Um temporal em São Paulo causou um apagão que afetou dois milhões de imóveis, gerando uma intensa troca de acusações entre políticos. Guilherme Boulos e Ricardo Nunes lutam por responsabilidades, enquanto o governador e ministros apontam dedos na direção oposta. A falta de fiscalização da ANEEL e problemas na administração da Enel são discutidos, refletindo frustrações populares. A crise revela como situações de emergência influenciam campanhas eleitorais e galvanizam descontentamento da população com líderes que não apresentam soluções.
O apagão em São Paulo, afetando mais de dois milhões de imóveis, expôs a vulnerabilidade da infraestrutura elétrica e a falta de manutenção pública.
As disputas políticas em torno do apagão evidenciaram a responsabilidade compartilhada entre a Prefeitura, a Enel e a ANEEL, refletindo a ineficácia da fiscalização.
Deep dives
Consequências do Apagão em São Paulo
Um temporal recente em São Paulo resultou em apagão afetando mais de dois milhões de clientes da concessionária Enel. Três dias após a tempestade, cerca de 338 mil imóveis ainda estavam sem luz, refletindo a vulnerabilidade da infraestrutura elétrica da cidade. Este apagão é o terceiro incidente significativo em menos de um ano, gerando indignação entre a população devido à falta de respostas rápidas. As consequências vão além da falta de eletricidade, atingindo serviços essenciais, como abastecimento de água, que também foi comprometido.
Responsabilidades em Jogo
A discussão sobre quem é responsável pelo apagão envolve múltiplos níveis de governo e a concessionária Enel. A Prefeitura de São Paulo, que é responsável pela manutenção de áreas urbanas, não manteve adequadamente as árvores, enquanto a Enel argumenta que a responsabilidade recai sobre a infraestrutura de energia. O governo federal e a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) também são mencionados, uma vez que a ANEEL deveria fiscalizar a concessionária. Essa falta de coordenação entre os diferentes órgãos públicos resulta em um jogo de empurra, onde a população é quem paga o preço.
Politização do Apagão
O apagão se tornou uma ferramenta política nas eleições em São Paulo, afetando diretamente a campanha do prefeito Ricardo Nunes e do candidato Guilherme Boulos. Nunes enfrenta críticas por sua inércia diante do problema, enquanto Boulos utiliza a situação para destacar a falha nos serviços públicos. A politicagem em torno do apagão acentuou a pressão sobre a Enel e os dois níveis de governo, refletindo um cenário em que a segurança elétrica é uma questão de segurança pública. O tema é oportuno para os candidatos, já que as promessas de melhorias se tornam essenciais em tempos de crise.
Fiscalização e Falhas Contratuais
A ANEEL, responsável pela supervisão do setor elétrico, é acusada de falhar em seu papel de fiscalização, especialmente em relação à Enel. Desde 2021, a Enel tem questionado judicialmente as multas impostas pela ANEEL, o que levanta questões sobre a rigidez e a eficácia dos contratos estabelecidos. A falta de ação adequada também é atribuída ao governo estadual, que, como cliente da Enel, se sente impotente para agir. A discussão sobre a necessidade de uma auditoria nas práticas da ANEEL foi levantada como uma forma de responsabilização para evitar futuras ocorrências como as recentes interrupções de energia.
Durante cerca de 40 minutos, um temporal com ventos que passaram dos 100 km/h assustou milhões de moradores da Região Metropolitana de São Paulo, na última sexta-feira (11). A energia elétrica caiu para pelo menos 2 milhões de imóveis nas 24 horas seguintes e até segunda-feira (14) cerca de 400 mil clientes da Enel, empresa responsável, seguiam sem luz. O apagão agitou em especial a disputa pela Prefeitura da capital paulista: os candidatos Guilherme Boulos (Psol) e Ricardo Nunes (MDB e atual prefeito) trocam acusações sobre quem são os responsáveis pelo desastre. E o jogo de empurra subiu para as esferas estadual e federal. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) jogou a responsabilidade para a gestão Lula. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), culpou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de não cumprir seu papel de fiscalizar a Enel – o corpo diretivo da Aneel foi indicado pela gestão Bolsonaro e cumpre mandado. Para analisar a relação do apagão com o 2º turno da eleição em São Paulo e explicar quem é quem no mapa de responsabilidades dessa história, Natuza Nery conversa com Daniela Lima, apresentadora e comentarista da GloboNews e colunista do g1.
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