Em uma análise aprofundada de 2025, os hosts discutem o impacto das tarifas de Trump e sua nova política comercial. A tensão com a China continua a ser uma preocupação, enquanto os EUA mediam um cessar-fogo em Gaza. O retrocesso ao multilateralismo e as relações conturbadas com a OTAN também são destaque. Além disso, a desvalorização do dólar e a reconfiguração política na América do Sul são abordadas. Entre previsões para 2026, surgem cenas marcantes, incluindo um encontro notável entre Lula e Trump.
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insights INSIGHT
Tarifas Como Ferramenta Centrada
A volta de Donald Trump redefiniu a política externa dos EUA com tarifas e pressão sobre aliados.
Tarifas tornaram-se ferramenta política e econômica central em 2025.
insights INSIGHT
Gaza: Cessação Parcial e Ganho Político
Os EUA intermediaram uma suspensão dos bombardeios em Gaza, mas sem solução definitiva.
Trump buscou capital político ao colocar a paz de Gaza em seu portfólio.
insights INSIGHT
Rejeição Do Multilateralismo Tradicional
Trump promoveu uma visão antipática ao multilateralismo, favorecendo uma ordem mais imperial.
Isso traduz-se em desconfiança nas instituições multilaterais e testes de limites com aliados.
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No episódio de hoje, fazemos uma retrospectiva abrangente de 2025, um ano marcado pela centralidade dos Estados Unidos sob a presidência de Donald Trump. O governo americano adotou uma política externa mais confrontacional, com tarifaços, pressão sobre aliados, uso político do comércio exterior e questionamentos abertos ao multilateralismo tradicional e ao compromisso com a OTAN. Trump buscou encerrar a guerra da Ucrânia a partir de negociações diretas com Vladimir Putin, apresentou o plano de 28 pontos e pressionou Kiev a aceitar amplas concessões territoriais, deixando a Europa fora do centro das decisões e fortalecendo diplomaticamente a Rússia. Ao mesmo tempo, Washington intensificou sua atuação no Oriente Médio, com um acordo sobre Gaza, ataques ao Irã e uma relação pragmática com líderes autoritários, além de ampliar a pressão sobre a América Latina, especialmente Colômbia, Venezuela e Brasil. Internamente, 2025 foi marcado por tensões institucionais, atritos com o Judiciário, uma relação ambígua com Big Techs e inteligência artificial e um dólar mais fraco, com impactos globais relevantes.
Na Europa, o ano foi de dificuldades estruturais e perda de protagonismo estratégico. O continente ficou escanteado nas negociações sobre a Ucrânia, enfrentou menor comprometimento dos EUA com a segurança coletiva e respondeu com aumento dos gastos militares e um debate crescente sobre autonomia estratégica. A estagnação econômica persistiu, crises políticas se sucederam e o avanço da extrema direita ganhou força em diversos países, ao mesmo tempo em que o acordo União Europeia Mercosul permaneceu paralisado. Na França, a fragilidade da maioria parlamentar dificultou a sustentação de governos, com sucessivas trocas de primeiro-ministro, protestos sociais contínuos e pressão fiscal elevada. Na Alemanha, Friedrich Merz enfrentou queda de popularidade, economia estagnada, debates sobre imigração e uma crise de liderança no eixo franco-alemão, enquanto outros países europeus tentaram ocupar espaços de influência.
O episódio também revisita os principais movimentos globais de 2025, com destaque para a desaceleração da China, a crise prolongada do setor imobiliário, as tensões comerciais com os EUA, a pressão sobre Taiwan e a ampliação da presença chinesa no Sul Global. A economia internacional foi marcada pelo retorno do protecionismo, pela fragmentação do comércio, cadeias produtivas mais curtas, valorização do ouro como ativo de proteção e pela inteligência artificial como novo eixo de disputa geopolítica. Na América do Sul, houve reconfiguração ideológica, com perda de espaço da esquerda, a eleição de José Antonio Kast no Chile, Rodrigo Paz na Bolívia, maior alinhamento com Washington e enfraquecimento de projetos regionais, em meio a pressão social e instabilidade política. Encerramos a retrospectiva com África e Oriente Médio, destacando a guerra civil no Sudão, a estabilidade relativa do Benin em um Sahel instável, a recorrente fragilidade institucional da Guiné-Bissau e o rearranjo regional no Oriente Médio, marcado pela pressão sobre o Irã, cautela e protagonismo saudita e a fragilidade dos cessar-fogos.