O dia 7 de outubro de 2023 marcou o maior ataque terrorista do Hamas sobre o território israelense. Começava ali mais um capítulo de uma disputa milenar pelo controle da região que é berço das três maiores religiões ocidentais. Nesta quinta-feira, 28 de dezembro, O Assunto reprisa o episódio que explicar essa história de expulsões, perseguições, conflitos militares e terrorismo. Julia Duailibi entrevista Guilherme Casarões, professor da FGV-SP, doutor em ciência política, mestre em relações internacionais com especialização em nacionalismo judaico e pesquisador convidado da Universidade de Tel Aviv. Neste episódio: - Casarões recupera a história de milênios de ocupação de Jerusalém e seus arredores. Ele lembra que a tradição judaica reivindica mais de 5 mil anos no local que hoje compreende o Estado de Israel; mas que também os palestinos argumentam que já estavam lá desde os cananeus, há 10 mil anos; - Ele aponta que o início do conflito moderno se deu na virada do século 19 para o século 20, num momento em que despontam o sionismo e o nacionalismo árabe: “É quando começam aparecer os projetos nacionais como projetos políticos”. E completa que a disputa escala de nível com o plano de partilha proposto pela ONU para a criação dos Estados israelense e palestino - o que nunca aconteceu; - O professor descreve os efeitos das guerras dos Seis Dias (1967) e do Yom Kippur (1973) na formulação “da dinâmica que rege até hoje esse conflito” - com a primazia do domínio israelense sobre o território -, e como elas repercutiram para o crescimento da Organização para a Libertação Palestina; - Casarões explica as duas principais tentativas de acordo de paz entre Israel e os Estados árabes. O primeiro no Camp David (EUA) ao fim da década de 1970 entre Israel e Egito. E o segundo assinado em 1993: o Acordo de Oslo, entre as autoridades israelenses e palestina, definiria a divisão definitiva dos territórios entre os dois Estados. Nos dois casos, o processo de entendimento foi interrompido pelo assassinato de lideranças políticas por extremistas; - Por fim, ele comenta o aumento das tensões resultante da eleição do grupo terrorista Hamas como representante do povo palestino da Faixa de Gaza – resultado da única eleição realizada por lá, em 2006: “Vira uma guerra interna entre o Hamas e o Fatah” - organização palestina moderada.
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