeos«Black Mirror» (Netflix): temporada 2, episódio 2 - «White Bear»«Criminal UK» (Netflix): temporada 2, episódio 3 - «Danielle»«A Sociedade do medo», de Adriana Dutra«The Perception Vs. Reality Of Violent Crime In America» (NBC News)«Is the Media Altering Our Perception of Crime?» (VICE)Literatura científicaBen-Yehuda, N. (1990). «Positive and negative deviance: More fuel for a controversy». Deviant Behavior, 11(3), 221-243.Durkheim, E. (1930/1998). «De la division du travail social». Paris: PUF.Erikson, K. (1966). «Wayward puritans: A study in the sociology of deviance». Wiley.García-Castro, J. D. & Pérez-Sánchez, R. (2018). «Fear of Crime and Cultivation Effect. Social and Psychological Predictors». Universitas Psychologica, vol. 17, no. 3.Pinto, I. R. & Marques, J. (2024). «The role of group (in)efficacy in controlling deviance on group cohesion and on social identity management strategies: Social control identity motivated model». Group Processes & Intergroup Relations, 0(0).BIOSHUGO VAN DER DINGNasceu numa praia de Saint-Jean-de-Luz, nos Pirenéus Atlânticos, filho de um pastor belga e de mãe argentina de quem se perdeu o rasto pouco depois. Dedicou-se, nos primeiros anos, ao negócio de pastorícia da família até fugir para Bayonne, onde completou o curso dos liceus.ISABEL ROCHA PINTOPsicóloga social, diretora do Laboratório de Psicologia Social e professora associada na Universidade do Porto. É investigadora no Centro de Psicologia da Universidade do Porto.Os seus principais interesses de investigação focam-se nas consequências sociais do crime (nomeadamente económico e de ódio), da adesão a extremismos e radicalização social.
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Sep 26, 2024 • 43min

EP 182 | ECONOMIA: o valor das exportações

Nos anos 40, enquanto muitas economias sofriam com os efeitos da Segunda Guerra Mundial, Portugal criava o seu primeiro excedente da balança comercial, graças à exportação de grandes quantidades de volfrâmio, um minério essencial no fabrico de armamento.Este momento da História é um bom ponto de partida para o tema do episódio: como evoluíram as exportações portuguesas nas últimas décadas? Qual a importância das trocas comerciais para a economia de um país?  O economista José Alberto Ferreira conta a história da internacionalização da nossa economia, trazendo curiosidades e dados que vai querer conhecer.Vale a pena ouvir este [IN] Pertinente para ficar a saber que, ao contrário do que pensava a radialista Mariana Alvim (e talvez a maioria de nós), a grande parte das nossas exportações de bens já não são de vinho ou cortiça, mas sim de automóveis, de material de transporte e de peças para a alta tecnologia, nomeadamente para as indústrias aeronáutica e aeroespacial.Este é um episódio cheio de valor que, hoje, exportamos até si.REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEISAmador, J., Cabral, S., & Ringstad, B. (2020). «Features of Portuguese international trade: A firm-level perspective.», Fundação Francisco Manuel dos Santos.Bonfim, D., Custódio, C., & Raposo, C. (2023). «Supporting small firms through recessions and recoveries., Journal of Financial Economics, 147(3), 658-688.Avelãs Nunes, J. P. (2010). «O Estado Novo e o volfrâmio (1933-1947): Actividade mineira, 'Grande Depressão' e Segunda Guerra Mundial.», Imprensa da Universidade de Coimbra.Portela, M., Alexandre, F., & Costa, H. (2021). «Crescimento para a fronteira da produtividade: Os empreendedores e as suas circunstâncias. In Do made in ao created in: Um novo paradigma para a economia portuguesa.», Lisboa, Portugal: Fundação Francisco Manuel dos Santos.Dados sobre as empresas exportadoras portuguesas (Banco de Portugal)Dados (mensais) de exportações portuguesas (Banco de Portugal)Os maiores exportadores (ECO)Economia portuguesa nos anos do volfrâmio (Fundação Francisco Manuel dos Santos)Exportações portuguesas na última década:Alta tecnologia (bens)Os maiores exportadoresOs ganhos do quota de mercadoBIOSMARIANA ALVIMLocutora da rádio RFM há 15 anos. Depois de quase 10 a fazer o «Café da Manhã», agora leva os ouvintes a casa, com Pedro Fernandes, no «6PM». É autora de livros para adolescentes e criou o podcast «Vale a Pena», no qual entrevista artistas enquanto leitores.JOSÉ ALBERTO FERREIRADoutorando em Economia no Instituto Universitário Europeu, em Florença. Trabalhou no Banco Central Europeu, com foco na investigação em modelos de política monetária e macroprudencial.
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Sep 20, 2024 • 47min

EP 181 | CIÊNCIA: os mitos sobre o cérebro

‘Burro velho não aprende línguas’. ‘A música clássica torna as crianças mais inteligentes’. 'Usamos apenas 10% do nosso cérebro'. Estes são apenas alguns dos muitos mitos sobre o funcionamento do cérebro. Neste episódio, a neurocientista Luísa Lopes vai conversar com Rui Maria Pêgo e explicar quais são verdade e quais estão longe da realidade. Ou até se, para alguns deles, a ciência ainda não tem resposta. O ser humano adora os mitos, lendas urbanas que se propagam entre as pessoas e se vão repetindo ao longo de gerações, transformando-se em verdades absolutas quando, muitas vezes, não têm qualquer base científica.  Há uma razão para isso: os mitos são estruturas de suporte que satisfazem a necessidade que o ser humano tem de certezas absolutas, de resolver a angústia que a incerteza lhe provoca. Os mitos são formas de dar alguma organização ao mundo. Mas, sejamos justos: alguns até são comprovados pela Ciência, no todo ou em parte. Quer saber quais são? Fique para ouvir, sabendo no entanto que este episódio poderá desconstruir alguma harmonia fictícia do seu universo.REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEISMoheb Costandi, NeuroplasticityJosé M. Ferro, Neurologia FundamentalAlexandre Castro Caldas e Joana Rato, NeuromitosFederação de neurociências europeiaBIOSRUI MARIA PÊGOTem 35 anos, 16 deles passados entre a rádio, o teatro e a televisão.Licenciado em História pela Universidade Nova de Lisboa, e mestre em Fine Arts in Professional Acting pela Bristol Old Vic Theatre School.LUÍSA LOPESNeurocientista, coordenadora de um grupo de investigação no Instituto de Medicina Molecular e professora convidada de Neurociências na Faculdade de Medicina de Lisboa. É licenciada em Bioquímica e doutorada em Neurociências.
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Sep 12, 2024 • 47min

EP 180 | POLÍTICA: o papel da violência

‘A história da Humanidade é a história das suas guerras’, dizia Winston Churchill. Será de facto assim? Será a violência a matriz da civilização e o medo desta a «cola» da sociedade?No topo das prioridades de qualquer sociedade estão, em primeiro lugar, a paz e a segurança; mas, ao longo dos tempos, a violência tem sido necessária para se fazerem revoluções e, com isso, se operarem mudanças.Neste episódio, o politólogo João Pereira Coutinho e o comunicador Manuel Cardoso falam sobre o papel da violência no pensamento político e na história, num momento em que as guerras se alastram pelo mundo, os extremismos ganham força e os atentados a candidatos à presidência fazem de novo manchetes.O que representam estes acontecimentos para a democracia? Vale a pena ouvir para refletir.REFERÊNCIAS ÚTEISArendt, Hanna, «Sobre a Violência» (Relógio D’Água)Hobbes, Thomas, «Leviatã» (BookBuilders)Locke, John, «Dois Tratados do Governo Civil» (Edições 70)Robespierre, Maximilien, «Terror e Virtude» (BookBuilders)Walter, Barbara F, «Como as Guerras Civis Começam» (Zahar)Weber, Max, «A Política como Vocação / A Ciência como Vocação» (BookBuilders)«Leviatã», filme de Andrey Zvyagintsev«Assassins», musical de Stephen SondheimBIOSMANUEL CARDOSOÉ humorista e um dos autores do programa de sátira política «Isto É Gozar com Quem Trabalha», da SIC. Faz parte do podcast «Falsos Lentos», um formato semanal de humor sobre futebol. É o autor da rubrica radiofónica «Pão Para Malucos», que esteve no ar diariamente na Antena 3 de 2018 a 2021JOÃO PEREIRA COUTINHOProfessor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, onde se doutorou em Ciência Política e Relações Internacionais. É autor dos livros «Conservadorismo» (2014) e «Edmund Burke – A Virtude da Consistência» (2017), publicados em Portugal e no Brasil. 
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Sep 5, 2024 • 49min

EP 179 | SOCIEDADE: agir com coragem

Estaremos a educar as crianças para serem corajosas e assertivas? De que modo aceitam as organizações pessoas com estas características? O que tem a coragem a ver com autoridade?Coragem é agir de acordo com os nossos princípios e saber dizer 'não', aceitando as consequências que daí advêm. Assertividade é a coragem social, manter a nossa posição sem atacar o outro, ser capaz de ouvir e respeitar o outro e manter a nossa posição.A psicóloga Ana Moniz garante que estas duas características estão interligadas e explica que ambas se relacionam com a autoridade, com o poder e com o conhecimento que temos sobre determinado assunto: quanto maior este é, mais capazes somos de ser assertivos.Contudo, o respeito pela autoridade que temos interiorizado afeta a noção de risco pessoal: quanto mais distantes estamos do poder, menor é a capacidade que temos para o questionar.O último episódio com a especialista vai debruçar-se sobre este tema, apoiando-se nos estudos e casos referidos na sua obra «Este livro não é para fracos».REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEISCarlo Strenger, «O medo da insignificância - Como dar sentido às nossas vidas no Século XXI» (Lua de Papel)Barbara Ehrenreich, «Smile or Die - How Positive Thinking Fooled America and the World» (Granta Books)Brenée Brown, «Daring Greatly - How Courage to be Vulnerable Transforms the Way We Live, Love, Parent and Lead» (Avery)Susan David, «Emotional Agility: Get Unstuck, Embrace Change, and Thrive in Work and Life» (Penguin Life)David Dias Neto, «Psicoterapia - A Cura pelo Diálogo» (Edições Sílabo)Amy C. Edmondson, «The Fearless Organization: Creating Psychological Safety in the Workplace for Learning, Innovation, and Growth» (Wiley)Thomas Curran, «The Perfection Trap: The Power of Good Enough In A World That Always Wants More» (Cornerstone Press)Ana Moniz, «Este livro não é para fracos» (Planeta)HR CONGRESS WORLD SUMMIT, «The Fearless Organization»BIOSHUGO VAN DER DINGNasceu numa praia de Saint-Jean-de-Luz, nos Pirenéus Atlânticos, filho de um pastor belga e de mãe argentina de quem se perdeu o rasto pouco depois. Dedicou-se, nos primeiros anos, ao negócio de pastorícia da família até fugir para Bayonne, onde completou o curso dos liceus.ANA MONIZPsicoterapeuta de adultos e adolescentes, e professora convidada na Nova SBE. É executive e team coach, certificada pela ACTIVISION, formadora na Associação Portuguesa de Terapias Cognitivas, Comportamentais e Integrativas, atuando também em contexto organizacional nas áreas comportamentais.
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Aug 29, 2024 • 36min

EP 178 | ECONOMIA: como tomamos decisões?

Como é que os agentes económicos tomam decisões? Como é que o tempo, passado ou futuro, influencia a tomada de decisões? Qual é a diferença entre racionalidade e expetativas racionais?Neste episódio, Mariana Alvim desafia o economista José Alberto Ferreira a explicar como funciona a racionalidade na economia.Tomar uma decisão económica pode até ser relativamente simples quando, por exemplo, estamos a escolher o que comer num restaurante. Já a compra de um carro ou de uma casa implica ter em consideração outros fatores: os recursos disponíveis – que, para a maioria das pessoas, são finitos – ou a qualidade de vida presente e futura.A propósito destes temas, José Alberto traz para a conversa a famosa Curva de Phillips e os enormes contributos do nobel da economia Bob Lucas para o desenvolvimento da ciência económica. Guiado por Mariana Alvim, o economista fala também sobre como o acesso à informação pode condicionar as expetativas. Este é um episódio de Economia que, afinal, tem muito de Psicologia.REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEISArtigos científicosD'Acunto, Malmendier, & Weber (2023). «What do the data tell us about inflation expectations?», Handbook of Economic Expectations, Ch. 5, Academic Press.Coibion, Gorodnichenko, & Weber (2022). «Monetary Policy Communications and Their Effects on Household Inflation Expectations», Journal of Political Economy.Malmendier, U., & Tate, G. (2005). «CEO overconfidence and corporate investment.», The Journal of Finance, 60(6), 2661-2700. Links úteisRicardo Reis, no Expresso: «Bob Lucas, a sua crítica e as Expectativas Racionais nas palavras».Biografia de Bob Lucas.Podcast sobre a história da Curva de Phillips.«Macroeconomics after Lucas»: o impacto de Bob Lucas no estudo da macroeconomia, segundo Tom Sargent (Nobel da Economia, 2011).BIOSMARIANA ALVIMÉ locutora da rádio RFM há 15 anos. Depois de quase 10 a fazer o «Café da Manhã», agora leva os ouvintes a casa, com Pedro Fernandes, no «6PM». É autora de livros para adolescentes e criou o podcast «Vale a Pena», no qual entrevista artistas enquanto leitores.JOSÉ ALBERTO FERREIRADoutorando em Economia no Instituto Universitário Europeu, em Florença. Trabalhou no Banco Central Europeu, com foco na investigação em modelos de política monetária e macroprudencial.
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Aug 22, 2024 • 48min

EP 177 | CIÊNCIA: as fascinantes capacidades do cérebro

A plasticidade cerebral está na ordem do dia e tem permitido avanços científicos notáveis na saúde humana, potenciados pela tecnologia. E ninguém melhor que a neurocientista Luísa Lopes para a explicar, guiada pela curiosidade de Rui Maria Pêgo.A plasticidade cerebral traduz a capacidade do cérebro de se ajustar e alterar ao longo da vida, em função de novas experiências e contextos. Esta incrível capacidade é especialmente relevante quando ocorrem lesões físicas, já que o nosso cérebro responde a estas lesões reorganizando-se através de uma ‘capacidade de redundância’. Na prática, isso significa que há áreas cerebrais que conseguem fazer a vez de outras e assim reproduzir a função que foi afetada.Esta plasticidade cerebral é também fundamental na aprendizagem e na memória, e apesar de o cérebro ser tonar menos flexível com a idade, consegue manter a sua capacidade de desenvolvimento. Por isso, sabemos hoje, que «uma das formas comprovadas de prevenir a demência e o declínio cognitivo é sempre aprender coisas novas», diz a neurocientista.Mas há mais a descobrir neste episódio, porque os avanços da Ciência no conhecimento destas capacidades cerebrais têm sido incríveis e já fazem parte da nossa realidade.São prova disso o ‘olho biónico’ implantado pelo médico João Lobo Antunes num paciente cego, os benefícios do «Neurofeedback» e as possibilidades futuras dos implantes cerebrais que tanto fascinam Elon Musk.Onde fica a ética nestas soluções? Deve estar em todo o lado, como bem dizem Luísa Lopes e Rui Maria Pêgo; mas que o nosso cérebro supera a ficção é um facto acima de todas as dúvidas.REFERÊNCIAS ÚTEISMoheb Costandi, «Neuroplasticity» (The MIT Press Essential Knowledge)José M. Ferro, «Neurologia Fundamental» (Lidel)BIOSRUI MARIA PÊGOTem 35 anos, 16 deles passados entre a rádio, o teatro e a televisão.Licenciado em História pela Universidade Nova de Lisboa, e mestre em Fine Arts in Professional Acting pela Bristol Old Vic Theatre School.LUÍSA LOPESNeurocientista, coordenadora de um grupo de investigação no Instituto de Medicina Molecular e professora convidada de Neurociências na Faculdade de Medicina de Lisboa. É licenciada em Bioquímica e doutorada em Neurociências.
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Aug 15, 2024 • 45min

EP 176 | POLÍTICA: entre humanos e animais

Direitos morais, direitos legais...os animais têm direitos? E, se sim, quais?Neste episódio, João Pereira Coutinho e Manuel Cardoso discutem sobre se devemos reconhecer direitos a quem não os pode articular e reivindicar ou se essa é uma prerrogativa exclusiva dos humanos.À medida que o papel emocional dos animais foi substituindo o seu papel funcional, e que as sociedades se tornaram mais afluentes e atomizadas, os animais assumiram um lugar central nas nossas vidas.Os seus direitos começam a ser reclamados no século XIX, mas são temporariamente eclipsados na primeira metade do século XX, face ao horror das duas grandes guerras. Na década de 60, são retomados, em paralelo com várias lutas que se travavam então pelos direitos civis de diferentes minorias.Hoje, a causa animal já influencia os resultados eleitorais de democracias, incluindo a nossa.Como nos verão os nossos bisnetos, daqui a 200 anos, pensando nas práticas dos dias de hoje? Fica a pergunta.REFERÊNCIAS ÚTEISCohen, Carl e Tom Regan, «The Animal Rights Debate» (Rowman & Littlefield)DeGrazia, David, «Animal Rights: A Very Short Introduction» (Oxford)Edmonds, David, org.,«Future Morality» (Oxford)Scruton, Roger, «Animal Rights and Wrongs» (Continuum)Singer, Peter, «Animal Liberation Now» (Vintage)London, Jack, «The Call of the Wild» (Porto Editora)Torga, Miguel, «Bichos» (Dom Quixote)Vladimov, Georgi, «Faithful Ruslan» (Simon & Schuster)BIOSMANUEL CARDOSOÉ humorista e um dos autores do programa de sátira política «Isto É Gozar com Quem Trabalha», da SIC. Faz parte do podcast «Falsos Lentos», um formato semanal de humor sobre futebol. É o autor da rubrica radiofónica «Pão Para Malucos», que esteve no ar diariamente na Antena 3 de 2018 a 2021JOÃO PEREIRA COUTINHOProfessor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, onde se doutorou em Ciência Política e Relações Internacionais. É autor dos livros «Conservadorismo» (2014) e «Edmund Burke – A Virtude da Consistência» (2017), publicados em Portugal e no Brasil. 
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Aug 8, 2024 • 44min

EP 175 | SOCIEDADE - Perfecionismo: defeito ou virtude?

Extremamente exigentes consigo próprios e profundamente autocríticos. Não admitem a hipótese de falhar e evitam situações de competição, a não ser que dominem a tarefa.Possivelmente conhecemos pessoas assim, mas não imaginamos o sofrimento que estes comportamentos acarretam. A psicóloga Ana Moniz diz que o perfecionismo é um funcionamento aditivo e destrutivo, que procura defender-se do julgamento dos outros. E explica que os perfecionistas são, por isso, «alvos fáceis» de distúrbios de saúde mental, como a depressão e o burnout.Mas os perfeccionistas não são ‘apenas’ pessoas muito exigentes? Ana Moniz explica a grande diferença entre o perfeccionismo e a excelência: o segundo é flexível, o primeiro é rígido; o perfeccionismo implica uma total ausência de satisfação com o que se consegue alcançar e traz consigo emoções como a culpa, a vergonha, e a tão famosa síndrome do impostor. Acontece nos homens, mas sobretudo nas mulheres, que normalizam o sofrimento como fazendo parte do processo. Como podemos combater o perfecionismo numa sociedade tão focada para os resultados? É a esta e a muitas outras perguntas a que a dupla vai responder.Contactos de apoio e prevenção do suicídio:SOS Voz Amiga - 213 544 545; 912 802 669; 963 524 660Conversa Amiga -  808 237 327; 210 027 159SNS 24 Serviço Nacional de Saúde - 808 24 24 24REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEISCarlo Strenger, «O medo da insignificância - Como dar sentido às nossas vidas no Século XXI» (Lua de Papel); Barbara Ehrenreich, «Smile or Die - How Positive Thinking Fooled America and the World» (Granta Books); Brené Brown, «Daring Greatly - How Courage to be Vulnerable Transforms the Way We Live, Love, Parent and Lead»  (Avery);Susan David, «Emotional Agility» (Penguin Life);David Dias Neto, «A Cura pelo Diálogo» (Edições Sílabo);Amy C. Edmondson, «The Fearless Organization: Creating Psychological Safety in the Workplace for Learning, Innovation, and Growth» (Wiley);Thomas Curran, «The Perfection Trap» (Cornerstone Press);Ana Moniz, «Este livro não é para fracos» (Planeta); HR CONGRESS WORLD SUMMIT, «The Fearless Organization»BIOSHUGO VAN DER DINGNasceu numa praia de Saint-Jean-de-Luz, nos Pirenéus Atlânticos, filho de um pastor belga e de mãe argentina de quem se perdeu o rasto pouco depois. Dedicou-se, nos primeiros anos, ao negócio de pastorícia da família até fugir para Bayonne, onde completou o curso dos liceus.ANA MONIZPsicoterapeuta de adultos e adolescentes, e professora convidada na Nova SBE. É executive e team coach, certificada pela ACTIVISION, formadora na Associação Portuguesa de Terapias Cognitivas, Comportamentais e Integrativas, atuando também em contexto organizacional nas áreas comportamentais.

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