

#150 - O caderno rosa de Lori Lamby: um bate-papo com Vera Iaconelli e Amara Moira
Jul 11, 2021
01:04:31
Aos sessenta anos de idade, quatro décadas depois de estrear como poeta e inconformada com a tímida recepção de sua obra, Hilda Hilst tomou uma atitude radical. Deliberadamente, ela se despediu de uma literatura que chamou de “séria” para escrever “adoráveis bandalheiras”.
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“O caderno rosa de Lori Lamby”, que acaba de ganhar uma nova edição pela Companhia das Letras, chegou em 1990 para chocar e provar que Hilda estava decidida a desafiar o mercado editorial. O livro deu início à chamada “trilogia obscena” da autora.
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O episódio da Rádio Companhia desta semana traz Vera Iaconelli, psicanalista, mestre e doutora em Psicologia pela USP, que escreveu o posfácio da nova versão, e Amara Moira, travesti, feminista, doutora em Crítica Literária pela Unicamp, para falar sobre a obra de Hilst. No bate-papo, elas destrincham aspectos literários e psicológicos na narrativa — impactante e controversa para crítica, para os antigos admiradores da autora e para possíveis novos leitores.
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Aviso: a conversa não é adequada para pessoas menores de 16 anos e apresenta conteúdo sensível e sexual.
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Saiba mais sobre “O caderno rosa de Lori Lamby”:
A narradora, Lori, é uma menina de oito anos que decide se prostituir, com o consentimento dos pais, e registrar tudo – tudo mesmo – em seu diário. Com humor ácido e autoconsciência brutal, ela relata os desenlaces da sedução e o prazer que o dinheiro lhe traz. Não à toa, a premissa escandalosa rendeu as mais diversas e enfáticas interpretações dos críticos e continua despertando a ávida curiosidade dos leitores.
No posfácio a esta edição, a psicanalista Vera Iaconelli destaca como Hilda Hilst, ao questionar nossas certezas e ultrapassar o limite da razão, escreveu uma obra que impressiona pela ousadia e atualidade.
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Apresentação: Paulo Júnior
Edição: Paulo Júnior