Maria Cristina Fernandes é colunista do Valor Econômico e comentarista da GloboNews, enquanto Guilherme Casarões é cientista político da FGV e especialista em extrema direita. Eles discutem como a vitória de Trump pode influenciar a política no Brasil, especialmente para a direita conservadora. A pressão por anistia aos presos do 8 de janeiro e os impactos econômicos de suas políticas energéticas são analisados. Além disso, falam sobre a radicalização do discurso de Trump e os sinais de um populismo autoritário crescente.
A vitória de Trump alimenta o otimismo da direita brasileira, especialmente do clã Bolsonaro, que busca capitalizar politicamente nos resultados das eleições americanas.
As consequências econômicas da eleição de Trump, como o aumento da inflação e alterações nas taxas de juros, afetam diretamente a política brasileira e a competitividade do governo Lula.
Deep dives
Impacto da Vitória de Trump sobre a Direita Brasileira
A vitória de Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos gerou uma onda de comemorações e otimismo entre a direita brasileira, especialmente entre o clã Bolsonaro. A família Bolsonaro rapidamente expressou sua alegria, interpretando o resultado como um fortalecimento dos valores conservadores. Contudo, especialistas apontam que os impactos da eleição serão mais indiretos e relacionados à economia, como o aumento da inflação causado por políticas protecionistas. A elevação da taxa de juros no Brasil, por exemplo, foi uma consequência direta dessas dinâmicas econômicas, influenciando a competitividade do governo de Lula e seus candidatos nas próximas eleições.
Mobilização da Direita e Consequências Políticas
Com a vitória de Trump, a direita brasileira tende a mobilizar seu eleitorado contra instituições, como o Supremo Tribunal Federal, usando a narrativa de que o 8 de janeiro foi uma manifestação legítima, e não um golpe. Essa retórica pode facilitar a tramitação do projeto de anistia para os participantes dos atos contra a democracia, criando um cenário propício para que figuras como Jair Bolsonaro voltem à cena política. O PL, partido de Bolsonaro, parece estar alinhado com essa estratégia, tentando acelerar processos favoráveis à sua base, apesar das resistências internas. Essa movimentação demonstra a estratégia da direita de formar coalizões e reconfigurar a política nacional a partir da influência do conservadorismo de Trump.
Relação entre Brasil e EUA no Pós-Eleições
A relação entre o Brasil e os Estados Unidos, especialmente sob um novo governo de Trump, é vista com expectativa cautelosa, sem a vontade do presidente americano de colocar o Brasil no centro de suas políticas. O impacto da vitória de Trump relembra questões de segurança e imigração que continuarão a afetar a relação bilateral, testemunhando a continuidade de acordos que afetam a deportação de brasileiros. Além disso, a eleição americana reforçou o paradigma de que os desafios locais, como a inflação, devem ser observados na formulação de políticas no Brasil. Apesar das diferentes ideologias, ambos os países podem se encontrar em uma acomodação política visando interesses comuns, em vez de conflitos diretos entre seus governantes.
Durante a apuração dos votos, o QG da campanha do republicano, em Mar-a-Lago, na Flórida, abrigava familiares e aliados mais próximos do agora presidente-eleito dos EUA. Entre os convidados, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), que comemorou o resultado e tentou capitalizar para seu pai a vitória inconteste de Trump. No tabuleiro da política nacional, apoiadores do ex-presidente brasileiro buscam aproveitar a eleição americana para pressionar o Supremo na saga pela anistia dos presos pela tentativa de golpe de 8 de janeiro e pela reversão da inelegibilidade de Bolsonaro. Para o governo Lula, a preocupação maior se dá na economia: o pacote de medidas prometido por Trump pode mexer com o câmbio e com a inflação em todo o planeta – e o impacto aqui pode ser grande. Para analisar as consequências da vitória de Trump para o Brasil e explicar o que isso representa para a direita na geopolítica global, Natuza Nery entrevista Maria Cristina Fernandes, colunista do jornal Valor Econômico e comentarista da GloboNews e da rádio CBN, e Guilherme Casarões, cientista político, professor da FGV e pesquisador do Observatório da Extrema Direita.
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