Daniel Sousa, comentarista da GloboNews e professor de economia do IBMEC, esclarece o tumulto nos mercados causado pelas tarifas anunciadas por Donald Trump. Ele discute como a incerteza global se intensificou e os riscos de uma recessão. Sousa traça paralelos com o Brexit, questionando se Trump está blefando ou agindo para obter acordos melhores. Ele também aborda o impacto das tarifas na economia brasileira e a resposta da China, além de ressaltar as preocupações dos investidores com o futuro econômico.
As tarifas impostas por Trump geraram uma volatilidade significativa nos mercados financeiros globais, resultando em perdas substanciais, especialmente na Ásia e Europa.
A relação tensa entre Estados Unidos e China está se intensificando devido a um complexo jogo de tarifas, afetando as economias locais e as expectativas globais.
Deep dives
Impacto das Tarifas de Trump nos Mercados Globais
A imposição de tarifas pelo presidente Trump iniciou uma reação em cadeia nos mercados financeiros globais, resultando em perdas significativas nas bolsas de valores, especialmente na Ásia e na Europa. A Bolsa de Taiwan, por exemplo, registrou sua maior queda em um único dia, caindo quase 10%, enquanto a Bolsa de Hong Kong teve uma desvalorização de mais de 13%, o maior tombo desde 1997. Esses movimentos de mercado foram exacerbados pela incerteza sobre a eficácia e a continuidade das tarifas, criando um ambiente volátil que deixou investidores em alerta. A situação é ainda mais preocupante porque essas tarifas não apenas afetam as economias locais, mas também têm o potencial de desacelerar a economia global, aumentando o risco de recessão mundial.
Reações da China e Retaliações na Guerra Comercial
A China respondeu rapidamente às tarifas impostas pelos Estados Unidos, impondo tarifas equivalentes de 34% sobre produtos americanos e proibindo negócios com diversas empresas dos EUA por motivos de segurança nacional. Esta dinâmica de 'olho por olho' levou a um aumento das tensões entre as duas maiores economias do mundo, resultando em um complexo jogo de tarifações que impacta não apenas as economias locais, mas também as expectativas econômicas globais. A pressão de Trump para aumentar as tarifas em até 50% adicionou mais incerteza ao panorama, fazendo com que o ambiente de negócios se tornasse ainda mais instável. Com a interdependência econômica crescente entre os Estados Unidos e a China, qualquer desaceleração nas trocas comerciais entre os dois pode ter repercussões significativas para o comércio global.
Incerteza Econômica e Repercussões Políticas
A crescente incerteza sobre as políticas tarifárias de Trump não apenas afeta os mercados financeiros, mas também inicia questionamentos sobre sua viabilidade e a estratégia subjacente ao seu governo. Históricos comparativos, como a Lei Smoot-Hawley de 1930, indicam que medidas protecionistas frequentemente resultam em consequências econômicas adversas, intensificando a recessão. Além disso, protestos surgiram nos Estados Unidos como um indicativo de descontentamento popular com as políticas do presidente, refletindo uma insatisfação que pode influenciar seu apoio político. Apesar de sobreviver a um clima tumultuado, Trump parece relutante em recuar, pois sua abordagem de governar por meio de choques e incertezas pode continuar a moldar um ambiente econômico e político complexo.
A segunda-feira (7) foi de sobe e desce nas bolsas de valores pelo mundo. Resultado das incertezas provocadas pela guerra comercial aberta por Donald Trump. Nesta segunda, o presidente dos EUA dobrou a aposta e afirmou que pode taxar produtos chineses em mais 50% a partir da quarta-feira (9), o que elevaria para 104% a taxação total em relação aos produtos que entram nos EUA vindos da China. Enquanto Trump vê o tarifaço como um “remédio” para fortalecer a economia americana, as bolsas ao redor do mundo derreteram. Nos EUA, grandes investidores deram declarações preocupadas sobre os rumos da economia e alertaram para a necessidade de uma pausa nas tarifas para negociações com parceiros comerciais. Para explicar o que fez os mercados terem um dia de pânico, Natuza Nery recebe Daniel Sousa. Comentarista da GloboNews e professor de Economia do Ibmec, Daniel analisa o ambiente de incerteza generalizada. Ele traça paralelos entre o momento atual e o Brexit (quando o Reino Unido saiu da União Europeia), e analisa se Trump está ou não “blefando” ao anunciar novas tarifas. "Isso seria Donald Trump voltando um pouco mais à programação normal, ou seja, alguém que tensiona com o objetivo de conseguir acordos melhores para os seus objetivos”, conclui.
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