Guga Chacra, comentarista da TV Globo e especialista em política internacional, e Oliver Stuenkel, professor da FGV e pesquisador em Harvard, analisam a vitória de Donald Trump. Eles discutem os erros do Partido Democrata e os fatores que levaram eleitores de grupos tradicionalmente democratas a apoiarem Trump. A conversa se aprofunda nas dinâmicas de gênero e race nos EUA, além da nova abordagem de Trump em sua política externa. Por fim, exploram como as relações entre Brasil e EUA devem se moldar a partir de 2025.
Donald Trump conseguiu mobilizar eleitores de segmentos tradicionalmente democratas ao abordar eficazmente questões como inflação, imigração e segurança global.
A falta de compreensão da diversidade e das prioridades da comunidade latina pelo Partido Democrata resultou em uma perda significativa de apoio nessa população.
Deep dives
Fortalecimento de Trump e Contexto Histórico
Trump emergiu das últimas eleições americanas com uma força significativa, conquistando a maioria dos delegados e recebendo um apoio popular superior ao de sua vitória anterior. Essa situação, embora destacada como um fenômeno único, possui paralelos na história dos presidentes americanos, como Biden e Obama, que também chegaram ao poder com controle sobre o Senado e a Câmara dos Deputados. Entretanto, a singularidade do momento atual é que Trump se fortaleceu enquanto enfrentava desafios legais e questões controversas relacionadas à sua presidência anterior. Isso traz à tona um debate sobre os realinhamentos políticos e a resiliência de sua base de apoio, mesmo em meio a grande adversidade pessoal e política.
Fatores Chave do Eleito Masculino e Eleitorado
A análise do apoio masculino a Trump revela que questões como inflação, imigração e insegurança global influenciaram a percepção do eleitorado masculino. Membros do Partido Republicano conseguiram atrair homens, especialmente os que se sentem ameaçados pelos movimentos de igualdade de gênero e pelas mudanças econômicas atuais. Trump explorou essas inseguranças, apresentando-se como uma alternativa mais compatível com as preocupações desse eleitorado. Ao ignorar as reivindicações femininas e priorizar a percepção masculina, a estratégia de campanha do GOP mostrou-se eficaz em mobilizar um importante segmento desiludido da população.
Reação do Eleitorado Latino e Diversidade
O eleitorado latino se apresentou como um campo de batalha crucial nas eleições, mas o Partido Democrata cometeu erros ao tratá-lo de forma homogeneizada, ignorando sua diversidade. Enquanto os republicanos identificaram e mobilizaram diferentes subgrupos dentro da comunidade latina, os democratas falharam em conectar-se com suas variadas realidades e preocupações. Essa falta de entendimento levou à perda de apoio entre os latinos, que, como cidadãos americanos, possuem perspectivas e prioridades distintas que vão além da imigração. A especificidade das experiências latinas, como a diversidade cultural entre nacionais de diferentes países, precisa ser reconhecida para que qualquer partido tenha sucesso nessa população.
Rearranjo do Mapa Eleitoral e Polarização
O mapa eleitoral americano passou por significativas mudanças, refletindo uma crescente polarização entre o Partido Democrata e o Republicano. O apoio popular do Partido Democrata, anteriormente forte entre minorias, agora está se tornando mais elitizado e concentrado entre aqueles com educação superior. Em contraste, o Partido Republicano se consolidou entre eleitores com menor nível educacional, um fator que está subtraindo o apoio entre as minorias. A dinâmica eleitoral indica uma reestruturação, onde questões sociais e econômicas estão polarizando ainda mais a sociedade americana, destacando a necessidade de ambos os partidos adaptarem suas abordagens para se conectarem com um eleitorado em transformação.
Um dia depois de Donald Trump conquistar seu retorno à Casa Branca, Natuza Nery recebe dois convidados para analisar todos os sinais que o mapa eleitoral americano apresenta e projetar o que será o segundo mandato do republicano à frente do país mais influente na economia e na geopolítica global. São eles: Guga Chacra, comentarista da TV Globo, GloboNews e rádio CBN e colunista do jornal O Globo, e Oliver Stuenkel, professor de relações internacionais da FGV e pesquisador da Universidade Harvard e da organização Carnegie Endowment. Juntos, os três debatem os erros do partido Democrata e os temas que mais mobilizaram os eleitores – e como o ex-presidente foi muito mais eficaz em abordar essas pautas e convertê-las em voto, inclusive em setores tradicionalmente democratas, como os eleitorados feminino, negro e latino. Guga e Oliver também avaliam o discurso da vitória de Trump, que apresenta uma versão mais light de seu slogan (Make America Great Again) e indica seus primeiros movimentos para a transição de governo e para as relações internacionais, que passam pelas guerras na Ucrânia e no Oriente Médio. Por fim, eles explicam qual deve ser o tom da relação entre Brasil e EUA a partir de 2025.
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