Camila da Silva e Judite Cypreste, jornalistas do G1, revelam casos alarmantes de candidatos às eleições municipais que possuem mandados de prisão. Elas discutem a complexidade da legislação brasileira que permite que essas pessoas se candidatem, mesmo com crimes graves como homicídio e estelionato. A conversa também aborda como alguns utilizam a política como uma defesa, especialmente após eventos críticos como os ataques de 8 de janeiro. O panorama da apuração sobre esses candidatos e os desafios enfrentados pela Justiça também são explorados.
O levantamento revelou que 63 candidatos com mandados de prisão em aberto conseguiram se registrar nas eleições, levantando dúvidas sobre a elegibilidade de quem possui antecedentes criminais.
A investigação que identificou políticos procurados pela Justiça resultou na prisão de 36 candidatos e trouxe à tona discussões sobre a ética na política brasileira.
Deep dives
Candidatos com Mandados de Prisão
Um levantamento revelou que 63 candidatos a cargos municipais estavam com mandados de prisão em aberto durante as eleições. Isso inclui Seumar Muck, de Tupancir do Sul, que conseguiu registrar sua candidatura por um pequeno intervalo de tempo antes que sua condenação se tornasse definitiva. Apesar de receber apenas um voto, ele se tornou suplente da Câmara, o que levanta questões sobre a elegibilidade de candidatos com antecedentes criminais. Outros casos incluem Nelson de Jesus Pereira, que estava foragido há 27 anos por homicídio, e Dirley País, que foi preso por envolvimento nos atentados de 8 de janeiro, mas ainda assim continuou sua campanha.
Inscrição Eleitoral e Legislação
A legislação brasileira permite que indivíduos com mandados de prisão preventiva concorram a eleições, desde que não tenham sido condenados por crimes que os tornariam inelegíveis pela lei da ficha limpa. Isso resulta em situações como a de Seumar Muck, cujas eleições ocorreram apenas quatro dias após sua condenação, permitindo que ele se candidatasse. Muitas candidaturas foram aprovadas, mesmo com a existência de mandados, devido à interpretação legal que favorece a disputabilidade. Essa brecha na lei levanta preocupações sobre como a justiça eleitoral avalia a elegibilidade dos candidatos em meio ao contexto de atos ilícitos.
Consequências da Reportagem
A reportagem que identificou esses candidatos gerou um grande impacto, resultando em uma discussão mais ampla sobre a ética e a responsabilidade dos candidatos em cargos públicos. Após a divulgação, a Polícia Federal prendeu 36 candidatos procurados, evidenciando a relevância e a eficácia da investigação. Além disso, muitos candidatos com pendências financeiras, especialmente relacionados a pensão alimentícia, foram levados a quitar suas dívidas, refletindo a pressão da sociedade sobre a legalidade e a moralidade dos candidatos. Assim, a cobertura de casos envolvendo candidatos com mandados ajudou a mobilizar o público e a trazer à tona questões importantes sobre a integridade eleitoral.
Em Tupanci do Sul, cidade gaúcha com pouco mais de 1.300 habitantes, Celmar Mucke (União Brasil) saiu da eleição com uma das vagas de suplente para a Câmara de vereadores. Ele chegou às urnas com um mandado de prisão aberto, mas com a documentação necessária para que a Justiça Eleitoral aprovasse sua candidatura. O crime: estupro de vulnerável. Uma reportagem do g1 descobriu que, além dele, mais 60 candidatos concorreram às eleições municipais na mesma condição – 14 deles envolvidos em casos criminais (homicídios, roubos e estelionatos, por exemplo) e 47 em casos civis (quase todos por pensão alimentícia). Antes de chegarem às urnas, 2 candidatos foram presos, ambos denunciados pelos atos golpistas de 8 de janeiro e também identificados por uma reportagem do g1. Neste episódio, Natuza Nery recebe as jornalistas Camila da Silva e Judite Cypreste, que assinam as reportagens que chegaram à lista de políticos procurados pela Justiça.
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