Entrevistamos o escritor gaúcho Paulo Scott, que acaba de lançar o romance "Marrom e Amarelo", publicado pela Alfaguara. A trama é protagonizada por Federico, que nasceu no subúrbio de Porto Alegre e, agora, já na casa dos cinquenta, é convidado pelo governo para participar da comissão que vai debater a política de cotas para acesso às universidades públicas. Filho de pai preto, Federico tem pele clara, enquanto seu irmão, Lourenço, tem pele retinta. A partir daí, seja na militância política, nos enfrentamentos familiares e mesmo nas memórias, reflexões e embates na capital gaúcha ou em Brasília, “Marrom e Amarelo” é um livro que trata de racismo no contexto de uma família mestiça e das burocracias e contrastes do Brasil atual. Este é o quinto romance de Scott, autor de “Voláteis”, “Habitante irreal”, “Ithaca Road” e “O ano que vivi de literatura”. Já publicou contos e tem um intenso trabalho na poesia, como “Mesmo sem dinheiro comprei um esqueite novo”, vencedor do prêmio APCA de 2014.
Na conversa, o autor fala da imersão na história de “Marrom e Amarelo”, dos traços autobiográficos na trama, da potência política e social do romance e da própria carreira de escritor – bastante produtiva e com variação entre os gêneros.
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Apresentação: Mariana Figueiredo;
Roteiro e entrevista: Paulo Júnior;
Edição: Central 3