O cenário é devastador: cidades inteiras debaixo d’água, mais de 80 mortos, mais de uma centena de desaparecidos e milhares de desabrigados. A tragédia sem precedentes no Rio Grande do Sul é exemplo de como mudanças na legislação ambiental e a falta de repasses para prevenção potencializam os danos provocados pelos eventos climáticos extremos. Para entender o que mudou na legislação e contribuiu para o maior desastre ambiental da história do Estado, Natuza Nery conversa com Suely Araújo, urbanista e coordenadora de políticas públicas no Observatório do Clima. Suely relembra como a bancada parlamentar do RS tem histórico de votação para reduzir a proteção ambiental. Ela pontua como “regras ambientais ajudam a produção [agrícola] a se manter mais sustentável”, e ressalta como planos de prevenção precisam “sair da gaveta”. Participa também Gil Castello Branco, diretor-presidente da associação Contas Abertas. A pedido de O Assunto, Gil apresenta um estudo sobre como as emendas de parlamentares gaúchos foram usadas em 2024 para prevenir desastres climáticos. “A parte relativa à prevenção e recuperação de desastres é muito pequena”, afirma. Gil analisa a necessidade de integração permanente entre governo federal, estadual e municípios para além de momentos de urgência.
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