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O Assunto

Milícias no Rio – a origem e a associação ao tráfico

Oct 25, 2023
33:50
Nesta semana, os moradores da Zona Oeste da capital fluminense viveram o terror daquele que foi o maior ataque ao transporte público da história da cidade – foram queimados 35 ônibus e 1 trem. Tratou-se de uma vingança do grupo mais poderoso da milícia, a Liga da Justiça, pela morte do miliciano apontado como número 2 da hierarquia na região e irmão do chefe maior do grupo criminoso. Ele foi morto em confronto com a Polícia Civil. Para explicar a atuação da milícia no Rio de Janeiro, sua relação com o narcotráfico e com as forças de segurança do Estado, Natuza Nery ouve Rafael Soares, repórter especial dos jornais O Globo e Extra, apresentador do podcast Pistoleiros e autor do livro Milicianos, que será lançado em novembro. Neste episódio: - Rafael define as milícias como “domínio territorial armado atrelado à exploração econômica” e detalha as diferenças entre seu modo de funcionamento e o do tráfico, que é “varejo de drogas”: “Apesar da aproximação dessas organizações, ainda vejo dois modelos diferentes coexistindo”; - Ele recupera a história de mais de quatro décadas das milícias na Zona Oeste do Rio de Janeiro, desde a estruturação de uma rede de transporte alternativo e de um suposto serviço de segurança para os moradores. “A situação atual de fragmentação da milícia é nova e há acordos com facções do tráfico”, afirma; - O jornalista descreve as três fases da história da Liga da Justiça, maior milícia do Rio, e como a política interna da organização criminosa resultou na expansão dos crimes e na aproximação com o tráfico. E informa como a morte recente de lideranças inaugura a terceira fase da milícia: “Há uma situação de guerra interna já há mais de um ano. E o Comando Vermelho vê a oportunidade de retomar territórios”; - Rafael também comenta as ineficazes estratégias de combate aos grupos criminosos organizados no Rio de Janeiro. Para ele, a “federalização pode ser uma medida interessante”, mas, antes, a gestão da segurança pública fluminense “precisa fazer o básico”: “Melhorar investigação de homicídio, equipar a estrutura de combate à milícia e investir em correção policial”, resume.

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