Adotadas nas universidades públicas para evitar fraudes no sistema de cotas raciais, as chamadas bancas de heteroidentificação julgam se a cor de um candidato corresponde à autodeclaração. Mas, em um país onde quase metade da população se identifica como parda, esses grupos de classificação têm levantado questionamentos. Nos casos mais recentes, alunos autodeclarados pardos recém-admitidos na USP tiveram suas matrículas canceladas depois da avaliação da banca julgadora – parte deles recorreu à Justiça para ter o direito de cursar a universidade. Para entender como as bancas nasceram e quais os desafios para aprimorá-las, Julia Duailibi conversa com o antropólogo Jocélio Teles dos Santos, um dos responsáveis pela criação do programa de cotas da Universidade Federal da Bahia, e com Paulo César Ramos, sociólogo e pesquisador do núcleo Afro do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento).
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