Renato de Mello Jorge Silveira, presidente do Instituto dos Advogados de São Paulo e especialista em direito e finanças, e Isabela Leite, repórter da GloboNews focada em operações da PF, discutem as complexidades das criptomoedas. Abordam como a valorização do Bitcoin atrai o crime organizado, facilitando a lavagem de dinheiro. Também exploram a evolução dessas moedas digitais como ferramentas para transações ilegais e a necessidade urgente de regulamentação para controlar essa prática e proteger a economia.
A valorização do Bitcoin, superando US$ 100 mil, reflete não apenas o interesse dos investidores, mas também a sua utilização por quadrilhas na lavagem de dinheiro.
As criptomoedas, devido à sua natureza descentralizada e dificuldades de rastreamento, tornaram-se um meio atrativo para o crime organizado executar operações ilícitas.
Deep dives
Valorização histórica do Bitcoin
O Bitcoin alcançou um marco histórico ao romper a barreira de 100 mil dólares, o que representa um aumento significativo de valor e atração para investidores. Esse crescimento foi impulsionado por uma série de eventos políticos e econômicos, especialmente a eleição de Donald Trump nos EUA, que despertou expectativas de uma valorização ainda maior da criptomoeda. Além disso, a valorização do Bitcoin foi alimentada pelo fato de muitos países começarem a considerar reservas em criptoativos, refletindo uma mudança na percepção global sobre seu valor e utilização. Nesse contexto, o Bitcoin tem se consolidado não apenas como uma moeda digital, mas como uma reserva de valor em tempos de incertezas econômicas.
Crime organizado e criptomoedas
As criptomoedas têm se tornado um meio cada vez mais atraente para o crime organizado realizar operações de lavagem de dinheiro, devido à sua natureza descentralizada e a dificuldade de rastreamento das transações. A Polícia Federal tem se deparado com casos onde grupos criminosos movimentam bilhões de reais utilizando criptomoedas, o que demonstra a sofisticação e a evolução das práticas de lavagem de dinheiro. Além disso, a origem ilícita de recursos muitas vezes se disfarça com a justificativa de que foram adquiridos de forma legítima, aumentando ainda mais a complexidade para as autoridades. Com a legislação atual, o desafio reside na falta de regulação eficaz que permita um controle maior sobre essas operações.
Desafios da regulamentação das criptomoedas
Embora exista um marco legal para os criptoativos, a regulamentação ainda enfrenta desafios significativos devido à natureza transnacional das criptomoedas, que permite que transações ocorram fora do controle das autoridades locais. O marco legal estabelecido visa prevenir fraudes e lavagem de dinheiro, mas a efetividade dessas regras é limitada pela capacidade dos criminosos em agir em jurisdições menos reguladas. A profissionalização do crime organizado no uso de criptomoedas também revela a necessidade de um sistema mais robusto de fiscalização e rastreamento. Para combater essas operações ilegais, investimentos em tecnologia e treinamento de investigadores são essenciais para melhorar a capacidade de identificar e tratar essas atividades ilícitas.
Pela primeira vez em seus 16 anos de vida, o Bitcoin superou a cotação de US$ 100 mil (cerca de R$ 604 mil). O Bitcoin é a principal moeda digital de um mercado legalizado que movimentou R$ 363 bilhões apenas entre janeiro e setembro de 2024 no Brasil. Mas algumas características destes “dinheiros eletrônicos” despertam o interesse do crime organizado. Com um mercado complexo e cujas operações não precisam passar por instituições financeiras tradicionais, as criptos representam uma facilidade para quem quer usar um sistema lícito para lavar dinheiro sujo. Para entender por que as criptos têm atraído interesse de quadrilhas especializadas e como outros países lidam com esse problema, Natuza Nery conversa com Renato de Mello Jorge Silveira, presidente do Instituto dos Advogados de São Paulo e professor titular da Faculdade de Direito da USP. Neste episódio participa também Isabela Leite, repórter da GloboNews que acompanha de perto operações de PF que miram criminosos que fazem uso de criptomoedas em esquemas bilionários de lavagem de dinheiro.
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