#98 - Amêndoas e outras histórias da Coreia do Sul — Yun Jung Im Park e Paulina Cho
Oct 27, 2023
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Yun Jung Im Park é professora de Língua e Literatura Coreana na USP e especialista em literatura sul-coreana, enquanto Paulina Cho é sócia da livraria Aigo em São Paulo, focada em imigração. Elas discutem o crescente interesse pela literatura da Coreia do Sul no Brasil, com ênfase na autoria feminina e na violência nas narrativas. Destacam a importância de livrarias como a Aigo para refugiados e imigrantes, além dos desafios da tradução que preservam a 'coreanidade' das obras. Também abordam a influência cultural do Hallyu no mercado editorial brasileiro.
A literatura sul-coreana está se destacando no Brasil através de traduções de qualidade, impulsionadas pela 'onda Hallyu' e apoio governamental.
A crescente presença de autoras sul-coreanas na literatura reflete uma luta contra a opressão de gênero e um ativismo por igualdade.
Deep dives
Literatura Sul-Coreana em Alta no Brasil
A literatura sul-coreana está ganhando destaque no Brasil, com um aumento significativo nas traduções de obras de autores coreanos nos últimos anos. O fenômeno da 'onda Hallyu', que abrange a cultura pop sul-coreana, como músicas e dramas, contribui para esse crescimento, despertando o interesse por livros que falam sobre a sociedade e a cultura da Coreia. Esse movimento é apoiado por iniciativas governamentais, como o Literature Translation Institute of Korea, que subsidia as traduções e promove a literatura coreana globalmente. A combinação de traduções de qualidade e um público mais receptivo tem facilitado o acesso a obras que retratam temas profundos e universais, atraindo leitores de diferentes origens и idades.
O Papel Feminino na Literatura Coreana
A violência de gênero é um tema recorrente na literatura sul-coreana e reflete uma realidade histórica que as mulheres estão determinadas a transformar. Obras como 'A Vegetariana', de Han Kang, exploram as complexidades da vida feminina, abordando questões de opressão e a busca por identidade em uma sociedade marcada pela desigualdade. A crescente presença de autoras mulheres no mercado editorial evidencia um movimento que busca romper com as narrativas tradicionais e dar voz à experiência feminina. Essa transformação social está também refletida em um aumento no ativismo feminino dentro da Coreia, onde jovens mulheres questionam normas patriarcais e lutam por igualdade de direitos.
A Experiência da Livraria Aigo
A livraria Aigo, fundada por pessoas de ascendência coreana, oferece um espaço de acolhimento e intercâmbio cultural no bairro do Bom Retiro, em São Paulo. Focada em literatura que dialoga com a experiência dos imigrantes, a Aigo pretende criar um ambiente onde as histórias de diversas culturas possam ser ouvidas e compartilhadas. A livraria também serve como um ponto de encontro para discussões sobre identidade, pertencimento e a relação com o passado. A interação com os clientes, que muitas vezes buscam conectar-se à sua herança cultural, tem gerado trocas ricas e significativas, contribuindo para um senso de comunidade.
Desafios da Tradução Literária
A tradução de obras literárias do coreano para o português apresenta desafios únicos, devido às diferenças culturais e linguísticas entre os dois idiomas. Tradutores frequentemente enfrentam a tarefa de preservar a essência cultural do texto original enquanto o tornam acessível para os leitores brasileiros. Essa complexa dinâmica exige um profundo entendimento tanto da língua source quanto da target, resultando em um processo de tradução que é contínuo e colaborativo. O desenvolvimento de uma tradução bem-sucedida leva em consideração não apenas as palavras, mas também os contextos sociais e emocionais, assegurando que as sutilezas não se percam no caminho.
A literatura da Coreia do Sul é tema do novo episódio do 451 MHz. Ambas com origem sul-coreana, a professora Yun Jung Im Park e a livreira Paulina Cho, uma das sócias da livraria Aigo, conversam sobre o aumento de livros do país traduzidos no Brasil, a presença da autoria feminina e a temática da violência nessas histórias. Apoie o 451 MHz: https://bit.ly/Assine451
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