O Congresso impĂ´s uma derrota acachapante ao governo Lula na noite da quarta-feira (25), ao derrubar o decreto do IOF. Foi a primeira vez desde 1992 que parlamentares derrubaram um decreto presidencial. Ministros do governo estĂŁo divididos sobre levar ou nĂŁo o caso ao STF – a oposição diz que, caso recorra ao Supremo, o governo vai ampliar a crise em BrasĂlia. Com a queda do decreto, o Congresso sustou a ideia do governo de arrecadar R$ 10 bilhões a mais e, com isso, ficar mais perto de atingir a meta fiscal. O impacto da batalha polĂtica, portanto, tem consequĂŞncias fiscais graves. Economistas alertam que o Estado brasileiro corre o risco de ficar paralisado em 2026 caso as contas pĂşblicas nĂŁo sejam equilibradas. Para explicar a gravidade da situação em BrasĂlia, Natuza Nery recebe Flávia Oliveira. “Foi mais do que um tratoraço. Foi um rolo compressor”, resume a comentarista da GloboNews, colunista do jornal O Globo e da rádio CBN. Para ela, mais do que uma derrota do governo, o que se passa em BrasĂlia Ă© “uma derrota para paĂs. É um Congresso que tem agido e votado em proveito prĂłprio”. Depois, Natuza Nery fala com o cientista polĂtico e sociĂłlogo SĂ©rgio Abranches. Criador do termo “presidencialismo de coalizĂŁo”, no fim da dĂ©cada de 1980, SĂ©rgio avalia o momento polĂtico atual. “O sistema de governo está disfuncional. É um Congresso que nĂŁo representa. E um Executivo que nĂŁo consegue mais governar”, afirma.