Em 2020 e 2021, Jair Bolsonaro usou a celebração do 7 de setembro para, respectivamente, fazer pouco da pandemia e ameaçar golpe. Neste ano, quando o Brasil comemora 200 anos de sua Independência, o governo acertou com Portugal o empréstimo do coração de d. Pedro I, a ser recebido com honras de chefe de Estado. "Um órgão morto, tomado como relicário", define a historiadora Lilia Schwarcz, co-autora do livro “O sequestro da Independência: Uma História da Construção do Mito do Sete de Setembro”. Em conversa com Renata Lo Prete, a professora da USP alerta para o fato de que "efemérides são momentos eficientes para que sejam construídas histórias de poder”. Para Lilia, trata-se de um rito para que Bolsonaro avance na pauta de um pretenso “golpe na legalidade”, ou seja, uma situação na qual possa “se vincular, no imaginário, à imagem do imperador”. Não seria a primeira vez, explica a historiadora: na comemoração dos 150 anos da Independência, o governo militar importou a ossada de d. Pedro I. Em ambos os momentos, dois disfarces para a “falta de projeto de país”, mas que agora é também “um golpe final no sequestro dos símbolos brasileiros”.
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