Raquel Krähenbühl, correspondente da Globo em Washington, e Oliver Stuenkel, professor de Relações Internacionais da FGV, discutem o retorno triunfal de Donald Trump como 47º presidente dos EUA. Raquel traz detalhes da cerimônia de posse em clima atípico e Oliver analisa o discurso inaugural de Trump, focando em sua retórica nacionalista e as promessas de rigor em imigração. Também falam sobre os decretos assinados por Trump, que reverteram políticas de Biden, e as implicações internacionais de seu governo.
Trump inicia seu segundo mandato com uma retórica ufanista, prometendo uma era de grandeza para os Estados Unidos e atacando o governo anterior.
As políticas de imigração e energéticas do novo governo enfatizam um nacionalismo agressivo, ignorando normas ambientais e prometendo deportações em massa.
Deep dives
Discurso Ufanista de Retorno ao Poder
Donald Trump iniciou seu segundo mandato com um discurso robusto, declarando que os Estados Unidos entrariam em uma nova era de grandeza, ressaltando que não permitirá que outros países tirem vantagem do país. Ele prometeu a criação de uma nação mais orgulhosa e próspera, e a declaração de emergência nacional nas fronteiras sul foi um dos pontos centrais de sua retórica. Trump também enfatizou que a política de 'fique no México' seria reestabelecida, visando combater as entradas ilegais e deportar milhões de imigrantes com antecedentes criminais. Sua mensagem de nacionalismo e superioridade na política externa destacou a intenção de restaurar a posição dos EUA como uma potência respeitada mundialmente.
Decretos e Políticas Imediatas
No início de seu mandato, Trump assinou um número expressivo de decretos, revogando aproximadamente 80 das ordens de Joe Biden. Entre essas medidas, ele anunciou a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris e a retirada da Organização Mundial da Saúde, além de promulgar uma série de perdões para réus envolvidos na invasão do Capitólio. Durante uma interação com jornalistas, Trump demonstrou confiança nas ordens executivas relacionadas à imigração, apesar de experiências anteriores mitigadas por desafios legais. Essa ação imediata reflete sua intenção de executar rapidamente sua agenda e mostrar força logo no início do governo.
Relação com o Mundo e o Setor de Tecnologia
Trump destacou a importância de recuperar o respeito dos Estados Unidos no cenário internacional, mas suas ações e discursos indicaram uma postura mais agressiva em relação a nações como a China. O apoio visível de importantes líderes do setor de tecnologia, que participaram da cerimônia de posse, sugere uma nova dinâmica de alianças que podem influenciar o comportamento das empresas americanas sob seu governo. Ele também fez declarações que podem ser vistas como ameaças a grandes empresários, ressaltando uma relação complexa entre suas políticas e os interesses dessas elites. Essa interação entre Trump e a indústria tecnológica continuará a moldar a política econômica e de inovação nos EUA.
Imigração e Emergência Energética
As políticas de imigração apresentadas por Trump foram marcadas por um tom nacionalista, prometendo ações severas para conter a entrada de imigrantes, enquanto ao mesmo tempo anunciou uma 'emergência energética' em um contexto de críticas às políticas de mudança climática. Ele expressou a intenção de aumentar a produção interna de petróleo, ignorando normas ambientais, o que pode atrair tanto apoio como oposição em um país em transição para uma economia mais sustentável. Esse foco em energias tradicionais contrasta com a tendência mundial em direção a tecnologias mais limpas, mostrando um desafio para o futuro do setor energético americano. Além disso, as repercussões dessa retórica nas relações com outros países e a percepção da imigração nos EUA serão questões centrais durante seu governo.
A cerimônia de posse como 47º presidente dos Estados Unidos marca a voltar por cima de Trump na política americana. Eleito pela primeira vez em 2016, perdeu a reeleição em 2020 e, agora, assume o comando da Casa Branca com mais poder do que nunca. O republicano foi empossado nesta segunda-feira (20) numa cerimônia atípica, realizada em ambiente fechado devido às baixas temperaturas em Washington. Depois do juramento, ele fez o primeiro discurso na rotunda do Capitólio: por quase 30 minutos, assumiu um tom ufanista e disse que este é o começo de "uma era de ouro". Trump cumpriu parte do que se esperava de seu primeiro dia de volta ao poder. Ele atacou o governo anterior, de Joe Biden, avançou na retórica anti-imigração, reafirmou seus planos expansionistas e prometeu taxar outros países. Com a caneta em mãos, assinou dezenas de decretos, entre eles o que perdoa acusados pelo ataque ao Capitólio em 2021, o que estabelece emergência na fronteira com o México e o que retira os Estados Unidos do Acordo de Paris e da Organização Mundial de Saúde. Para detalhar os bastidores da cerimônia de posse e o clima na capital americana, Natuza Nery conversa com Raquel Krähenbühl, correspondente da Globo em Washington. Ela fala também com Oliver Stuenkel, professor de relações internacionais da FGV e pesquisador da Universidade Harvard e do Carnegie Endowment, que explica os pontos mais importantes do discurso inaugural de Trump.
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